Introdução
Gostaria de contar uma história que talvez muitos de vocês já conheçam. É a história do filho de um missionário de Asas de Socorro, uma missão que fica bem perto de nós, aqui em Anápolis. Diz que em um certo passeio, as crianças estavam numa embarcação, não sei se lancha ou bote, quando em determinado momento ela virou. Naquele momento de angústia em que as crianças estavam tentando lutar por salvar suas vidas, chega alguém para salvar o filho do missionário. Então, ele diz: salve aquele outro garoto, porque ele ainda não conhece a Jesus.
Uma história como essa nos faz meditar: “Que tipo de amor é esse?”. Aquele garoto preferiu arriscar sua vida para que o outro amiguinho tivesse a oportunidade de conhecer a Jesus. Isso é algo impressionante, que deve mover o nosso coração.
Muitos de nós ficamos a observar os sinais dos tempos. Dizendo que o fim está próximo, as guerras se multiplicam, a fome assola muitos países, a violência tem imperado, mas no meio desses sinais, o Senhor Jesus disse que “por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.6).
Infelizmente, essa é uma realidade que se evidencia no nosso meio, entre aqueles que se dizem irmãos em Cristo; entre aqueles que são irmãos de sangue; entre aqueles que convivemos tão de perto. O Espírito Santo já derramou o amor do Pai em nossos corações, mas a indiferença quase tem dominado nossas vidas. Somos egoístas, chegamos a ser “ególatras”, como disse certa vez Nelson Ned. Idolatramos a nós mesmos e os outros que se virem.
Narrativa
É contra essa indiferença que Jesus fala a parábola do “Bom Samaritano”, algo que realmente poderia ter acontecido daquele jeito. Voltando um pouco para o contexto que se engloba essa passagem. Lucas nos revela que Jesus havia passado boa parte do seu ministério na Galileia, mas agora chegou o momento dele cumprir cabalmente seu ministério e era necessário que ele fosse para Jerusalém. Se você retroceder um pouco na sua Bíblia, em Lucas 9.51-52, você verá isso. Leiamos todos juntos: “E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém e enviou mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada”.
Era chegado o momento de ir a Jerusalém. É nessa caminhada rumo à crucificação que Jesus teve essa conversa com o intérprete da lei. Antes disso, seus enviados à Samaria são rejeitados. Depois, Jesus questiona àqueles que queriam segui-lo, sem um compromisso mais sério. Já no capítulo 10, ele envia setenta discípulos para que o precedessem onde ele haveria de passar e ficam maravilhados do poder de Deus sobre os inimigos malignos. Traz uma palavra de juízo para as cidades que já tinham visto o seu poder e ainda assim, não o aceitaram. O juízo sobre essas cidades seria maior do que para as cidades filisteias de Tiro e Sidom. E num momento antecedente ao texto que queremos tratar, Jesus glorifica ao Pai porque as coisas de Deus não foram reveladas aos sábios e entendidos, mas aos humildes, aos pequenos.
Em sequência, não sabemos se num momento imediato às palavras de Jesus em Lc 10.21-24, aparece aquele personagem que levou o Senhor Jesus a nos ensinar algumas lições a respeito do amor ao próximo.
Toda a questão surge em torno da pergunta: “que farei para herdar a vida eterna?”. Lá estava um homem que era intérprete da lei, um escriba versado nas Escrituras do Antigo Testamento, que ao invés de querer aprender do Senhor Jesus, quis colocá-lo à prova. Jesus, como o Mestre dos Mestres, lhe retorna a pergunta: “Que está escrito na Lei? Como interpretas?”. Jesus não queria ensinar algo novo, seu ensino não veio para chocar com que os judeus já tinham, mas ele pergunta o que ele entendia do que Deus já havia revelado. Sua resposta é surpreendente.
Ele resume toda a lei nos dois grandes mandamentos que Jesus outrora também resumiria: amar a Deus com todo o nosso ser e a próximo como a nós mesmo. O resumo da lei é o amor. Ele cita os textos de Dt 6.5 e Lv 19.18. Sua resposta é corretíssima, não precisava que lhe acrescentasse mais nada, era uma resposta completa. A ponto de Jesus lhe dizer: “Respondeste corretamente; faze isto e viverás”. Quanto à resposta de Jesus, gostaria de falar sobre ela na conclusão, mas aqui cabe uma observação muito importante e que cabe a nós hoje: muitos de nós somos como aquele intérprete. Temos o conhecimento de como se deve viver e não vivemos. Isso revela um pouco da nossa hipocrisia, ao tratar com as coisas de Deus.
Depois desse preâmbulo, surge a pergunta que faz com que Jesus conte a tão famosa parábola do Bom Samaritano. É importante notar que o foco sai de: “que farei para herdar a vida eterna?”, para “Quem é o meu próximo?”.
