28 de abril de 2010

CÉUS: A HERANÇA DOS JUSTIFICADOS


  INTRODUÇÃO
Jesus disse que quem cresse nele teria a vida eterna. A vida eterna começa aqui na terra (João 5.24; 1 João 5.13). Terá continuidade no estado intermediário, isto é, período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. Nesse estado nossa alma já estará na presença de Deus, no entanto, nosso corpo ainda não foi ressuscitado (Ap 6.9-11). Por fim, chegará o grande dia, o dia do Senhor, em que Cristo virá segunda vez e ressuscitará a todos e levará os cristãos verdadeiros para desfrutar da plenitude de sua bênção (Mt 25.34).

DESENVOLVIMENTO
A palavra “céus” pode significar o lugar físico onde estão os corpos celestes, tais como os planetas, os astros, os meteoros, as estrelas e etc. Significa também o lugar onde as aves voam. A expressão “terra e céus”, como aparece em Gênesis 1.1, quer dizer “universo”, toda a criação de Deus. Mas o significado que pretendemos ver nesse estudo é seu sentido espiritual.
No sentido espiritual, “céus” é o lugar das bênçãos eternas dos justos. Vejamos algumas palavras e expressões que têm o mesmo significado:
a) Cristo o chama de “casa de meu Pai” - “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (João 14.2).
b) É chamado “paraíso” - “Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (Ap 2.7; ver também 2Co 12.4).
c) “A Jerusalém celestial” - “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia” (Hb12:22; ver Gl 4.26; Ap 3.12).
d) O “reino dos céus” - “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo” (Mt 25.1; também Tg 2.5).
e) O “reino eterno” - “Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 2.11).
f) A “herança eterna” - “para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros” (1Pe 1.4; também Hb 9.5).
g) A “pátria superior” - “Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (Hb 11.16).
h) As bênçãos são também ditas como “sentar-se com Abraão, Isaque e Jacó” (Mt 8.11), e estar no “seio de Abraão” (Lc 16.22), “reinar com Cristo” (2Tm 2.12) e curtir um “descanso” (Hb 4.10-11).

No céu, as bem-aventuranças dos justos consiste em:
a) A posse da “vida eterna”, “um eterno peso de glória” - “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2Co 4.17-18).
b) A isenção (dispensa) de todos os sofrimentos eternos - “Ele (Deus) enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou” (Ao 21.4).
c) A libertação de todos os males - “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial” (2 Co 5:1-2).
d) E da sociedade dos maus - “O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (2Tm 4.18).
e) Alegria sem fim, a “alegria completa” para sempre - “O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor” (Mt 25.21, 23; também Lc 20.36; 2Co 4.16,18; 1Pe 1:4; 5:10; 1Jo 3:2).
O céu do crente não somente um estado de felicidade eterna, mas também um “lugar”, um lugar “preparado” à “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (Jo 14.2).

Mas qual será a nossa atividade nos céus?  
“A felicidade futura dos santos é referida como ‘descanso’ [Hb 4.1-11]. Mas não será um descanso em inatividade, porque isso, por mais desejável que possa parecer em se tratando de corpos mortais, não se adapta à realidade de seres espirituais. Esse descanso se assemelha ao sábado, o dia santo, em que o povo de Deus deixa de lado os seus cuidados e preocupações deste mundo e se devota às sagradas horas de adoração a Deus... Eles servirão a Deus dia e noite; e nesse serviço, encontrarão máximo gozo [Ap 7.14-15; 22.3]. A adoração a Deus e o estudo de Sua santa Palavra formam uma parte da deliciosa ocupação dos santos no dia do Senhor, aqui na terra. Da mesma forma, a adoração a Deus, com alegres cânticos de louvor e atribuições de glória, constitui, de acordo com as Escrituras, um parte da atividade dos santos na glória. Os assuntos para esses cânticos maravilhosos e sublimes atribuições de louvor e glória serão supridos pela descoberta continua das perfeições de Deus, cujo estudo formará também uma parte importante na bem-aventurada atividade dos santos” (John Leadley Dagg, Manual de Teologia, pág. 288).
Pr. Robson

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