14 de novembro de 2013

Como vivia a Igreja em Atos

   Pode-se resumir a vida de adoração da igreja primitiva da seguinte forma:
(1) Pequenos Grupos – os cristãos se reuniam diariamente no templo e na casa uns dos outros e realizavam assim os propósitos fundamentais da igreja em todos os tempos, ou seja, doutrina (instrução), comunhão, ação social, adoração e evangelização (At 2.42-47; 4.32-37).
(2) A estrutura da liderança os primeiros líderes, os apóstolos, foram escolhidos diretamente por Cristo, mas as outras funções de liderança, em termos de autoridades sobre os outros, dava-se por meio da escolha dos crentes, ou seja, pela comunidade. Assim surgiram os diáconos (At 6) e também os presbíteros, que também podem ser chamados de pastores ou bispos, pois exercem a mesma função de supervisão e cuidado do rebanho.
(3) A obra missionária – nunca ocorria individualmente, assim como Jesus enviou os setenta de dois em dois, os apóstolos também faziam o mesmo, até mesmo com equipes de três ou mais integrantes. A estratégia da expansão da igreja por todo o império se deu especialmente com Paulo e seus companheiros e “o estudo pormenorizado da narrativa demonstra que, na realidade, Paulo passava períodos consideráveis de tempo nos importantes centros populacionais” (I. Howard Marshall, Atos, p. 31). Assim, surgiram igrejas fortes e outras não tão fortes, que deram prosseguimento à expansão da fé cristã por todo o mundo até os nossos dias.
Sobre a simplicidade da adoração da Igreja primitiva, Adam Clarke, na obra John through Acts (João a Atos), diz que “é digna de atenção e admiração particular. Aqui não há cerimônias caras: nenhum aparato calculado meramente para impressionar os sentidos e produzir emoções no sistema animal, “para ajudar”, como tem sido tolamente dito, “o espírito de devoção”. O coração é o lugar  no qual este espírito de devoção é despertado; e o Espírito de Deus exclusivamente é o agente que comunica e mantém o fogo celestial; e Deus, que conhece e sonda este coração, é o objeto de sua adoração, e a única fonte de onde se espera a graça que perdoa, santifica e torna-o feliz.”
Conclusão. O fio condutor de todo o livro de Atos (bem como da história da Igreja) é o Espírito Santo de Deus. Os discípulos foram ordenados a permanecerem em Jerusalém até que fossem revestidos com o Espírito enviado pelo Pai e pelo Filho e assim o fizeram. Somente com o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes, Jesus continuou a fazer as suas obras por meio da igreja. É o Espírito quem dá a tônica de toda a obra missionária, ou seja, é o Espírito Santo o consumador da obra de salvação ao mundo. Conforme diz Marshall, “o Espírito é a possessão que todo cristão tem em comum, a fonte da alegria e poder, e os líderes cristãos são pessoas que estão especialmente cheias do Espírito a fim de cumprirem suas várias funções. O Espírito guia a igreja na sua escolha dos líderes e na sua atividade evangelizadora, e isto de tal forma que Atos às vezes tem sido descrito como o livro dos ‘Atos do Espírito Santo’” (Atos, p.31).

Pr. Robson Rosa Santana

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