14 de abril de 2017

Cronologia da Sexta-Feira da Paixão


4:00 ÀS 6:00 DA MANHÃ
O julgamento de Jesus diante de Anás e Caifás.
(Mateus 26:57-68, Marcos 14:53-65, Lucas 22:66-70, João 18:12-28)

6:00 ÀS 8:00 DA MANHÃ

O julgamento de Jesus diante de Pôncio Pilatos e Herodes. Jesus aparece diante de Pilatos, é enviado a Herodes, e depois de volta a Pilatos, onde é condenado a ser crucificado.
(Mateus 27:1-26, Marcos 15:1-15, Lucas 23:1-25, João 18:28-19: 16)

8:00 ÀS 8:30 DA MANHÃ
Jesus carrega sua cruz, com a ajuda de Simão de Cirene, ao Gólgota.
(Mateus 27:27-32, Marcos 15:16-22, Lucas 23:26-33, João 19:16-17)

9:00 DA MANHÃ (Crucificação)
Jesus foi crucificado: "Era a terceira hora" (Marcos 15:25). Para o povo judeu, a primeira hora do dia foi 6:00 da manhã.
(Mateus 27:35, Lucas 23:33, João 19: 18-22)

9:00 ÀS 9:30 DA MANHÃ
Os soldados dividem a roupa de Jesus. Ele ora por eles.
(Mateus 27:35, Marcos 15:24, Lucas 23:34, João 19: 23-24)

9:30 ÀS 11:00 DA MANHÃ
Os soldados vigiam a crucificação e zombam de Jesus: "Ele não pode salvar a si mesmo. Desce de lá, Filho de Deus"
(Mateus 27: 36-43, Marcos 15: 29-32, Lucas 23: 35-38)

11:00 DA MANHÃ ATÉ MEIO-DIA
Jesus fala da cruz para os ladrões de ambos os lados. O ladrão arrependido pede a Jesus que se lembre dele, e Jesus promete: "Hoje estarás comigo no paraíso". E a sua mãe, a Maria e a João, Jesus diz: "Mulher, aqui está o teu filho. . . . João, aqui está sua mãe.
(Mateus 27:38-44, Lucas 23:39-43, João 19:25-27)

MEIO-DIA
Uma escuridão de três horas desce sobre a terra: "Quando chegou a hora sexta, havia trevas sobre toda a terra até a hora nona".

(Mateus 27:45, Marcos 15:33)

MEIO-DIA ÀS 15:00
A terra treme, a cortina do templo se rasga, e Jesus tem sede.
(Mateus 27:51-54, Marcos 15:38, Lucas 23:45, Mateus 27:46-50, Marcos 15:33-37, Lucas 23:35-38, João 19:29)

15:00
Jesus morre: "À hora nona, Jesus clamou: 'Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?'" Jesus disse: 'Está consumado', e ele entregou o seu espírito ".

(Mateus 27:46, Marcos 15:34-39, Lucas 23:46, João 19:30)

* Essa cronologia é tradução de parte do artigo Good Friday in Real Time, de Russ Ramsey, no site www.thegospelcoalition.org
Disponível em: http://bit.ly/2p3gv3x
Acesso em: 14 abr 2017.

12 de abril de 2017

O Pecado da Incredulidade | Mensagem em Mc 6.1-6

    INTRODUÇÃO
Você já foi desprezado? Todos nós sabemos que efeito negativo causa em nós o desprezo, o escarnio, o desdém, o pouco causo.
Jesus sabia muito bem como era isso. Isaías profetizou sobre ele: “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is 53.3).
Duas questões básicas esse texto traz para nós:
1) Como Jesus reagiu ao desprezo?
2) Como nós mesmos tratamos Jesus? Quem é Jesus para você?

CONTEXTO
Jesus no início de seu ministério passou a morar em Cafarnaum. Cidade à beira do mar da Galileia. Onde em muito ensinou, realizou muitos milagres e chamou 4 dos apóstolos.
Cristo faz uma visita “à sua terra”. Ele nasceu em Belém de Judá, mas viveu Sua vida na cidade de Nazaré. Por isso Ele é também chamado de Jesus de Nazaré.
Jesus queria repartir alguma benção e salvação àqueles da sua família e aos amigos e vizinhos que conhecia pelo nome.

