MALPHURS, Aubrey. Strategic Disciple Making: A Practical Tool for
Successful Ministry, Grand Rapids: Baker Books, 2009. 180 p.
O
livro tem duas partes. A primeira aborda A Preparação para Fazer Discípulos
Maduros, abrangendo 6 capítulos. A segunda trata do Processo de Fazer
Discípulos Maduros, contendo 5 capítulos. O livro ainda é acrescido de 8
apêndices.
No
primeiro capítulo, O Que Supomos estar
Fazendo? Malphurs procura fazer uma análise da missão bíblica da Igreja de
Cristo na terra, ou seja, sobre o que a igreja está fazendo em termos de
discipulado. Aponta as cinco passagens da Grande Comissão: Mt 28.19-20; Mc
16.15; Lc 24.46-49 e At 1.8. Através de pesquisas conclui que a maioria das
Igrejas na América não obedece ao mandamento de Cristo de fazer discípulos.
Essas igrejas tem um quadro de valores que não enfatizam o fazer discípulos.
Enfatizam o cuidar das pessoas, o ensino da Bíblia, a evangelização dos
perdidos, a adoração a Deus e a ministração às famílias como seus focos
principais. Na exposição dessas questões, nem sempre os argumentos são
fundamentados e as referencias fidedignas. Enfatiza, então, que a missão
verdadeira da Igreja é a Grande Comissão.
No
Capítulo 2, Como Estamos Fazendo? Malphurs
trata do estado atual de fazer discípulos na América. Segundo ele, a igreja
americana não sabe bem o que significa fazer discípulos. Ele acha que está
fazendo parte de uma cultura pós-cristã emergente, como na Europa ocidental, ao
contrário do crescimento constante do cristianismo na África, Ásia e América
Latina. Ainda mostra através de estatísticas o declínio da igreja americana,
bem como o aumento dos chamados desigrejados.
O
capítulo 3, Sobre o Que Estamos Falando?,
busca definir o que é fazer discípulo no contexto dos termos discípulo e
principalmente discipulado. Só que primeiro ele mostra quatro visões do que não
é fazer discípulos.
De quem é o Trabalho? é
o tema do quarto capítulo. Nele Malphurs aborda sobre quem faz o discípulo. A
responsabilidade primeira é de Deus: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Em
segundo lugar, é do próprio discípulo. Por fim, a Igreja também é responsável.
Sendo que o papel do discípulo é pessoal e individual. O da igreja é público e
corporativo. Nesse último aspecto, destaca que e igreja tem de ter um processo
cuidadoso de discipulado.
Os
próximos dois capítulos tratam do fundamento bíblico para fazer discípulos. O
capítulo 5 mostra como Jesus fazia discípulos (Evangelhos) e o capítulo 6 como
a Igreja Fazia Discípulos (Atos e Epístolas). Em Como Jesus fazia Discípulos?, ele começa pela mensagem. Qual a
mensagem do discipulado de Jesus? É dividida em duas partes: para quem ele falava e o que ele falava. Sobre sua audiência,
começa com as multidões (Mt 8.1, 18; 12.46; 13.1-2; Mc 1.33, 45; 2.2, 13;
3.7-9, 20, 32; 4.1, 36, etc.). Além dos ensinos, Jesus curava e expulsava
demônios. Era uma audiência composta, principalmente, de judeus. Além das
multidões, Jesus se dirigia aos discípulos (Mt 5.1-2; 11.1; Mc 8.31; 10.32; Jo
13-17). Nesta segunda audiência havia dois grupos: o círculo mais íntimo (Doze)
e o círculo maior (homens – Lc 6.13 - e mulheres – Lc 8.1-3, bem como
discípulos individuais como Zaqueu (Lc 19.1-10), um homem possesso (Mc
5.18-19), José de Arimatéia (Mt 27.57; Jo 19.38); e Nicodemos (Jo 3.1-21).
Jesus também falava aos dois grupos numa mesma audiência. Quanto às mensagens a
suas audiências, o Mestre dirigia-se às multidões,
composta em sua maioria de incrédulos, falava que eles deveriam tornar-se
discípulos através da fé somente. Aos discípulos
haviam duas categorias de mensagens. A primeira, o que eles deveriam fazer
enquanto eles estivessem juntos com Jesus, que era o alcance missionário aos de
Israel. A segunda categoria consiste de cinco ensinos sobre discipulado, que
tanto servia para o tempo de Jesus, bem como para todos os tempos. Tal como o
que discípulos devem fazer, o que significa seguir a Jesus, como seguir a
Jesus, como saber se uma pessoa é um verdadeiro discípulo e, por fim, o
resultado de seguir a Jesus (que é ser pescadores de homens). Desse modo, às
multidões o foco era evangelismo, e aos discípulos, o crescimento no
discipulado. Em seguida, aborda-se o Método
de Discipulado de Jesus, ou seja, Jesus como fazedor de discípulos. Ele
pregava às multidões. Focava um pequeno grupo (os Doze, por exemplo); gastava
tempo sozinho com o círculo íntimo e aconselhava indivíduos. O desafio dele
para nós é para evangelizarmos os incrédulos, bem como edificar a igreja
inteira.
