28 de abril de 2010

INTELIGÊNCIA RELACIONAL

Estudo 1: Efésios 4.17-43: Relacionamentos interpessoais: um desafio entre dois paradigmas
Estudo 2: Efésios 5.22-33: Potencializando relacionamentos conjugais
Estudo 3: Efésios 6.1-4: Potencializando relacionamentos entre pais e filhos
Estudo 4: Efésios 6.5-9: Potencializando relacionamentos profissionais
Estudo 5: Efésios 4.15-21: Potencializando relacionamentos na comunidade cristã
Estudo 6: Efésios 6.10-18: Exergando além do invisível


Estudos em Powerpoint preparados pelo Pr. Hugo Machado, da Igreja Presbiteriana Bom Pastor, em Anápolis - GO.


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MISSÕES E A SINTAXE DE MATEUS 28.19 - Carl J. Bosma

SUMÁRIO DO ARTIGO:


RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
INTRODUÇÃO
1. PESQUISA DAS POSIÇÕES EXEGÉTICAS
2. AS QUATRO POSIÇÕES EXEGÉTICAS
    2.1 Forte ênfase no particípio
    2.2 Ênfase em “fazer discípulos”
    2.3 Subordinação do “ir” ao “fazer discípulos”
    2.4 “Indo” e “fazendo discípulos”
3. “IR” E “FAZER DISCÍPULOS”: UMA DEFESA COMPLEMENTAR
4. IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA MISSIONÁRIA
ABSTRACT
KEYWORDS


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CÉUS: A HERANÇA DOS JUSTIFICADOS


  INTRODUÇÃO
Jesus disse que quem cresse nele teria a vida eterna. A vida eterna começa aqui na terra (João 5.24; 1 João 5.13). Terá continuidade no estado intermediário, isto é, período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. Nesse estado nossa alma já estará na presença de Deus, no entanto, nosso corpo ainda não foi ressuscitado (Ap 6.9-11). Por fim, chegará o grande dia, o dia do Senhor, em que Cristo virá segunda vez e ressuscitará a todos e levará os cristãos verdadeiros para desfrutar da plenitude de sua bênção (Mt 25.34).

DESENVOLVIMENTO
A palavra “céus” pode significar o lugar físico onde estão os corpos celestes, tais como os planetas, os astros, os meteoros, as estrelas e etc. Significa também o lugar onde as aves voam. A expressão “terra e céus”, como aparece em Gênesis 1.1, quer dizer “universo”, toda a criação de Deus. Mas o significado que pretendemos ver nesse estudo é seu sentido espiritual.
No sentido espiritual, “céus” é o lugar das bênçãos eternas dos justos. Vejamos algumas palavras e expressões que têm o mesmo significado:
a) Cristo o chama de “casa de meu Pai” - “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (João 14.2).
b) É chamado “paraíso” - “Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (Ap 2.7; ver também 2Co 12.4).
c) “A Jerusalém celestial” - “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia” (Hb12:22; ver Gl 4.26; Ap 3.12).
d) O “reino dos céus” - “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo” (Mt 25.1; também Tg 2.5).
e) O “reino eterno” - “Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 2.11).
f) A “herança eterna” - “para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros” (1Pe 1.4; também Hb 9.5).
g) A “pátria superior” - “Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (Hb 11.16).
h) As bênçãos são também ditas como “sentar-se com Abraão, Isaque e Jacó” (Mt 8.11), e estar no “seio de Abraão” (Lc 16.22), “reinar com Cristo” (2Tm 2.12) e curtir um “descanso” (Hb 4.10-11).

No céu, as bem-aventuranças dos justos consiste em:
a) A posse da “vida eterna”, “um eterno peso de glória” - “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2Co 4.17-18).
b) A isenção (dispensa) de todos os sofrimentos eternos - “Ele (Deus) enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou” (Ao 21.4).
c) A libertação de todos os males - “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial” (2 Co 5:1-2).
d) E da sociedade dos maus - “O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (2Tm 4.18).
e) Alegria sem fim, a “alegria completa” para sempre - “O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor” (Mt 25.21, 23; também Lc 20.36; 2Co 4.16,18; 1Pe 1:4; 5:10; 1Jo 3:2).
O céu do crente não somente um estado de felicidade eterna, mas também um “lugar”, um lugar “preparado” à “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (Jo 14.2).

