30 de setembro de 2015

10 Maneiras Simples de Ser Missional

... sem acrescentar nada à sua programação

Tim Chester 
1. Coma com outras pessoas
    Todos nós comemos 3 refeições por dia. Isso são 21 oportunidades da igreja e missão a cada semana, sem acrescentar nada de novo a sua programação. E as refeições são uma poderosa expressão de boas-vindas e comunidade.

2. Trabalhe em locais públicos
Realize reuniões, prepare palestras, leia em espaços públicos como cafés, bares e parques. Isso irá, naturalmente, ajudá-lo a se envolver com a cultura como trabalho ou plano. Por exemplo, quais perguntas que você quer abordar em seus estudos bíblicos - aquelas da exegese profissional ou as da cultura?

3. Seja regular
Adote um café local, bar, parque e lojas para que você visitar e conhecer como local regularmente. Imagine se todos da sua comunidade evangélica fizerem isso!

4. Junte-se ao que está acontecendo
As igrejas muitas vezes começam suas próprias coisas como um café ou programa de desabrigados. Em vez disso, junte-se às iniciativas existentes - você não tem o ônus de executá-las e você terá oportunidades com os colaboradores.

5. Deixe sua casa à noite
É tão fácil depois de um longo dia em uma noite escura ficar na frente da televisão ou navegar na internet. Saia! Visite um amigo. Leve um bolo para um vizinho. Participe de um grupo local. Vá ao cinema. Frequente um café. Vá para uma caminhada com um amigo. Não importa onde, desde que você vá com intencionalidade de evangelizar.

6. Sirva seus vizinhos
Remova as ervas daninhas do jardim de um vizinho. Ajudar alguém a jogada. Coloque uma prateleira. Seja voluntário em um grupo local. Pode ser uma noite por semana ou um dia por mês. Tente fazer isso com outros membros de sua comunidade evangélica para que se torne um projeto comum. Então as pessoas vão ver o seu amor uns pelos outros e vai ser mais fácil falar sobre Jesus.

7. Compartilhe a sua paixão
O que você gosta? Encontre um grupo local que compartilha sua paixão. Seja missional e se divirta ao mesmo tempo!

8. Saia com seus colegas de trabalho
Passe seu tempo de almoço com os colegas. Saia para uma bebida depois do trabalho. Compartilhe a viagem para o trabalho.

9. Caminhe
Andar permite que você se envolva com sua vizinhança ao nível da rua. Você percebe coisas que não dar para fazer em um carro. Você é visto e conhecido no bairro.

10. Caminhe e ore
Caminhe nas redondezas do seu bairro usando o que você vê como combustível para a oração. Ore pelas pessoas, casas, empresas, grupos comunitários e as necessidades da comunidade. Peça a Deus para abrir os olhos para onde Ele está trabalhando e para encher seu coração de amor pelo seu bairro.


Original em inglês: 10 simple ways to be missional
Disponível em: http://www.vergenetwork.org/2011/10/04/tim-chester-10-simple-ways-to-be-missional/
Acesso: 29 de Set. 2015.
Tradução: Robson Rosa Santana