    1. JESUS PREGOU NA SINAGOGA DELES NO SÁBADO
Parece que não houve a mesma procura por Ele como havia em outros lugares, a exemplo de cafarnaum.
Então Ele espera até o dia oficial de culto que era o sábado.
Ele lê as Escrituras e explica para eles.
Aplicação: isso nos ensina que aos domingos a Palavra do Senhor deve ser pregada, assim com Jesus fazia.
Essa é forma bíblica de glorificarmos a Deus quando desejamos de todo coração receber a Palavra dele em nos.

2. AS PESSOAS RECONHECIAM AS COISAS QUE ELE FAZIA, MAS NÃO CRIAM EM QUEM ELE DIZIA QUE ERA
(1)  Reconheciam que Ele falava com grande sabedoria – especialmente por não ter recebido educação formal. Não estudou nas escolas dos mestres da Lei (rabínicas).
(2)  Reconheciam que Ele realizava muitas maravilhas-milagres.
Em outras palavras, eles concordavam que suas palavras vinham do alto e eram confirmadas pelos milagres, mas não chegaram à conclusão correta sobre quem era Jesus.

    3. AS PESSOAS PROCURAVAM DESACREDITÁ-LO
Toda a sabedoria ensinada e os milagres realizados não surtiram efeito nenhum no coração deles.
“Não é este o carpinteiro?” – Jesus, seguindo ofício do padrasto José, também foi um carpinteiro.
(a)  Mais uma vez Jesus demonstrava humildade, ao assumir uma profissão que não tinha muita reputação.
(b)  Ele nos ensina aqui a contra a preguiça e ociosidade.
(c)  Ao mesmo tempo honra o oficio de trabalhos manuais – incentiva aqueles que se sustentam com trabalhos manuais.
Outro motivo de desprezo: Jesus não tinha familiares importantes.
v.3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.”
Mesmo em face das evidências, como afirmou o mestre Nicodemos em João 3, eles se escandalizavam e desprezavam Jesus. Grande era a incredulidade deles. Não aceitavam explicações, a dureza do coração era maior.
                                                              
VEJAMOS COMO JESUS LIDOU COM ESSE DESPREZO E INCREDULIDADE
1) Jesus entendia parcialmente a incredulidade deles
v.4: “Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa.”
Jesus cresceu no meio daquelas pessoas.
Realmente é raro alguém se destacar no seu lugar de origem.
A familiaridade gerou o desprezo. De certa forma isso é até compreensível.
E o sucesso de alguém do meio, muitas vezes gera inveja. Pilatos sabia que Jesus foi entregue por inveja!
                                                                                 
2) Apesar do desprezo, Jesus ainda fez o bem a eles.
Ele curou “uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos”  (v.5)
Mesmo sabendo que não seria reconhecido por isso, Jesus foi bondoso para com os ingratos e maus.
                                                                                                     
3) Jesus “não pôde fazer ali nenhum milagre” (v.5)
Ele realizou, mas não tantas como em outros lugares.
Expressão estranha, como se a incredulidade atasse as mãos de nosso Senhor Todo Poderoso.
Talvez por eles não procurassem para fazer.
É como se eles estivessem fechando as portas para as bênçãos.
                                  
4) Jesus ficou admirado com a incredulidade deles (v.6)
Não é comum a gente ver Jesus admirado com a alguma coisa. Mas Bíblia fala que ele ficava admirado com a fé dos gentios (por exemplo, o centurião – Mt 8.10) e a incredulidade dos judeus.
            
5) Jesus continuou pregando a Palavra
v.6b - “Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar”
às vezes o evangelho encontra melhor recepção em outros lugares, especialmente onde é menos conhecido.
                               
FINALIZO FOCANDO NO TEMA CENTRAL DESSE TEXTO:
O PECADO DA INCREDULIDADE

QUEM É JESUS PARA VOCÊ?! Muitos estão familiarizados com Cristo, mas fatalmente perdidos!
Por quê? A incredulidade é o pecado imperdoável!
Não basta reconhecer que a Bíblia tem ensinos que nos edificam, ou até mesmo que Jesus fez e continua fazendo milagres (fé miraculosa).
É preciso acreditar que Ele é o Filho de Deus encarnado, que morreu na cruz para perdoar nossos pecados e entregar toda nossa vida em obediência a Ele. Essa é a fé genuína e salvadora.
Você crê assim? Ou na prática você o despreza como os de Nazaré?