Assim como na primeira pergunta, em que o escriba quer por Jesus à prova, agora ele tenta justificar-se. Novamente Jesus não lhe dá a resposta, e como agora ele não tinha as Escrituras para interpretar, Jesus lhe conta uma parábola para que ele mesmo encontrasse a resposta.
Parábola era um recurso pedagógico muito utilizado por Jesus. Através delas ele ensinou muito da realidade das coisas espirituais e que precisavam se tornar algo mais palpável para a mente daquele que o ouvia. A essência da parábola era trazer comparações da vida cotidiana de seus ouvintes, transpondo-as de uma realidade mais abstrata. Longe dos ensinos abstratos dos filósofos gregos, Jesus queria trazer para aqueles que o cercavam, conceitos profundos, mas ensinados de forma a fixar na memória, quase que os visualizando. O propósito das parábolas era ilustrar, clarear o que se queria ensina, mas para alguns, os incrédulos, tinha a finalidade de ocultar, sublimar, para que ouvintes, ouvindo, não ouvissem. A parábola do “Bom Samaritano”, no entanto, é mais do que clara, não tem quem não a entenda, e apesar dos vários elementos que a compõe, essa parábola contém uma lição básica, um conteúdo essencial.
AMOR OU INDIFERENÇA: QUAL CAMINHO VOCÊ TEM TRILHANDO?
Em primeiro lugar, a parábola nos ensina que:
1. A Indiferença é um Pecado Mortal (vv. 30-32)
Depois de responder corretamente a Jesus ao dizer que a vida eterna se recebe ao amar o próximo e ao próximo como a si mesmo, o intérprete vem com mais uma pergunta: “quem é o meu próximo”. O texto no diz que ele queria se justificar, queria ser justo diante de Deus, ou seja, queria se fazer de inocente diante desse mandamento, então Jesus lhe refresca a memória com uma parábola. Jesus como o Mestre dos Mestres sabe usar o melhor recurso didático que lhe aprouver. E conta essa história para que ele mesmo tirasse as suas conclusões. Jesus diz que um certo homem indeterminado estava descendo de Jerusalém para Jericó. Até bem pouco tempo atrás essa estrada era bastante perigosa.
Jerusalém fica a 754 metros acima do nível do mar, enquanto Jericó a 258 metros abaixo. Realmente era uma descida. Um terreno montanhoso, rochoso, em que havia algumas cavernas. Nessa estrada perigosa, acontece a história proposta por Jesus. E é bem provável, ou no mínimo, possível, que essa história fosse um fato real, mas isso é só especulação. O que importa na realidade é o que acontece àquele homem que estava descendo para Jericó e as reações de alguns personagens com relação a ele.
Aquele “certo homem” teve o azar de se deparar com salteadores ou assaltantes, os quais roubaram-lhe suas roupas. No original vemos que ele foi despido e ficou nu. Depois disso foi espancado com muita violência e deixado como que morto. Lá estava um moribundo estendido no chão. Semimorto. Talvez a gemer de dor, mas ainda vivo. Diante desse fato, é que se desenvolve a nossa história.
Leiamos os versos 31 e 32. Aqui vemos dois personagens que explicitam categoricamente a indiferença para com aquele homem que estava a morrer.
O primeiro deles é um sacerdote. Um homem consagrado para o serviço no templo do Senhor. Aquele que ministrava a Deus em favor dos homens. Aquele que levava o sacrifico do pecado perante Deus para que ele o perdoasse. O sacerdote era aquele que intercedia pelo povo, buscava o favor de Deus por eles. No entanto, depois que saiu das vistas de seus serviços externos e visíveis, depara-se com uma situação que bem lhe poderia usar de sua função e ofício para ajudar e expressar seu amor pelo próximo. A ironia santa do Senhor Jesus era que além de ele ser um sacerdote, bem que poderia ter vindo de suas atividades eclesiásticas. Bem que poderia estar saindo de seu turno de trabalho e estar indo para casa. Os sacerdotes tinham seus turnos a cumprir, vemos isso no caso do pai de João Batista, o sacerdote Zacarias (Lc 1.8).
Então, quem sabe voltando para casa, vê um homem machucado, semimorto, carente de ajuda, pois não poderia ajudar a si mesmo, e “passa de largo”. Não ocorria aqui a possibilidade de pegar em um morto e ficar impuro e não poder ministrar no templo, pois não estava indo para Jerusalém, estava vindo de lá. O que demonstra a indiferença é a expressão: “vendo-o, passou de largo”. Não exerceu verdadeiramente o seu sacerdócio em favor daquele homem. Viu e se afastou. Viu e passou pelo outro lado da estrada. Como que dizendo: “eu não tenho nada a ver com isso”. E seguiu seu caminho normalmente.
