24 de março de 2017

Mundanismo

    Tiago diz que quem quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus. O apóstolo João, por sua vez, afirma quem ama o mundo, o amor de Deus não está nele (cf. Tg 4.4; 1Jo 2.15). A ideia nesses versos não é do planeta como um todo ou das pessoas em geral, mas de um sistema de pensamentos e práticas contrários aos mandamentos de Deus. Ou seja, a rebeldia contra Deus. Jerry Bridges diz que mundanismo é “estar apegado às coisas, monopolizando ou preocupado com o que é passageiro neste mundo” (1Co 7.31).
    Podemos e devemos usar as coisas do mundo. A questão é tomar cuidado para que essas coisas não se tornem importantes demais para nós. São várias as áreas que poderíamos abranger sobre o alerta de Deus contra o mundanismo, mas vamos focar em três áreas.
    Dinheiro. A Bíblia deixa claro que o amor ao dinheiro é idolatria e a raiz de todos os males. Na nossa era consumista, somos motivados a ter, em detrimento do ser. Além do mais, no afã de querer ter as coisas, muitos cristãos têm se atolado em dívidas. Nas últimas décadas as pessoas têm ganhado mais, querem mais ainda e têm ficado endividados. Como devemos administrar nossa renda? Primeiro, temos de lembrar que somos mordomos de tudo temos. Segundo, não gastando além do que ganhamos. Terceiro, priorizando as coisas essenciais: (1) dízimos e ofertas; (2) cuidado da família; (3) socorro aos irmãos necessitados; (4) ajuda ao próximo; e (5) pagamentos de impostos, etc. Enfim, o modo que administramos nosso dinheiro deve glorificar a Deus e abençoar as pessoas próximas a nós.
    Imoralidade. Uma das guerras culturais de nossos tempos é a tentativa de incutir na sociedade a aceitação ou celebração de todo tipo de expressão sexual. A indústria do entretenimento, como cinema, música, programas de TV, tenta massificar condutas sexuais proibidas por Deus. De acordo com a Bíblia, o sexo deve ser praticado após o casamento e dentro do casamento. Mas há pecados sutis ou tolerados pelos crentes que vão além do adultério e homossexualismo. A impureza sexual não se resume à prática em si, mas aos prazeres dos olhos e à sensualidade. Precisamos tomar cuidado com os que vemos em revistas, TV, filmes, romances, que apelam à sensualidade ou pornografia. As mulheres crentes devem tomar cuidado com o que vestem, em termos de comprimento, decote e justeza das roupas (1Tm 2.9). Os homens, no que lhe diz respeito, devem vigiar a cobiça de seus olhares (Mt 5.28).
    Idolatria. Segundo Bridges, “ídolo é qualquer coisa que valorizamos tanto que acaba drenando nossa energia emocional e mental, ou nossos recursos e tempo. Qualquer coisa que fique acima de Deus ou da família”. É claro que os crentes não adoram ídolos feitos pelas mãos dos homens, mas há os “ídolos do coração”. Três áreas em que podemos estar sendo idólatras: (1) Trabalho ou profissão. Vivemos num mundo competitivo, mas devemos estar vigilantes para não transformar nossa profissão em ídolo. “Depois que me converti, larguei mão de tentar vender carros e passei a ajudar os clientes a comprar carros”, disse um irmão. Quando ele passou a servir de coração aos clientes, sua carreira deixou de ser ídolo e transformou-se em serviço a Deus. (2) Assuntos políticos e sociais. Há questões como aborto, ideologia de gênero, homossexualismo que são contrários aos padrões morais de Deus. A preocupação exagerada com questões políticas e sociais podem se tornar ídolos. A prioridade maior da igreja como um todo é a proclamação do evangelho. (3) Paixão consumidora por esportes. Sem dúvida, alguns esportes se tornaram ídolos. Não deixe sua equipe ou time se tornar um ídolo. Torça, se você gosta, mas não seja consumido por causa de vitórias e derrotas. É só um jogo!
    Estejamos vigilantes e consagrados a Deus. Pois “o mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2:17 - NVI).


