“...
ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da
minha salvação”
Hc 3.18
Onde
está Deus em meio a tanta injustiça e maldade? Essa dúvida permeia o coração de
muitas pessoas em todos os tempos! Ontem e hoje, somos afligidos por situações
de dor, angústia e indignação. O profeta Habacuque levantou esse mesmo
questionamento: “até quando, Senhor?”.
Habacuque
foi um profeta do Antigo Testamento, contemporâneo de Jeremias e Naum. O livro
que leva o seu nome foi escrito no final do século 7° antes de Cristo, por
volta dos anos 610 a 605 a.C. O quadro existencial dele não é diferente de
nosso contexto brasileiro. Grassava a injustiça, opressão e propina dos líderes
de sua época. Além disso, a ameaça imperialista da Babilônia jazia às portas de
Jerusalém.
Por
isso ele ora fervorosamente: “até quando, Senhor?”. Creio que ele conhecia a
Deus e reconhecia sua soberania, mas a aflição do seu coração foi tanta que ele
pensou: “por que demora tanto a ação do Senhor?”. “Será que o Senhor não vê a
nossa situação calamitosa?”.
Entendo
plenamente seus questionamentos. Sou homem igual a ele e, nas minhas angústias,
tento entender os planos de Deus que não são claros para mim. Mas o que
aprendemos desse livro é que não devemos duvidar dos propósitos soberanos dEle.
Ele sabe o que faz.
Deus
lhe responde. Mas a resposta nem sempre agrada. Deus lhe disse que usaria a Babilônia,
exército poderoso e perverso, para castigar o reino de Judá. E diante de mais
outro questionamento de Habacuque, o Senhor diz que no tempo certo trataria dos
babilônios. Há cinco “ais” para eles.
Nesse contexto, podemos aprender da atitude do
profeta. Ele se pôs na torre de vigia e esperou no Senhor. Não existe outra
ação mais proveitosa para nossas almas do que colocar toda a nossa situação em
oração e confiar no Senhor. Nada acontece por acaso, mesmo que achemos toda
situação triste e angustiosa. Como disse bem o salmista, “entregue
o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá” (Sl 37.5).
Na torre de vigia o profeta passa por uma renovação
da sua visão sobre Deus. Deus é soberano, justo, santo e amoroso. Restou-lhe,
assim, orar mais uma vez. Ele ficou alarmado e clamou: “aviva a tua obra,
Senhor”. Suplica uma operação maravilhosa do Senhor no meio de seu povo.
Habacuque não apenas orou, esperou, viu as coisas
pela ótica de Deus, mas também entendeu algo de suma importância: só Deus é
nossa alegria e satisfação verdadeira. Tudo mudou depois desse derramar-se diante do Pai. Ele declara que mesmo que faltasse tudo, ele exultaria e se
alegraria em Deus. Esse estágio poucos conseguem alcançar. É fácil estar feliz e satisfeito quando tudo vai bem.
Davi, mesmo em face de todas as lutas
que passou, dizia: “na tua destra há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Os apóstolos
regozijaram-se mesmo sofrendo por causa do nome de Jesus (At 5.41). Paulo, embora
preso, escreveu a carta aos Filipenses na qual a tônica é a alegria: “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi:
alegrem-se!” (Fp 4.4).
Onde você está colocando sua identidade, satisfação
e alegria? Se for em coisas ou na situação político-social-econômica, você será
muito infeliz. Mas se for somente em Deus, no seu amor e graça, você encontrou
o verdadeiro significado da vida e verdadeira felicidade. Bem disse Steven
Lawson: “Se olho para mim, me deprimo. Quando olho para os outros me iludo. Quando
olho para minhas circunstâncias me desencorajo, mas quando olho para Cristo
estou completo”.
Pr. Robson Santana
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