29 de setembro de 2015

Missões: um investimento de consequências eternas

Por Rev. Hernandes Dias Lopes
    
Jesus, o Filho de Deus, deixou a glória que tinha com o Pai, no céu, e veio ao mundo, encarnou-se e habitou entre nós. Veio como nosso representante e substituto. Veio para morrer em nosso lugar. Seu nascimento foi um milagre, sua vida foi um exemplo, sua morte foi um sacrifício vicário, sua ressurreição uma vitória retumbante. Jesus concluiu sua obra redentora e comissionou sua igreja a ir por todo o mundo, proclamando o evangelho a toda a criatura. Por essa razão, a obra missionária merece nossos melhores investimentos. Destacamos, aqui, dois investimentos que devemos fazer na obra missionária:
     Em primeiro lugar, o investimento de recursos financeiros. A Bíblia diz que aquele que ganha almas é sábio (Pv 11.30). Investir na obra missionária é fazer um investimento para a eternidade; é fazer um investimento de consequências eternas. Nada trouxemos para este mundo nem nada dele levaremos. Os recursos que Deus nos dá não são apenas para o nosso deleite. Devemos empregar, também, esses recursos para promover o reino de Deus, levando o evangelho até aos confins da terra. A contribuição cristã não é um peso, mas um privilégio; não é um fardo, mas uma graça. Deus nos dá a honra de sermos cooperadores com ele na implantação do seu reino. Não fazemos um favor para Deus contribuindo com sua obra; é Deus quem nos dá o favor imerecido de sermos seus parceiros. Estou convencido, portanto, de que a melhor dieta para uma igreja é a dieta missionária. Quando Oswald Smith chegou à Igreja do Povo, em Toronto, com vistas a assumir o pastorado daquela igreja, fez uma série de conferências de uma semana. Nos três primeiros dias pregou sobre missões. A liderança da igreja reuniu-se e disse ao pastor que a igreja estava com muitas dívidas e que aquele não era o momento oportuno de falar sobre missões. Smith continuou nessa mesma toada e no final da semana fez um grande levantamento de recursos para missões. O resultado é que aquela igreja, por longas décadas, jamais enfrentou crise financeira. Até hoje, ela investe mais de cinquenta por cento de seu orçamento em missões mundiais.
     Em segundo lugar, investimento de vida. A obra de Deus não é feita apenas com recursos financeiros, mas, sobretudo, com recursos humanos. Fazemos missões com as mãos dos que contribuem, com os joelhos dos que oram e com os pés dos que saem para levar as boas novas de salvação. Tanto os que ficam como os que vão são importantes nesse processo de proclamar o evangelho de Cristo às nações. Os missionários que vão aos campos e as igrejas enviadoras precisam estar aliançados. William Carey, o pai das missões modernas, disse que aqueles que seguram as cordas são tão importantes como aqueles que descem às profundezas para socorrer os aflitos. Os que guardam a bagagem e os que lutam no campo aberto recebem os mesmos despojos. Devemos fazer missões aqui, ali e além fronteiras concomitantemente. Devemos empregar o melhor dos nossos recursos, o melhor do nosso tempo e da nossa vida para que povos conheçam a Cristo e se alegrem em sua salvação.
    Alexandre Duff, missionário presbiteriano na Índia, retornou à Escócia, seu país de origem, depois de longos anos de trabalho. Seu propósito era desafiar os jovens presbiterianos a continuarem a obra missionária na Índia. Esse velho missionário, numa grande assembleia de jovens, desafiou-os a se levantarem para essa mais urgente tarefa. Nenhum jovem atendeu seu apelo. Sua tristeza foi tamanha, que ele desmaiou no púlpito. Os médicos levaram-no para uma sala anexa e massagearam-lhe o peito. Ao retornar à consciência, rogou-lhes que o levassem de volta ao púlpito, para concluir seu apelo. Eles disseram: “O senhor não pode”. Ele foi peremptório: “Eu preciso”. Dirigiu-se, então, aos moços nesses termos: “Jovens presbiterianos, se a rainha da Escócia vos convidasse para ir a qualquer lugar do mundo como embaixadores, iríeis com orgulho. O Rei dos reis vos convoca para ir à Índia e não quereis ir. Pois, irei eu, já velho e cansado. Não poderei fazer muita coisa, mas pelo menos morrerei às margens do Ganges e aquele povo saberá que alguém o amou e se dispôs a levar-lhe o evangelho”. Nesse instante, dezenas de jovens se levantaram e se colocaram nas mãos de Deus para a obra missionária!

Fonte: Facebook

Atitudes com relação a Deus (1 Ts 5.16-22)

Há várias exortações do Apostolo nessa parte final de 1 Tessalonicenses 5.12-22.
Nos versos 12-13 Paulo fala sobre Como Tratar os Líderes da Igreja (a relação líderes-liderados - organização)
Os versos 14-15 fala sobre Como Lidar com Pessoas Difíceis (Uns aos outros )
O texto da nossa mensagem nos vv. 16-22 tem a ver com nossa atitude com relação a Deus.
Vemos aqui sobre nosso relacionamento com Deus Pai e com o Espírito Santo.

Como deve ser nossa atitude com relação a Deus nesse texto?

1) ATITUDES COM RELAÇÃO AO PAI
1.1 - Regozijai-vos sempre.
NVI – alegrem-se sempre.
A vida dos irmãos daquela época não era fácil. Havia muita perseguição. Paulo temia que eles ficassem tristes e desanimados.

Por que a Bíblia nos exorta a ficar alegre num contexto desse?
A Bíblia está falando de alegria espiritual.
Mesmo com injúrias, difamações, perseguições, há dentro do crente a fonte da verdadeira alegria: JESUS CRISTO.
Paulo afirma esse paradoxo de forma resumida em 2 Co 6.10: “...entristecidos, mas sempre alegres;”
Essa alegria vem de uma profunda gratidão pelo que Deus já fez, está fazendo e fará, bem como por quem Deus é (soberano, misericordioso, fiel, onipotente, onisciente, onipresente, amoroso, etc.)
Nesta mesma epístola o apóstolo Paulo dá o exemplo pessoal em 3.7-9; 3.1; 4.4, 10.

1.2 - Orai sem cessar
Associado com a alegria vem a oração.
Pois só podemos encontrar alívio dos nossos problemas, e até mesmo se alegrar no tempo da dificuldade, quando apresentamos as nossas necessidades diante do Pai.
Essa ordem de orar incessantemente é justamente para nos ensinar a sempre estar colocando toda nossa vida perante o altar do Senhor.
Isso se dá através dos vários aspectos da oração: confissão, louvor, ações de graças, pedidos pelos outros ou para nós mesmos.
Somente através da oração contínua chegaremos ao momento que Deus colocará louvores em nossa boca.
Jesus já havia ensinado “sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 11.1).