Robson Rosa Santana 

Adaptado de Pecados Intocáveis, de Jerry Bridges
PowerPoint - Parte 1: http://bit.ly/2nlhFoM
PowerPoint - Parte 2: http://bit.ly/2n2lYm9

Mandanismo - Parte 2 - Imoralidade e Idolatria



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18 de março de 2017

Fidelidade e benção: dízimos e ofertas

  Os Estados Unidos é o país mais rico do mundo. A renda da classe média em 2004 era de 52.000 dólares, o equivalente hoje a cerca de mais de R$13.000 por mês. No entanto as famílias americanas têm uma dívida, em média, de 7.000 dólares (cerca de R$ 21.000). Nesse mesmo ano, a ajuda com causas beneficentes foi de 794 dólares, por volta 1,5% do que ganhavam.
Quando se analisou os membros de 8 denominações dos Estados Unidos, em 2003, eles contribuíram com 4,4% da renda para a obra de Deus. Houve um decréscimo de 6,2% comparado com 1968. Eles ficaram menos generosos com a obra de Deus no mundo. Gasta-se mais em causa própria do que para o Reino de Deus.
Houve também uma mudança no percentual do dinheiro arrecadado investido em missões. Em 1920 10% dos dízimos e ofertas eram destinados a missão em outros lugares do mundo. Em 2003 baixou para 3% dos dízimos e ofertas. Resumindo, (1) Tem-se diminuído as contribuições à Igreja de Jesus e (2) Aumentado o foco nas causas da igreja local. Penso que no Brasil não seria muito diferente dos Estados Unidos, talvez pior o um pouco.
O que temos feito com nosso dinheiro?
Se colocamos nosso pensamento nas coisas do mundo e não nas de cima, ficamos mundanos em relação ao nosso dinheiro. Quanto, então, devemos ofertar? No mínimo 10% - biblicamente falando, o dízimo. A Bíblia fala de oferta proporcional, ou seja, de acordo com a nossa prosperidade. Vejamos alguns textos: “No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar (1Co 16.2). “Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem” (2Co 8.12). O dízimo é uma aplicação específica de entrega proporcional.
Para aqueles que acham que o dízimo não é do Novo Testamento, ou que é um valor alto, veja o que disse Jerry Bridges: “Se o próprio Deus afirmou que os judeus estavam roubando dele porque não entregavam o dízimo, será que ele fica feliz quando ofertamos menos da metade do que os judeus” (cf. Ml 3.8). O próprio Bridges testemunha que deixou a indústria para trabalhar na missão The Navigators (Os Navegadores). Passou a receber 75% do que ganhava e achava que não tinha como devolver o dízimo; mas isso o incomodava. Até que leu sobre a história de Elias alimentado pela viúva de Sarepta (1Rs 17.8-16). Passou a ser fiel nos dízimos e continuou sendo sustentado por Deus.
Temos de lembrar sempre que tudo o que temos e nossa capacidade de ganhar mais vem de Deus. “Não digam, pois, em seu coração: ‘A minha capacidade e a força das minhas mãos ajuntaram para mim toda esta riqueza’. Mas, lembrem-se do Senhor, do seu Deus, pois é ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza, confirmando a aliança que jurou aos seus antepassados, conforme hoje se vê” (Dt 8.17,18). Nossos dízimos e ofertas devem refletir o valor que colocamos nas bênçãos de Deus derramadas sobre nossas vidas.
E os 90%? Bem, o que a Bíblia deixa claro é que tudo vem de Deus. 100% do somos e temos é dEle! Somos mordomos do que o Senhor nos dá. Não devemos ser levados pelo consumismo do mundo. Devemos gastar, no máximo, de acordo com o que ganhamos.
Como disse Hernandes Dias Lopes, nosso dinheiro deve ser ganho de forma honesta e deve ser administrado de forma que glorifique a Deus e abençoe ao próximo. Biblicamente falando, devemos administrar nossa renda da seguinte forma: (1) Dízimo e ofertas; (2) Cuidado da família; (3) Socorro aos irmãos; (4) Ajuda ao próximo; e (5) Pagamento de impostos, etc.
Deus nos ajude a não sermos levados pelos pensamentos mundanos com relação ao dinheiro. Primeiro, não devolvendo a Deus o que dele, para sua obra. Segundo, gastando mais do que se ganha. Sejamos fiéis e abençoados!