Robson Rosa Santana

10 de abril de 2017

A missão dos apóstolos e a missão da Igreja (Mc 6.7-13)

INTRODUÇÃO

Em Marcos 3.14-21 Jesus vocaciona os apóstolos, e depois de um tempo de treinamento junto com Ele, observando-O, Jesus os envia pela primeira vez a pregar.

Jesus está treinando seus discípulos, através do processo de mentoria ou discipulado: (1) Ele faz e os discípulos apenas observam; (2) Jesus envia a fazer o que já aprenderam; (3) Jesus corrige e motiva a continuar fazendo a obra; e, por fim, (4) eles teriam de fazer a obra “sozinhos”. Na verdade, sem a presença física de Jesus, mas com o outro Ajudador (paracletos), o Espírito Santo.

Essa missão foi uma missão preliminar a Israel, preparando-os para a missão a todo mundo (Mc 16.15); como embaixadores oficiais de Cristo, revestidos com a autoridade de representá-lo. Quem os recebesse, era o mesmo que receber a palavra de Sua própria boca do próprio Jesus (cf. Mt 10.40). Os Doze eram o novo núcleo de Israel, representando os Doze patriarcas.


1) JESUS DISSE AOS APÓSTOLOS O QUE ELES DEVERIAM FAZER

Os obreiros de Jesus não devem realizar a obra do modo que lhes vier à cabeça. Eles devem seguir as ordens de Jesus quanto ao que pregar e como se comportar enquanto realiza a vontade de Deus.

Três áreas distintas da missão apostólica:

1.1 – Eles pregaram arrependimento

“Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependessem”.

A mensagem do evangelho começa com o aspecto negativo. Há um problema a ser sanado. O ser humano é pecador, tem cometidos crimes contra a Lei de Deus. É preciso começar com o arrependimento: “mudar de mente e logo adaptar a ação a essa mudança” (HDL). “É impossível alguém entrar no Reino dos Céus sem passar pela porta do arrependimento” (HDL).

1.2 – Eles curaram enfermos ungindo-os com óleo

Deus deu autoridade a eles também para curar enfermos. Mostrando, assim, que salvação alcança o homem como um todo: corpo e alma.

“Ungiam com óleo”. O óleo era usado como cosmético, remédio, alimento e combustível, que são funções naturais, mas é também símbolo espiritual.

Nesse caso era símbolo do poder, da presença e da graça do Espírito Santo. Querendo dizer mais ou menos o seguinte: “olhe para Deus para ser curado, e não para nós” (HW).

1.3 – Eles expulsaram demônios

A libertação faz parte do evangelho. Jesus veio para libertar os cativos de satanás. Isaías profetizou que o Espírito viria sobre Jesus a fim de “proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados” (Is 61.1).

At 10.38 também afirma: “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.”


2) JESUS DEU AOS APÓSTOLOS A METODOLOGIA

As ações dos apóstolos deveriam reforçar a mensagem que eles iriam proclamar.

2.1 – Enviados de dois em dois

Há dois aspectos a se destacar nesse envio de dois em dois: cooperação mútua e testemunho válido.

Duas pessoas trabalhando juntas podem realizar mais do que duas em separado. Um ajuda o outro nas decisões a serem tomadas, e assim cometem menos erros. Ajudarão um ao outro nas dificuldades, e assim fracassarão menos. Animarão um ao outro quando vier os tempos de desânimo, prevenirá quanto a ociosidade e indiferença. (cf. Ec 4.9-10 e Hb 10.24-25).

Exemplos: Pedro e João (At 3.1; 4.1, 13, 19); Barnabé e Paulo (At 13.1-3) e Barnabé e Marcos (At 15.39).

E de acordo com a Lei e as tradições da época, testemunho válido teria de ter duas ou três testemunhas (Cf. Dt 17.6; 19.15; 2co 13.1).

