23 de abril de 2009

Trabalho missionário - Guiné Konacri (Video)


Vídeo de divulgação do trabalho missionário da família Rolim:

Pr. Maurício, Miss. Sandra, Tereza e Calebe Rolim

A partir desse ano de 2009 estão plantando igreja no Uruguai

Contato: mauricio_rolim@apmt.org.br, mauricio_rolim@ntm.org

Para ofertas: conta da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) - Site: http://www.apmt.org.br/


Contas: Banco do Brasil - Ag 0635-1 C/C 7500-0 * Bradesco - Ag 119-8 C/C 107965-4

Para que o depósito seja direcionado ao missionário Maurício você deve acrescentar ao valor depositado R$ 0,62 que é o código dele junto à APMT.


Deus te abençoe e participe da Obra de Deus em levar a salvação aos pecadores ao Uruguai.

1 de abril de 2009

JOÃO CALVINO

João Calvino é uma das maiores figuras da era moderna no Ocidente. Foi um líder da segunda geração de Reformadores. Aqueles que aceitam a fé reformada têm em Calvino o formulador do sistema teológico que leva o seu nome: calvinismo. O Presbiterianismo, além de conceber o sistema teológico de Calvino, exprime a sua concepção bíblica da forma da organização eclesiástica, ou seja, a forma de governo, que ele pôs em prática em Genebra, e se distingue do sistema episcopal e congregacional.[1] 

1) A VIDA DE CALVINO ATÉ 1536
Podemos dividir a vida de Calvino em dois períodos. Até 1536, quando consideramo-lo como um “estudante distraído”
[2]; a partir de 1536 até sua morte em 1564, foi o grande líder de Genebra, à exceção do período em que esteve exilado em Estrasburgo, de 1538 a 1541.

Calvino nasceu em 10 de julho de 1509 em Noyon, na Picardia, norte da França. Seu pai era um tabelião que trabalhava com o bispo de Noyon, por isso recebeu benefícios eclesiásticos que pagaram as suas despesas com os estudos. Começou os seus estudos na Universidade de Paris como treinamento para o sacerdócio, mas por causa de divergências entre seu pai e o bispo e os clérigos de Noyon, foi enviado a Orleans a fim de estudar advocacia. Lá em Paris entrou em contato com as idéias protestantes através de seu primo Pierre Olivetan. De Orleans foi estudar na Universidade de Borges, em 1529, com o advogado humanista Andrea Alciati. “A influência de um bom comentário sobre o De Clementia, de Sêneca, em 1532, marcou o ápice da influência humanística sobre sua vida”.[3] Calvino se tornou protestante quando estava em Borges, logo após a conclusão desse comentário e o fim do ano seguinte. Por causa dessa mudança dispensou o dinheiro das rendas eclesiásticas.

Com a morte do pai, volta para Paris, onde se envolve com o reitor da Universidade Nicholas Cop na elaboração de um documento de cunho Humanista e Protestante. Como conseqüência, teve de ir embora e passou algum tempo na Itália e Basiléia, na Suíça. “Nesta última cidade publicou a primeira edição das Institutas da Religião Cristã (1536)”[4], aos 26 anos de idade.

Esta pequena obra foi endereçada a Francisco I, da França, com dois objetivos: defender os protestantes franceses, que eram perseguidos, e que o próprio rei aceitasse as idéias da Reforma. “A primeira edição era apologética e nela Calvino demonstrava como entendia a fé cristã”[5]. 

2) A TEOLOGIA E A OBRA DE CALVINO 

Muitos reduzem a teologia de Calvino aos cinco pontos do calvinismo formulados no Concílio de Dort em oposição aos cinco pontos dos arminianismo. Como veremos a seguir, em relação à teologia de Calvino, os cinco pontos do calvinismo são apenas a sua teologia a respeito da doutrina da salvação, que pode ser resumidos no fundamento de que Deus salva pecadores, conforme está escrito em Jonas 2.9: “Ao Senhor pertence a salvação” (ver também Salmo 3.8). Os cinco pontos usam como recurso mnemônico a palavra TULIP[6]. O sistema calvinista coordena sua idéia na soberania absoluta de Deus.