Mas qual será a nossa atividade nos céus?  
“A felicidade futura dos santos é referida como ‘descanso’ [Hb 4.1-11]. Mas não será um descanso em inatividade, porque isso, por mais desejável que possa parecer em se tratando de corpos mortais, não se adapta à realidade de seres espirituais. Esse descanso se assemelha ao sábado, o dia santo, em que o povo de Deus deixa de lado os seus cuidados e preocupações deste mundo e se devota às sagradas horas de adoração a Deus... Eles servirão a Deus dia e noite; e nesse serviço, encontrarão máximo gozo [Ap 7.14-15; 22.3]. A adoração a Deus e o estudo de Sua santa Palavra formam uma parte da deliciosa ocupação dos santos no dia do Senhor, aqui na terra. Da mesma forma, a adoração a Deus, com alegres cânticos de louvor e atribuições de glória, constitui, de acordo com as Escrituras, um parte da atividade dos santos na glória. Os assuntos para esses cânticos maravilhosos e sublimes atribuições de louvor e glória serão supridos pela descoberta continua das perfeições de Deus, cujo estudo formará também uma parte importante na bem-aventurada atividade dos santos” (John Leadley Dagg, Manual de Teologia, pág. 288).
Pr. Robson

A RESPONSABILIDADE DO CRENTE NA PREGAÇÃO DO EVANGELHO (Jonas 3)


    O inicio da Guerra no Iraque foi algo espetacular aos olhos de todo mundo. A supremacia Anglo-americana foi um vislumbre para os olhos. Os ataques foram precisos a muitos km de distância.
   O Pentágono chama essa operação de “choque e espanto”. Muitos soldados iraquianos preferiram viver e se entregaram. Foi a melhor coisa que fizeram.
   Mas, há quase 2.700 anos atrás naquela mesma região, a menos de 200 km de Bagdá, banhado pelo mesmo rio Tigre, ocorreu um dos maiores espetáculos da graça de Deus. A cidade de Nínive inteira, inclusive os animais, se põem de pano de saco e cinzas e clamam pela misericórdia de Jeová.
   Deus salva muitas pessoas ali. A notícia correu o mundo, pois Nínive era uma cidade portuária.

  Narrativa
  Parece biografia, mas, na verdade a mensagem principal de Jonas é a misericórdia e o amor de Deus.
A mensagem era simples e clara: ainda 40 dias e Nínive será subvertida.
Que se cumpre 200 anos depois cf. Naum
Algumas pessoas têm dificuldades de afirmar a historicidade do relato.
Narrativa histórica e profética.
Mt 12.38-41:
38 Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal.
 39 Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas.
 40 Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra.
 41 Ninivitas se levantarão, no Juízo, com esta geração e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas.

FT.: O livro fala sobre a misericórdia e a compaixão de Deus, e sua manifestação através do profeta, gostaria de fala sobre A RESPONSABILIDADE DO CRENTE NA PREGAÇÃO DO EVANGELHO:
1. O CRENTE DEVE SE DISPOR (v.1)
O ser humano por natureza busca a comodidade, o conforto e coisas que lhe agradem. Isso é natural.
Jonas inicialmente se indispôs (1.3), tentou fugir para TÁRSIS (Jerusalém-Jope (48km)-Társis)
Não podemos fugir de Deus
Sl 139.7-10:
7 Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?
 8 Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;
 9 se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares,
 10 ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.
Deus é onisciente!
Jonas não podia frustrar os planos de Deus. DEUS É SOBERANO:
Senhor da Natureza: tempestade à grande peixe à planta à verme.
Senhor da História: salvação de Nínive. Cidade perversa e má.
É preciso sair do nosso estado de comodidade. Outra versão: levantar.
Deus tem uma mensagem que deve ser pregada e Ele confiou essa responsabilidade a mim e a você.
Por isso não devemos pregar aquilo que queremos! (v.2)
Paulo: todo o conselho de Deus. Não só o que agrada mas tb. o que desagrada.
Imperativo: dispõe-te! Dispõe-te!
Às vezes fazemos como Jonas 1.9. Não basta só de boca, mas obedecer a esse chamado.
Theodore Monod: A obediência é o melhor comentário da Bíblia.