O outro personagem que demonstra o pecado da indiferença é um levita. Hierarquicamente, servia ao sacerdote. Era seu ajudador, auxiliar. Também estava no templo. Ministrando a Yahweh, o Deus todo poderoso. Conhecedor da lei e dos mandamentos. Ele também se defronta com a mesma situação. Lá estava ainda o mesmo a sentir a dor do espancamento, a definhar, a morrer a míngua. Então, agora, passa o levita. Estava no mesmo caminho, na mesma estrada, vê aquele infortunado e não lhe oferece socorro. Novamente as duras palavras da indiferença: “vendo-o, também (ler com ênfase) passou de largo”.
Não há sentimento pior do que a indiferença. Alguém já disse que pior do que o ódio é a indiferença. Certa feita uma amiga ficou chateada comigo, penso eu, injustamente, eu tentei estabelecer um diálogo, então ela me disse: “desprezo mata até capim”. O que ela queria dizer era que a indiferença, o não considerar mais, o passar despercebido pela outra pessoa é algo fatal.
Quantas vezes você não agiu ou age assim em sua vida. Poderíamos citar várias situações que demonstram isso. Por exemplo, quando pessoas que estão no seio da igreja e saem, e você não manifesta nenhum falta ou consideração por ela. Normalmente dizemos que ela saiu porque quis. Queremos nos isentar de culpar. Como o intérprete da lei, queremos “nos justificar”. Não procuramos saber os reais motivos de sua saída. Às vezes não entendemos que o melhor lugar para alguém estar é inserido no meio do povo de Deus.
Certa feita o primeiro ministro inglês disse: a democracia é o pior dos regimes, depois de todos os outros. A igreja pode passar por dificuldades, hipocrisias e várias crises, mas ainda assim, é o melhor lugar para se estar. Por isso não podemos concluir friamente “foi porque quis”, mas devemos ir atrás, é nosso dever. É nossa obrigação. E se, ainda assim, ela não quiser, devemos ser-lhe uma pessoa amiga. Quantos entram e saem da igreja, sentam do nosso lado e não lhe manifestamos nenhum afeto. Faz de conta que ela não existe. Como atrair outros se não praticamos o amor de Deus que já foi derramado em nossos corações. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:35). Por isso que a indiferença é um pecado mortal. No caso do homem que foi assaltado, realmente ele poderia morrer. Mas há outras situações em que não matamos fisicamente, mas, sim, lá no íntimo das pessoas, por causa da nossa indiferença.
Em segundo lugar, o texto nos ensina que:
2. O Amor é o cumprimento da lei de Deus (vv. 33-35)
Mais uma vez é preciso ressaltar o recurso didático dos ensinos de Jesus. Ele não somente quis ensinar ao intérprete quem é o próximo, mas também ele quis chocar, causar um impacto ao inserir na história um personagem samaritano. A situação era a mesma. O caminho era o mesmo, o homem jogado no chão também. O personagem bem que poderia ter sido um judeu leigo. Essa era a conclusão lógica. Pois primeiro vem um sacerdote, depois um levita e se esperava um judeu. Mas Jesus queria ensinar a essência profunda do amor através daquele samaritano.
Como já disse, a situação era a mesma, mas o desdobrar da história foi totalmente diferente. O certo samaritano “passou-lhe perto,… compadeceu-se dele” (v.33). Ele, como o sacerdote e o levita, viu o homem, mas sua reação foi diferente. Seu coração foi comovido. A versão Corrigida traduz: “moveu-se de íntima compaixão”. Algo do fundo do seu coração tocou sua vida. A palavra no original quer dizer justamente isso: (gr. esplagchniste) “ser movido com compaixão por”, “sentir simpatia com” ou “sentir pena de”. Ela tem raiz na palavra entranha (gr. Splagchna), a sede dos sentimentos e das emoções para o judeu da época, corresponde a coração hoje. Esse foi o sentimento que o samaritano teve para com aquele judeu que jazia moribundo.
Jesus tinha uma lição profunda para ensinar ao doutor da lei: é preciso tornar-se próximo de quem tem necessidade. Não bastava somente identificar quem era o próximo. Todos os que estão carentes e necessitados são os próximos de nós. Jesus ataca incisivamente a religiosidade dos líderes religiosos de então. Aliás, ele fez isso muitas vezes. Jesus ataca o preconceito. Havia uma separação radical entre judeus e samaritanos. Os samaritanos eram meio judeus, pois havia se misturado com os gentios na volta do reino de Israel do cativeiro da Assíria. Não somente os judeus, mas uma gama de outros povos veio repovoar o território de Israel. Então, por isso, a segregação. Os judeus eram a raça pura. Os samaritanos, impuros, imundos.
