7 de agosto de 2008

O que a Bíblia diz sobre Maria, a mãe de Jesus

Leitura: Lucas 1:46-55

MARIA NA BÍBLIA

É preciso olhar para a Bíblia com olhos despreconceituados acerca da sua pessoa. Maria aparece nas seguintes passagens da Bíblia: (1) Narrativas da Infância de Jesus (Mateus 1 e 2; Lucas 1 e 2); (2) O Casamento em Caná da Galileia (João 2:1-11); (3) O Episódio de Mateus 12:46-50 e Marcos 3:21,31-35; (4) O Incidente na Cruz (João 19:25-27) ; (5) A Cena do Cenáculo (Atos 1.14). Após esses episódios, mais nenhum texto do Novo Testamento se refere a Maria.

É evidente nesses textos bíblicos que não existe sequer uma afirmação dizendo que a mãe de Jesus permaneceu virgem, que ela não teve filhos depois de Jesus, e muito menos que ela é digna de receber culto, veneração ou algo parecido, ou que ela subiu ao céu no corpo.[1]

O Romanismo tenta encontrar nesses relatos inspirados alguns ensinamentos que afirmem sua teologia sobre Maria (mariologia), que, na verdade, não passam de distorções dos relatos bíblicos inspirados.

Praticamente todo ensino sobre a mãe de Jesus decorre daquilo que chamam de “Palavra de Deus Oral”, ou seja, a “Tradição”. Para o Romanismo, as Escrituras não são a única regra de fé e prática; aquilo que os protestantes chamam de Só a Escritura (A Suficiência da Escritura), pelo contrário, além da Palavra de Deus, (a Bíblia), soma-se a palavra dos homens (a Tradição). E é justamente por isso que muitas doutrinas católicas não têm fundamento bíblico.

MARIA NA DOUTRINA ECLESIÁSTICA E NA TRADIÇÃO

O tratamento dentro da Igreja Católica acerca da pessoa de Maria consiste de lenda e dogma, ou seja, de ficção e coisas incertas. Os relatos lendários, que incluem os evangelhos apócrifos (não-bíblicos), registram algo do que está relatado nos Evangelhos, mas depois daí nada é comprovado, pelo contrário, crê-se cegamente sem a busca da verdade histórica.

O Dogma – “existe uma lenda crescente da vida posterior de Maria na casa de João; de sua morte, na qual foi concedido aos apóstolos participarem; sua elevação corpórea ao céu; sua recepção nas mãos de Jesus e sua glorificação no céu. Ao fim dessa série de afirmações, já existe a transição da lenda ao dogma. Fica evidente, das afirmações dos escritores Católicos Romanos, que nenhum dado histórico confiável foi encontrado entre esses relatos lendários. 

A atitude comum dos escritores católicos modernos é exibida nas seguintes sentenças (de Wilhelm e Scannel, Manual de Teologia Católica, II, 220): ‘A assunção corporal de Maria ao céu está tão plenamente implicada na noção de sua personalidade como dada pela Bíblia e o dogma, que a igreja pode dispensar a evidência histórica exata do fato’. Se este é o único caminho para se acreditar, há pouca coisa a dizer sobre a questão. Além do dogma quase histórico da assunção corporal de Maria, a interpretação doutrinal Católica Romana falha em três partes”.[2] As quais sejam:

1) Dogma de sua impecabilidade (Imaculada Conceição) – essa doutrina consiste na “a ideia de que a Mãe de Deus não teve pecado original na sua concepção, nem adquiriu elementos do pecado original no desenvolvimento de sua vida, ao passo que todos os outros seres humanos possuem o pecado original desde a sua concepção, devido à queda de Adão”.[3] 

Em 1 Coríntios 15.22, Paulo diz: "Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo". Paulo aqui não abre nenhuma exceção quanto aos que nasceram de Adão, todos morrem. A grande questão da transmissão do pecado é que os católicos acham que quem transmite o pecado são os pais, ao passo que os reformados creem que é o próprio Deus imputa o pecado nas pessoas. Logo, Ele não imputou em Jesus, uma vez que foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria. E se Deus poderia fazer o milagre da imaculada conceição com Maria por que não fazer com Jesus? Devemos lembrar que o maior teólogo católico, Tomás de Aquino, bem como Bernardo de Claraval e outros, combateram esse dogma.

2) Dogma da Virgindade Perpétua de Maria – esse dogma ensina dois aspectos de sua virgindade: (a) no seu parto: Jesus nasceu sem abrir qualquer parte de seu corpo; e (b) continuou virgem durante toda a sua vida. 

Todas as regras de interpretação da Bíblia são violadas se alguns textos forem colocados em segundo plano ou reinterpretados ao gosto do cliente. Por exemplo, em Mateus 1.24-25 diz: “Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus”.[4]

A expressão “irmãos do Senhor” é explicada como “irmãos adotivos”, “meios-irmãos” (filhos de José antes de casar com Maria) ou “primos”. Mas alguns textos não ensinam isso; leia-se Mateus 13.55-56: “Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?”.

