1. O LUGAR PARA O QUAL OS
ÍMPIOS SERÃO ENVIADOS.
Há os extincionistas (aniquilacionistas) como: o adventismo, russelistas
(Testemunhas de Jeová), a “aurora do milênio” e a teologia “liberal” moderna.
Não pode haver dúvida razoável quanto ao fato de que a Bíblia ensina a
existência permanente dos ímpios.
Mt 24.51: "e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os
hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes".
Mt 25.30: "E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas.
Ali haverá choro e ranger de dentes".
Mt 25.46: "E irão estes para o castigo eterno, porém os justos,
para a vida eterna".
(Cf. Lc 16.19-31).
Em conexão com o tema do “inferno”, a Bíblia emprega expressões
indicativas de lugar o tempo todo.
Ela dá ao lugar de tormento o nome de geena, nome derivado do
hebraico ge (terra, ou vale) e hinnom ou beney hinnom,
isto é, Hinnom ou filhos de Hinnom.
2 Cr 28:3 “Também queimou incenso no vale do filho de Hinom e queimou a seus próprios
filhos, segundo as abominações dos gentios que o SENHOR lançara de diante dos
filhos de Israel”.
Fogueiras ardiam ali constantemente, para consumir o lixo de Jerusalém.
Como resultado, veio a ser um símbolo do lugar de tormento eterno.
Mt 18.9 fala de ten geenan tou pyros (grego th.n ge,ennan tou/ puro,jÅ),
a geena de fogo, e esta expressão forte é empregada
como um sinônimo de to pyr to aionion, o fogo eterno, que aparece no
versículo anterior.
A Bíblia fala também de uma “fornalha acesa”, Mt 13.42, e de um “lago de
fogo” (ou “do fogo”), Ap 20.14, 15. Os termos “prisão”, 1 Pe 3.19, “abismo”, Lc
8.31 e “tártaro”, 2 Pe 2.4 (margem), também são empregados.
A Escritura se refere aos excluídos do céu dizendo que estão fora (nas
trevas exteriores) e que são lançados no inferno. A descrição registrada em Lc
16.19-31 é, por certo, inteiramente descritiva de lugar.
2. O ESTADO NO QUAL
CONTINUARÃO SUA EXISTÊNCIA
É impossível determinar precisamente o que constituirá a punição eterna
dos ímpios, e nos convém falar mui cautelosamente sobre o assunto.
Positivamente se pode dizer que consistirá em
(a) ausência total do favor de deus;
(b) uma interminável perturbação da vida, resultante do domínio completo
do pecado;
(c) dores e sofrimentos positivos no corpo e na alma; e
(d) castigos subjetivos, como agonias da consciência, angústia,
desespero, choro e ranger de dentes, Mt 8.12; 13.50; Mc 9.43, 44, 47, 48; Lc
16.23, 28; Ap 14.10; 21.8.
Evidentemente, haverá graus na punição dos ímpios. Isto se deduz de
passagens como Mt 11.22, 24; Lc 12.47, 48; 20.17. Sua punição será proporcional
ao seu pecado contra a luz que receberam. Mas, não obstante, será punição
eterna para todos eles.
Esta verdade é exposta claramente na Escritura, Mt 18.8; 2 Ts 1.9; Ap
14.11; 20.10. Alguns negam que haverá fogo literal, porque este não poderia
afetar espíritos como satanás e seus demônios. Mas, como podemos sabê-lo? Nosso
corpo certamente age em nossa alma de algum modo misterioso. Haverá alguma
punição positiva correspondente aos nossos corpos. É indubitavelmente certo,
porém, que uma grande parte da linguagem referente ao céu e ao inferno deve ser
entendida figuradamente.
3. DURAÇÃO DA SUA PUNIÇÃO
Contudo, a questão da eternidade da punição futura mercê consideração
mais especial, por ser freqüentemente negada. Dizem que as palavras empregadas na
escritura para “sempiterno” e “eterno” podem denotar simplesmente uma “era” ou
uma “dispensação”, ou algum outro longo período de tempo. Ora, não se pode
negar que são empregadas desse modo nalgumas passagens, mas isto não prova que
sempre tenham este sentido limitado. Não é este o sentido literal desses
termos. Sempre que são empregados assim, o são empregados figuradamente, e,
nesses casos, o seu uso figurado é geralmente esclarecido pelo contexto.
Além disso, há razões positivas para se pensar que essas palavras não
têm aquele sentido limitado nas passagens a que nos referimos.
(a) Em Mt 25.46 a mesma palavra descreve a duração, tanto da
bem-aventurança dos santos como da penalidade dos ímpios. Se esta não for, propriamente
falando, interminável, tampouco o será aquela; e, todavia, muitos dos que
duvidam da punição eterna, não duvidam da felicidade eterna.
(b) São empregadas outras expressões que não podem ser postas de lado
pela consideração mencionada acima. O fogo do inferno é chamado “fogo
inextinguível”, Mc 9.43; e dos ímpios se diz que “não lhes morre o verme”, Mc 9.48.
Além disso, o abismo que separará santos e pecadores no futuro é descrito como
fixo e intransponível, Lc 16.26.
Louis Berkhof (adaptado)
Teologia Sistemática, p. 741,742, Ed Cultura Cristã (CEP).
Teologia Sistemática, p. 741,742, Ed Cultura Cristã (CEP).
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