1.3 – Em tudo graças dai
NVI- “Deem graças em todas as circunstâncias”
“Quando uma pessoa ora sem dar graças, ela está cortando as asas da oração, de forma que a mesma não pode voar” (William Hendriksen).
Esses três mandamentos é completado com ações de graças em qualquer circunstância da vida.
Assim como a alegria está relacionado com a oração, do mesmo modo a oração está relacionada com a gratidão.
Sei que é fácil dar graças a Deus quando tudo vai bem.
Mas como devemos ser gratos quando as situações que encaramos são dolorosas?
Em última análise, devemos compreender e confiar nas promessas da Escritura e como Deus usa o sofrimento como uma ferramenta na realização de Seus propósitos soberanos nesta vida (providência).
Em Romanos 8.35-37 está escrito que não somos apenas vencedores, mas mais que vencedores.
Qual a justificação para nos alegrarmos sempre, orarmos sempre e darmos graças em todas as circunstâncias?
“porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
Esta é a vontade do Senhor por causa da obra redentora e da revelação de Jesus.
Estar “em Cristo Jesus” é a nossa maior motivação para obedecer à vontade de Deus.
É por causa nossa união com Cristo que temos capacidade de cumprir a vontade de Deus.

2) ATITUDES EM RELAÇÃO AO ESPÍRITO E SEUS DONS
2.1. Não apagueis o Espírito
No sentido figurado que é usado aqui em relação ao Espírito, que dizer não abafar, não reprimir, não restringir.
Pois a obra do Espírito é como o fogo que ilumina, aviva e purifica a alma.
Jesus batizou sua igreja com Espírito e fogo (Mt 3.11 Lc 3.16 At 2.3, 33)
O cristão pode abafar ou limitar a ação do Espírito ao tolerar desejos e impulsos carnais ou nos dedicarmos apenas às coisas deste mundo.
O Espirito está agindo no coração do crente, mas quando ele cede ao pecado, ele está resistindo ao Espírito.
Até mesmo quando não se reconhece o pecado e o abandona, você está entristecendo o Espírito do Senhor e apagando-O no seu coração.
E também ao rejeitar indiscriminadamente pessoas usadas com o dom do Espírito, como o dom de profecias, que cremos seja o de pregar a Palavra de Deus.

2.2. Não desprezeis as profecias
 “O dom de profecia era a habilidade de receber e comunicar revelações diretas de Deus antes do Novo Testamento ser completado (1Co 13.8)” (Thomas L. Constable).
Na Igreja Primitiva havia pessoas com o dom de profecia.
Por exemplo, o profeta Ágabo profetizou que viria a fome nos dias do Imperador romano Cláudio (At 11.28) e em outro momento pegou um cinto amarrou Paulo nas mãos e pés profetizando sua prisão na Judéia (At 21.10-11).
Alguns de Tessalônica estavam rejeitando as profecias.
Como podemos aplica essa admoestação hoje? Quando alguém prega a Palavra e os crentes sabem que  mensageiro está expondo a verdade de Deus, e mesmo assim, despreza essa profecia. Resiste-se, desse modo, à ação do Espirito Santo.
Pois estamos negligenciando ou desdenhando dos meios de Deus derramar suas graças.
Ate mesmo quando, às vezes, a mensagem da Palavra é conhecida. Não aprendemos mais do que já sabíamos. Mesmo assim não devemos desprezar.

2.3. Julgai todas as coisas
Mesmo sendo ordenados por Deus para não desprezar profecias, devemos julgar, examinar ou por à prova todas as coisas que recebemos como mensagem da Palavra de Deus.
Pois sempre houve falsos profetas e profecias falsas, seja no tempo de Jeremias, seja no tempo de Jesus, durante toda a história da igreja e nos nossos dias.
O apostolo João disse para a gente provar os espíritos para vermos se eles procedem de Deus.
Temos o instrumento para provar as mensagens dos pregadores: a Bíblia. A Bíblia é infalível!
Quando os papas manifestam sua vontade eles são considerados infalíveis pela Igreja, mas a verdadeira ferramenta de aferição da verdade são as Escrituras do Antigo e Novo Testamentos.
Os verdadeiros cristãos devem ser como os da cidade de Beréia. “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.” (Atos 17.11)
Ao fazer esse julgamento ou exame dos pronunciamentos proféticos, devemos reter aquilo que é bom. Devemos tomar cuidado para não rejeitar tudo de uma mensagem por causa de algo errado que a pessoa falou. A Palavra aqui nos diz. “Examinem tudo, fiquem com o que é bom e evitem todo tipo de mal.”
Evitar toda forma de mal trazida por falsas mensagens de Deus, ou qualquer outra forma que vá de encontro ao que já está escrito na Palavra.

Conclusão
Essa parte de 1 Tessalonicenses contém várias exortações apostólicas de como devemos nos relacionar com os líderes, com irmãos mais difíceis, com todos, com Deus  e com o Espírito e a pregação da sua Palavra.
Que o Senhor nos ajude a não desprezar a profecia desta mensagem, para que obedeçamos em tudo, pois essa é a Sua vontade, em Cristo Jesus.

