Vivemos
em tempos em que a vitimização se tornou uma prática comum. Muitos preferem
apontar dedos do que olhar para o espelho. Quando as coisas vão mal, é mais
fácil culpar o governo, o patrão, o cônjuge, os irmãos da igreja ou até o
próprio Deus. Esse espírito de vitimismo enfraquece a alma, paralisa a fé e
impede o crescimento pessoal e espiritual. Por outro lado, a Palavra de Deus
nos chama à autorresponsabilidade — a atitude madura e piedosa de
reconhecer nossa parte nas situações e de tomar decisões práticas.
Quanto
ao nosso trabalho e vida financeira, há quem viva reclamando da crise, dos
preços altos e do salário baixo, mas se recusa a planejar, economizar ou
estudar algo novo para ganhar melhor e ter uma melhor qualidade de vida.
Provérbios 21.5 é claro: “Os planos do diligente tendem à fartura, mas a
pressa excessiva, à pobreza.” A Bíblia elogia o trabalhador diligente (Pv
10.4) e condena o preguiçoso. O cristão é chamado a trabalhar com zelo e
honestidade, lembrando-se que tudo deve ser feito “como para o Senhor”
(Cl 3.23).
No
que tange às relações familiares, quantas vezes ouvimos frases como:
“Minha família não me entende”, ou “Meu casamento não dá certo por causa do
outro”. Embora existam situações reais de sofrimento, é necessário perguntar: qual
tem sido minha atitude? Efésios 5.25 diz aos maridos: “Maridos, amem a sua
mulher, como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela.” E em Tito 2.4-5, Paulo orienta as mulheres a
serem sensatas, boas donas de casa e submissas aos maridos. Assumir a
responsabilidade é amar, perdoar, servir e dialogar — mesmo quando o outro
falha.
Quanto
à nossa vida de santidade diante do Senhor, sabemos que a santificação é
uma obra do Espírito, mas exige cooperação consciente da nossa parte. Hebreus
12.14 declara: “Procurem viver em paz com todos e em santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor.” Transferir a culpa da falta de crescimento
espiritual para os outros é fugir da responsabilidade. O Senhor nos chama a
negar a nós mesmos, tomar a cruz e segui-lo diariamente (Lc 9.23).
Ainda
com relação à nossa espiritualidade, como está nosso compromisso com a obra
do Senhor? Há quem assista aos cultos como um “cliente da fé”, esperando apenas
ser servido. Mas Jesus nos chamou para sermos servos. Em Mateus 25, os
servos que multiplicaram os talentos ouviram: “Muito bem, servo bom e
fiel... entre no gozo do seu senhor” (Mt 25.21). Quem se vitimiza diz: “Não
tenho tempo, ninguém me chama, já fui magoado.” Mas quem assume a
responsabilidade diz: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8).
Jesus,
como exemplo maior
para todas as áreas da vida, não se vitimizou diante da cruz. Pelo
contrário, Ele assumiu Sua missão com coragem e determinação, dizendo: “Ninguém tira a
minha vida de mim, mas eu espontaneamente a dou” (Jo 10.18). Cristãos
maduros seguem esse exemplo. Não fogem da dor, não terceirizam a culpa, não se
escondem atrás de desculpas. Eles se levantam, oram, pedem perdão, recomeçam e
servem com alegria.
Irmãos,
deixemos de lado toda desculpa, toda murmuração, todo espírito de vítima. Em
Cristo, somos mais que vencedores (Rm 8.37). Que cada um de nós se examine, se
humilhe, se disponha, e diga como Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao
Senhor” (Js 24.15). Assuma a responsabilidade da sua vida com fé, atitudes
concretas e dependência de Deus. A colheita vem para quem planta com
fidelidade.
Pr. Robson Santana
Igreja Presbiteriana Solar Park
Inhumas - GO
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