A letra T encerra a doutrina da Total Depravação, a qual o homem, depois da queda de Adão, tornou-se corrompido em toda a sua natureza, tanto no campo do conhecimento quanto da conduta. Isso não quer dizer que o homem se tornou tão depravado quanto poderia ser, mas que independente da graça regeneradora de Deus, o homem não pode agradá-lo, nem entender Seus caminhos. Por isso não buscamos a Deus, mas Ele age primeiro em nós e nos faz agir dessa maneira.

A Eleição Incondicional está estritamente ligada à doutrina anterior. Muitos não entendem esta por falta de entendimento da doutrina da depravação. “Se os pecadores são tão desamparados em sua depravação, como diz a Bíblia que são, incapazes de conhecer a Deus e relutantes em buscá-lo, então, o único meio pelo qual eles podem ser salvos é quando Deus toma a iniciativa de mudá-los e salvá-los”[7]. Isso é o que significa eleição. O ato de Deus escolher salvar aqueles pecadores que, sem Sua escolha soberana e incondicional e Sua conseqüente ação, por meio de Seu Espírito, certamente pereceriam.

O terceiro ponto é a Expiação Limitada. Essa terminologia encerra alguns questionamentos, por isso seria melhor usar Redenção Específica ou Particular. Ela ensina que Jesus morreu pelos pecados daqueles a quem o Pai escolhera antes da fundação do mundo, ou seja, a Igreja (Ef 1.4; 5.25).

A doutrina da Irresistível Graça ensina que a despeito da dureza e rejeição do homem à graça de Deus, quando o Espírito Santo age em seu coração, renovando-o e dando-lhe nova disposição, o que antes era indesejável, agora torna-se desejável e voltamos para Jesus com esperança e fé.

Se a últimas três doutrinas demonstra a maravilhosa graça do Deus Triúno, a quinta é o selo da graça, a Perseverança dos Santos. Seria melhor chamá-la de Preservação dos Santos, pois Deus nos preserva e guarda, perseverando junto conosco. “Na realidade, perseverança é a prova definitiva de eleição. Nós perseveramos porque Deus preserva da completa e final separação dele”.[8] 

Agora veremos mais alguma coisa a respeito dos seus escritos. Como disse Timothy George, “qualquer pessoa que deseje fazer um estudo completo da teologia de Calvino tem de consultar ao menos seis fontes distintas de seu imenso corpus literário”.[9] 

As Institutas. A primeira edição, como dissemos antes, foi de 1536. Continha 520 páginas, com formato aproximado de 18 x 10 cm. A segunda edição, de Estrasburgo, foi publicada em 1539 com ampliação em seu tamanho. Passou para 346 páginas, mas com configuração de 33 x 20 cm. e com margens para anotações dos leitores. Calvino não parou aqui as edições das Institutas. Ele ampliou, revisou e reorganizou essa obra por toda a sua vida. “Ao todo, ele produziu oito edições do texto latino (1536, 1539, 1543, 1545, 1550, 1553, 1554, 1559) e cinco traduções para o francês (1541, 1545, 1551, 1553, 1560)”.[10] 

Somente com a edição de 1559 Calvino se deu por satisfeito. Veja o que ele escreveu: “ainda que eu não tenha tido ocasião alguma para descontentar-me da minha pena e do meu trabalho, que então tomei, mas com tudo isso confesso que jamais fiquei satisfeito nem contente até que a coloquei na ordem que agora vês”.[11] A forma final das Institutas ficou organizada em quatro livros, que podemos ilustrar como se segue[12]: 

Livro I - O Conhecimento de Deus enquanto Criador e Supremo Governador de Todo o Mundo: - O conhecimento duplo de Deus; - Escrituras; - Trindade; - Criação; - Providência.
Livro II - O Conhecimento de Deus como Redentor em Cristo: - a queda, a pecaminosidade humana; - a Lei; - o Antigo e o Novo Testamento; - Cristo, o Mediador: sua Pessoa (Profeta, Sacerdote, Rei) e obra (expiação).
Livro III - O Modo pelo qual Recebemos a Graça de Cristo, Seus Benefícios e Efeitos: - fé e regeneração; - arrependimento; - vida cristã; - predestinação; - a ressurreição final.
Livro IV - Os Meios Externos que Deus se Utiliza para Chamar-nos a Companhia de Jesus Cristo e para nos Manter nela: - igreja; - sacramentos; - governo civil. 