Robson Rosa Santana

19 de setembro de 2015

Missão em Mateus

John D. Harvey

    O tema de missão no evangelho de Mateus corresponde aos quatro períodos de sua compreensão da história da salvação. 
   [1] Antes do tempo de João Batista, os profetas engajaram-se em uma missão de proclamar a promessa a ser cumprida no Messias. 
   [2] A missão redentora de Jesus cumpriu essa promessa e resultou no perdão dos pecados. 
   [3] Os Onze foram confiados com a missão de fazer discípulos de todas as nações – discípulos que compreendem e agem em todas as palavras de Jesus, incluindo aquelas no final do evangelho de Mateus. 
   [4] Esta missão autoperpetuante da igreja finalizará no retorno do Filho do Homem. Ao tempo em que os anjos serão encarregados com a missão de fazer a colheita da terra e de separar os justos, que receberão a salvação, dos maus, que receberão julgamento. Mateus assim apresenta um quadro abrangente do modo em que os propósitos de Deus para salvação e julgamento serão realizados.
    A igreja hoje está diretamente dentro do terceiro período da estrutura da história da salvação de Mateus. Sua missão, portanto, é clara: enviada por aquele que tem toda autoridade, que capacita a supera qualquer obstáculo e que está presente com eles, os seguidores de Jesus devem fazer discípulos de todas as nações, discípulos que são obedientes em realizar a tarefa confiada a eles.


Conclusão do capítulo 'Mission in Matthew', do livro Mission in the New Testament, (1998, p.136).
Tradução: Robson Rosa Santana

17 de setembro de 2015

Dez princípios essenciais para a Educação Cristã


Dez princípios essenciais para a educação cristã, segundo as orientações da Palavra de Deus, baseados no livro de J. M. Price, A Pedagogia de Jesus: o mestre por excelência (Ed. Juerp, 1990). O que estiver entre aspas é citação dele.

1. A PERSONIFICAÇÃO DA VERDADE
“O elemento mais importante na qualificação de qualquer professor é justamente o que ele é em si”
A mensagem que ensinamos tem pouco valor se não for respaldada com a nossa própria vida. Jesus foi a própria encarnação da verdade. Disse Ele: “Eu sou ... a verdade” (Jo 14.6). Jesus viveu cem por cento daquilo que ensinou. Ele era a plenitude daquilo que ensinava. Não só a plenitude, mas Ele estava além do que ensinava. Às vezes aquilo que tinha para ensinar era tão elevado que seus discípulos não estavam aptos para receber. Disse Ele: “Tenho ainda muito o que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (Jo 16.12).
Implicação: em primeiro lugar, a personificação da verdade reveste o professor de autoridade. Não é uma autoridade imposta pelo cargo ou função que se ocupa. Mas algo que flui de sua própria pessoa. Marcos registrou assim o que o povo pensava a respeito de Jesus: “Maravilhavam-se de sua doutrina, porque os ensinava como quem tinha autoridade e não como os escribas” (Mc 1.22). Em segundo lugar, essa encarnação da verdade inspira confiança nos alunos. “A maior coisa que seus discípulos aprenderam de seus ensinos não foi a doutrina, e, sim, a sua influência. Até a última hora de suas vidas, a maior coisa foi o terem estado com Jesus” (Marquis, 1918, p.68).

2. A CRENÇA NO ENSINO
“Jesus viu no ensino a gloriosa oportunidade de formar os ideais, as atitudes e a conduta do povo em geral”.
O processo do ensino é prolongado e exige muita paciência. Acima de ser um orador, reformador ou chefe, Jesus foi um mestre. Por isso Ele não lançou mão de métodos políticos, de merchandising ou de poder. Ele usou o método educativo. Após a Sua morte e ressurreição, Jesus é especialmente tratado como Senhor, mas quanto ao Seu ministério terreno Ele era Mestre. Nicodemos, membro do Sinédrio, disse: “Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus” (Jo 3.2).
A crença no ensino era tal em Jesus que é perceptível o modo enfático e agressivo que desempenhou esta atividade. Não havia lugar ou tempo para Ele expor Seus ensinos: “no Templo, nas sinagogas, no monte, nas praias, na estrada, próximo a um poço, nas casas, em reuniões sociais, em público e em particular” (Price, 1990, p.16,17).
Implicação: o mestre cristão deve crer no método educativo. Jesus confiava tanto neste método que fez de Seus discípulos mestres. Por isso, devemos nos dedicar ao ensino. Como diz Paulo: “... o que ensina esmere-se no fazê-lo” (Rm 12.7).

3. COMPREENSÃO DA NATUREZA HUMANA
“Assim como o médico precisa diagnosticar antes de receitar qualquer remédio, também o professor precisa compreender a vida humana e seus problemas, para depois aplicar o remédio escriturístico”.
Juntamente com o conhecimento das Escrituras, é imprescindível a compreensão da natureza daqueles a quem vamos ensinar. Porque não podemos aplicar as verdades bíblicas à vida deles, se não os conhecermos bem e suas necessidades intrínsecas.
Segundo a tradução de Moffatt de João 2.25, “bem sabia ele (Jesus) o que estava na natureza humana”. Obviamente que nós não penetraremos tão íntimo no coração humano como Jesus, mas devemos nos esforçar e pesquisar ao máximo a respeito da natureza humana e dos nossos alunos especificamente.
Implicação: o conhecimento mais aprofundado do ser humano em si tem por finalidade atingir com mais precisão o ensino que queremos ministrar, como também solucionar as necessidades mais íntimas e ocultas do coração humano.