É óbvio que a rejeição teve início com os judeus. E os samaritanos, por sua vez, retribuíram a hostilidade. Vemos a hostilidade mútua pouco antes de nosso texto aqui. Quando Jesus toma a resolução de ir para Jerusalém, envia seus mensageiros a Samaria, os samaritanos não os receberam (Veja Lc 9.53). Os judeus, por sua vez, quando Jesus lhes fala em João 8.47, abramos todos a Bíblia lá, disse: “47 Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus. 48 Responderam, pois, os judeus e lhe disseram: Porventura, não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio?”. O termo samaritano era um termo pejorativo, designativo de pecador e imundo.
Eram essas as relações que existiam entre esses dois povos co-irmãos. Então, Jesus ao contar essa parábola, insere nela um samaritano, que age melhor do os judeus religiosos para com o seu irmão. Jesus aqui vai de encontro ao preconceito. Qual o preconceito que tem impedido de chegarmos àqueles que precisam de nós? Será a cor, a condição financeira, uma mágoa recolhida, um relacionamento mal resolvido?
Para Jesus, o amor é algo que você sente e faz. Foi isso que o samaritano fez. O texto diz que ele se compadeceu “e”, essa partícula é importante. Ele não “se compadeceu” e ponto final, mas há uma conjunção aditiva “e” (kai.). Ele agiu, não ficou só a ver e a sentir, mas agiu. Ele cuidou daquele homem com os recursos que ele tinha para tratar dos ferimentos. Ele usa do vinho como um esterilizante e do óleo de azeite como pomada ou bálsamo. Leva-o para uma hospedaria. Cuida dele lá e ainda paga suas despesas. E ao ir embora, talvez por necessidade dos negócios, ele diz a hospedeiro: “cuida deste homem, e, se alguma cousa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar” (v.35).
Ele poderia muito bem deixar aquele homem em um lugar seguro e ir embora. Ele bem que não poderia ter pago as suas despesas, o doente que pagasse depois. Mas, não. Ele cuida daquele homem de forma integral. O amor do samaritano foi um amor agente. Um amor que age. Assim foi Deus também. “Deus amou o mundo que deu” (Jo 3.16), “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13). Esse é o tipo de amor que Deus quer ver expressado por nossas vidas: um amor doação; um amor que se dá. Não amemos de língua e de palavra, pois assim é muito fácil, mas de fato e de verdade, como escreveu apóstolo João em sua primeira epístola.
Conclusão
Depois de toda essa história, Jesus pergunta ao intérprete da lei, v. 36: “Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?”. A resposta foi correta, mas ainda revela um preconceito intrínseco. Ele não responde que foi o samaritano, mas “o que usou de misericórdia para com ele”. Como que tendo aversão à palavra e que ela implica. Então, Jesus conclui: “vai e procede tu de igual modo”. É preciso fazer mais algumas aplicações aqui. A primeira, é que qualquer tentativa de autojustificação é fracassada.
A pergunta que deu origem à parábola foi: “que farei para herdar a vida eterna”. O intérprete estava em busca de ele, por si mesmo, alcançar a salvação. E a resposta foi: “faze isto e viverás” (v. 28). A lei em si mesma não é má, mas ninguém nesse estado de pecado pode guardá-la perfeitamente. Se pudesse e guardasse, ele seria justificado, mas é impossível, pois Deus exige perfeição. Toda tentativa de autojustificação é ilusão. Em segundo lugar, e em relação à primeira, é preciso dizer que há um padrão ético que devemos perseguir e lutar, embora não alcancemos. Por isso é injustificável que cheguemos e digamos: eu não consigo amar a Deus e ao próximo perfeitamente ou com todo o meu seu, então vou desistir de amar. Não, é necessário perseguir e perseverar nesse caminho sobremodo excelente que é o amor.
Com relação a mim e a você, ainda podemos ver que há nessa parábola dois tipos de pecados e dois tipos de pecadores: os pecados são (1) a violência e (2) indiferença (ou negligência); os dois tipos de pecadores são (1) os ladrões e (2) os religiosos (o sacerdote e o levita). Surge uma pergunta que é necessária fazer: “que tipo de pessoa é você?” Você é uma pessoa como o samaritano que ama o próximo quando necessitado, que ultrapassa os preconceitos para amar? Ou como o levita e o sacerdote que vê o próximo carente e necessitado e passa de largo, passa de longe e finge que não vê?
Qual caminho você tem trilhado? Do amor ou da indiferença? Ainda é tempo de suplicar ao Senhor para que venha e derrame graça sobre sua vida e lhe capacite para amar como ele amou, em nome de Jesus.
