7 de setembro de 2019

Persevere em oração (leia Lucas 18:1-8)

      Na parábola da viúva e o juiz iníquo Jesus nos ensina coisas preciosas sobre a oração.   
     Em primeiro lugar, é um privilégio que o Senhor nos dá. Seus escolhidos têm acesso à Sua presença através do sangue de Jesus.
     Em segundo lugar, a oração é um dever. Jesus sabe das nossas necessidades e carências, e que para termos uma vida de comunhão e santidade precisamos ter constância no nosso relacionamento com o Pai Eterno.
      Em terceiro lugar, devido às nossas fraquezas, provações e desânimos, tendemos a não desfrutar desse privilégio e acesso a Deus. Suspeitamos da Sua bondade, graça e misericórdia. Assim, somos exortados a não desanimarmos ou abdicarmos da oração. Os Salmos 42 e 43, por exemplo, nos ensinam o contrário. Nos momentos de maior abatimento precisamos clamar mais a Deus.
      Em quarto lugar, somos lembrados por Jesus que o Pai fará justiça aos Seus escolhidos. Foi Ele que veio ao nosso encontro. Ele nos atraiu com Seu amor e poder. Somos dele. Fomos adotados. Ele tem prazer em ouvir e atender os clamores de Seus filhos. No entanto, Ele atende no Seu tempo. Ele é soberano e sabe o que faz.
      Por fim, Jesus traz uma exortação. Será que na Sua segunda vinda estaremos firmes na fé, independente das circunstâncias que vivemos?
      Aproveite o privilégio de acesso a Deus. Desfrute da Sua comunhão. Seja fortalecido pelo Seu poder. Aprenda a suportar as aflições, a contentar-se com as situações da vida. O que Ele quer é que você persevere até o fim. Quando Ele vier, que sejamos encontrados fiéis. As coisas da terra passarão.

Pr. Robson Santana
IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

2 de agosto de 2019

A falsa religião e o verdadeiro caminho para a salvação (Lucas 16.14-18)

     INTRODUÇÃO
Jesus havia falado no texto anterior sobre a atitude externa quanto ao dinheiro e seu uso, bem como sobre a impossibilidade de servir a Deus e aos bens materiais. Mais uma vez os fariseus não aprenderam com Jesus, pelo contrário, zombaram dele, pois eram avarentos. Aparentemente serviam a Deus, mas sua devoção maior era ao dinheiro. Jesus havia colocado o dedo na ferida deles.

Três lições preciosas temos nesse texto:

1) NÃO PODEMOS CONFIAR EM NÓS MESMOS PARA A SALVAÇÃO (15)
Mas Jesus lhes disse: — Vocês são os que se justificam diante dos homens,”

Há muitas pessoas que são de determinada tradição religiosa e estão confiantes na sua salvação. A religião em geral é o homem em busca de Deus e o caminho para encontrá-lo são seus próprios esforços, inclusive a tentativa frustrada de guardar os mandamentos por si só. No entendimento deles, através da guarda dos mandamentos, seriam salvos. No final das contas, a salvação dependia exclusivamente deles.
A salvação do começo ao fim é uma estrita confiança na graça e poder de Deus para salvar. Sempre foi pela fé. Os religiosos da época de Jesus esvaziaram, distorceram e acrescentaram coisas aos mandamentos para adequar às suas próprias vontades. Como disse Jesus, “— Rejeitando o mandamento de Deus, vocês guardam a tradição humana.” (Mc 7.9).
Paulo é enfático em dizer que ninguém será justificado pelas obras da lei. Em Gálatas 2.16 está escrito:  “sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Jesus Cristo, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado”. 
Muitas pessoas hoje confiam mais nas suas religiões, condutas e moralidade, do que unicamente na misericórdia de Deus para sua salvação.

2) DEUS VÊ A VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE DAS PESSOAS (15b)
“mas Deus conhece o coração de vocês; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus.”