A palavra “irmãos” no texto original em grego é adelphoi. Se a Bíblia quisesse chamá-los de primos, existia uma palavra diferente, assim como existe no português, a saber: anepsios (primo). 

Veja ainda mais os seguintes textos bíblicos que falam dos irmãos (adelphoi) de Jesus:

  • João 7:5: “Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele”
  • Atos 1:13-14: “Quando ali entraram, subiram para o cenáculo onde se reuniam Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes [os apóstolos] perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele [de Jesus]”. Se a Bíblia quisesse falar dos apóstolos como irmãos de Jesus, não faria essa diferenciação aqui. Os apóstolos são distintos dos irmãos do Senhor Jesus.
  • Gálatas 1:19: “e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor [Jesus]”. Os irmãos de Jesus não creram nele até que Ele foi morto e ressuscitado. Aqui um de seus irmãos torna-se destaque, em termos de liderança, no meio dos apóstolos. Uma vez que o irmão de João, o apóstolo Tiago, havia sido martirizado (Atos 12:2).
  • 1 Coríntios 9:5: “E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas [Pedro]?”.
Deve ser lembrado também que o dogma da virgindade perpétua de Maria envolve a influência do ascetismo[5] e do celibatismo (monges, freiras, padres etc., que não se casam), que abrangem duas ideias falsas: “(a) que a relação matrimonial é incompatível com uma vida santa; e (b) que Maria não é considerada um ser humano sob as obrigações comuns da vida humana”.[6]

3) Dogma da Glorificação de Maria como Objeto de Adoração e sua Função como Intercessora

“(a) Os teólogos católicos tomam, por exemplo, o literalismo cru envolvido na identificação da mulher de Apocalipse 12.1-6 com Maria. Um estudo cuidadoso da passagem (especialmente 12.6)[7], em relação com o contexto, deixa claro que nenhuma sugestão da situação de Maria no céu é pretendida. De fato, Maria, em qualquer sentido literal, nem é mesmo referida. [...] A mulher da visão é a igreja...

“(b) A humanidade perpétua de Cristo leva a Sua filiação perpétua a Maria. Este argumento, se realmente tem algum peso, implica que o Senhor Jesus glorificado está ainda sujeito a Sua mãe. É, porém, evidente dos Evangelhos que a sujeição a seus pais que continuou depois do incidente no Templo (Lc 2.51), foi posta de lado no início de seu ministério público. Em tudo que pertence a seu ofício celestial, como Senhor, a posição de Maria é de dependência, e não de autoridade.

“(c) Cristo ouve as orações de Maria. Aqui, novamente, a assunção dogmática está em evidência. Que Ele ouve as orações dela, ainda que verdadeira em um sentido muito especial, não implica, ao menos, que orações devem ser dirigidas a ela ou que ela é uma intercessora através de cujas orações podem ser levados a Ele [Ap 6.9-10].

“(d) Uma vez que Maria cuidou do corpo de Cristo quando Ele estava na terra, naturalmente Seu corpo espiritual seria seu cuidado especial no céu. Mas, em qualquer hipótese razoável, Maria era, é, e deve permanecer, uma parte daquele corpo (At 1:14). A menos que ela própria seja um ser divino (igual a Deus), seu cuidado pela Igreja não pode envolver sua presença universal nela e seu acesso às orações de seus seguidores”.[8] Pois somente o Deus Triúno é onisciente, onipotente e onipresente, somente Ele sonda o coração das pessoas e está em todos os lugares com todo e Seu Ser (leia Salmo 139).

CONCLUSÃO

Dom Manuel Pestana Filho, Bispo Diocesano de Anápolis (GO), entra em contradição em seu artigo Em Defesa de Nossa Senhora, quando diz: “Muitas mentiras e calúnias são ensinadas sobre nós Católicos, quando dizem que nós adoramos a Virgem Maria. Os únicos Católicos que alegam um dia ter adorado Nossa Senhora hoje são protestantes. Hoje sou Católico pela graça de Deus e confesso que nunca encontrei um católico que adorasse a Virgem Maria”. 

Aqui ele afirma que não adora a Virgem Maria, no entanto, mais à frente, no mesmo artigo, escreve: “O culto a Virgem Maria vem desde o início da Igreja. Que culto mais evangélico pode haver do que o prestado a Ela pelo Arcanjo Gabriel e por Santa Isabel? [...] Aquela que numa simples saudação atraiu o Espírito Santo que santificou São João Batista ainda no seio de Sua mãe, Aquela cuja palavra Cheia de Graça encheu Santa Isabel do Espírito Santo”. [9]

Pelo que sabemos da Bíblia, os anjos não aceitam culto dos homens e eles só prestam culto a Deus (Ap 19.10[10]; Cl 2.18[11]), nem foi a saudação de Maria que encheu João Batista ainda no ventre de Isabel, mas o próprio Espírito Santo, pela vontade do Pai. 