Gostaria de contar uma história que talvez muitos de vocês já conheçam. É a história do filho de um missionário de Asas de Socorro, uma missão que fica bem perto de nós, aqui em Anápolis. Diz que em um certo passeio, as crianças estavam numa embarcação, não sei se lancha ou bote, quando em determinado momento ela virou. Naquele momento de angústia em que as crianças estavam tentando lutar por salvar suas vidas, chega alguém para salvar o filho do missionário. Então, ele diz: salve aquele outro garoto, porque ele ainda não conhece a Jesus.
Uma história como essa nos faz meditar: “Que tipo de amor é esse?”. Aquele garoto preferiu arriscar sua vida para que o outro amiguinho tivesse a oportunidade de conhecer a Jesus. Isso é algo impressionante, que deve mover o nosso coração.
Muitos de nós ficamos a observar os sinais dos tempos. Dizendo que o fim está próximo, as guerras se multiplicam, a fome assola muitos países, a violência tem imperado, mas no meio desses sinais, o Senhor Jesus disse que “por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.6).
Infelizmente, essa é uma realidade que se evidencia no nosso meio, entre aqueles que se dizem irmãos em Cristo; entre aqueles que são irmãos de sangue; entre aqueles que convivemos tão de perto. O Espírito Santo já derramou o amor do Pai em nossos corações, mas a indiferença quase tem dominado nossas vidas. Somos egoístas, chegamos a ser “ególatras”, como disse certa vez Nelson Ned. Idolatramos a nós mesmos e os outros que se virem.
Narrativa
É contra essa indiferença que Jesus fala a parábola do “Bom Samaritano”, algo que realmente poderia ter acontecido daquele jeito. Voltando um pouco para o contexto que se engloba essa passagem. Lucas nos revela que Jesus havia passado boa parte do seu ministério na Galileia, mas agora chegou o momento dele cumprir cabalmente seu ministério e era necessário que ele fosse para Jerusalém. Se você retroceder um pouco na sua Bíblia, em Lucas 9.51-52, você verá isso. Leiamos todos juntos: “E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém e enviou mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada”.
Era chegado o momento de ir a Jerusalém. É nessa caminhada rumo à crucificação que Jesus teve essa conversa com o intérprete da lei. Antes disso, seus enviados à Samaria são rejeitados. Depois, Jesus questiona àqueles que queriam segui-lo, sem um compromisso mais sério. Já no capítulo 10, ele envia setenta discípulos para que o precedessem onde ele haveria de passar e ficam maravilhados do poder de Deus sobre os inimigos malignos. Traz uma palavra de juízo para as cidades que já tinham visto o seu poder e ainda assim, não o aceitaram. O juízo sobre essas cidades seria maior do que para as cidades filisteias de Tiro e Sidom. E num momento antecedente ao texto que queremos tratar, Jesus glorifica ao Pai porque as coisas de Deus não foram reveladas aos sábios e entendidos, mas aos humildes, aos pequenos.
Em sequência, não sabemos se num momento imediato às palavras de Jesus em Lc 10.21-24, aparece aquele personagem que levou o Senhor Jesus a nos ensinar algumas lições a respeito do amor ao próximo.
Toda a questão surge em torno da pergunta: “que farei para herdar a vida eterna?”. Lá estava um homem que era intérprete da lei, um escriba versado nas Escrituras do Antigo Testamento, que ao invés de querer aprender do Senhor Jesus, quis colocá-lo à prova. Jesus, como o Mestre dos Mestres, lhe retorna a pergunta: “Que está escrito na Lei? Como interpretas?”. Jesus não queria ensinar algo novo, seu ensino não veio para chocar com que os judeus já tinham, mas ele pergunta o que ele entendia do que Deus já havia revelado. Sua resposta é surpreendente.
Ele resume toda a lei nos dois grandes mandamentos que Jesus outrora também resumiria: amar a Deus com todo o nosso ser e a próximo como a nós mesmo. O resumo da lei é o amor. Ele cita os textos de Dt 6.5 e Lv 19.18. Sua resposta é corretíssima, não precisava que lhe acrescentasse mais nada, era uma resposta completa. A ponto de Jesus lhe dizer: “Respondeste corretamente; faze isto e viverás”. Quanto à resposta de Jesus, gostaria de falar sobre ela na conclusão, mas aqui cabe uma observação muito importante e que cabe a nós hoje: muitos de nós somos como aquele intérprete. Temos o conhecimento de como se deve viver e não vivemos. Isso revela um pouco da nossa hipocrisia, ao tratar com as coisas de Deus.
Depois desse preâmbulo, surge a pergunta que faz com que Jesus conte a tão famosa parábola do Bom Samaritano. É importante notar que o foco sai de: “que farei para herdar a vida eterna?”, para “Quem é o meu próximo?”.