Aquilo que é comum e louvável na sociedade, nem sempre o é para Deus. Ser próspero, rico, famoso e influente pode ser cilada e empecilho para uma verdadeira vida com Deus. Isso não se refere apenas ao dinheiro. Como disse Oliver Cromwell, “idolatria é qualquer coisa que esfrie seu desejo por Deus”.
Deus exige de nós coração íntegro e exclusivo. Ele não reparte Sua adoração. Ele não divide Sua glória com ninguém, nem com nada mais. Esse tipo de religiosidade dividida é hipocrisia e abominação diante de Deus.” As pessoas ou a sociedade podem admirar, mas para Deus é “abominação”.

3) ENTRAR NO REINO DE DEUS EXIGE ESFORÇO (16-18)
“— A Lei e os Profetas duraram até João; desde esse tempo o evangelho do Reino de Deus vem sendo anunciado, e todos se esforçam para entrar nele”. (V.16 – NAA).
A religiosidade do povo de Deus naquela época estava deturpada. Interpretavam e viviam como queriam.
Exemplos: Mt 15 – Corbã | Mt 23.16-26 – Votos
Eles rejeitaram o Antigo Testamento (Lei e profetas) e, a partir de João Batista, o Novo Testamento começou a ser pregado para se entrar no Reino de Deus “e todos se esforçam para entrar nele”.
Hendriksen sumaria assim: “a entrada no reino exige renúncia verdadeira, esforço fervoroso, energia incansável, esforço máximo”.
Jesus diz que a vida do discípulo requer esforço, dedicação e consagração total a Ele. Em outras palavras, a salvação é pela graça, mas é preciso nossos esforços para vivermos vidas santas. Jesus já havia dito antes: “esforcem-se para entrar pela porta estreita” (13.24).

Ao contrário do que os religiosos pensavam, “...é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei” (v.17).
Exemplo disso é a questão do divórcio no verso 18. Os mestres da lei ensinavam que haviam outros motivos para o divórcio, contrário ao que a Lei de Deus dizia.
O rabino Hillel (sec. I, a.C.) ensinava que qualquer motivo era justificativa para o divórcio. O pensamento dele está implícito na pergunta em Mateus 19.3: “Alguns fariseus se aproximaram de Jesus e, testando-o, perguntaram: — É lícito ao homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo”? Akiba (sec. II, d.C.) permitia o divórcio se o marido encontrasse outra mulher mais bonita.
O pensamento bíblico sobre isso é que o divórcio ocorre por dois motivos: adultério e abandono (Mt 10.9; 1Co 7.15). Veja o que o diz a Confissão de Fé de Westminster sobre o assunto em tela: “só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil” (CFW, XXIV.VI).

CONCLUSÃO
Devemos em todo tempo avaliar como está nossa vida com Deus. O nosso coração é corrupto e enganoso. A salvação não ocorre pela observância de leis ou rituais, mas através da obra salvadora de Cristo.
Que possamos nos esforçar ao máximo para sermos encontrados dignos do nome de Cristo, para não sermos desqualificados como disse Paulo em 1 Co 9.27: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”.


Pr. Robson Santana
IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

18 de maio de 2019

Satanás

Satanás - adversário; acusador. Quando usado como um nome próprio, a palavra hebraica assim traduzida tem o artigo "o adversário" (Jó 1:6-12; 2:1-7).

No Novo Testamento é usado como intercambiável com Diabolos, ou o diabo, e é assim usado mais de trinta vezes. Ele também é chamado "o dragão", "a antiga serpente" (Ap 12: 9 20: 2), "o príncipe deste mundo" (Jo 12:31 14:30), "o príncipe da potestade do ar" (Ef 2:2), "o deus deste mundo" (2Co 4:4), "o espírito que agora opera nos filhos da desobediência" (Ef 2:2).

A personalidade distinta de Satanás e sua atividade entre os homens são, portanto, obviamente reconhecidos . Ele tentou o nosso Senhor no deserto (Mt 4:1-11). Ele é "Belzebu, o príncipe dos demônios" (Mt 12:24). Ele é "o constante inimigo de Deus, de Cristo, do reino divino, dos seguidores de Cristo e de toda a verdade, cheio de falsidade e de toda malícia, e excitante e sedutor para o mal de todas as maneiras possíveis”.

