1 de abril de 2009

O preço de seguir a Jesus | Mensagem em Lc 14.25-33

Introdução 
· Certa feita um general de Alexandre, o Grande, trouxe a sua presença um soldado que havia desertado e se escondido numa caverna. Alexandre chega para aquele soldado e pergunta: - qual o seu nome? Ele responde: - Alexandre. Novamente o imperador pergunta: Qual o seu nome? De novo o soldado responde: - Alexandre. Então o imperador pega-o pela gola e pergunta enraivecido: Qual o teu nome?! Ele ouve a mesma resposta. Então o corajoso conquistador lhe diz: - ou muda de nome ou muda de vida.
· Talvez Jesus esteja perguntado a você: qual o seu nome? E você responde: - Cristão. Pergunta novamente e você responde mesma coisa. Quem sabe Ele esteja te dizendo neste instante: - Ou muda de nome ou muda de vida.
· Jesus está procurando discípulos! (v.26).
· “Discípulo é a pessoa que aprende a viver a vida que seu mestre vive”. (Juan Carlos Ortiz).
· “Grandes multidões o acompanhavam” (Lc 14.25). O povo, com uma concepção errada, viu em Jesus o Messias que haveria de sentar no trono em Jerusalém. Aliás, Ele estava indo da Galiléia para lá. E muitos o seguiam querendo ver o desenrolar desse fato histórico. Mas em Jerusalém Jesus não iria ocupar nenhum trono secular/humano.
· Pelo contrário, seria preso, julgado e executado. Seus seguidores iriam perceber o custo do discipulado antes mesmo de lançar sua sorte com Jesus. Eles deviam saber que qualquer um que não aborreça seus parentes e até sua própria vida por causa de Jesus, não pode ser seu discípulo (vv. 25-27).
· Grandes multidões acompanham Jesus hoje. A fileira dos evangélicos cada dia engrossa, mas poucos querem de fato, pagar o preço do discipulado.
· Muitos querem seguir Jesus de qualquer jeito. Na mesma proporção que cresce o número de crentes, diminui a qualidade de vida cristã. Jesus sondava o coração de muitos que o acompanhavam, mas não queriam pagar o preço do verdadeiro discipulado.
· Lucas coloca este relato (Lc 14.26-33) logo após a parábola da grande ceia (Lc 14.15-24): a parábola do convite.
· Primeiro, o Senhor manda convidar os “líderes religiosos”: (vv. 17-20). Mas cada um dos convidados, à hora da ceia, deram escusas. Todos foram se esvaindo sem motivos reais, pois os que haviam comprado o campo e as juntas de bois, deveriam ter olhado antes ou teriam tempo para ver depois. O que havia se casado estava livre de ser convocado para a guerra, mas podia muito bem participar de eventos sociais. Desse modo os líderes de Israel rejeitaram a Jesus.
· Por isso em segundo lugar, foram convidados os coxos, os pobres. Aqueles que na visão dos Fariseus e Escribas eram impuros e “pecadores”. Pois não tinham o conhecimento nem “guardavam” a Lei como eles guardavam (v.21). Ainda assim os servos disseram que havia lugar.
· Em terceiro lugar, foram convidados aqueles que estavam pelos caminhos e atalhos, os gentios, que eram também desprezados pelo povo de Israel.
· Mas depois do convite da graça, vem o discurso do discipulado.