4. FORMAÇÃO DE IDEAIS VIRTUOSOS
“Os ideais são no mundo as forças impessoais mais poderosas para a construção do caráter”.
Jesus procurou forjar ideais justos e retos na vida de seus discípulos. “Sede vós perfeitos como é perfeito o vosso Pai celestial” (Mt 5.48). Ele não queria somente imputar seus ensinos na cabeça de seus ouvintes, porem gerar neles uma compreensão mais acurada da essência de Deus e de sua atitude para com os homens. Por isso, Jesus apresentava o Pai cheio de amor que se ressente do mal, e não como um monarca transcendente que não se preocupa com a sua criação. Seu desejo maior era formar o caráter das pessoas para que vivessem uma vida íntegra por amor ao Pai e assim O obedecesse. Não com a preocupação pelas regras propriamente ditas (o que leva ao legalismo). Por isso, o povo afluía para Jesus, porque Ele alimentava seus corações com as verdades que eles tanto desejavam.
Implicação: já disse o sábio Salomão: “assim como pensa em seu coração, assim é o homem” (Pv 23.7). Se o ensino é o remédio que trata dos problemas e situações da vida, não podemos esquecer de fundamentar a mente de nossos alunos com as verdades eternas, edificando, assim, sólidos ideais de vida.

5. CONVERSÃO A DEUS
“A principal tarefa do professor é propriamente relacionar seu discípulo com Deus”.
A conversão deve ser a primeira preocupação do professor quando ele quer transmitir os princípios do reino de Deus. As doutrinas do evangelho não serão compreendidas se o homem não for regenerado. Essa foi a mensagem inicial de João Batista e Jesus Cristo: “arrependei-vos e convertei-vos...”. Quando Jesus conversou com o mestre Nicodemus, Ele disse: “Quem não nascer de novo não pode ver o reino do Deus” (João 3.3). A conversão é o ponto de partida para o desenvolvimento de uma espiritualidade genuinamente cristã. Dela resultam novas motivações, atitudes e disposições. O professor deve levar o aluno a se relacionar com Deus. Como diz Price: “cada professor de Escola Bíblica Dominical deve ensinar, orar e agir para que cada aluno submeta sua vida a Deus o quanto mais cedo possível. Cada um de seus alunos deve vir a dizer como o filho pródigo: ‘Levantar-me-ei e irei ter com meu pai’ (Lucas 15.18)” (Price, 1990, p.52).
Implicação: de corações regenerados e exercitados na comunhão com Deus é que se espera verdadeira compreensão e prática dos ensinos do Mestre.
  
6. O RELACIONAMENTO COM O PRÓXIMO
“O viver cristão envolve relações retas para com o homem, assim como para com Deus”.
O relacionamento cristão envolve esses dois aspectos: Deus e o próximo. Veja as palavras do Senhor Jesus Cristo: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Marcos 12.31). O apóstolo João também diz acerca desse relacionamento com o nosso semelhante: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” ( 1João 4.20). Nesse relacionamento de amar ao próximo Jesus é o nosso paradigma.
Implicação. Dar-nos ao nosso próximo. Esse foi o sentimento-atitude do Pai para com os Seus escolhidos: “Deus amou... que deu...” (João 3.16). Jesus: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua própria vida em favor de seus amigos” (João 15.13). Portanto, esse princípio requer de nós um amor-doação, o negar-se a si mesmo, bem como ter paz com todos os homens, o quanto depender de nós. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (João 13.35).

7. RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS DA VIDA
"Em todos os seus ensinos Jesus nunca esqueceu dos problemas íntimos de seus ouvintes, e sempre buscou resolvê-los, para fazer deles felizes e unificados”.
Há vários textos contendo várias situações mostrando como Jesus tratava dos problemas pessoais de seus ouvintes. Nota-se que a ênfase do seu ensino era ajudar as pessoas a resolverem esses problemas. Por isso, Ele não usou expressões gerais ou coletivas, mas, sim, aspirava despertar neles virtudes particulares.
Podemos ver alguns exemplos desse tratamento pessoal de Jesus quando lidou com pessoas e revelou suas necessidades, tais como: a mulher samaritana (Jo 4.1-30); Nicodemos, ao expor-lhe a necessidade do novo nascimento (Jo 3.1-21); o jovem rico e seu problema de avareza (Mc 10.17-34).
Implicação. O professor da E.B.D. deve se preocupar com as necessidades de seus alunos, e sempre que possível trazer respostas práticas para seus problemas.

8. PREPARAÇÃO PARA A OBRA
“A tarefa final do Mestre dos mestres foi preparar e treinar seus discípulos para que espalhassem por todo o mundo os seus ensinamentos”.
Quando Jesus convocou seus discípulos, Ele disse: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). De acordo com Marcos antes também Ele havia agido assim: “então designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar” (Mc 3.14). Com amor e paciência Jesus preparou seus discípulos para a grande comissão. O que estava envolvido nessa preparação? Primeiro, associação pessoal, assim eles aprenderam por meio do exemplo e imitação. Segundo, como diz Price, "ouvindo com os ouvidos", através dos ensinos incomparáveis de Jesus, numa variedade de circunstâncias e de assuntos. Terceiro, Jesus confiou a eles a prática do que aprenderam: batismo, missão dos doze, missão dos setenta, etc.
Implicação. Os mestres devem treinar outros para o serviço cristão. O ensino não deve ser desprovido de propósito. É necessário estabelecer esse propósito, e preparar os meios para tal.