Seu poder é muito grande no mundo. Ele é um “leão que ruge, procurando quem ele possa devorar” (1Pe 5:8). Os homens são “levados cativos por ele” (2 Tm 2:26). Os cristãos são advertidos contra seus “ardis” (2 Co 2:11) e chamado a "resistir" a ele (Tg 4:7).

Cristo redime o seu povo "daquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo" (Hb 2:14) Satanás tem o "poder da morte", não como senhor, mas simplesmente como carrasco.

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Verbete Satan. Easton bible Dictionary . Disponível em: http://eastonsbibledictionary.org/3228-Satan.php. Acesso 18 mai. 18. Tradução: Robson Rosa Santana.

17 de maio de 2019

Seu ministério estudantil é missional?



DEFININDO UM MINISTÉRIO ESTUDANTil MISSIONAL


Uma das questões com as quais tenho lutado ultimamente é: “Você pode ter um ministério estudantil missional programado?”  Em outras palavras, você pode ter uma reunião semanal de estudantes que estão lá para se divertir, adorar a Deus, ouvir a Palavra pregada  e se envolver em um pequeno grupo, enquanto ao mesmo tempo ser caracterizado como missional?

Às vezes, quando pensamos em missional, imaginamos um pequeno grupo de pessoas reunidas na casa de alguém, orando por horas a fio e testemunhando para todos que encontram. Seu grito de guerra é "De Volta a Atos!", quando tentam recriar a igreja do primeiro século. Embora este seja um grande objetivo, o que isso significa para os ministérios já estabelecidos? Isso significa que precisamos vender todos os edifícios da nossa igreja e parar de deixar as pessoas entrarem depois que as reuniões chegarem a mais de trinta? Pode um ministério jovem estabelecido ser caracteristicamente missional por natureza?

A resposta curta: sim, pode.

A vida missional é uma mentalidade e os nossos ministérios estudantis podem, de fato, ser missionais se nós, como líderes de jovens e estudantes, pretendemos perseguir e priorizar as coisas que caracterizam a vida missional. Embora existam muitos comportamentos diferentes ou distintivos que poderíamos apontar quando se trata de ministérios de estudantes missionais, aqui estão quatro. É importante lembrar que são objetivos, não padrões de referência. Essas características são a cultura pela qual devemos procurar criar em nossos ministérios.


CARACTERÍSTICAS DE UM MINISTÉRIO ESTUDANTIL MISSIONAL


Centralidade do Evangelho

O evangelho é a história que compartilhamos. A verdade da morte substitutiva de Cristo e a vitória da ressurreição são boas novas antes e depois da salvação. É o alicerce sobre o qual a vida cristã e nossa santificação são construídas. Um ministério de estudantes missionais pregará o evangelho, apontará para o evangelho, ajudará os outros a conhecer o evangelho e seu impacto em suas vidas. Em suma, isso irá sustentar o evangelho como primordial e desejar que aqueles que caminham pelas suas portas compreendam como a história deles e a história do evangelho se cruzam.

Jeff Vanderstelt fala da fluência do evangelho que é a capacidade de ver e falar as verdades do evangelho nas coisas cotidianas da vida. Nossos alunos precisam ver o evangelho como o fio pelo qual a tapeçaria da vida encontra sua estrutura. Tudo o que é feito tem ramificações e propósitos do Reino, porque nós, como igreja, estamos sempre em missão para o reino.

Nossos estudantes precisam entender que o evangelho tem algo a dizer sobre os baixos, os altos e tudo mais: a dificuldade dos relacionamentos no ensino médio, pais se divorciando no ensino fundamental, problemas em casa, conseguir um par para a dança, fazer time do colégio este ano, tirar a carteira de motorista. Todas essas coisas falam da bondade de Deus e proporcionam oportunidade para sermos sal e luz no mundo.

Estamos ajudando nossos alunos a compreender as verdades factuais do evangelho, além de ensiná-los a ver o evangelho operando no cotidiano da vida?

Discipulado Ativo

Um ministério estudantil missional priorizará o discipulado em relação ao tamanho. Embora a abrangência seja um objetivo fantástico e devamos tentar alcançar o maior número de alunos possível, o discipulado deve ser primário. Estamos sendo fiéis aos alunos que atualmente aparecem regularmente?