2. O CRENTE TEM DE IR (v.3)
Não somente se dispor, mas tem de ir. Muitos jovens se dispuseram a entrar no Exército Americano, mas numa situação de guerra eles têm de ir. Não basta ficar nos quartéis. Ficamos só nos exercícios e treinamentos e não saímos para a guerra.
A mensagem para Nínive era dura, de condenação. Ainda 40 dias e Nínive será subvertida.
Juízo pela maldade da capital da Assíria: personificação do mal e da crueldade.
Naum 3.1-5:
1 Ai da cidade sanguinária, toda cheia de mentiras e de roubo e que não solta a sua presa!
 2 Eis o estalo de açoites e o estrondo das rodas; o galope de cavalos e carros que vão saltando;
 3 os cavaleiros que esporeiam, a espada flamejante, o relampejar da lança e multidão de traspassados, massa de cadáveres, mortos sem fim; tropeça gente sobre os mortos.
 4 Tudo isso por causa da grande prostituição da bela e encantadora meretriz, da mestra de feitiçarias, que vendia os povos com a sua prostituição e as gentes, com as suas feitiçarias.
 5 Eis que eu estou contra ti, diz o SENHOR dos Exércitos; levantarei as abas de tua saia sobre o teu rosto, e mostrarei às nações a tua nudez, e aos reinos, as tuas vergonhas.

Ensino: temos de ir aonde não queremos.
Jonas pregava em Israel uma mensagem agradável: a prosperidade e expansão do reino sob o rei Jeroboão II.
Mas quando se falou de Nínive, Jonas retrocede: “Eles que sejam destruídos”.  Ele queria isso.
Por que não foi? Porque ele sabia que Deus é misericordioso. (4.2).
Lição: salvação é pela graça. Graça irresistível.
Precisamos alargar a nossa visão quanto à pregação. Israelitas: etnocêntricos. Bem assim nós.
Jesus Mt 28.19; At 1.8. Jerusalém era o centro irradiador e não centralizador. Samaria e confins da Terra, também.
O grande propósito do livro foi ensinar aos israelitas que a compaixão de Deus não se limitava a eles próprios, mas a todas as nações.
Devemos nos dispor e ir como Jonas: levantou-se, pois, Jonas e foi... (v.3).

3. O CRENTE É UM CANAL DAS BÊNÇÃOS DE DEUS (v.4-5).
Um dos eventos mais lindos da História. Cidade curvada aos pés do Senhor. Um símbolo da misericórdia de Deus na Bíblia.
Mensagem de condenação à profeta desconhecido à estrangeiro à mensagem de seu Deus.
Eles poderiam ter dito: não estamos nem aí para esse profeta hebreu. Não tem o que fazer em sua terra, e agora vem aqui nos perturbar. Não: eles creram.
Jonas trouxe mensagem de condenação.
Calvino: Jonas não lhes deu conhecimento da misericórdia de Deus, na verdade, ele deve ter aterrorizado grandemente os ninivitas, e não deve ter-lhes chamado à fé.
Mas eles creram: do servo ao Rei. (v.6-10).
Qualquer pregador ficaria maravilhado com a conversão de mais de 600 mil pessoas.
Jonas fica triste. (4.1). Depois fica a espreita para ver o que acontece.

O que tem a ver isso com o crente como canal de Deus? Deus nos usa como canal de salvação aos pecadores.
Jonas sabia que “a salvação pertence ao Senhor”, mas ele parece que esquece que Deus usa os crentes para os pecadores terem conhecimento da graça e do juízo de Deus.
Não devemos estar na Igreja simplesmente num estado de contemplação. Mas como despenseiros da Sua multiforme graça, chamando os pecadores ao arrependimento e à fé.
2 Co 5.18-19 : nos deu o ministério da conciliação.
A tarefa da pregação é algo muito elevado e glorioso, mas Deus resolveu manifestar essa glória do evangelho em vasos de barros como nós.
2 Co 4:7 “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”.
Conclusão
Não existe nas Escrituras um dom chamado dom de banco.
Hernandes Dias Lopes: enquanto os Testemunhas de Jeová gastam as solas do sapato, nós gastamos os bancos da Igreja.
Deus nos chamou à salvação e junto com ela nos chama para sermos testemunhas de Jesus.
Então:
1º ) Devemos nos dispor.
2º) Devemos ir
3º) Somos canais de Deus na proclamação do Evangelho. Somos continuadores do ministério de Cristo.
“Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”.
Que no ultimo dia o Senhor não diga para nós: servo mau e negligente!