9. LIBERDADE DE AÇÃO DO ALUNO
“Não é aquilo que você diz ou conta ao aluno, e, sim, aquilo que ele pensa depois de ouvir suas palavras; não é aquilo que você faz por ele, e, sim, a reação dele que determina o seu desenvolvimento. O ensino só obtém êxito quando leva o aluno a agir” (J. M. Price).
A tarefa do mestre é fornecer aos alunos princípios essenciais de fé e prática cristã. Preparando-os para que por si próprios possam tomar decisões acertadas na vida.
Por isso, devemos despertar a atividade intelectual do aluno, motivando-o à ação. Como diz Price: "O Evangelho de Jesus era de pensamento e ação, bem como de ouvir, sentir e praticar".
Implicação. O bom mestre é aquele que não somente sabe transmitir o ensino ao aluno, mas que o prepara para a ação correspondente ou implícita.

10. FORMAÇÃO DE PESSOAS MADURAS
“Jesus desejava desenvolver em seus seguidores aquelas graças que lhes possibilitariam conjurar suas fraquezas e vícios e fazer deles caracteres fortes, íntegros e verdadeiramente cristãos”.
Jesus sempre desenvolveu no seu ministério um ensino que libertassem os seus das várias práticas que degeneram a personalidade humana. Ele despertava, motivava um caráter sadio nas pessoas. Para isso é preciso uma ação transformadora e contínua do Seu Espírito. As bem-aventuranças é exemplo desse desejo de Jesus de que os homens tivessem uma vida mais íntegra e feliz. Não só as bem-aventuranças mostram isso, mas todo o ensino do monte. Jesus era supra legalista. Ele não veio revogar a lei, mas dar o sentido real e pretendido por Deus. Não bastava somente o cumprimento, mas o como se cumpria. Qual verdadeiramente era a motivação e intenção do coração (Mt 5.21-32; 43-48).
Implicação. O mestre deve preparar os seus alunos para uma vida íntegra e elevada. É necessário despertar neles estas virtudes que os levem a viver uma vida cristã sadia. Nossa tarefa como mestres é aperfeiçoar os santos até que eles cheguem “à maturidade, atingindo a medida da estatura de Cristo” (Ef 4.11 - NVI).