Em nossos encontros estudantis, muitas vezes usamos a frase: “Dê o próximo passo com Jesus”. Isso é discipulado no nível micro: alunos individualmente dando consistentemente pequenos passos em direção a Jesus. Como estamos ativamente ajudando-os a aumentar seu amor por Cristo e aumentar seu desejo de viver como Ele?

O discipulado acontece no contexto do relacionamento. Nosso objetivo no ministério estudantil é produzir discípulos que façam discípulos. Eu acredito que isso começa com adultos construindo a vida dos estudantes em pequenos grupos. Uma das melhores maneiras de construir relacionamentos com os alunos em busca de conversas cheias de fé é ter líderes de pequenos grupos adultos que irão ouvir, cuidar e orientar.

“O discipulado acontece no contexto do relacionamento”.
Mas em que áreas ajudamos os alunos a crescer? Embora esta seja uma questão ampla, aqui estão quatro áreas da vida de um estudante que precisam de crescimento.

1.   Relacionamento com Jesus
2.   Relacionamentos no lar
3.   Relacionamentos com a Família de Deus / Igreja
4.   Relacionamentos com o mundo [1]

Como estamos ajudando os alunos a dar os próximos passos nessas quatro áreas de suas vidas, para que, como Paulo diz em Filipenses 3:14, “prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus? Estamos produzindo discípulos maduros dos estudantes que Deus nos deu?

Uma mentalidade de envio


Um ministério estudantil missional ajudará a produzir em seus alunos uma mentalidade da Grande Comissão ou uma mentalidade de envio. Opondo-se a um sistema “venha e veja”, uma mentalidade de envio significa que os alunos entendem que estão em uma missão para ir para suas próprias esferas de influência, suas próprias escolas e grupos de amigos, e ser uma luz em lugares escuros. Embora haja espaço para eventos “venha e veja” e programação em nossos calendários anuais e até semanais, os ministérios missionais estudantis estarão ajudando ativamente os discípulos a entender seu papel na missão de Deus.

“Uma mentalidade de envio significa que os estudantes entendem que estão em uma missão para ir para suas próprias esferas de influência, suas próprias escolas e grupos de amigos, e ser uma luz em lugares escuros.”

Um ministério estudantil missional ajudará seus estudantes a entender que Deus enviou sua igreja em uma missão, que os alunos são parte dessa missão, e que a missão é fazer discípulos enquanto você se move pela vida. Estamos ensinando nossos alunos que eles devem convidar seus amigos para as nossas reuniões para que eles possam compartilhar o evangelho ou estamos ajudando-os a ver que Deus deseja que os discípulos compartilhem o evangelho onde quer que nos encontremos?

Ativo em Missões


 Um ministério estudantil missional estará ativo em serviço e missão. Precisamos ensinar nossos estudantes que não é o suficiente se reunir, mas os discípulos são chamados a serem as mãos e os pés de Jesus no mundo. As missões podem ser tão simples quanto coletar lixo em um parque local ou tão complexas quanto ajudar a construir igrejas e administrar clínicas médicas em um condado do terceiro mundo. O serviço e as missões proporcionam aos nossos alunos a oportunidade de sair de suas zonas de conforto e ver o mundo como um lugar que precisa de ajuda e precisa do evangelho.

Ao incentivar os alunos a serem ativos no serviço e na missão, nós os ajudamos a priorizar sua comunidade e aqueles que ainda não ouviram o evangelho. Essa priorização e ritmo ajudarão os alunos a evangelizar por conta própria, à medida que assimilam sua escola e colegas a esses lugares e pessoas que ajudaram em viagens missionárias.


PERGUNTAS AVALIATIVAS A SEREM FEITAS AO SEU MINISTÉRIO ESTUDANTIL


Centralidade do Evangelho


1.   Eu prego o evangelho regularmente na minha reunião de estudantes?
2.   Se eu pedisse aos meus alunos que descrevessem o evangelho, eles poderiam?
3.   Meus alunos entendem que o evangelho tem valor antes e depois da conversão?
4.   Meu aluno pode ver as impressões digitais do evangelho nas coisas cotidianas da vida?