Pr. Robson

Mensagem entregue na I. P. de Tangará da Serra, em 25/04/2010

“Tô nem aí”

Alguns anos atrás a cantora Luka lançou uma música de grande sucesso nacional – e foi só essa mesmo - que tinha por título “Tô nem aí”. Embora a letra não fale de questões espirituais, creio que esta frase e esta filosofia de vida podem muito bem se encaixar na vida “espiritual” de muitos cristãos. Como assim? Citemos alguns exemplos:
 As exortações de Deus para uma vida de compromisso com Ele e com Seu Reino têm ecoado nos corações e reverberado sem efeito algum. Fico a pensar no papel do pastor na igreja. Parece-me que o pastor e os outros líderes são apenas mais um enfeite que a igreja instituída tem de ter. Assim como é importante ter bancos, púlpito, microfones, vasos e flores, é bom também ter liderança. Faz parte da estrutura da igreja, mas a questão é que tem surtido o mesmo efeito de qualquer desses acessórios. A falta de consideração, respeito e obediência são visíveis nesses últimos tempos!
As promessas feitas diante da comunidade e de Deus, ao professarem a fé, têm sido quebradas cotidianamente sem nenhum tipo de constrangimento ou quebrantamento. Muitos irmãos se enquadram no papel de tolos, para não dizer de irresponsáveis nos seus deveres para com Deus. O pior é que o mal passa para a geração seguinte. A frieza e a indiferença dos pais são refletidas nos filhos. Com alegria e comoção muitos pais trouxeram seus filhos ao altar de Deus e os batizaram, assumindo o compromisso de criá-los no Caminho e na disciplina do Senhor, mas não estão se esforçando nem para trazê-los aos cultos públicos. E quando vêm não são corrigidos a prestarem atenção no que ocorre, a irreverência é palpável. Não só os pequeninos, mas os que não tão pequenos assim!
Trabalhos esvaziados. “Falta” tempo para se estar em comunhão e assim buscarmos a Deus juntos. Mal no domingo têm tempo de vir à congregação dos santos. Quando vêm boa parte chega atrasada. Destes, alguns são domingueiros, pois são crentes apenas no domingo.
Será que com um compromisso assim Aquele que se entregou em sacrifício por você está satisfeito? Será que Aquele que espera ser amado por você com tudo o que há de melhor em você está contente? Será que Aquele que deseja ver o crescimento do Seu Reino aqui na terra com a sua cooperação pode lhe fazer um elogio de servo bom e fiel?
Deus livre a sua igreja dos que adotam a filosofia do “tô nem aí”, do estilo de vida da indiferença e do descaso para com o Senhor! É tempo de se humilhar e fazer um autoexame da vida perante Deus, pedindo a Deus que sonde o coração e o conduza pelo caminho estreito, que é o caminho de vida. Que o Senhor traga um renovo aos nossos corações.
Oremos:
“Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia“ (Habacuque 3:2)
Pr. Robson Santana

16 de abril de 2010

A filsofia na Patrística (Agostinho) e na Idade Média (Aquino)

INTRODUÇÃO 

O propósito desse trabalho é demonstrar em linhas gerais a influência da filosofia no final da idade média conhecida como escolástica. Especialmente no contexto da hegemonia católica no ocidente. Dessa forma, como mostraremos abaixo, o modo de fazer filosofia nesse período foi condicionado pela teologia, embora não tanto como o foi no período da patrística.

Para um conhecimento mais abrangente, em termos de tempo, vamos fazer uma breve descrição da influência filosófica em dois períodos distintos da história da igreja cristã, a patrística (século I ao século VII), especialmente a influência filosófica em Agostinho de Hipona; e na Idade Média (século VIII ao século XIV), através de seu maior expoente Tomás de Aquino.

Ainda em termos introdutórios, faremos uma conceituação do que seja a filosofia. A palavra “filosofia” é de origem grega, composta de “philo” e “sophia”. “Philo” significa amizade, amor fraterno, respeito. “Sophia”, por sua vez, quer dizer sabedoria. Como diz Marilena Chaui (2002, p.17), “Filosofia, significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber, desejar saber”. Desse modo, a filosofia é um estado de espírito que anseia, deseja, tem estima pelo conhecimento verdadeiro.

Ainda segundo Chaui, é atribuído a Pitágoras (séc. IV a.C.) a invenção da palavra filosofia. “Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos” (2002, p.17).

Mas de qual tipo de conhecimento se encarrega a filosofia? Qual a matéria específica da filosofia? De fato, é muito difícil definir o campo de ação filosófica. Na verdade, todas as áreas do conhecimento estão abraçadas com a filosofia. Deve-se destacar que não somente a origem da palavra é grega, mas a própria filosofia é grega. No sentido que se entende a influência da filosofia em Agostinho e Tomás de Aquino, ou seja, “como a aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem e causas das ações humanas e do próprio pensamento, é um fato tipicamente grego” (CHAUI, 2002, p.18). A influência filosófica nesses dois teólogos cristãos vem de Sócrates, Platão e Aristóteles, especialmente dos dois últimos. Desse modo, antes de adentrarmos nos dois filósofos cristãos, vejamos resumidamente a filosofia destes filósofos gregos.