A
segunda parte dos fundamentos bíblicos recai, no capítulo 6, sobre como a
Igreja fazia discípulos. Malphurs mostra que existe muita semelhança com Jesus,
tendo como base Atos e as Epístolas. A audiência da igreja era os judeus e as
outras nações. Focando as multidões e os discípulos. Tendo como mensagem a
mesma de Jesus, ou seja, aos incrédulos, como eles deveriam tornar-se crentes.
E aos discípulos, as mesmas questões que Jesus abordou sobre o discipulado em
geral. Malphurs não se esquece de abordar o ministério do Espírito Santo após o
Pentecostes. A aplicação para a Igreja de hoje é que o discipulado para igreja
continua a seguir o mesmo padrão do discipulado nos evangelhos.
A partir do capítulo 7 dá-se início a segunda parte do livro “O Processo para
Fazer Discípulos Maduros”. Este capítulo inicial aborda as características de
um discípulo maduro, com o título Como
nós conheceríamos um Discípulo Maduro se Víssemos Um. Malphurs tem por
objetivo desenvolver que não basta apenas fazer discípulos (crentes), mas é
preciso fazer discípulos maduros. Para isso aponta para seis razões porque
algumas igrejas falharam em fazer discípulos maduros e em seguida mostra 3 passos
para as igrejas desenvolverem discípulos maduros. O primeiro passo é Determinar a Missão da Igreja, que é a
Grande Comissão. O segundo passo é abordar a Necessidade da Santificação, analisando
o que a Bíblia fala sobre a questão dos propósitos básicos da Igreja, que são
cinco: Proclamação (evangelismo e missões), Ensino (instrução bíblica),
Serviço, Comunhão e Adoração (Jo 4.23). Ainda sobre as características da
santidade, o autor mostra outro grupo de características extraídas do evangelho
de Joao: (1) permanece na Palavra de Deus (Jo 8.31-32); (2) Ama uns aos outros
(Jo 13.34-35); e (3) Frutifica (Jo 15.8). O Passo 3 é A Questão da Comunicação. É preciso comunicar essas características
de modo que a congregação as conheça e possa lembrar-se delas; utilizando-se de
aliteração, acróstico ou diagrama.
Como as Igrejas Fazem
Discípulos Maduros? é o assunto do
capítulo 8, que tem o propósito de desenvolver um processo ou estratégia que
ajudará as pessoas a encarnarem as características abordadas no capítulo
anterior. Ou seja, levar a igreja ao processo de santificação que leva à
maturidade e envolvimento nos ministérios ou atividades da Igreja. Não somente
envolver-se nos ministérios, mas saber qual o propósito deles.
O
capitulo 9 Você Está Fazendo Discípulos?
trata da questão da avaliação de discípulos maduros. Nele o autor desenvolve
uma ferramenta para a questão da avaliação, explica seus propósitos e guia
através do processo de avaliação. Para isso apresenta o fundamento bíblico da
avaliação em Atos (1.15; 2.41, 47; 4.4; 5.14; 6.1, 7; 9.31, 35, 42; 11.21, 24;
14.1, 21; 16.5; 17.4, 12; 18.8, 10; 19.26; 21.20), Apocalipse (2-3); 1 Timóteo (3.1-13)
e 1 Coríntios (11.28). Afirma que sempre a igreja está sendo avaliada
informalmente. E que é mais prudente e produtivo a liderança fazer essa avaliação
de modo formal cumprindo assim 6 propósitos: (1) prioriza o ministério; (2) a
realização; (3) encoraja a apreciação do ministério; (4) aprecia o ministério
mais forte; (5) ajuda a corrigir os ministérios; e (6) leva ao aperfeiçoamento
do ministério. A avaliação também promove a mudança do ministério. Malphurs
ainda apresenta quatro passos no processo de avaliação do discipulado na
igreja: (1) quem conduzirá; (2) quem será avaliado; (3) o que avaliar; e (4) a
frequência da avaliação.