Discipulado Ativo


1.   Eu procuro ter mais estudantes, sem priorizar o discipulado daqueles que eu já tenho?
2.   Quais são os passos práticos que quero que os alunos do ensino fundamental e médio tomem em relação ao seu crescimento espiritual?
3.   Como estou ajudando o aluno a crescer nessas quatro áreas: relacionamento com Jesus, relacionamentos no lar, relacionamentos na igreja e relacionamento com o mundo?
4.   Eu ajudo todos os estudantes na escala de maturidade espiritual a dar o próximo passo com Jesus?

Uma mentalidade de envio


1.   O líder do grupo de jovens é o único motor do discipulado ou os estudantes e líderes de grupos pequenos ajudam?
2.   Se eu pedisse aos meus alunos um exemplo de um campo missionário, eles considerariam sua escola como um?
3.   Meus alunos estão se levantando e compartilhando o evangelho em suas próprias esferas de influência?

 

Ativo em Missões


1.   Eu tenho oportunidades de serviço para meus alunos?
2.   Meu grupo de jovens seria considerado “para a comunidade”?
3.   Eu tenho uma oportunidade de viagem de missão de qualidade no calendário?

 Scott Erwin
  
Scott é casado e bem-casado com Bethany e atua como Diretor de Campus Life na  Bethel Church , Hobart / Portage Campus, em Indiana. Ele esteve na equipe de igrejas locais, dirigindo o ministério de jovens por quatro anos. Ele adora liderar os alunos em viagens missionárias de curta duração e vê-los transitar de volta para seus ritmos normais, mas expressando mais plenamente Jesus em todas as áreas de suas vidas.
Entre em contato com Scott em serwin@bethelweb.org




[1] Jim Putman, Bobby Harrington e Robert E. Coleman, Discipleshift: Cinco etapas que ajudam sua igreja a fazer discípulos que fazem discípulos (Grand Rapids: Zondervan, 2013), p. 78.


Título original: Is your student ministry missional?
URL do original: https://missionalstudent.com/2019/05/17/is-your-student-ministry-missional/
Acesso: 17/05/2019
Tradução: Pr. Robson Santana (Igreja Presbiteriana do Brasil)

16 de maio de 2019

A necessidade urgente de arrependimento (Lucas 13.1-9)

INTRODUÇÃO

Os dois últimos textos que estudamos em Lucas 12 mostram a necessidade de discernimento acerca da pessoa e obra de Jesus, bem como chama a atenção para uma vida de vigilância; pois o dia do juízo, o dia da volta de Cristo, é incerta, ninguém sabe o dia nem a hora. Pode ser a qualquer momento.

Nosso texto de Lucas 13.1-9 continua falando dos temas anteriores devido ao fato que o primeiro passo para a fé em Cristo é o arrependimento.

Como diz o verso 1, “naquela mesma ocasião”, no mesmo momento que Jesus chama todos a se reconciliarem com Deus, Ele aproveita a oportunidade do relato de alguns, que relataram o que Pilatos fez com galileus que foram sacrificar em Jerusalém, e foram mortos e seu sangue misturado com o do sacrifício.

Não sabemos com certeza a motivação da colocação. Alguns sugerem que queriam colocar Jesus contra Pilatos. Outros, com um pensamento religioso distorcido, achavam que alguns grupos de pessoas eram mais pecadoras que outros.

Temos nesse texto, novamente, os assuntos e os desafios mais essenciais da existência humana:

1. NINGUEM É MELHOR DO QUE NINGÚEM

Os que levaram a notícia a Jesus talvez (“pensais”; “cuidais”) quisessem ouvir de Jesus que aqueles galileus eram mais pecadores do que eles.


A resposta de Jesus os surpreendeu. Jesus não se deteve a falar da maldade cometida por Pilatos. Ele não defendeu os galileus, embora tenha passado a maior parte da sua vida e ministério entre os galileus.

Jesus deixa claro que não existem pessoas mais pecadoras que outras. Os galileus foram massacrados por Pilatos, mas os judeus passaram por um desastre ao desabar uma torre sobre eles. E Jesus não considerou aqueles galileus e judeus mais pecadores que os outros.