Sócrates (470- 399 a.C.) foi o ponto alto da filosofia grega. Fundador da filosofia moral ou axiologia. Inventou a dialética, “método que investiga a natureza da verdade mediante a análise crítica de conceitos e hipóteses” (Enciclopédia ENCARTA, 2001, CD-ROM). Sócrates considerava a alma uma combinação de inteligência e caráter do indivíduo. “Enfatizou a necessidade de um autoexame analítico das crenças de cada um, de definições claras para os conceitos básicos, e de um levantamento racional e crítico dos problemas éticos.” (ENCARTA). Segundo seu discípulo estas são palavras de Sócrates:

Se, porém, digo que o maior bem para um homem é justamente este, discorrer todos os dias sobre a virtude e os outros argumentos sobre os quais me ouvistes raciocinar, examinando a mim mesmo e aos outros, e, que uma vida sem exame não é digna de um ser humano, ainda menos acreditaríeis no que digo. (PLATÃO, 2001, p. 72).

Platão (428-347 a.C.), como disse antes, foi discípulo de Sócrates. Aceitou sua filosofia, no que tange a teoria das ideias ou doutrina das formas, ou seja, para ele “as formas não são objetos físicos, nem são simplesmente símbolos lógicos ou matemáticos. Pelo contrário, têm existência objetiva e proveem a realidade para os objetos físicos no mundo dos sentidos, que somente pode imitar essas formas de modo imperfeito” (HABERMAS, 1999, vol. III, p. 156).

Aristóteles (384-322 a.C.) foi aluno da Academia de Platão. Mas ao contrário deste, propôs que não há existência fora dos objetos que os representam. Aristóteles definiu os conceitos e princípios básicos de muitas ciências teóricas como a lógica, biologia, física e psicologia. “Ao estabelecer os rudimentos da lógica como ciência, desenvolveu a teoria da inferência dedutiva, representada pelo silogismo e por um conjunto de regras, fundamentando o que viria a ser o método cientifico” (ENCARTA).

Agostinho, antes de sua conversão ao cristianismo, foi influenciado pelo neoplatonismo. Por isso, é importante ressaltar em linhas gerais o que significa. O neoplatonismo foi “a forma principal da filosofia grega entre os séculos III e VI d.C” (FERGUSON, vol. III, p. 15). Procurava desenvolver e sintetizar as ideias metafísicas de Platão. Conforme a Enciclopédia Encarta,

O neoplatonismo é uma variante do monismo idealista, para o qual a realidade última do Universo é o Uno, perfeito, incognoscível e infinito. Deste Uno emanam vários planos de realidade, sendo o nous (inteligência pura) o mais elevado. Do nous deriva a alma universal, cuja atividade criadora origina as inferiores almas humanas. O nous e a alma universal são da mesma substância, ou seja, consubstanciais ao Uno.

Ainda segundo Ana Vasconcelos (2011, p.74), “os neoplatônicos acreditavam que o Mal não tinha existência no mundo, o que existia era apenas a ausência do Bem. Pare eles, a perfeição e a felicidade eram adquiridas pela contemplação filosófica.”


1. A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA EM AGOSTINHO (PATRÍSTICA)

Agostinho (354-430), filho de Patrício, um pagão, e Mônica, uma cristã. Foi inspirado intelectualmente ao ler Hortensius, de Cícero. Em 373 afiliou-se à religião maniqueísta. Ensinou retórica na África do Norte (373-382) e em Roma (383). Nesta cidade abandonou o maniqueísmo e se tornou um cético. No ano seguinte foi ensinar em Milão, onde foi influenciado pela leitura filosófica neoplatônica e pelos sermões do bispo da cidade, Ambrósio.

Converteu-se ao cristianismo, foi batizado por Ambrósio. Retirou-se dois anos para estudar e foi ordenado sacerdote em Hipona, África do Norte, em 391. Em 395 foi ordenado bispo. Sobressai-se no restante da sua vida como bispo de Hipona, as controvérsias que participou e nos escritos que produziu, muitos deles de natureza apologética. Dentre as controvérsias destacam-se os conflitos contra o donatismo e o pelagianismo. É considerado o pai da teologia ortodoxa e um dos maiores doutores da Igreja Católica ocidental.

À época de Agostinho, e por toda a Idade Média, a filosofia ficou subordinada ao cristianismo. Isso não quer dizer que não havia nenhuma diferença entre filosofia e teologia, razão e fé; mas que a filosofia não tinha mais uma posição independente, pois era estudada principalmente por teólogos cristãos, os quais se tornaram personagens importantes na história do cristianismo.