1) O VERDADEIRO DISCÍPULO DEVE AMAR MAIS A CRISTO DO QUE AOS FAMILIARES E DO QUE A SI PRÓPRIO (V. 26). · Aborrecer significa amar menos. Mt 10.37:
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;”
· Significa que ninguém ou nada deve ter prioridade. Tudo mais deve ser relegado a segundo ou terceiro plano. Apenas aquele que afirma “Jesus é o primeiro em minha vida” pode ser seu discípulo.
· Na maioria das vezes queremos que nossos filhos cresçam na igreja, participe dos cultos, venham à escola dominical. Fazemos projetos para o seu futuro. No entanto, nas vocações que eles possam seguir, descartamos a de missionário ou pastor. Queremos nossos filhos debaixo de nossas asas. Fazer estudo específico para melhor servir a Deus, não. Não é algo que traz estabilidade.
· Mesmo que sejamos adultos é bem melhor estarmos do lado de nossos familiares. Aceitamos a insinuação deles e até dos irmãos da igreja, de que devemos continuar no que estamos fazendo, trabalhando e/ou estudando. Pois é melhor garantir o nosso futuro. Dar a nossa vida à causa do Mestre não é muito seguro.
· No final do v.26 fala de aborrecer a si próprio. Somos por natureza egoístas
· E o nosso homem interior deve se amoldar à vontade de Deus. (Ex.: Paulo – Fp 3.4-8).

2) O VERDADEIRO DISCÍPULO TOMA A SUA CRUZ (V.27).
· Ser discípulo de Jesus significa carregar a sua própria cruz e seguir Jesus onde quer que Ele vá.
· O mesmo que disse: “vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados...” (Mt 11.28), disse também: “qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27).
· Tomar a cruz é renunciar a ambições egoístas. Os prisioneiros condenados eram obrigados a carregar a sua cruz. Tomar a nossa cruz é caminhar na estrada da mortificação. É símbolo de morte de todo um estilo de vida centrado em si mesmo.
· Em Lucas 14.28-32, Jesus cria duas parábolas nas quais aquele que quer ser Seu discípulo deve calcular o custo de segui-Lo. Pois Jesus estabelece condições para quem quer ser Seu discípulo. (Mt 8.18-22).
· Em primeiro lugar Ele ilustra o verdadeiro discipulado com uma parábola de construção. Suponhamos que um fazendeiro resolva construir uma torre em sua fazenda. Ele precisa de um lugar onde guardar suas ferramentas e suas provisões. Quer proteger sua propriedade de estranhos e ladrões. Se construir uma torre terá respeito da comunidade e sua fazenda aumentará seu valor. Ele recenhece a necessidade da construção, mas não se assenta para calcular o total do custo do material e da mão de obra envolvidos. Ele começa a construir. Lança os alicerces e quando estava no meio da construção, seu dinheiro acaba. Lá está a construção inacabada e em certo sentido, sem valor algum. Na verdade ele perdeu o prestígio da comunidade, pois todos que vêem a estrutura incompleta o ridicularizam dizendo: “Este homem começou a construir e não pode acabar”. Ele se tornou motivo de chacota.
· Na Segunda parábola, Jesus sai da fazenda para o palácio. Um rei queria combater outro rei. Uma disputa territorial, paixões se inflamavam, palavras de retaliação fizeram se ouvir. Um dos reis precisava decidir se ia contra o rei que vinha contra ele com 20.000 homens. Então se assenta antes, com seus conselheiros e calcula o risco de partir para a guerra tendo apenas 10.000 homens. Se for prudente, enviará alguns delegados para discutir os termos de paz com o inimigo e evitar o derramamento de sangue.
· Embora variem os pormenores, o que Jesus quer dizer para mim e você hoje é avaliemos o custo antes de entrarmos na empreitada de segui-lo e estejamos dispostos a negar a nós mesmos.

Conclusão (vv. 34-35)
· Por isso a conclusão de Jesus: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu díscipulo”. v.33
· John Stott: “nós somos tanto um Barrabás como um Simão Cirineu. Somos como um Barrabás porque Jesus morreu em nosso lugar. Somos um Simão Cirineu porque devemos carregar a cruz”.
· É hora de assumirmos um compromisso verdadeiro com Jesus. Amá-lo mais do que nossos entes familiares e amá-lo mais do que a nós mesmos. Tomar o caminho da mortificação da carne. E testemunhar do amor e da graça do Senhor Jesus Cristo.
Pr. Robson Rosa Santana

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