Como sempre, Jesus foi à questão principal, que é cada um fazer uma análise da sua própria vida. Pois eles estavam mais dispostos a falar sobre a morte dos outros, do que sua própria morte. Como disse J. C. Ryle: “o estado de nossa própria alma deve sempre nossa primeira preocupação” (p.231).

As perguntas que cada um deve fazer ao tomar conhecimento das fatalidades ocorridas com outras pessoas são: “e se tivesse acontecido comigo?”. “Arrependi-me dos meus pecados e já recebi o perdão de Deus?”.

Devemos sentir compaixão pelas calamidades e mortes dos outros, mas não nos esqueçamos de olhar para nossas próprias vidas.

2. A NECESSIDADE UNIVERSAL DE ARREPENDIMENTO


Por duas vezes Jesus deixa isso claro: “Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.” (vv.3 e 5). Jesus coloca a todos no mesmo patamar espiritual. Todos são igualmente pecadores e precisam de Deus para a salvação.

Como está escrito em Romanos 6.23: ”pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Essa é uma das verdades fundamentais do cristianismo.

O verdadeiro arrependimento, “começa com o reconhecimento do pecado; prossegue criando tristeza pelo pecado; leva-nos à confissão do pecado diante de Deus; manifesta-se diante dos homens através de um completo rompimento com o pecado. Resulta em produzir o hábito de profundo ódio ao pecado. Acima de tudo, o arrependimento está inseparavelmente unido à fé ativa no Senhor Jesus Cristo.” (Ryle, p.232).

No NT a pregação de João Batista, de Jesus e dos apóstolos era um chamado ao arrependimento diante de Deus e a fé no Senhor Jesus Cristo. É o verdadeiro arrependimento que leva as pessoas a crerem na obra salvadora de Jesus. “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação...” (2Co 7.10).

Pergunta que não deve calar: “Já nos arrependemos?”. Vivemos num país de cultura cristã. Desfrutamos de muitas bênçãos vindas da igreja. Até temos ouvido muitas mensagens que falam de arrependimento. Mas já houve um arrependimento pronto e sincero? Já sentimos do fundo do coração o fato de sermos rebeldes contra Deus?

Se você ainda não se reconheceu como pecador, é preciso fazer isso sem demora! Aos judeus que haviam crucificado Jesus, Pedro disse: “Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados” (At 3.19).

Se já nos arrependemos e somos salvos por Cristo, devemos continuar a nos arrepender pelo resto de nossas vidas. Devemos nos arrepender de todo e qualquer pecado, incluindo aqueles pecados mais sutis, que muitas vezes ficam intocados em nosso coração.

Que possamos pensar como um sábio irmão do passado: “desejo levar meu arrependimento até a porta do céu”.

3. DEVEMOS PRODUZIR FRUTOS DE ARREPENDIMENTO

Em seguida às colocações de Jesus de que todos seus ouvintes precisam se arrepender, Ele conta uma parábola. Na linguagem cotidiana da figueira, Jesus conta que Deus espera frutos de nós.

Creio que, em primeiro lugar, Jesus estava falando do Seu povo Israel. Nação privilegiada por ter sido edificada por Deus. Possuía grandes vantagens. Tais como uma fé histórica em Deus, desde Abraão, passando por Moises, profetas, cultos, etc. (Gn 12.1-2; Dt 7.7-8).

Assim Deus se coloca como o dono da fazenda. Tendo por três anos esperado frutos, resolve pedir ao que cuidava das figueiras que a cortasse, pois ela era uma figueira infrutífera, logo, inútil. Não havia sentido ela fica ocupando a terra sem frutificar.

A resposta do viticultor foi magnânima: deixe por mais um ano que vou cuidar dela. Se der fruto, que benção. Se não der, será cortada.

Muitos veem aqui a misericórdia de Jesus ao interceder pelo mundo; ao mesmo tempo a paciência de Deus em esperar frutos das pessoas. Também serve para nos lembrar que até mesmo a paciência de Deus tem limites. Quem não der fruto será cortado e lançado no fogo do inferno.

CONCLUSÃO

Os primeiros 5 versos do texto convocam todos ao arrependimento. A parábola da figueira inútil reforça essa convocação: “arrependam-se AGORA, sem demora!”.