Comentários. A intenção de Calvino não era fazer das Institutas uma teologia sistemática no conceito que nós temos hoje. Por isso, ele reportava aos seus comentários como complemento das Institutas. Calvino foi um grande comentarista, com certeza foi e é um dos maiores. Até Jacobus Arminius, que alterou sua teologia, rende-se e diz que ele “é incomparável na interpretação das Escrituras”.[13] Seus comentários derivam do seu conhecimento das línguas bíblicas originais, grego e hebraico, e do seu profundo conhecimento do humanismo. Seu método de interpretação era o histórico-gramatical, ou seja, “pelo estudo do significado de suas palavras à luz do tempo e do lugar onde foram originalmente escritas”[14].

Segundo Timothy George, Calvino comentou todo o Novo Testamento, à exceção de 2 e 3 João e do Apocalipse, o pentateuco, Josué, Salmos e Isaías.[15] Essas obras são marcadamente exegéticas e possuíam duas características principais: brevidade e modéstia. “Seu objetivo era penetrar na mente do autor tão concisa e claramente quanto possível, evitando demonstrações profusas de erudição e digressões a assuntos secundários”[16]. Por vezes ele reconhecia que não compreendia algumas partes das Escrituras. 

Sermões. “Quando o evangelho é pregado em nome de Deus”, dizia Calvino, “é como se Deus em pessoa falasse”.[17] Calvino viveu numa época em que o púlpito era o principal meio de comunicação, por isso ele o utilizou com todos os seus recursos. Ele pregava por toda a Bíblia; duas vezes aos domingos pregava no Novo Testamento, e todos os dias, em semanas alternadas, sobre o Antigo Testamento. Durante sua vida alguns dos seus sermões foram publicados, outros escritos à mão por seus ouvintes. Só neste século os que ainda estavam em manuscritos, estão sendo publicados. 

Folhetos e Tratados. Além do que já vimos, e que compõem seus principais escritos, Calvino escreveu uma quantidade muito grande de folhetos e tratados que nos dão uma idéia do desenvolvimento de seu pensamento teológico. Alguns deles foram escritos contra oponentes teológicos, como católicos, radicais e luteranos. Outros foram em defesa de idéias reformadas, como A Necessidade da Reforma da Igreja (1544), Pequeno Tratado sobre a Ceia do Senhor (1541) e o Tratado sobre a Predestinação Eterna de Deus (1552). 

Cartas. A correspondência de Calvino é de suma importância para a sua época. Através de suas cartas ele entrou em contato com vários líderes reformados como Farel, Viret, Melancton, Bullinger, com reis e príncipes (Eduardo IV e Lady Jane Grey, da Inglaterra, Sigismundo, da Polônia, Duquesa Renée de Ferrara, Coligny, da França), com igrejas perseguidas, crentes presos, pastores, vendedores de livros religiosos e mártires a espera da sentença. Isso demonstra como Calvino estava inteirado dos fatos religiosos e políticos que estavam ao seu redor, e como influenciou a sua geração. 

Escritos litúrgicos e catequéticos. Calvino não era somente um teólogo devotado, que queria dá forma escrita às suas convicções bíblicas e cristãs, ele era antes de tudo um pastor preocupado com suas ovelhas. Ele tinha o costume de versificar salmos. “Ele estava extremamente consciente de que a única forma de recuperar a vida moral e religiosa do povo era instruindo-os na ‘escola da fé’”.[18] Devido e essa consciência esforçou-se para dá a igreja uma confissão de fé e um catecismo como complemento a obra A Forma das Orações (1942). 