Adaptado do livro Pecados Intocáveis, de Jerry Bridges

7 de março de 2017

Paz no meio da tempestade | Mensagem em Marcos 4.35-41

  INTRODUÇÃO

As tempestades são inevitáveis. Vêm para todos e são variadas. Tem a ver com casamento, filhos, doenças, finanças, enfim, todas as áreas da vida.
As tempestades são imprevisíveis. Não dá aviso. Quando os discípulos pegaram aquele barco no final da tarde estava tudo tranquilo, mas de um momento para outro tudo mudou. Assim acontece conosco. Há momentos em que tudo está indo bem, e muda de ponta cabeça. O mundo parece sumir debaixo de nossos pés.
Pelos menos quatro ex-pescadores conheciam muito bem aquele lago que possui 21km de comprimento por 14km de largura (aproximadamente). Sabiam que era cercado pelas montanhas de Golan, que afunilam os ventos e surgem tempestades repentinas, mas eles não sabiam quando isso iria acontecer.
As tempestades além de inevitáveis e imprevisíveis, normalmente são inadministráveis. Como disse, alguns discípulos conheciam muito bem aquele lago, mas eles não conseguiram lidar. Quando as coisas se tornam assim, não podemos esquecer que Deus está no controle.
Em quarto lugar, as tempestades são pedagógicas. Deus não quer nos destruir, mas exercitar a nossa fé. Deus quer nos ensinar. O apóstolo Paulo passou por muitas lutas e dificuldades de tudo que é jeito em seu ministério, ele disse que “sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
Paulo ainda nos ensina: “É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (2Co 1.4). Deus trabalha em nós, depois nós trabalhamos na vida dos outros.

Aprendemos nesse relato 4 lições preciosas:

1) ESTAR EM CRISTO NÃO NOS ISENTA DE ENFRENTAR TEMPESTADES
Os Doze que foram chamados por Jesus estavam andando de forma obediente na sua vocação.
Estavam no processo de discipulado e aprendizado.
Estavam dando testemunho que agora criam em Jesus, apesar da oposição dos religiosos não aceitavam a Cristo.
Porém, vemos esses discípulos passando por grande apuro mesmo andando com Jesus.
Jonas passou por aquela tempestade para voltar ao caminho da obediência. Mas aqui eles estavam naquele barco porque Jesus mandou.
Desse modo, nós também não devemos imaginar que nossa caminhada seja o tempo todo tranquila.
Mesmo com Jesus, não devemos estranhar as enfermidades, perdas, privações, decepções, como qualquer outra pessoa.
Somos salvos e lavados no sangue de Jesus.
Um céu glorioso na presença de Deus nos espera.
Mas Ele não nos prometeu livrar das aflições comuns a todos os homens que passam por esse mundo.
As aflições nos ensinam lições preciosas, além de nos levar aos pés do Senhor em oração.
As tempestades da vida nos fazem ver nossa fraqueza, purifica nossos sentimentos e nos faz desejar o céu.
Sl 119.71 diz: “Foi me bom ter eu passado pela aflição”.
No final das contas, iremos agradecer a Deus pelos tempos de aflição.

2) JESUS MANIFESTA MAIS UMA VEZ SUA HUMANIDADE
 O texto diz que Jesus estava “dormindo”.
O barco sendo assaltado por ondas de vento e Jesus descansando.
Jesus era igual a nós na semelhança de seu corpo.
Ele tinha fome, sede, dor, cansaço, como nós.
Jesus havia passado o dia inteiro atarefado nas coisas do Pai: pregando, ensinando e curando.
E em tudo que fazia nos dava o exemplo.
Isso é muito importante porque Ele não somente sabe das nossas aflições, mas ele mesmo as sentiu no seu próprio corpo.
Ele nos compreende muito bem. Ele sentiu as mesmas dores que nós. E outras maiores ainda.
Hb 4.15 deixa isso muito claro: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, antes ele foi tentando em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”.