Encerro com uma poesia citada por William Hendriksen no seu comentário de Marcos (p.221):

Há uma linha que não vemos
Que cruza cada vereda,
A fronteira secreta entre
A paciência de Deus e sua ira.

Oh, onde está essa misteriosa linha
Que cruza nossa vereda,
Além da qual Deus jurou
Que se perde quem ultrapassar?

Quanto pode alguém avançar no pecado?
Até que ponto a misericórdia o poupará?
Onde a graça termina e onde começa
Os confins do desespero?

Do céu uma resposta é enviada:
Você, que de Deus tem se apartado,
Hoje, enquanto é chamado, arrependa-se,
E não endureça seu coração.

Pr. Robson Santana
Igreja Presbiteriana do Brasil

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9 de abril de 2019

Éfeso



ÉFESO - a capital da Ásia proconsular, que era a parte ocidental da Ásia Menor. Foi colonizado principalmente de Atenas. No tempo dos romanos, trazia o título de "a primeira e maior metrópole da Ásia". Distinguiu-se pelo Templo de Diana (q.v.), quem lá teve o seu principal santuário; e por seu teatro, o maior do mundo, capaz de conter 50 mil espectadores. Era, como todos os teatros antigos, aberto para o céu. Aqui eles foram exibidos as lutas de animais selvagens e de homens com bestas (cf. 1Co 4:9; 9:24-25; 15:32).

Muitos judeus tinhas suas residências nesta cidade, e aqui as sementes do evangelho foram semeadas imediatamente após o Pentecostes (At 2:9; 6:9). No encerramento de sua segunda viagem missionária (cerca de 51 d.C.), quando Paulo estava voltando da Grécia para a Síria (At 18: 18-21), ele primeiro visitou esta cidade. Ele permaneceu, entretanto, por um curto período de tempo, enquanto ele se apressava em guardar a festa, provavelmente de Pentecostes, em Jerusalém; mas ele deixou Áquila e Priscila para continuar o trabalho de espalhar o evangelho.

Durante a sua terceira viagem missionária, Paulo chegou a Éfeso pelas "regiões mais altas" (At 19:1), ou seja, das partes do interior da Ásia Menor, e permaneceu aqui por cerca de três anos; (At  19:10). Provavelmente durante esse período as sete igrejas do Apocalipse foram fundadas, não pelos trabalhos pessoais de Paulo, mas por missionários que ele pode ter enviado de Éfeso, e pela influência de conversos que retornavam a seus lares.

Em seu retorno de sua viagem, Paulo tocou Mileto, cerca de 48 quilômetros ao sul de Éfeso (Atos 20:15) e enviando os presbíteros de Éfeso para encontrá-lo lá, ele entregou-lhes aquela despedida  tocante registrada em 20:18-35. Éfeso não é novamente mencionada até próximo ao fim da vida de Paulo, quando ele escreve a Timóteo exortando-o a "permanecer em Éfeso" (1 Timóteo 1: 3).

Dois dos companheiros de Paulo, Trófimo e Tíquico, provavelmente foram, provavelmente, nativos de Éfeso (At 20:4; 21:29, 2Tm 4:12). Em sua segunda epístola a Timóteo, Paulo fala de Onesíforo tendo-o servido em muitas coisas em Éfeso (2 Timóteo 1:18). Ele também "enviou Tíquico a Éfeso" (2 Timóteo 4:12) provavelmente para atender aos interesses da igreja lá. Éfeso é mencionada duas vezes no Apocalipse (Ap 1:11; 2:1).

O apóstolo João, segundo a tradição, passou muitos anos em Éfeso, onde morreu e foi sepultado.

Uma parte do local desta cidade outrora famosa é agora ocupada por uma pequena aldeia turca, Ayasaluk, que é considerada como uma corrupção das duas palavras gregas, hagios theologos; isto é, "o divino santo ".

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EPHESUS. In: EASTON’S Bible Dictionary. Disponível em: http://eastonsbibledictionary.org/1225-Ephesus.php. Acesso em: 9 abr. 2019. Tradução: Robson Rosa Santana.