3) A VIDA DE CALVINO DEPOIS DE 1536 

Com Calvino engajado, a Reforma cresceu a ponto de atingir todos os cantões da Suíça. Em Genebra a Reforma havia sido estabelecida por Guilherme Farel (1489-1565), ruivo, inquieto, voz tonitruante e carisma de profeta. Farel tornou-se reformado em 1521, quando aceitou a doutrina luterana da justificação pela fé. Era francês de classe média e foi educado numa universidade francesa. Farel pregou as idéias reformadas sobre a proteção de Berna. Começou a pregar as idéias reformadas em Genebra em 1532 e em 1535 venceu uma polêmica contra os inimigos da Reforma, o que fez com que os cidadãos de Genebra em assembléia geral adotassem as idéias reformadas em 1536.

Farel percebeu que precisava de alguém com capacidades administrativas melhores do que a dele se quisesse ver a Reforma estabelecida em Genebra. Sabendo então ele, em 1536, que Calvino passava a noite na cidade, foi ao seu encontro e solicitou a sua ajuda. Calvino o ouviu atentamente, pois era educado, além do que Farel era uns quinze anos mais velho do que ele. Após ouvir tudo atentamente negou-se a aceitar o pedido, uma vez que gostava de estudar e escrever teologia. Então Farel lhe disse: “Deus amaldiçoe teu descanso e a tranqüilidade que buscas para estudar, se diante de uma necessidade tão grande te retiras e te negas a prestar socorro e ajuda”.[19] Calvino teve medo e decidiu ficar. No mesmo ano foi ordenado ministro de ensino em Genebra e permaneceu ali até 1538, quando ele e Farel foram exilados.

Por causa de um decreto, em 1537, conseguido por Calvino e Farel que dizia que: “ a ceia do Senhor seria celebrada em ocasiões pré-estabelecidas; um catecismo de crianças seria preparado; o canto congregacional seria adotado e os membros sob disciplina seriam excomungados.”[20] Eles elaboraram uma pequena declaração de fé e um catecismo; e porque se recusaram a dar a ceia do Senhor a alguns, gerou-se uma grande controvérsia e os dois foram levados ao exílio em 1538.

Exilado, Calvino foi para Estrasburgo, onde Tomás Becer (1491-1551) ensinava teologia. Ai permaneceu até 1541, e casou-se com Ideléte de Bure, viúva de um pastor anabatista. Teve com ela um filho, seu único, o qual veio a falecer em 1549, junto com a mãe.

Em 1541 Calvino foi convidado a voltar a Genebra, no mesmo ano foram promulgadas as Ordenanças Eclesiásticas que determinaram as atividades de quatro classes de oficiais da igreja. Eram elas um grupo de pastores para dirigir a disciplina, um grupo de mestres para ensinar a doutrina, um grupo de diáconos para cuidar dos necessitados e acima de todos estes estava o consistório, formado por seis ministros e doze anciãos. O consistório tinha a tarefa de supervisionar a teologia e a conduta moral, possuindo autoridade para punir e levar a excomunhão se necessário. Para ter certeza de que o sistema não iria falhar, Calvino também criou outras regras duras.

As penalidades foram cumpridas de forma severa. Em 1546, 28 pessoas foram executadas e 76 exiladas. Em 1553, Servetus foi executado por questionar a doutrina da trindade. Não querendo justificar tais ações, queremos lembrar que o povo de então cria que estava seguindo a religião e o estado e que a desobediência deveria ser punida com a morte. Tanto protestantes como católicos tinham essa idéia. Hoje certamente as normas de Calvino seriam consideradas injustas.[21] 

Calvino morreu em 1564, graças ao seu frágil organismo. Foi substituído por Teodoro de Beza (1519-1605), reitor da academia de Genebra.

4) AS CONTRIBUIÇÕES DE CALVINO 

Sem dúvida as Institutas foram a maior contribuição de João Calvino à Fé Reformada. Elas são aceitas como expressão acabada da Teologia Reformada. Nelas se expõem as bases de duas ênfases reformadas: a importância da doutrina e a centralidade de Deus na teologia cristã.

Calvino enviou cartas a muitas pessoas da Europa e até mesmo das ilhas britânicas lhe enviaram pedidos de conselhos. Suas cartas, com outros escritos, integram 57 volumes do Corpus Reformatorum, e existem 2000 de seus sermões.

Genebra tornou-se, sob a liderança de Calvino, uma fonte de inspiração para os reformados de todos os tempos, além de cidade refúgio para os que eram perseguidos, por causa da sua fé reformada. Até mesmo John Knox quando se viu em apuros por causa de sua fé se refugiou em Genebra. Os livros e os comentários de Calvino são de grande importância para a fé reformada e estudantes até hoje.