A filosofia de Agostinho é estritamente platônica: metafísica, gnosiologia e ética. Embora fosse influenciado pelo platonismo, bem como outros personagens expoentes da patrística, ideias novas à filosofia greco-romana eram inevitáveis por causa da fé cristã em Deus revelado nas Escrituras Sagradas. Muitas questões filosóficas foram tratadas à luz da Bíblia. Dentre essas ideias novas à filosofia, Chaui (2002, p. 30) cita:

A ideia da criação do mundo, do pecado original, de Deus como trindade una, de encarnação e morte de Deus, de juízo final ou de fim dos tempos e ressurreição dos mortos, etc. Precisou também explicar com o mal pode existir no mundo, já que tudo foi criado por Deus, que é pura perfeição e bondade. Introduziu, sobretudo com Santo Agostinho e Boécio, a ideia de “homem interior”, isto é, da consciência moral e do livre-arbítrio, pelo qual o homem se torna responsável pela existência do mal no mundo.

 

Além dessas respostas às questões surgidas da Bíblia, a destilação de seu pensamento filosófico pode ser resumida nas palavras de D. W. Ramlyn, (2006): “Agostinho tirou a inferência de que todo nosso conhecimento é, em maior ou menor extensão, um produto da iluminação que Deus nos concede. Este é talvez o aspecto fundamental de sua filosofia”. E mais:

 Desta maneira, alega Agostinho, da mesma forma que aquilo que todos percebemos não é meramente um aspecto de nossos órgãos de sentidos, mas algo visível e independente de nós, no caso de outras formas de conhecimento, incluindo o das verdades eternas, o que conhecemos deve ser independente de nós. Em um sentido, conhecemos todas as coisas em Deus, se apenas no sentido em que Deus é a fonte dessa iluminação da qual depende o conhecimento. 

 Agostinho deixou registrados muitos escritos. Dentre seus escritos principais que fazem parte do primeiro período, entre 386 e 396, estão os de natureza filosófica: Contra os Acadêmicos (386), A Vida Feliz (386), Da Ordem (386), Da Imortalidade da Alma e da Gramática (387), Da Grandeza da Alma (387-388), Da Música (389-391), Do Professor (389), e Do Livre Arbítrio (FW, 387-388) (ver N. L. GEISLER, vol. I, p. 33).

Citando ainda Norman L. Geisler, quando trata do terceiro período das suas obras (411-430), diz que A Cidade de Deus “talvez tenha sido a maior de todas” (vol. I, p. 33). Na qual, segundo o articulista da Enciclopédia Encarta, “formulou uma filosofia teológica da história”.

No artigo “Filosofia Ocidental”, da Enciclopédia Encarta, vemos uma síntese e a influência da filosofia de agostiniana:

Agostinho conciliou a ênfase dada pelos gregos à razão com a insistência dos romanos nas emoções religiosas dos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos, gerando um sistema de pensamento que se transformou na própria doutrina do cristianismo da época. Em grande parte graças a sua influência, o pensamento cristão foi platônico em espírito até o século XIII.

 

2. TOMÁS DE AQUINO E A ESCOLÁSTICA CRISTà

Tomás de Aquino nasceu em Roccasecca perto de Aquino, na Itália (1225-1274). Ficou conhecido como filósofo, teólogo, doutor da Igreja (Doctor Angelicus), patrono das universidades, colégios e escolas católicas.

Com apenas cinco anos foi morar num mosteiro beneditino, mas depois foi levado pela sua família a estudar na nova universidade secular de Nápoles (1239). Nessa universidade se juntou aos dominicanos. Em 1245 estudou sob a orientação de Alberto Magno, no Convento de São Tiago na cidade de Paris (França). Juntamente com Magno, Aquino fundou uma escola em Colônia (hoje na Alemânia). Voltou a Paris em 1252 para ensinar na universidade. Entre 1259 e 1268 Aquino ensinou nas Curiae papais na Itália. Seus últimos anos de vida se deram em Nápoles ensinando numa casa de fundamento dominicano. Morreu em 7 de março de 1274, em Fossanova, quando estava a caminho do Concílio de Lyon. “Aquino foi canonizado em 1326, proclamado doutor da igreja em 1567, recomendado para estudo pelo papa Leão XIII (Aeterni Patris) em 1879, e declarado patrono das escolas católicas em 1880” (GEISLER, vol. III, p. 540-541).