Assim como na primeira pergunta, em que o escriba quer por Jesus à prova, agora ele tenta justificar-se. Novamente Jesus não lhe dá a resposta, e como agora ele não tinha as Escrituras para interpretar, Jesus lhe conta uma parábola para que ele mesmo encontrasse a resposta.
Parábola era um recurso pedagógico muito utilizado por Jesus. Através delas ele ensinou muito da realidade das coisas espirituais e que precisavam se tornar algo mais palpável para a mente daquele que o ouvia. A essência da parábola era trazer comparações da vida cotidiana de seus ouvintes, transpondo-as de uma realidade mais abstrata. Longe dos ensinos abstratos dos filósofos gregos, Jesus queria trazer para aqueles que o cercavam, conceitos profundos, mas ensinados de forma a fixar na memória, quase que os visualizando. O propósito das parábolas era ilustrar, clarear o que se queria ensina, mas para alguns, os incrédulos, tinha a finalidade de ocultar, sublimar, para que ouvintes, ouvindo, não ouvissem. A parábola do “Bom Samaritano”, no entanto, é mais do que clara, não tem quem não a entenda, e apesar dos vários elementos que a compõe, essa parábola contém uma lição básica, um conteúdo essencial.
AMOR OU INDIFERENÇA: QUAL CAMINHO VOCÊ TEM TRILHANDO?
Em primeiro lugar, a parábola nos ensina que:
1. A Indiferença é um Pecado Mortal (vv. 30-32)
Depois de responder corretamente a Jesus ao dizer que a vida eterna se recebe ao amar o próximo e ao próximo como a si mesmo, o intérprete vem com mais uma pergunta: “quem é o meu próximo”. O texto no diz que ele queria se justificar, queria ser justo diante de Deus, ou seja, queria se fazer de inocente diante desse mandamento, então Jesus lhe refresca a memória com uma parábola. Jesus como o Mestre dos Mestres sabe usar o melhor recurso didático que lhe aprouver. E conta essa história para que ele mesmo tirasse as suas conclusões. Jesus diz que um certo homem indeterminado estava descendo de Jerusalém para Jericó. Até bem pouco tempo atrás essa estrada era bastante perigosa.
Jerusalém fica a 754 metros acima do nível do mar, enquanto Jericó a 258 metros abaixo. Realmente era uma descida. Um terreno montanhoso, rochoso, em que havia algumas cavernas. Nessa estrada perigosa, acontece a história proposta por Jesus. E é bem provável, ou no mínimo, possível, que essa história fosse um fato real, mas isso é só especulação. O que importa na realidade é o que acontece àquele homem que estava descendo para Jericó e as reações de alguns personagens com relação a ele.
Aquele “certo homem” teve o azar de se deparar com salteadores ou assaltantes, os quais roubaram-lhe suas roupas. No original vemos que ele foi despido e ficou nu. Depois disso foi espancado com muita violência e deixado como que morto. Lá estava um moribundo estendido no chão. Semimorto. Talvez a gemer de dor, mas ainda vivo. Diante desse fato, é que se desenvolve a nossa história.
Leiamos os versos 31 e 32. Aqui vemos dois personagens que explicitam categoricamente a indiferença para com aquele homem que estava a morrer.
O primeiro deles é um sacerdote. Um homem consagrado para o serviço no templo do Senhor. Aquele que ministrava a Deus em favor dos homens. Aquele que levava o sacrifico do pecado perante Deus para que ele o perdoasse. O sacerdote era aquele que intercedia pelo povo, buscava o favor de Deus por eles. No entanto, depois que saiu das vistas de seus serviços externos e visíveis, depara-se com uma situação que bem lhe poderia usar de sua função e ofício para ajudar e expressar seu amor pelo próximo. A ironia santa do Senhor Jesus era que além de ele ser um sacerdote, bem que poderia ter vindo de suas atividades eclesiásticas. Bem que poderia estar saindo de seu turno de trabalho e estar indo para casa. Os sacerdotes tinham seus turnos a cumprir, vemos isso no caso do pai de João Batista, o sacerdote Zacarias (Lc 1.8).
Então, quem sabe voltando para casa, vê um homem machucado, semimorto, carente de ajuda, pois não poderia ajudar a si mesmo, e “passa de largo”. Não ocorria aqui a possibilidade de pegar em um morto e ficar impuro e não poder ministrar no templo, pois não estava indo para Jerusalém, estava vindo de lá. O que demonstra a indiferença é a expressão: “vendo-o, passou de largo”. Não exerceu verdadeiramente o seu sacerdócio em favor daquele homem. Viu e se afastou. Viu e passou pelo outro lado da estrada. Como que dizendo: “eu não tenho nada a ver com isso”. E seguiu seu caminho normalmente.