Calvino também deu grande apoio à educação. “Os planos de Calvino quanto à educação foram inspirados por sua convicção de que a verdadeira Religião e a educação estão inseparavelmente associadas”.[22] Ele substituiu a Academia por um sistema de educação em 3 níveis, o que formou a Universidade de Genebra em 1559. A educação desta Universidade chegou aos Estados Unidos, quando um tempo depois, os puritanos calvinistas, criaram escolas no Novo Mundo.

Calvino aceitou o princípio representativo da direção da Igreja e do estado o que influenciou o avanço da democracia. Para ele, a Igreja e o Estado foram criados por Deus para o bem do homem, e, portanto, devemos cooperar para o avanço do cristianismo. Calvino dava ênfase na vocação como chamada divina, e a importância que dava a fragilidade e ao trabalho influenciaram o capitalismo.

Há aqueles que dizem que a teologia calvinista secciona o nervo do evangelismo e do esforço missionário. No entanto, a expressão do evangelho na história nos provará o contrário, pois aqueles que professam a fé reformada tiveram grande importância nos grandes reavivamentos do passado e nos movimentos missionários modernos.

Calvino teve grande influência política e religiosa na sociedade moderna. Ele era um homem sóbrio e um talentoso pregador. Somente a graça divina operando na vida Calvino pode explicar adequadamente a obra que este realizou e que frutifica até hoje. A obra de Calvino se estendeu por todo o mundo influenciando Presbiterianos, Reformados e Puritanos. 

Pr. Robson Rosa Santana
Pr. Manoel Angelo Agrella

CITAÇÕES
 [1] Os puritanos que foram para a Nova Inglaterra preferiram esta forma de governo, ainda que calvinistas. Ver o livreto de Martyn Lloyd-Jones, Jonathan Edwards e a importância crucial de avivamento.
[2] Earle E. Cairns, O Cristianismo através dos Séculos: uma História da Igreja Cristã, p.251.
[3] Cairns, op. cit., p.252.
[4] W. S. Reid, João Calvino, in Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, W. A. Elwell ed., p. 228.
[5] Cairns, op. cit., p.252.
[6] Em inglês significa Tulipa, flor muito conhecida na Holanda à época do Concílio.
[7] James Montgomery Boice, no artigo Teologia Reformada, da Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1555.
[8] Idem anterior.
[9] Timothy George, Teologia dos Reformadores, p. 185.
[10] Idem, p. 185.
[11] Juan Calvino al Lector, Instituición de la Religión Cristiana, p. xxiii. tradução nossa. 
[12] Utilizamos o esboço geral de George, op. cit., p. 186, com adaptações das Institutas, edição castellana, da nota anterior. 
[13] Citado de George, op. cit., p. 186-187.
[14] Bruce Waltke, no artigo Interpretando a Bíblia, da Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1556.
[15] op. cit., p. 187.
[16] George, op. cit., p. 187.
[17] Citado por George, op. cit., p. 187.
[18] George, op. cit., p. 188.
[19] Justo L. Gonzáles, A Era dos Reformadores, p. 113.
[20] Cairns, op. cit., p 253.
[21] Para melhores considerações acerca desse fato que manchou a brilhante história do reformador, ler o artigo “Calvino e Serveto”, do Dr. Augustus Nicodemus Lopes, no site da Igreja Presbiteriana do Brasil: http://www.ipb.org.br/.
 [22] Robert Hasting Nichols, História da Igreja Cristã, p. 183.

BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudos de Genebra, R. C. Sproul, editor geral em inglês, Cláudio A. B. Marra editor geral em português, São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

Cairns E. E., O Cristianismo Através dos Séculos: uma história da Igreja Cristã, 2a Edição, tradução Israel Belo de Azevedo, São Paulo: Vida Nova, 1995.

Calvino, Juan, Institución de la Religión Cristiana, traducida y publicada por Cipriano de Valera (1597), 4a edição inalterada, Barcelona: Fundación Editorial de Literatura Reformada, 1994.