Deve-se destacar ainda que a Bíblia não registra nenhum outro “senhor” ou “senhora”, além de Jesus. São tantos textos que se referem unicamente ao Senhor Jesus que encheríamos a página de referências, porém os seguintes bastam:
  • Efésios 4:5: “...há um só Senhor [Jesus], uma só fé, um só batismo”.
  • Filipenses 2:11: “...e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.
Ninguém mais é Senhor (ou Senhora), dos verdadeiros filhos de Deus, somente Jesus Cristo. Isabel mesmo diz a respeito de Maria: “E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre! E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?” (Lucas 1:42-43). Aqui Isabel não chama Maria de sua senhora; chama-a de “mãe do meu Senhor”. O Filho de Maria é que é Senhor. 

A própria Maria no seu cântico, no verso 47, de Lucas 1, chama Deus de seu Salvador, logo precisava também de salvação como todos os pecadores e ela mesma se chama serva de Deus. Isso está bem distante do título deram a ela com o passar do tempo e que perdura até hoje no catolicismo.

Doutrina Católica: Maria é onipotente em poder e infinita em misericórdia, e é para ser adorada como rainha do céu e dos anjos. Ela foi imaculada. (Ela é chamada Mãe de Deus, Refúgio dos Pecadores, Portão do Céu, Mãe de Misericórdia, Esposa do Espírito Santo, Propiciatória do Mundo, etc)”.[12]

Será que as Escrituras atribuem à mãe de Jesus, nossa irmã Maria, o atributo de divindade? Vejamos os seguintes textos: Lucas 1.46, 49 e 2.22 nos mostram que ela era igual a qualquer outra mulher fora da graça de Deus. Deve-se entender a sua situação de bem-aventurada, não como digna de ser adorada ou venerada, pelo contrário, deve-se destacar a graça de Deus em usar vasos de barro, como qualquer um de nós, para manifestar a sua glória. E ainda em Lucas (1.47), Maria reconheceu como o seu próprio Filho, concebido milagrosamente nela, como seu Salvador.

Nossa conclusão em toda a questão é que a literatura da Mariolatria pertence, historicamente, a especulação lendária; e, psicologicamente, a história natural do asceticismo e celibato do clero.

Leia com atenção os 2 primeiros mandamentos dados por Deus para que obedeçamos:
  • 1º Mandamento: Êxodo 20:3: “Não terás outros deuses diante de mim”.
  • 2º Mandamento: Êxodo 20:4-6: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”.

E para finalizar medite nessa Palavra direta de Deus:
  • Isaías 42:8: “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura”.

Robson Rosa Santana
Pastor presbiteriano



PARA ONDE VOCÊ ESTÁ INDO?

     Uma das músicas mais executadas nas rádios do Brasil, de autoria de Zeca Pagodinho, diz: “deixa a vida me levar, vida leva eu...”. O que dá a entender é que a vida, para muitas pessoas, não tem propósito algum. Não se sabe para onde vai. O que importa é que se “curta” a vida, aproveite o momento presente para desfrutar dos prazeres que o mundo oferece fartamente, e quanto ao futuro, o “destino”, que é melhor entendido como “acaso”, é quem vai nos conduzir.
    Essa ideologia é também revelada numa música dos Titãs. Uma música, diga-se de passagem, de letra bonita, pois fala de valorizarmos as coisas simples da vida ao nosso redor, mas... no refrão, surgiram palavras contradizentes: “o acaso vai me proteger, quando eu andar distraído”.
    Tudo isso reflete a falta de perspectiva de futuro. Muitos são regulados pelas leis obscuras e incertas do “agora”, do “acaso”, do “destino”. A maioria das pessoas, de fato, não sabe para onde está indo. Estão caminhando sem rumo, sem direção e, mais, sem esperança, porque não se deve esperar nada do futuro, mas viver o “agora” e o “agora” que nos conduza, a “vida” que nos guie.
    Aqui cabe a declaração do apóstolo Pedro: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (João 6.68-69 - NVI). Para mim, essas são palavras-chaves que abrem a mente para as expectativas corretas da vida.
    Se o ser humano quiser certeza de futuro é preciso entender que não é o “acaso” que dita a vida presente e futura, pelo contrário, é uma fé prática, uma convicção fundamentada, não na irracionalidade dos astros, estrelas, videntes, adivinhos, charlatões etc., mas nas promessas eternas de um Deus pessoal reveladas nas Santas Escrituras (Bíblia) que nos deixam claro: só Jesus Cristo tem as palavras que conduzem as pessoas para a eternidade nos céus.
    Pedro e os outros seguidores de Jesus não viviam a incerteza de qual seria o caminho certo. O apóstolo foi rápido e preciso em sua resposta a Jesus: “Senhor, não há para quem irmos. Não há outro caminho. Não há salvação senão somente em Ti. É nisso que eu creio. É no Teu caminho que eu quero andar”.
Para onde você indo? Você pode escolher dentre várias opções, mas só há um caminho que te leva à vida eterna: JESUS CRISTO.
 
"Respondeu Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14.6 - NVI).
Pr. Robson Rosa Santana