O outro personagem que demonstra o pecado da indiferença é um levita. Hierarquicamente, servia ao sacerdote. Era seu ajudador, auxiliar. Também estava no templo. Ministrando a Yahweh, o Deus todo poderoso. Conhecedor da lei e dos mandamentos. Ele também se defronta com a mesma situação. Lá estava ainda o mesmo a sentir a dor do espancamento, a definhar, a morrer a míngua. Então, agora, passa o levita. Estava no mesmo caminho, na mesma estrada, vê aquele infortunado e não lhe oferece socorro. Novamente as duras palavras da indiferença: “vendo-o, também (ler com ênfase) passou de largo”.
Não há sentimento pior do que a indiferença. Alguém já disse que pior do que o ódio é a indiferença. Certa feita uma amiga ficou chateada comigo, penso eu, injustamente, eu tentei estabelecer um diálogo, então ela me disse: “desprezo mata até capim”. O que ela queria dizer era que a indiferença, o não considerar mais, o passar despercebido pela outra pessoa é algo fatal.
Quantas vezes você não agiu ou age assim em sua vida. Poderíamos citar várias situações que demonstram isso. Por exemplo, quando pessoas que estão no seio da igreja e saem, e você não manifesta nenhum falta ou consideração por ela. Normalmente dizemos que ela saiu porque quis. Queremos nos isentar de culpar. Como o intérprete da lei, queremos “nos justificar”. Não procuramos saber os reais motivos de sua saída. Às vezes não entendemos que o melhor lugar para alguém estar é inserido no meio do povo de Deus.
Certa feita o primeiro ministro inglês disse: a democracia é o pior dos regimes, depois de todos os outros. A igreja pode passar por dificuldades, hipocrisias e várias crises, mas ainda assim, é o melhor lugar para se estar. Por isso não podemos concluir friamente “foi porque quis”, mas devemos ir atrás, é nosso dever. É nossa obrigação. E se, ainda assim, ela não quiser, devemos ser-lhe uma pessoa amiga. Quantos entram e saem da igreja, sentam do nosso lado e não lhe manifestamos nenhum afeto. Faz de conta que ela não existe. Como atrair outros se não praticamos o amor de Deus que já foi derramado em nossos corações. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:35). Por isso que a indiferença é um pecado mortal. No caso do homem que foi assaltado, realmente ele poderia morrer. Mas há outras situações em que não matamos fisicamente, mas, sim, lá no íntimo das pessoas, por causa da nossa indiferença.
Em segundo lugar, o texto nos ensina que:
2. O Amor é o cumprimento da lei de Deus (vv. 33-35)
Mais uma vez é preciso ressaltar o recurso didático dos ensinos de Jesus. Ele não somente quis ensinar ao intérprete quem é o próximo, mas também ele quis chocar, causar um impacto ao inserir na história um personagem samaritano. A situação era a mesma. O caminho era o mesmo, o homem jogado no chão também. O personagem bem que poderia ter sido um judeu leigo. Essa era a conclusão lógica. Pois primeiro vem um sacerdote, depois um levita e se esperava um judeu. Mas Jesus queria ensinar a essência profunda do amor através daquele samaritano.
Como já disse, a situação era a mesma, mas o desdobrar da história foi totalmente diferente. O certo samaritano “passou-lhe perto,… compadeceu-se dele” (v.33). Ele, como o sacerdote e o levita, viu o homem, mas sua reação foi diferente. Seu coração foi comovido. A versão Corrigida traduz: “moveu-se de íntima compaixão”. Algo do fundo do seu coração tocou sua vida. A palavra no original quer dizer justamente isso: (gr. esplagchniste) “ser movido com compaixão por”, “sentir simpatia com” ou “sentir pena de”. Ela tem raiz na palavra entranha (gr. Splagchna), a sede dos sentimentos e das emoções para o judeu da época, corresponde a coração hoje. Esse foi o sentimento que o samaritano teve para com aquele judeu que jazia moribundo.
Jesus tinha uma lição profunda para ensinar ao doutor da lei: é preciso tornar-se próximo de quem tem necessidade. Não bastava somente identificar quem era o próximo. Todos os que estão carentes e necessitados são os próximos de nós. Jesus ataca incisivamente a religiosidade dos líderes religiosos de então. Aliás, ele fez isso muitas vezes. Jesus ataca o preconceito. Havia uma separação radical entre judeus e samaritanos. Os samaritanos eram meio judeus, pois havia se misturado com os gentios na volta do reino de Israel do cativeiro da Assíria. Não somente os judeus, mas uma gama de outros povos veio repovoar o território de Israel. Então, por isso, a segregação. Os judeus eram a raça pura. Os samaritanos, impuros, imundos.
