A ressurreição de Cristo marcou um maior ponto de virada em seu estado. Antes da ressurreição, ele foi o Filho do Homem itinerante (Mt 8.20; Lc 9.58), enviado para fazer a vontade do Pai (Mt 26.39, 42; Mc 14.36; Lc 22.42). Subsequente à ressurreição, no entanto, ele é o Cristo que sofreu e ressuscitou dos mortos no terceiro dia (Lc 24.46), tal como profetizado no AT (Lc 24.44). Como Legrand nota, “A Ressurreição estabeleceu Jesus como Senhor e Cristo. Fez dele ‘Filho de Deus em poder,’ revelou-o como o soberano triunfante dos céus e da terra, Filho de Deus exaltado à destra do Pai e enviador do Espírito.” [Unity and Plurality, p.85]
A ressurreição também marcou um ponto de virada no ensino de Jesus sobre a missão. Sua própria missão foi completada, e seu papel mudou de enviado para enviador. Nesse novo papel ele assumiu muitas das prerrogativas previamente atribuídas ao Pai. Seu nome é igual ao do Pai (Mt 28.19) e é em seu nome que o perdão de pecados é para ser proclamado (Lc 24.47). Esse nome carrega peso (Mc 16.17-18), porque lhe foi dado “toda autoridade ... no céu e na terra” (Mt 28.18). Assim como ele guardou a vontade do Pai, assim seus discípulos devem ensinar oas outros a guardar aquilo que ele ordenou (Mt 28.20). É ele que enviaria a promessa do Espírito para capacitá-los para o testemunho (Lc 24.48-49; At 1.4-5, 8). Como o Pai esteve sempre presente com ele (Jo 8.29), assim ele estaria presente com seu povo (Mt 28.20).
Com a mudança no papel de Jesus veio outra importante mudança no empreendimento da missão. O foco da missão mudou para os discípulos de Jesus. Eles eram agora os enviados. Eles eram aqueles que levariam adiante os propósitos de julgamento e redenção do Pai".
[Você sabia que você já faz parte desse envio de Jesus também?]
John D. Harvey
Parte do capítulo 'Missão no Ensino de Jesus' do livro "Mission in the New Testament" (Missão no Novo Testamento).
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