29 de junho de 2016

“Ensina-nos a contar os nossos dias”

    O Salmo 90 pode ser dividido em três partes: a eternidade de Deus e a fragilidade do homem (1-6); a submissão aos castigos divinos (7-11) e oração por misericórdia e graça (12-17). A oração que se segue a partir do v.12 está fundamentada nas meditações dos versos anteriores. Nessa terceira parte do Salmo, Moisés faz quatro pedidos. Iremos focar aqui na petição número 1: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”.
    Em primeiro lugar, Moisés pede para contarmos os nossos dias porque eles são breves e incertos, e um dia a morte chegará e junto com ela a eternidade. É preciso atentar para o fato de que “tudo passa rapidamente, e nós voamos” (v.10). Desse modo, devemos contar os nossos dias para que vivamos com diligência. Como alguém que não tem tempo para brincar e desperdiçar o tempo. Lembro-me da oração de um pastor que disse: “Senhor, eu não creio no espiritismo, só tenho essa vida para viver. Que eu possa gastá-la no teu reino e que muitos possam te encontrar através do meu testemunho”.
    Em segundo lugar, aqueles que assim oram para viver uma vida no propósito divino, devem pedir a sabedoria do Senhor. Peça para que o Espírito Santo venha instrui-lo(a) com o entendimento vindo do alto. Não temos o controle sobre o tempo e as circunstâncias. Por isso devemos pedir: “Senhor, nos dê direção e sabedoria”.
    Por fim, ao atentarmos para a brevidade da vida e pedirmos um coração sábio, ansiamos por levar uma vida prática de devoção e piedade. Nas palavras de Matthew Henry, “ser religioso é ser sábio”. A verdade deve ser aplicada ao coração. Temos um breve tempo aqui nesse mundo. Que estejamos preparando-nos para a eternidade.
    Esse pedido de Moisés é muito importante para nós. Pois mesmo sabendo quem é Deus e que Ele pune e castiga eternamente, muitos ainda assim desafiam a Sua vontade. Esse problema não atinge apenas os incrédulos ou ímpios, mas o povo de Deus. Como um tipo de mediador entre Deus e o povo, Moisés deseja que todos venham a fazer essa oração. Que o Senhor nos dê corações sábios e vidas piedosas!
Robson Rosa Santana

23 de junho de 2016

Estatísticas Missionárias

   A situação missionária atual não é das melhores, pois das 258 tribos indígenas brasileiras apenas 34 possuem o Novo Testamento em sua língua. Isto é, 136 não têm nada da Bíblia traduzido, e 118 não possuem missionários.
   A janela 10/40, a área mais perigosa do mundo para se pregar o Evangelho, possui os 62 países menos evangelizados do mundo, 97% dos povos não alcançados e 82% da população mais pobre do mundo. Nesses países: apenas 8% da força missionária mundial; 100 milhões de crianças vivendo nas ruas, e para cada 5 nascidas, 2 são abortadas (isto é, 40%); 19 milhões de refugiados por causa de guerras e conflitos; 22 milhões de prostitutas; 520 milhões de favelados em condições subumanas; 2,3 bilhões são pessoas não alcançadas.
 No mundo existem 8.000 povos ainda não alcançados, isto é, 33,33%. Existem 6.809 línguas no mundo, mas apenas: 333 (5%) tem a Bíblia toda traduzida; 1.140 (17%) trechos da Bíblia; 500 (7%) têm o Novo Testamento traduzido; 4.500 (66%) possuem nada da Bíblia traduzida.

De 8.095 cidades na Espanha, 7.540 (93%) não possui igreja evangélica. Existem apenas 0,22% de evangélicos. Existem apenas 0,4% de evangélicos na Grécia.
Atualmente é proibido falar de Jesus, vender bíblia, construir templos e pregar o Evangelho nas terras bíblicas.
A Índia possui 600.000 cidades e vilas. Porém, 500.000 (83%) não possuem missionários. Na China, existem 500.000.000 pessoas que nunca ouviram falar de Jesus.
Na última estatística, calculou-se que morrem 85.000 pessoas no mundo por dia, sem terem ouvido sobre Jesus. Menos de 1% das finanças da Igreja brasileira são investidos em missões. A média de investimento em missões, do crente brasileiro, é de R$ 1,30 por ano.
No Brasil, temos 71 cidades com menos de 1% de evangélicos. A média de evangélicos nas regiões brasileiras é de 15,41%. Porém, no Nordeste a média é de 10,26%. Em 12 estados brasileiros a taxa está acima de 20%. Porém, no Nordeste não há nenhum estado com mais de 15% de evangélicos. Em 6 estados do Nordeste a população de evangélicos está abaixo de 10% (AL, CE, PB, PI, RN e SE). Desses 6 estados, a Paraíba é o que possui a maior concentração de cidades com menos de 5% de evangélicos. Alagoas possui a maior concentração de cidades com menos de 1% de evangélicos. O Piauí é o que possui a população com o menor percentual de evangélicos do país. Onze cidades brasileiras sem nenhuma igreja evangélica: Queluzito (MG), Carrapateira (PB), Boa Vista do Sul (RS), Nova Alvorada (RS), Nova Roma do Sul (RS), Protásio Alves (RS), Relvado (RS), Santo Antônio do Palma (RS), São Jorge (RS), União da Serra (RS), Vespasiano Correa (RS). O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de cidades com índice “zero” de evangélicos (9 cidades).
Você é um missionário de Deus nesse mundo. Esses números não mexem com você? Você pode ser usado por Deus para mudar essa realidade começando aqui em São Paulo. Hudson Taylor diz: “Não são os grandes homens que transformam o mundo, mas sim os fracos e pequenos nas mãos de um grande Deus”. Vamos evangelizar a nossa cidade. Patrick Johnstone, autor do livro “Intercessão Mundial” disse que “os pobres das cidades são as pessoas do mundo mais receptivas ao Evangelho. Mas, ao mesmo tempo, são as menos evangelizadas”.
Vamos trabalhar, orar e contribuir para enviar missionários e plantar novas igrejas, em São Paulo, no Brasil e no mundo. Estamos plantando, se Deus quiser, cinquenta igrejas no estado de São Paulo, em dez anos (2012-2021). David J. Hesselgrave declarou com sabedoria “se quiseres fazer alguma coisa para durar uma estação, plante flores; Se quiseres fazer alguma coisa para durar uma vida, plante árvores; Se quiseres fazer alguma coisa para durar uma eternidade, plante igrejas”.
Rev. Arival Dias Casimiro
Pastor da Ig. Presb. de Pinheiros (SP)

