Pode-se
resumir a vida de adoração da igreja primitiva da seguinte forma:
(1) Pequenos Grupos
– os cristãos se reuniam diariamente no
templo e na casa uns dos outros e realizavam assim os propósitos fundamentais
da igreja em todos os tempos, ou seja, doutrina (instrução), comunhão, ação
social, adoração e evangelização (At 2.42-47; 4.32-37).
(2) A
estrutura da liderança - os primeiros
líderes, os apóstolos, foram escolhidos diretamente por Cristo, mas as outras
funções de liderança, em termos de autoridades sobre os outros, dava-se por
meio da escolha dos crentes, ou seja, pela comunidade. Assim surgiram os
diáconos (At 6) e também os presbíteros, que também podem ser chamados de
pastores ou bispos, pois exercem a mesma função de supervisão e cuidado do
rebanho.
(3) A obra missionária –
nunca ocorria individualmente, assim como Jesus enviou os setenta de dois em
dois, os apóstolos também faziam o mesmo, até mesmo com equipes de três ou mais
integrantes. A estratégia da expansão da igreja por todo o império se deu
especialmente com Paulo e seus companheiros e “o estudo pormenorizado da
narrativa demonstra que, na realidade, Paulo passava períodos consideráveis de
tempo nos importantes centros populacionais” (I. Howard Marshall, Atos, p. 31).
Assim, surgiram igrejas fortes e outras não tão fortes, que deram prosseguimento à expansão da fé cristã por todo o mundo até os nossos
dias.
Sobre
a simplicidade da adoração da Igreja primitiva, Adam Clarke, na obra John through Acts (João a Atos), diz que “é digna de atenção e
admiração particular. Aqui não há cerimônias caras: nenhum aparato calculado
meramente para impressionar os sentidos e produzir emoções no sistema animal,
“para ajudar”, como tem sido tolamente dito, “o espírito de devoção”. O coração
é o lugar no qual este espírito de devoção é despertado; e o
Espírito de Deus exclusivamente é o agente que comunica e mantém o fogo
celestial; e Deus, que conhece e sonda este coração, é o objeto de sua
adoração, e a única fonte de onde se espera a graça que perdoa, santifica e
torna-o feliz.”
Conclusão.
O fio condutor de todo o livro de Atos (bem como da história da Igreja) é o
Espírito Santo de Deus. Os discípulos foram ordenados a permanecerem em
Jerusalém até que fossem revestidos com o Espírito enviado pelo Pai e pelo
Filho e assim o fizeram. Somente com o derramamento do Espírito no dia de
Pentecostes, Jesus continuou a fazer as suas obras por meio da igreja. É o
Espírito quem dá a tônica de toda a obra missionária, ou seja, é o Espírito
Santo o consumador da obra de salvação ao mundo. Conforme diz Marshall, “o
Espírito é a possessão que todo cristão tem em comum, a fonte da alegria e
poder, e os líderes cristãos são pessoas que estão especialmente cheias do
Espírito a fim de cumprirem suas várias funções. O Espírito guia a igreja na
sua escolha dos líderes e na sua atividade evangelizadora, e isto de tal forma
que Atos às vezes tem sido descrito como o livro dos ‘Atos do Espírito Santo’”
(Atos, p.31).
Pr. Robson Rosa Santana
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