Pr. Robson Rosa Santana





7 de setembro de 2015

Recuperando a Paixão Missional da Igreja

por Ed Stetzer

    Para que a igreja recupere sua paixão missional, precisamos recuperar o nosso senso perdido da glória impressionante e abrangente da missão de Deus. A maioria dos cristãos não negam as doutrinas ortodoxas da Escritura. Nós compreendemos o fato de que Deus se revelou a nós como Senhor e Rei. Mas para usar as palavras do autor David Wells, a igreja moderna tem sido "enjaulada" por uma diminuição de quem Deus realmente é.
    Temos de nos desvencilhar de um Deus que podemos usar, para um Deus que devemos obedecer; nós temos de voltar de um Deus que vai preencher a nossa necessidade, para um Deus diante de quem devemos render nossos direitos para nós mesmos. Ele é um Deus para nós, para a nossa satisfação - não porque aprendemos a pensar nele dessa forma por meio de Cristo, mas porque aprendemos a pensar nele dessa maneira através do mercado. Tudo é para nós, para o nosso prazer, para nossa satisfação, e temos de assumir que deve ser assim na igreja também.
    Nós temos encolhido Deus para o nosso tamanho. Nós limitamos a abrangência de sua missão em nossas mentes. Nós involuntariamente compramos a ideia de que o progresso é mais importante do que a redenção.
    E é principalmente por isso que o nosso zelo pela evangelização e o evangelho tem sido minado - não porque nós não nos importamos, não porque não sabemos o que fazer. Temos simplesmente substituído o propósito de Deus para o mundo com o nosso próprio propósito para o mundo. Mesmo quando servimos, ajudamos, damos e compartilhamos, muitas vezes fazemos essas coisas a partir de um senso de obrigação ou um desejo de impressionar. Nós nos tornamos uma igreja dirigida por muitas motivações diferentes, mas muito raramente por um desejo singular para glorificar a Deus. Wells está certo: "Não seremos capazes de recuperar a visão e compreensão da grandeza de Deus até que nós recuperemos uma compreensão de nós mesmos como criaturas que foram feitas para conhecer tal grandeza."
    A mensagem que emana da vida e obra do apóstolo Paulo, que foi sem discussão o missionário mais produtivo na história da igreja, é que não podemos esperar para sermos fieis ou eficazes no serviço do reino enquanto formos excessivamente preocupados com nossas próprias necessidades.
    Em duas ocasiões, ele chamou a si mesmo um "embaixador". Esse é um trabalho muito importante. Onde eu cresci em Nova York, aquelas eram as pessoas que não têm de pagar estacionamento. Eles eram importantes. E Paulo disse: "Nós somos embaixadores de Cristo" (2 Co 5.20). No entanto, a única outra vez que o lemos referindo a si mesmo por esse título, ele disse que era um "embaixador em cadeias" (Ef 6.20). Sim, ele era um embaixador - assim como nós somos - ainda que o papel de embaixadores, representando o Rei Jesus, não queira dizer que Paulo não teve dificuldades.
    Ninguém sobrevive ao tratamento severo e abusivo que ele suportou sem viver para algo maior que si mesmo. Podemos supor, então, que Paulo era simplesmente dedicado às pessoas que ele foi chamado a servir. Sua compaixão por eles, seu interesse altruísta por eles, seu desejo de que eles experimentassem o fruto do Evangelho: tudo isso deve ter cooperado para fazer dele uma força imparável.
    Bem, sim, Paulo foi dedicado às igrejas e as pessoas que as compunham. Ele possuía um zelo incomum para ver os outros convencidos da verdade evangélica e redimidos através da misericórdia e graça eternas de Deus. Mas não era a preocupação por seus próximos que, em última análise, motivou Paulo a tais extremos de esforço espiritual e sacrifício. Era o amor de Jesus que o "constrangia" (2 Co 5.14). "Viver é Cristo", disse ele (Fp 1.21).
    E nós, também, se quisermos ser fiéis ao nosso chamado, devemos viver supremamente para a glória de Deus e para o que ele está fazendo por meio de seu Filho em nosso mundo.
    Se não estamos nesta missão, então devemos nos perguntar o que estamos fazendo aqui. Estamos apenas trabalhando para tornar a igreja um lugar mais aceitável para os nossos amigos e vizinhos? Estamos à procura de um lugar agradável para se socializar nas noites de quarta-feira? Será que estamos girando manivelas e polias espirituais porque pensamos que a igreja deve fazer essas coisas, porque nós nos sentimos melhores a respeito de nós mesmos quando fazemo-las?
    A única coisa que realmente importa é a seguinte: o nosso Deus tem uma missão. É por isso que ele enviou Jesus aqui em termos subversivos. E é por isso que ele estabeleceu a igreja - igrejas como a sua e igrejas como a minha - para juntar-se a Ele na missão de restabelecer a sua glória sobre toda a criação.
    É por isso que Deus deu a sua igreja as "chaves do reino dos céus," para que "o que ligares na terra terá sido ligado nos céus, e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus" (Mt 16.19 ). Para pessoas no mundo que vivem acorrentados à noção de que as suas ambições desejadas podem ser alcançadas na Terra, a igreja possui a sua resposta libertadora. Eles não são forçados a existir na escravidão de viver de experiência em experiência. Para alguns, essa "escravidão" assume a forma de academias de ginástica, escritórios, lojas de alimentos orgânicos, e todas as armadilhas aparentes de sucesso. Mas para outros, significa perdas de jogo, relacionamentos quebrados, oportunidades desperdiçadas, o abuso de medicamentos. Para muitos é uma mistura de montanha-russa entre os dois, uma navegação frenética de altos e baixos. E para tudo o que é uma vida que vai para longe do objetivo e permanência últimas.
    Por meio do evangelho aqueles indivíduos que estão "aprisionados" na escuridão espiritual podem ser "desligados" do que os mantêm cativos - redimidos da escravidão. O plano de Deus para derrubar o domínio do diabo, libertar seus reféns, e avançar o reino de Cristo é a Igreja proclamar as boas novas de Jesus Cristo em palavras e atos. É assim que ele persegue o seu plano de trazer toda a criação sob a sua autoridade e derivando glória para si mesmo no processo.
    Que este seja o propósito por trás de toda a nossa subversão.
    Quando nós compreendemos a enormidade dessa vocação e nosso papel dentro dele, vamos começar a confiar no Espírito para nos capacitar para envolver os perdidos, servir o ferido, e viver "vidas de enviados", como cristãos crentes unidos no propósito do reino. Vamos viver a diferença que Jesus faz em nossos corações não porque as pessoas esperam, mas porque ela mostra o que nosso Deus pode realizar. Vamos conversar com outras pessoas sobre o poder do evangelho não só porque elas estão perdidas, mas porque nosso Senhor e Rei é glorificado em encontrá-las.
    Comece o seu plano de ação, e prepare-se para ver o que acontece ao seu redor quando Deus começa a fazer progressos.

    Adaptado de Subversive Kingdom (2012, B & H Publishing Group)

    Original em inglês: Recovering the Missional Passion of the Church
    Disponível em: http://pastors.com/recovering-the-missional-passion-of-the-church/.
    Acesso em: 07 set 2015.
    Tradução: Robson Rosa Santana

2 de setembro de 2015

O Propósito Supremo das Missões: a Glória de Deus (Rm 15.8-9)