É óbvio que a rejeição teve início com os judeus. E os samaritanos, por sua vez, retribuíram a hostilidade. Vemos a hostilidade mútua pouco antes de nosso texto aqui. Quando Jesus toma a resolução de ir para Jerusalém, envia seus mensageiros a Samaria, os samaritanos não os receberam (Veja Lc 9.53). Os judeus, por sua vez, quando Jesus lhes fala em João 8.47, abramos todos a Bíblia lá, disse: “47 Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus. 48 Responderam, pois, os judeus e lhe disseram: Porventura, não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio?”. O termo samaritano era um termo pejorativo, designativo de pecador e imundo.
Eram essas as relações que existiam entre esses dois povos co-irmãos. Então, Jesus ao contar essa parábola, insere nela um samaritano, que age melhor do os judeus religiosos para com o seu irmão. Jesus aqui vai de encontro ao preconceito. Qual o preconceito que tem impedido de chegarmos àqueles que precisam de nós? Será a cor, a condição financeira, uma mágoa recolhida, um relacionamento mal resolvido?
Para Jesus, o amor é algo que você sente e faz. Foi isso que o samaritano fez. O texto diz que ele se compadeceu “e”, essa partícula é importante. Ele não “se compadeceu” e ponto final, mas há uma conjunção aditiva “e” (kai.). Ele agiu, não ficou só a ver e a sentir, mas agiu. Ele cuidou daquele homem com os recursos que ele tinha para tratar dos ferimentos. Ele usa do vinho como um esterilizante e do óleo de azeite como pomada ou bálsamo. Leva-o para uma hospedaria. Cuida dele lá e ainda paga suas despesas. E ao ir embora, talvez por necessidade dos negócios, ele diz a hospedeiro: “cuida deste homem, e, se alguma cousa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar” (v.35).
Ele poderia muito bem deixar aquele homem em um lugar seguro e ir embora. Ele bem que não poderia ter pago as suas despesas, o doente que pagasse depois. Mas, não. Ele cuida daquele homem de forma integral. O amor do samaritano foi um amor agente. Um amor que age. Assim foi Deus também. “Deus amou o mundo que deu” (Jo 3.16), “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13). Esse é o tipo de amor que Deus quer ver expressado por nossas vidas: um amor doação; um amor que se dá. Não amemos de língua e de palavra, pois assim é muito fácil, mas de fato e de verdade, como escreveu apóstolo João em sua primeira epístola.
Conclusão
Depois de toda essa história, Jesus pergunta ao intérprete da lei, v. 36: “Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?”. A resposta foi correta, mas ainda revela um preconceito intrínseco. Ele não responde que foi o samaritano, mas “o que usou de misericórdia para com ele”. Como que tendo aversão à palavra e que ela implica. Então, Jesus conclui: “vai e procede tu de igual modo”. É preciso fazer mais algumas aplicações aqui. A primeira, é que qualquer tentativa de autojustificação é fracassada.
A pergunta que deu origem à parábola foi: “que farei para herdar a vida eterna”. O intérprete estava em busca de ele, por si mesmo, alcançar a salvação. E a resposta foi: “faze isto e viverás” (v. 28). A lei em si mesma não é má, mas ninguém nesse estado de pecado pode guardá-la perfeitamente. Se pudesse e guardasse, ele seria justificado, mas é impossível, pois Deus exige perfeição. Toda tentativa de autojustificação é ilusão. Em segundo lugar, e em relação à primeira, é preciso dizer que há um padrão ético que devemos perseguir e lutar, embora não alcancemos. Por isso é injustificável que cheguemos e digamos: eu não consigo amar a Deus e ao próximo perfeitamente ou com todo o meu seu, então vou desistir de amar. Não, é necessário perseguir e perseverar nesse caminho sobremodo excelente que é o amor.
Com relação a mim e a você, ainda podemos ver que há nessa parábola dois tipos de pecados e dois tipos de pecadores: os pecados são (1) a violência e (2) indiferença (ou negligência); os dois tipos de pecadores são (1) os ladrões e (2) os religiosos (o sacerdote e o levita). Surge uma pergunta que é necessária fazer: “que tipo de pessoa é você?” Você é uma pessoa como o samaritano que ama o próximo quando necessitado, que ultrapassa os preconceitos para amar? Ou como o levita e o sacerdote que vê o próximo carente e necessitado e passa de largo, passa de longe e finge que não vê?
Qual caminho você tem trilhado? Do amor ou da indiferença? Ainda é tempo de suplicar ao Senhor para que venha e derrame graça sobre sua vida e lhe capacite para amar como ele amou, em nome de Jesus.
Robson Rosa Santana
Pastor presbiteriano
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