Fonte: Intercessão Mundial

17 de junho de 2016

Princípios Essenciais do Ministério


Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial, mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judeia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento” (At 26.19-20).

A vida ministerial de pastores, missionários e líderes não é algo simples e fácil. São muitos os desafios, demandas e tensões, seja pessoal, de dentro ou de fora da igreja.
Alguns princípios para a liderança da igreja de Cristo podem ser elencados. Arival Dias Casimiro - pastor da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, na capital de São Paulo e uma das igrejas que mais plantam igrejas no Brasil – nos trouxe em uma conferência quatro componentes da visão celestial.
1. Obediência à visão celestial. A marca principal que vemos na vida do maior missionário da fé cristã, o apóstolo Paulo, foi a obediência. Na estrada de Damasco, onde ocorreu a sua conversão pelo próprio Cristo, Paulo foi chamado para ser testemunha do Evangelho às nações. Em cada lugar que ele passou teve experiências únicas. Em alguns momentos tinha desejo de ir para um lugar, e foi impedido pelo Espírito e direcionado para outro. Querendo ir para certo lugar, foi impedido por Satanás. Porém, apesar de todos os obstáculos e resistências dos homens e dos demônios, ele continuou firme em chamar os pecadores ao arrependimento e à fé em Cristo, em obediência à visão celestial.
2. A visão das pessoas. Mateus registra o sentimento de Jesus frente às pessoas que não tinham encontrado a salvação e a paz que só Ele poderia dar: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9.36). Líderes precisam sentir quebrantamento no coração ao estudar e escrever sobre a Palavra. Precisam ser levados a orar pela meditação das Escrituras. Mas jamais podem ser apáticos e indiferentes à realidade das pessoas. Jesus tinha compaixão delas, pois via a sua verdadeira situação, elas estavam exaustas e aflitas. Elas não tinham a direção certa do caminho. Eram como ovelhas sem pastor. Elas precisam ser pastoreadas. Pode parecer contraditório, mas os líderes necessitam de um coração pastoral. Um coração sintonizado com o coração do Supremo Pastor. O que Deus colocou no seu coração para fazer? A visão de Deus está conectada com a realidade? Deus colocou o desejo de reedificar os muros de Jerusalém no coração de Neemias (cf. Ne 2.12,17)
3. A visão dos recursos. A compreensão da vocação de Deus e a dinâmica da evangelização e discipulado, através de estruturas e ministérios, demandam recursos financeiros. Muitos projetos e planos podem ficar no coração e/ou no papel por se ver apenas a falta de recursos. Mas algo precisa ficar claro: a obra é do Senhor. O Senhor proverá. A falta de recursos deixa muitos paralisados. Certa feita o rei da Síria entrou em guerra contra Israel. Todas as vezes que montava acampamento contra Israel, Deus avisava a Eliseu e Eliseu livrava o povo judeu. O rei da Síria soube que era Eliseu e foi à sua procura. Numa manhã, Geazi, o servo do profeta, viu o exército sírio cercando a cidade onde estavam. Geazi tremeu e exclamou, mas Eliseu orou para que ele visse o exército celestial do Senhor. E os soldados sírios foram desbaratados (2Rs 6.15-17). A Igreja de Pinheiros tem um projeto de plantar 50 igrejas em cidades do interior de São Paulo em 10 anos, 5 a cada ano. Deus tem levantado os recursos.
4. A visão do tempo. Ao evangelizar os samaritanos Jesus traz um princípio importante quanto ao tempo. Os discípulos sabiam que em quatro meses era tempo de colher o que se plantou na terra, mas quando Jesus aplica a colheita às coisas espirituais, Ele diz: “erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (Jo 4.35). O tempo de Deus é diferente do nosso. O tempo de Deus é agora.
A missão é do Senhor. A igreja é coadjuvante. O Deus que chama e direciona líderes ao mundo é o mesmo que levanta o sustento e mantem a obra. Obedeça, faça e creia!

Robson Rosa Santana

Adaptado de palestra do Rev. Arival Dias Casimiro