2.2 – Deveriam confiar na provisão de Deus

“Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro; que fossem calçados de sandálias e não usassem duas túnicas” (vv. 8-9)

“Somente as coisas que eram absolutamente necessárias deveriam ser levadas na viagem” (WH). Por quê? “porque digno é o trabalhador do seu alimento” (Mt 10.10). “Sobre os que ouvem o evangelho pesa a responsabilidade do sustento dos que os trazem” (WH).

Jesus queria que eles fossem devidamente supridos, mas não a ponto de deixarem de viver pela fé. Deveriam fazer a obra confiando em Deus, sem ostentação ou exploração dos ouvintes.

2.3 – Deveriam ser sensíveis à cultura do povo

A hospitalidade era algo sagrado no Oriente: saudação, lavar os pés, alimentar e acompanhar na despedida. Os apóstolos deveriam respeitar a hospitalidade comendo o que fosse oferecido, sem ficar fazendo exigências. Logo, não deveriam ficar mudando de casa. “O evangelho deve ser anunciado dentro do contexto cultural de cada povo” (HDL).

Esse aspecto é de grande aplicabilidade nas missões transculturais em todos os tempos. Não é necessário impor a cultura do missionário. Respeita-se e até a usa, no limite que não comprometa ao Evangelho e não seja pecaminoso em si.


3. JESUS ENSINOU QUE SE DEVE APROVEITAR AS PORTAS ABERTAS E NÃO FORÇAR AS FECHADAS

Onde quer que fosse, se as portas fechassem, não deveriam permanecer, a exemplo de Jesus em terras Gadarenas e em Nazaré. Paulo orou por portas abertas (Ef 6.19-20), onde se abriam, ele continuava pregando. Onde se fechavam, ele partia. “O critério do investimento era ao vislumbre de portas abertas” (HDL).

Jesus alerta aqueles que fecham as portas. Os discípulos deveriam “sacudir o pó das sandálias”. Era tradição dos judeus, ao sair de um território pagão e entrar em Israel, sacudir o pó das sandálias e roupas.

Paulo e Barnabé fizeram isso em Antioquia da Pisídia, “em protesto contra eles” (At 13.50-51).

Significado: declaração pública do desprazer divino sobre o lugar que se recusa a ouvir o evangelho. “Não há salvação onde a Palavra de Deus é rejeitada” (HDL). Um dos maiores pecados que alguém pode cometer é ouvir o Evangelho e desprezá-lo. Ouvir e não se arrepender.

O que estamos fazendo com o evangelho?

Já recebemos o evangelho em nossos corações? Estamos de fato seguindo a Cristo? Se não estivermos, somos piores que os idolatras pagãos. Pois estes nunca ouviram falar de Jesus.

Haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra (Mt 10.15) do que para aqueles que já ouviram, mas não assumem um compromisso verdadeiro com Jesus.

Quantas vez ouvimos de pessoas crentes que sabem que estão vivendo em pecado, mas não desejam mudar de vida!?


CONCLUSÃO

Algumas implicações demandam dessas palavras de envio de Jesus:

1) O modelo visto em Jesus deveria ser aplicado no treinamento de seus obreiros, em todos os tempos: mentoria.

2) Assim como Jesus enviou os apóstolos para Israel e depois, para o mundo, a Igreja também é enviada (Jo 17.18).

3) Ele não somente envia, mas também capacita. Ele já enviou Seu Espírito sobre a Igreja no dia de Pentecostes (At 2)

Confiemos na metodologia e na provisão de Deus. Ele é Senhor da história. Ele cuida dos seus. Resta-nos sermos obedientes. A obediência determina o avanço.
Em suma aprendemos de Jesus o que fazer, como deveria ser realizado e aproveitar as oportunidades, procurando por portas abertas.


Robson Rosa Santana



Pesquisa:
Hernandes Dias Lopes [HDL]. Marcos. Ed. Hagnos.
J. C. Ryle [JCR]. Meditações no Evangelho de Marcos. Ed. Fiel
Matthew Henry [MH]. Mateus a João. Ed. CPAD.
Robertson. Word Pictures. Bible Work [CD/ROM]
William Hendriksen [WR]. Marcos. Ed. Cultura Cristã.