3) JESUS MANIFESTA SUA DIVINDADE, SEU PODER ILIMITADO
No meio daquela tempestade, Jesus fez algo impossível aos homens.
O texto diz que “...repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança”.
NTLH: “... falou duro com o vento e disse ao lago: — Silêncio! Fique quieto! O vento parou, e tudo ficou calmo”.
Em poucas palavras Jesus transformou um mar revolto em um lugar tranquilo e calmo!
Ele pode falar isso porque foi Ele que com a Sua palavra criou o Universo. Ele disse: “haja” e veio tudo a existir.
O vento conhecia a voz do Seu Senhor. E como servo obediente, ficou quieto e silencioso.
Essa é uma grande lição: “para Jesus nada é impossível”.
Nada que aconteça conosco, fora de nós ou dentro de nós, é mais poderoso que Jesus!
Não existe problema, dificuldade, enfermidade ou até mesmo pecados, que Jesus não possa lidar.
Não existe coração inquieto, angustiado e abatido, que ele não possa acalmar.
Ele pode e tem dito muitas vezes aos seus filhos: “Silêncio! Fique quieto!”.
Nenhum tipo de problema pode vencer o povo de Deus, desde que ele esteja com Deus e Deus com ele. “Se Deus é por nós, quem será contra nós” (Rm 8.31).
“Maior é aquele que é por nós do que todos que são contra nós” (J. C. Ryle)

4) JESUS REVELA SUA PACIÊNCIA E MISERICÓRDIA COM SEU POVO
Os discípulos, muitos deles familiarizados com o lago, ficaram angustiados, demonstrando fraqueza e medos absurdos.
Parece que esqueceram de todos os milagres que viram com seus olhos. O foco se tornou a situação presente.
Então vão acordar Jesus e reclamar:
“— Mestre! Nós vamos morrer! O senhor não se importa com isso?” (v.38 - NTLH)
Mesmo diante dos temores e falta de fé, Jesus não os repreende severamente.
Ele diz com ternura: “— Por que é que vocês são assim tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?” (v.40).
“Eles tinham o Senhor do vento e das ondas com eles no barco. Ele ainda era Mestre, mesmo que dormindo na tempestade. Ainda não tinham chegado a sentir que Jesus era realmente Senhor da natureza. Eles haviam aceitado a sua Messianidade, mas todas as suas conclusões sobre Jesus ainda não eram totalmente claras. Como semelhantes a nós em nossos problemas eles eram! (parafraseando Robertson)
 A grande lição aqui é que Jesus é cheio de compaixão e misericórdia.
Ele é igual para nós hoje. Ele tem simpatia por nós. Ele nos ama e abençoa.
“Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem” (Sl 103.13).
Apesar de nós, Ele nos sustenta. Apesar dos nossos erros, Ele nos restaura. Seu amor e paciência estão além da nossa compreensão.
Como Deus, Ele nunca muda. O coração fraterno de Jesus no mar da Galileia é o mesmo hoje.
Isso nos ensina também a sermos bondosos e graciosos com nosso próximo.

FINALIZANDO...
Depois de aprender sobre o grande milagre que Jesus realizou acalmando uma tempestade, fazendo tudo ficar tranquilo e calmo. Depois de aprender da paciência amorosa de Deus para conosco. Resta-nos sermos tocados por um profundo temor de Jesus!
Devemos ter ao mesmo tempo medo e reverência. Jesus é maior do que possamos imaginar. Uma mãe pode secar as lágrimas de um filho. Um mecânico pode consertar um carro. Um médico pode realizar uma cirurgia e prescrever remédios que curam. Mas só Deus pode mudar o tempo. Só Deus pode fazer cessar os ventos.
Que sejamos maravilhados com Jesus como aqueles discípulos: “quem é este?” Este é Jesus. Aquele que salva e cuida do Seu povo. 
Este texto finaliza focando a pessoa de Jesus. Depois de tudo que Jesus falou e os milagres que fez, quem é Jesus para você?

Robson Rosa Santana