Introdução
  • Missões não representam o alvo principal da igreja.
  • Precisamos compreender o fundamento bíblico da missão  da igreja.
  • Devemos pensar estrategicamente sobre as implicações práticas de uma igreja missional no mundo de hoje.
  • MAS não podemos perder de vista que o alvo principal das missões é a GLÓRIA DE DEUS na ADORAÇÃO.
  • Como disse John Piper: “A paixão por Deus na adoração precede a apresentação de Deus por meio da pregação”.
 1. O zelo pela glória de Deus motiva as missões mundiais
  • Paulo apresenta o exemplo do próprio Cristo:
  • 1. “Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus
  • 2. Jesus veio “para confirmar as promessas” [de Deus]
  • 3. Ele veio “para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia”
  • Ele se tornou o mediador entre Deus e os homens para mostrar quem Deus é: verdadeiro, cumpridor de promessas e glorioso.
  • Assim, a missão principal de Jesus foi o zelo de Deus pela sua própria glória.
  • Talvez não haja um texto que mostra a paixão de Deus por sua própria gloria de forma mais clara do que Is 48.9-11 NVI:
Por amor do meu próprio nome eu adio a minha ira; por amor de meu louvor eu a contive, para que você não fosse eliminado. Veja, eu refinei você, embora não como prata; eu o provei na fornalha da aflição. Por amor de mim mesmo, por amor de mim mesmo, eu faço isso. Como posso permitir que eu mesmo seja difamado? Não darei minha glória a nenhum outro.
  • Normalmente quando se pensa em missões, fala-se de crescimento da igreja, de expansão da agência missionária ou da denominação, ou até mesmo a glória do missionário ou a exaltação de ministérios pessoais.
  • Cristo estava em missões para glorificar a Deus.

  • Essa é a primeira verdade desse texto de Romanos 15.8-9: o zelo pela glória de Deus motiva as missões mundiais.

2. Um espírito de serviço e um espírito misericordioso motivam as missões mundiais
  • Mais uma vez aprendemos do Senhor Jesus como modelo de missionário do Pai ao mundo perdido:
  • “Cristo foi constituído ministro da circuncisão... para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia”
  • Cristo tornou-se um servo e trouxe misericórdia
  • Vemos em Jesus a conexão entre misericórdia e missões.
  • Exemplo em Mt 9.36-38:
  • “Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. 37 Então disse aos seus discípulos: "A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita".
  • A compaixão está no pedido de oração por envio de missionários.
  • E não somente em vida, mas também na sua morte Jesus manifesta a sua misericórdia:
  • “Foste morto com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9).
  • A misericórdia era a própria essência da missão de Jesus.
  • Essa é a segunda verdade em Romanos 15.8-9:
    Um espírito de servo e um coração misericordioso motivam as missões mundiais.

3. A terceira verdade é que o zelo pela glória de Deus e um coração misericordioso para com as nações constituem uma única verdade
  • Isso está claro no verso 9: Cristo veio “para que os gentios glorifiquem a Deus...”
  • Assim como Jesus, devemos ter paixão pelas nações, para que elas amem a glória de Deus e louvem a glória de Seu Nome.
  • O mesmo verso continua: “... por causa da sua misericórdia
  • A misericórdia é o ápice da glória.
Aplic.: um coração voltado para a glória de Deus e um coração de misericórdia para com as nações fizeram de Cristo um missionário e devem ser mantidos ligados. Assim deve ser o nosso envolvimento!

CONCLUSÃO
  • Deus faz todas as coisas para o louvor da glória da sua graça!
  • Rm 11.36
  • No cap. 1 de Efésios a Palavra do Senhor deixa bastante claro que o Pai, o Filho e o Espírito estão agindo para salvar pecadores do mundo inteiro “para o louvor da sua glória”
  • v.6: “... glória da sua graça” – falando da obra do PAI
  • v.12: “a fim de sermos para louvor da sua glória” – falando da obra do FILHO.
  • v.14: “... em louvor da sua glória” – falando da obra do ESPÍRITO.
  • O Deus Triúno faz tudo isso: eleição, predestinação, adoção, redenção, selo do Espírito, todo o conselho da sua vontade, PARA LOUVOR DA SUA GLÓRIA DE SUA GRAÇA.

Ilust.: A Vida de David Brainerd, relata parte da biografia de um jovem missionário entre os indígenas de Nova Jersey (EUA).
  • David Brainerd foi sustentado pela confiança da glória de Deus até a sua morte, aos 29 anos.
  • Sete dias antes de morrer, em 1747, ele falou desse anseio pela glória de Deus. Mesmo enfraquecido pela doença, ele escreveu com sua própria mão:
  • “sexta-feira, 2 de outubro. Minha alma estava nesse dia, de quando em quando, docemente posta em Deus: ansiei estar ‘com ele’ para que pudesse contemplar a sua glória. ... Ah, que o seu reino venha a este mundo; que eles possam todos amar e glorificar a Deus pelo que ele é em si mesmo e que o bendito Redentor possa ‘ver sobre o labor de sua alma e ficar satisfeito’ [Is 53.11]. Ah, ‘vem, Senhor Jesus, vem depressa! Amem”.
  • A ausência desse tipo de paixão por Deus é a grande causa  da fraqueza missionária nas igrejas!
  • Andrew Murray, missionário na África, há mais de 100 anos chegou a essa mesma conclusão (A Chave para o Problema Missionário):
  • “Quando procuro saber por que, com tantos milhões de cristãos, o exercito real de Deus, que está enfrentando as hostes das trevas, é tão pequeno, a única resposta é: falta de coração. O entusiasmo pelo reino está esquecido, porque há muito pouco entusiasmo pelo Rei.” 
  • Mt 6.21: “Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.

Robson Rosa Santana
Adaptado do cap. 1: A Supremacia de Deus nas Missões por Intermédio da Adoração, do livro Alegrem-se os Povos, de John Piper