Não é possível caracterizar o mé­todo de Tomás de Aquino por uma obra; ao menos deve ser chamado eclético. Por volta de novena e oito obras são atribuídas a ele. A maior e mais importante de suas obras é Summa Theologica, uma espécie de teologia sistemática com abordagem filosófica. Através do mesmo papa Leão XIII, citado acima, seu sistema foi declarado o ensino oficial da Igreja Católica Apostólica Romana.

O seu mé­todo é aristotélico, platônico e socrático. É indutivo e dedutivo. É analítico e sintético. Ele escolheu o melhor que podia encontrar naqueles que o precedeu. Aprovando o que era verdadeiro e rejeitando o que era falso. Percebe-se, no entanto, que a sua in­fluência maior é aristotélica.

As obras de Tomás podem ser divididas em quatros grupos: (1) Comentários; (2) Sumas; (3) Questões; e (4) opúsculos. Foi justamente com o legado deste frade dominicano que o escolasticismo chegou ao seu apogeu. Segundo H. Bettenson (1998, p.228), “a exposição sistemática da fé católica em termos de filosofia aristotélica produziu uma re­volução no pensamento cristão, pois Agostinho e Anselmo consideravam o platonismo como sendo a filosofia especificamente cristã.” No começo, os seguidores de Aristóteles eram encarados como ‘averroístas’, mas o aristotelismo modificado, que era o funda­mento da monumental Summa Theologica de Tomás de Aquino.

Com adaptações o aristotelismo adentrou na teologia cristã através de Tomás de Aquino. Este usou de tal maneira as obras e o pensamento de Aristóteles que não era apenas algo incidental, mas princípios metodológicos. Para Aquino a teologia e a ciência estão em harmonia, tal qual a razão e a fé. Para ele a teologia era uma ciência. Porém é distinta do conhecimento racional, pois apenas com a razão o homem não obtém a fé. Esta só poder chegar através da revelação especial e da graça. Talvez ele esteja parafraseando Paulo quando diz que o fundamento da verdade revelada não pode ser percebido pela ra­zão, mas a fé o aceita baseada na autoridade divina. Os princípios que devem reger a teologia são:

O conhecimento sobrenatural do próprio mundo, o conhecimento que Deus e os seus anjos possuem acerca de questões divinas. Desta maneira, a teologia recebe caráter científico, embora não possa provar a si mesma ou mesmo compreender plenamente os princípios sobre os quais baseia suas afirmações (HÄGGLUND, 1995, p.158). 

Conforme Normam L. Geisler e Paul D. Feinberg (1996, p.231), Tomás de Aquino tem o seguinte argumento, a posteriori (do efeito para a causa), para provar a existência de Deus:

(1)  Todo efeito, pela sua própria natureza, precisa de uma causa.

(2)  Todo ser contingente é um efeito.

(3)  Logo, todo ser contingente é causado.

(4)  Segue-se, portanto, que a causa de todo ser contingente não é contingente, mas, sim, necessária (ou seja: Deus).

Aquino sabia que nem tudo pode ser explicado pela razão, requer necessariamente fé, como as doutrinas da Trindade, a encarnação de Jesus.

Quanto aos seus escritos, pode-se dizer que, embora tenha vivido menos de cinquenta anos, são de tamanhos variados, tanto breves quanto longas. De acordo com The Catholic Encyclopedia (Vol XIV, 1912), 

As obras de Tomás de Aquino podem ser classificadas como filosófica, teológi­ca, bíblica e apologética, ou controversa. Porém, a divisão sempre não pode ser rigidamente mantida. A Summa Theologica, por exemplo, contém muito que é filosófico, enquanto a Summa contra gentiles é principalmente, mas não exclusivamente, filosófico e apologético. Os seus trabalhos filosóficos são, principalmente, comentários em Aristóteles, e os primeiros escritos teológicos importantes foram comentários dos quatro livros de "Sentenças" de Pedro Lombardo; mas ele não segue servilmente o filósofo ou o Mestre das Sentenças. 

Tomás de Aquino foi o maior expoente do escolasticismo. Ele soube sintetizar o que havia de melhor nos pensamentos cristãos e pagãos de sua época. Segundo L. FRANCA (1964, p.113-114),

Santo Tomás é o maior gênio da Escolástica. Espírito eminentemente coordenador, sintético e coerente, funde num sistema de proporções gigantescas e harmoniosas os materiais acumulados pelos séculos que o procederam. O que de mais verdadeiro havia produzido a filosofia grega no seu mais alto representante - o Estagirita, o que de mais profundo havia inspirado a sabedoria cristã, reunido e compendiado na obra genial do grande bispo de Hipona, quanto de aproveitável haviam legado os pensadores cristãos, árabes e judeus dos primeiros séculos medievais, tudo amadurecido pela meditação pessoal e opulentado pelos frutos originais de sua especulação, foi por Tomás de Aquino utilizado para a construção desta síntese orgânica - filha da tradição fecundada pelo gênio, maravilhosa pela unidade de seu tratado, pela solidez de seus princípios, pela profundidade ampla e luminosa de suas doutrinas, pelo rigor conciso de suas fórmulas, pela universalidade de suas aplicações. 