4 de abril de 2019

A rejeição dos samaritanos e a repreensão aos discípulos (Lucas 9.51-56)



Introdução
Nosso texto mostra uma fase distinta no ministério de Jesus.
Somente em Lucas registra-se essa nova fase em que Jesus toma a decisão de ir para Jerusalém cumprir a Sua missão.
No nosso texto especifico, Jesus está saindo da Galileia, rumo a Jerusalém, mas precisava passar pela Samaria.
Como a multidão era grande, Jesus resolve enviar emissário avisando da comitiva de Jesus e ao mesmo tempo pedindo hospedagem como peregrinos indo para festa da Páscoa em Jerusalém.

Aprendemos nesse episódio lições preciosas:

1)    A determinação de Jesus em cumprir sua missão salvadora em Jerusalém (v.51)
Havia um tempo determinado para os sofrimentos e morte de nosso Salvador.
Por varias vezes em João Ele disse que não era chegadas a sua hora, no entanto, Sua hora estava chegando.
Quando Jesus contemplou esse momento ele olhou através deles e além deles, para glória que deveria se seguir.
1Tm 3.16: “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.”
É nessa perspectiva da glória que Ele vai para Jerusalém.
Aplic.: Rm 8.18: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”

2) A grosseria e rejeição de Jesus em certa aldeia (v.53)
Jesus já havia passado por uma aldeia dos samaritanos antes (João 4) e foi bem recebido por muitos. No entanto, nessa aldeia não os receberam.
Embora Jesus tenha sido educado, enviando pessoas para avisar da necessidade de pousada, mesmo assim não receberam. Pelo contrário, foram muito rudes.
Cremos que Jesus e os seguidores iriam pagar pela hospedagem e alimentação, mas não quiseram. Perderam uma grande chance de poder ouvir do evangelho da graça de Deus!
Aplic.: Os mensageiros de Jesus frequentemente enfrentam tratamento como esse. Devemos estar preparados para isso.

3) O ressentimento de Tiago e João (v.54)
A vontade deles era que acontecesse com essa aldeia o mesmo que Sodoma e Gomorra. Queriam sua destruição por meio do fogo. Há até uma parte louvável em tudo isso: primeiro, eles confiavam no poder de Deus; segundo, eles assim o queriam para honrar Seu Mestre rejeitado.
No entanto, as falhas deles eram maiores, pois Jesus havia sido rejeitado em Nazaré e em Gadara, mas não agiu com juízo contra esses lugares. Pelo contrario, agiu com paciência. Como Jesus destruiria uma cidade, sabendo que muitos dali criam nele?
Aplic.: devemos nós vigiar para não sermos zelosos, porém sem o entendimento bíblico. Rm 10.2 diz: “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento.”

4) A repreensão de Jesus a Tiago e João (v.55)
Primeiro, Jesus diz: “Vocês não sabem de que espírito são”. Jesus está dizendo mais ou menos o seguinte: “esse sentimento e reação não são bons. Isso revela orgulho, paixão e vingança pessoal travestido de zelo por mim”.
Jesus não tinha ensinado isso a eles, mas a amar (até os inimigos), a abençoar, a interceder. Amaldiçoar era o oposto da vocação para o qual foram chamados.
Segundo, Jesus mostra o propósito geral da fé cristã: ”Pois o Filho do homem para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”. Cristo veio para acabar com as inimizades, não para fomentá-las. Ele ensinou aos discípulos a usar de seus maiores esforços para abençoar os outros.


Conclusão
A missão principal de Jesus foi morrer pelos pecadores escolhidos pelo Pai. Obviamente Ele fez e ensinou muitas coisas que servem de modelo para nós.
Enquanto ia para entregar Sua vida como Cordeiro de Deus, ele instrui Seus discípulos, bem como muitos outros aos quais teve oportunidade de ensinar.
Sejam através de sinais ou doutrinas, Jesus estava mostrando a importância do ministério do ensino bíblico, ao mesmo tempo que demonstrava amor e misericórdia para com todos.
Ele veio como o Messias Salvador e no tempo que teve no ministério antes da Sua partida, ele discípulos os Seus sobre viver e ensinar.

Pr. Robson Santana
Igreja Presbiteriana do Brasil

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* Estudo adaptado de Matthew Henry, Mateus a João, p. 590-591.
* Estudos preparados para os cultos semanais nos lares.