Cerni, Ricardo, Historia del Protestantismo, 2a Edição, Barcelona: El Estandarte de la Verdad, 1995.

Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, editor Walter A. Elwell, 1a Edição, tradução Gordon Chown, São Paulo: Vida Nova, 1990.

González, Justo L., A Era dos Reformadores, 1a Edição, tradução Itamar N. de Sousa, São Paulo: Vida Nova, 1995.

Nichols, R. H., História da Igreja Cristã,10a Edição, tradução e adaptação J. Maurício Wanderley, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1997

O preço de seguir a Jesus | Mensagem em Lc 14.25-33

Introdução 
· Certa feita um general de Alexandre, o Grande, trouxe a sua presença um soldado que havia desertado e se escondido numa caverna. Alexandre chega para aquele soldado e pergunta: - qual o seu nome? Ele responde: - Alexandre. Novamente o imperador pergunta: Qual o seu nome? De novo o soldado responde: - Alexandre. Então o imperador pega-o pela gola e pergunta enraivecido: Qual o teu nome?! Ele ouve a mesma resposta. Então o corajoso conquistador lhe diz: - ou muda de nome ou muda de vida.
· Talvez Jesus esteja perguntado a você: qual o seu nome? E você responde: - Cristão. Pergunta novamente e você responde mesma coisa. Quem sabe Ele esteja te dizendo neste instante: - Ou muda de nome ou muda de vida.
· Jesus está procurando discípulos! (v.26).
· “Discípulo é a pessoa que aprende a viver a vida que seu mestre vive”. (Juan Carlos Ortiz).
· “Grandes multidões o acompanhavam” (Lc 14.25). O povo, com uma concepção errada, viu em Jesus o Messias que haveria de sentar no trono em Jerusalém. Aliás, Ele estava indo da Galiléia para lá. E muitos o seguiam querendo ver o desenrolar desse fato histórico. Mas em Jerusalém Jesus não iria ocupar nenhum trono secular/humano.
· Pelo contrário, seria preso, julgado e executado. Seus seguidores iriam perceber o custo do discipulado antes mesmo de lançar sua sorte com Jesus. Eles deviam saber que qualquer um que não aborreça seus parentes e até sua própria vida por causa de Jesus, não pode ser seu discípulo (vv. 25-27).
· Grandes multidões acompanham Jesus hoje. A fileira dos evangélicos cada dia engrossa, mas poucos querem de fato, pagar o preço do discipulado.
· Muitos querem seguir Jesus de qualquer jeito. Na mesma proporção que cresce o número de crentes, diminui a qualidade de vida cristã. Jesus sondava o coração de muitos que o acompanhavam, mas não queriam pagar o preço do verdadeiro discipulado.
· Lucas coloca este relato (Lc 14.26-33) logo após a parábola da grande ceia (Lc 14.15-24): a parábola do convite.
· Primeiro, o Senhor manda convidar os “líderes religiosos”: (vv. 17-20). Mas cada um dos convidados, à hora da ceia, deram escusas. Todos foram se esvaindo sem motivos reais, pois os que haviam comprado o campo e as juntas de bois, deveriam ter olhado antes ou teriam tempo para ver depois. O que havia se casado estava livre de ser convocado para a guerra, mas podia muito bem participar de eventos sociais. Desse modo os líderes de Israel rejeitaram a Jesus.
· Por isso em segundo lugar, foram convidados os coxos, os pobres. Aqueles que na visão dos Fariseus e Escribas eram impuros e “pecadores”. Pois não tinham o conhecimento nem “guardavam” a Lei como eles guardavam (v.21). Ainda assim os servos disseram que havia lugar.
· Em terceiro lugar, foram convidados aqueles que estavam pelos caminhos e atalhos, os gentios, que eram também desprezados pelo povo de Israel.
· Mas depois do convite da graça, vem o discurso do discipulado.