 Sendo aristotélico não se deixou levar cegamente por esta filosofia. Pois tomou certa independência de Aristóteles e o repensou totalmente. Chegando até a completar a sua obra, especialmente a metafísica, purificando-a de seu naturalismo.

Além do que vimos acerca do seu pensamento em relação à fé e razão, e a possibilidade do conhecimento de Deus, Tomás de Aquino também abordou as questões metafísicas. Segundo ele, a função do sábio era conhecer a ordem. Vejamos resumo de Geisler (1993, p. 541) sobre isso:

A ordem que a razão produz nos seus próprios atos é a lógica. Aquela que ela produz mediante atos da vontade é a ética. A ordem que a razão produz nas coisas externas é a arte. Mas a ordem que a razão contempla (mas não produz) é a natureza. Quando a natureza é comtemplada no âmbito dos sentidos, estudam-se as ciências físicas. A natureza estudada no âmbito daquilo que é quantificável é a matemática. Mas a natureza estudada no âmbito do ser é a metafísica.

 CONCLUSÃO

Até certo ponto somos influenciados pelo nosso tempo. Com estes dois grandes homens da história da igreja não poderia ser diferente. Agostinho de Hipona foi influenciado pela filosofia que predominava em sua época: o platonismo e a reinterpretação da sua metafísica, o neoplatonismo. Quando da sua conversão ao cristianismo a filosofia passou a ser vista pelos olhos das Escrituras Sagradas. Na verdade, Agostinho, como dissemos, é o pai da teologia ortodoxa. Não é por acaso que ele é um dos mais citados tanto por católicos romanos como pelos reformadores protestantes.

Tomás de Aquino, por sua vez, subiu nos ombros dos gigantes do passado. Viveu cerca de nove séculos após Agostinho. Teve o privilégio de receber a influência dos pais da igreja e de muitos teólogos e filósofos da Idade Média. Sua teologia foi influenciada, principalmente por Aristóteles. De fato, seu gênio é grandioso. Basta olharmos para o conteúdo da sua obra, a exemplo da Summa Theologica.

Tomás é venerado como Santo pela Igreja Católica e é considerado como o professor modelo para os que estudam para o sacerdócio. Suas obras são há muito tempo referência para os programas de estudos obrigatórios das ordens sagradas (como padres e diáconos) e também para os que se dedicam à formação religiosa em disciplinas como teologia, história, liturgia, filosofia católica e direito canônico.

O papa Bento XV, na encíclica Fausto Appentente Die (1921), dogmatizou: “Esta Ordem [dominicana], portanto, sempre honrada como mestra da verdade, adquiriu novo brilho quando a Igreja declarou ser seu o ensinamento de Tomás e este Doutor, homenageado com os especiais louvores dos Pontífices, mestre e patrono das escolas católicas”.

Já disseram que toda verdade é verdade de Deus. A filosofia busca a sabedoria, ama a verdade. E independente de quem a tenha dito, se for a verdade, vem de Deus. Desse modo, filósofos gregos como Sócrates, Platão e Aristóteles, na busca da sabedoria verdadeira, iluminados pela imagem de Deus em suas almas, trouxeram à humanidade fachos de luz, que foram usados por Agostinho e Aquino para melhor expor a fé cristã em seus dias.

 

BIBLIOGRAFIA

 

BENTO XV. Encíclica Fausto Appentente Die. Disponível em: https://www.vatican.va/content/benedict-xv/en/encyclicals/documents/hf_ben-xv_enc_29061921_fausto-appetente-die.html. Acesso: 19 abr. 2022.

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FRANCA, L. Noções de História da Filosofia17 ed., revista. Rio de Janeiro: AGIR, 1964.

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­The Catholic EncyclopediaVolume XIV. Copyright 1912 by Robert Appleton Company Online Edition Copyright 1999 by Kevin Knight Nihil Obstat. Disponível em: https://www.newadvent.org/cathen/14663b.htm. Acesso em: 20 Mai. 2022. Minha tradução.

VASCONCELOS, Ana. Manual Compacto de Filosofia. 2ª Ed. São Paulo: Rideel, 2011.