O
próximo capítulo trata de Como Recrutar a
Equipe Certa. O autor afirma que todos nós podemos fazer mais do que um de
nós, por isso a necessidade da equipe. Para isso ele define primeiro o que é
uma equipe ministerial, mostrando quais tipos de pessoas são necessárias. O que
procurar nelas, que é: caráter, competência e química. A seguir mostra como
construir a equipe certa de fazer discípulos com a estratégia certa, os quatro
Rs: reafirmar, reimplantar (transferir), recolocar e recrutar. Em seguida trata
acerca do recrutamento, que dependendo da situação, podem ser pessoas de fora
ou de dentro da Igreja. Trata da organização da equipe em termos de hierarquia
e controle. O desenvolvimento da equipe em termos pessoais abordando as
questões do ser (caráter); saber (conhecimento); fazer (habilidades) e sentir (emoções).
O
capítulo 11 trata de como financiar o ministério de discipulado na Igreja. Pois
segundo ele, há a necessidade de grandes somas de dinheiro para a manutenção de
ministérios relevantes, em face de que poucos irmãos das igrejas locais
contribuem fielmente com suas igrejas. Desse modo, esse capítulo trata sobre
como preparar um orçamento estratégico para fazer discípulos. Para ele a
responsabilidade principal recai sobre o pastor titular. Para isso o autor
busca uma visão bíblica sobre finanças na igreja. Atribui as responsabilidades
da Junta Administrativa, do Pastor e da Equipe. E para implementar um
ministério de mordomia para toda igreja, deve-se usar os seguintes meios:
sermões, Escola Dominical, pequenos grupos, classe de novos membros, aconselhamento,
workshops e seminários.
O
livro possui ainda sete apêndices. O Apêndice A fala sobre Cuidado Pastoral e o Papel do Pastor. A suposição principal do
papel principal do pastor é que ele deve prover cuidado pastoral para a
congregação: visitação nos hospitais e
nas casas, aconselhamento e cuidado durante uma crise. Malphurs desafia
essa pressuposição, tanto biblicamente (exegeticamente) quanto praticamente. O
cuidado pastoral nos termos acima é uma função do pastorado, mas não é a função
primária ou principal. O papel principal é guiar a congregação: ensinar as
Escrituras, propagar a missão, traçar a estratégia para realizar a missão da
Igreja, proteger as ovelhas dos falsos ensinos, etc. A imagem bíblica do líder
como pastor refere-se mais à liderança do que o cuidado pastoral. Segundo
Maphurs o papel primário do pastor é o do líder do rebanho, que às vezes provê
cuidado pastoral para o rebanho. O apêndice B faz uma análise bíblica da Grande
Comissão em Mateus com o título O Que Jesus quis Dizer em Mateus 28.19-20? Quando Ordenou Sua Igreja Fazer Discípulos? Primeiro ele analisa a expressão “fazei discípulos” e depois os
particípios “Batizando e Ensinando”. Conclui dizendo que os dois particípios
são melhores traduzidos como particípios circunstanciais de meio e o termo fazei discípulos (matheteusantes) como
uma clara referência tanto com o evangelismo (batizando), como amadurecimento
(ensinando). O Apêndice C é um exemplo de uma matriz de maturidade que deve ser
usada para criticar e delinear o processo de fazer discípulos. Mostrando em um
eixo os ministérios principais e no outro as características da maturidade. O
Apêndice D traz um questionário de avaliação da igreja, com perguntas em termos
quantitativo e qualitativo. O Apêndice E trata da um quadro para Avaliações de Caráter. Abordando
separadamente ministério de homens e mulheres. O Apêndice F é uma amostra de Descrição de Ministério tomando como
exemplo o ministério de Diretor da Educação Cristã com foco em Ministérios de
Crianças. O Apêndice G é um Inventário de
Habilidades Relacionais. O último apêndice, por sua vez, é um Inventário de Habilidades de Trabalho.
O
livro mostra o fundamento da ordem de “fazer discípulos” e todo um processo
detalhado de como se colocar isso na prática tanto individual como coletiva
(toda a igreja). Normalmente as igrejas se preocupam com a parte evangelística,
e a maioria ainda o faz precariamente com tentativas evangelísticas obsoletas e
ineficazes. Os líderes que desejam por em prática a Grande Comissão de Jesus têm
em mãos uma ferramenta muito útil e direcionadora.
Robson Rosa Santana
Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil
Já li este livro foi muito edificante para minha vida espiritual que o senhor abençoe a vida de todos.
ResponderExcluirSe puderem pode mandar mais sugestões pradeilsonrodriguescunha@gmail.com
Obrigado pelo feedback. Deus muito o abençoe!
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