1) O VERDADEIRO DISCÍPULO DEVE AMAR MAIS A CRISTO DO QUE AOS FAMILIARES E DO QUE A SI PRÓPRIO (V. 26). · Aborrecer significa amar menos. Mt 10.37:
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;”
· Significa que ninguém ou nada deve ter prioridade. Tudo mais deve ser relegado a segundo ou terceiro plano. Apenas aquele que afirma “Jesus é o primeiro em minha vida” pode ser seu discípulo.
· Na maioria das vezes queremos que nossos filhos cresçam na igreja, participe dos cultos, venham à escola dominical. Fazemos projetos para o seu futuro. No entanto, nas vocações que eles possam seguir, descartamos a de missionário ou pastor. Queremos nossos filhos debaixo de nossas asas. Fazer estudo específico para melhor servir a Deus, não. Não é algo que traz estabilidade.
· Mesmo que sejamos adultos é bem melhor estarmos do lado de nossos familiares. Aceitamos a insinuação deles e até dos irmãos da igreja, de que devemos continuar no que estamos fazendo, trabalhando e/ou estudando. Pois é melhor garantir o nosso futuro. Dar a nossa vida à causa do Mestre não é muito seguro.
· No final do v.26 fala de aborrecer a si próprio. Somos por natureza egoístas
· E o nosso homem interior deve se amoldar à vontade de Deus. (Ex.: Paulo – Fp 3.4-8).

2) O VERDADEIRO DISCÍPULO TOMA A SUA CRUZ (V.27).
· Ser discípulo de Jesus significa carregar a sua própria cruz e seguir Jesus onde quer que Ele vá.
· O mesmo que disse: “vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados...” (Mt 11.28), disse também: “qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27).
· Tomar a cruz é renunciar a ambições egoístas. Os prisioneiros condenados eram obrigados a carregar a sua cruz. Tomar a nossa cruz é caminhar na estrada da mortificação. É símbolo de morte de todo um estilo de vida centrado em si mesmo.
· Em Lucas 14.28-32, Jesus cria duas parábolas nas quais aquele que quer ser Seu discípulo deve calcular o custo de segui-Lo. Pois Jesus estabelece condições para quem quer ser Seu discípulo. (Mt 8.18-22).
· Em primeiro lugar Ele ilustra o verdadeiro discipulado com uma parábola de construção. Suponhamos que um fazendeiro resolva construir uma torre em sua fazenda. Ele precisa de um lugar onde guardar suas ferramentas e suas provisões. Quer proteger sua propriedade de estranhos e ladrões. Se construir uma torre terá respeito da comunidade e sua fazenda aumentará seu valor. Ele recenhece a necessidade da construção, mas não se assenta para calcular o total do custo do material e da mão de obra envolvidos. Ele começa a construir. Lança os alicerces e quando estava no meio da construção, seu dinheiro acaba. Lá está a construção inacabada e em certo sentido, sem valor algum. Na verdade ele perdeu o prestígio da comunidade, pois todos que vêem a estrutura incompleta o ridicularizam dizendo: “Este homem começou a construir e não pode acabar”. Ele se tornou motivo de chacota.
· Na Segunda parábola, Jesus sai da fazenda para o palácio. Um rei queria combater outro rei. Uma disputa territorial, paixões se inflamavam, palavras de retaliação fizeram se ouvir. Um dos reis precisava decidir se ia contra o rei que vinha contra ele com 20.000 homens. Então se assenta antes, com seus conselheiros e calcula o risco de partir para a guerra tendo apenas 10.000 homens. Se for prudente, enviará alguns delegados para discutir os termos de paz com o inimigo e evitar o derramamento de sangue.
· Embora variem os pormenores, o que Jesus quer dizer para mim e você hoje é avaliemos o custo antes de entrarmos na empreitada de segui-lo e estejamos dispostos a negar a nós mesmos.

Conclusão (vv. 34-35)
· Por isso a conclusão de Jesus: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu díscipulo”. v.33
· John Stott: “nós somos tanto um Barrabás como um Simão Cirineu. Somos como um Barrabás porque Jesus morreu em nosso lugar. Somos um Simão Cirineu porque devemos carregar a cruz”.
· É hora de assumirmos um compromisso verdadeiro com Jesus. Amá-lo mais do que nossos entes familiares e amá-lo mais do que a nós mesmos. Tomar o caminho da mortificação da carne. E testemunhar do amor e da graça do Senhor Jesus Cristo.
Pr. Robson Rosa Santana