30 de julho de 2025

Assuma a Responsabilidade: O Antídoto Bíblico contra o Vitimismo

Vivemos em tempos em que a vitimização se tornou uma prática comum. Muitos preferem apontar dedos do que olhar para o espelho. Quando as coisas vão mal, é mais fácil culpar o governo, o patrão, o cônjuge, os irmãos da igreja ou até o próprio Deus. Esse espírito de vitimismo enfraquece a alma, paralisa a fé e impede o crescimento pessoal e espiritual. Por outro lado, a Palavra de Deus nos chama à autorresponsabilidade — a atitude madura e piedosa de reconhecer nossa parte nas situações e de tomar decisões práticas.
Quanto ao nosso trabalho e vida financeira, há quem viva reclamando da crise, dos preços altos e do salário baixo, mas se recusa a planejar, economizar ou estudar algo novo para ganhar melhor e ter uma melhor qualidade de vida. Provérbios 21.5 é claro: “Os planos do diligente tendem à fartura, mas a pressa excessiva, à pobreza.” A Bíblia elogia o trabalhador diligente (Pv 10.4) e condena o preguiçoso. O cristão é chamado a trabalhar com zelo e honestidade, lembrando-se que tudo deve ser feito “como para o Senhor” (Cl 3.23).
No que tange às relações familiares, quantas vezes ouvimos frases como: “Minha família não me entende”, ou “Meu casamento não dá certo por causa do outro”. Embora existam situações reais de sofrimento, é necessário perguntar: qual tem sido minha atitude? Efésios 5.25 diz aos maridos: “Maridos, amem a sua mulher, como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela.”  E em Tito 2.4-5, Paulo orienta as mulheres a serem sensatas, boas donas de casa e submissas aos maridos. Assumir a responsabilidade é amar, perdoar, servir e dialogar — mesmo quando o outro falha.
Quanto à nossa vida de santidade diante do Senhor, sabemos que a santificação é uma obra do Espírito, mas exige cooperação consciente da nossa parte. Hebreus 12.14 declara: “Procurem viver em paz com todos e em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Transferir a culpa da falta de crescimento espiritual para os outros é fugir da responsabilidade. O Senhor nos chama a negar a nós mesmos, tomar a cruz e segui-lo diariamente (Lc 9.23).
Ainda com relação à nossa espiritualidade, como está nosso compromisso com a obra do Senhor? Há quem assista aos cultos como um “cliente da fé”, esperando apenas ser servido. Mas Jesus nos chamou para sermos servos. Em Mateus 25, os servos que multiplicaram os talentos ouviram: “Muito bem, servo bom e fiel... entre no gozo do seu senhor” (Mt 25.21). Quem se vitimiza diz: “Não tenho tempo, ninguém me chama, já fui magoado.” Mas quem assume a responsabilidade diz: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8).
Jesus, como exemplo maior para todas as áreas da vida, não se vitimizou diante da cruz. Pelo contrário, Ele assumiu Sua missão com coragem e determinação, dizendo: “Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu espontaneamente a dou” (Jo 10.18). Cristãos maduros seguem esse exemplo. Não fogem da dor, não terceirizam a culpa, não se escondem atrás de desculpas. Eles se levantam, oram, pedem perdão, recomeçam e servem com alegria.
Irmãos, deixemos de lado toda desculpa, toda murmuração, todo espírito de vítima. Em Cristo, somos mais que vencedores (Rm 8.37). Que cada um de nós se examine, se humilhe, se disponha, e diga como Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). Assuma a responsabilidade da sua vida com fé, atitudes concretas e dependência de Deus. A colheita vem para quem planta com fidelidade.

Pr. Robson Santana
Igreja Presbiteriana Solar Park
Inhumas - GO

11 de julho de 2025

Perdão: mandamento de Deus

Em nossa caminhada de fé, enfrentamos o profundo e transformador mandamento bíblico do perdão. O apóstolo Paulo nos exorta com clareza: "Antes, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo" (Efésios 4:32). Perdoar não é uma sugestão; é uma ordem clara do Senhor, um reflexo essencial do Seu caráter em nós. 

Precisamos perdoar, em primeiro lugar, porque fomos perdoados. Pense na dívida imensa que tínhamos para com Deus, cancelada por Cristo na cruz (Colossenses 2:13-14). Como recipientes de tamanha graça, como podemos negar o perdão a quem nos deve muito menos? 

Além disso, guardar ressentimento e amargura é como tomar veneno esperando que o outro morra. Esses sentimentos nos aprisionam, corroendo nossa paz, nossa saúde espiritual e nossos relacionamentos com Deus e com os outros (Hebreus 12.15). Perdoar é, em consequência, um ato de libertação para o nosso próprio coração. 

A Bíblia nos presenteia com exemplos poderosos que nos inspiram. Pense em José, traído, vendido como escravo e injustiçado por seus próprios irmãos. Anos depois, quando eles, temerosos, se prostraram diante dele, José viu a mão soberana de Deus e declarou: "Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem" (Gênesis 50:20). Ele perdoou completamente, restaurando sua família. 

E quem pode esquecer a comovente parábola do Pai do Filho Pródigo, contada por Jesus? Aquele pai, imagem do próprio Deus, não guardou rancor pelo filho que o desonrou e desperdiçou tudo. Ao avistá-lo retornando, humilhado, correu ao seu encontro, abraçou-o e o restaurou com alegria transbordante, antes mesmo de ouvir um pedido formal de perdão (Lucas 15:11-32). Esse é o perdão ativo, cheio de compaixão e graça que nos é oferecido e que somos chamados a imitar. 

Diante dessas verdades e exemplos, somos desafiados a fazer uma pausa sincera e sondar nosso próprio coração. É um exercício necessário, embora por vezes, difícil. Precisamos nos perguntar com honestidade: Existe alguém cujo nome, quando mencionado, traz um nó no estômago ou um frio no coração? Guardamos recordações de ofensas passadas, remoendo-as em silêncio? Evitamos certas pessoas, alimentando uma barreira invisível de mágoa? Será que justificamos nossa falta de perdão, minimizando a imensa graça que nós mesmos recebemos dia após dia? 

Lembremo-nos: perdoar não significa aprovar o erro, esquecer magicamente a dor (embora a memória possa se suavizar com o tempo) ou necessariamente restaurar uma confiança cega de imediato. Significa, pela graça que nos sustenta, decisivamente soltar o direito de retaliar, entregar a pessoa e a situação nas mãos justas de Deus (Romanos 12:19), e buscar uma disposição interior de não deixar que a mágoa controle nossa vida ou nosso precioso relacionamento com o Senhor. 

Perdoar é um ato de obediência que flui da dependência do Espírito Santo. Pode ser um processo árduo, mas é profundamente libertador e agradável ao nosso Pai. Por isso, neste momento, convido você a fechar os olhos, silenciar diante dEle e perguntar: "Senhor, há alguém que preciso perdoar?". Se o Espírito trouxer um nome ou uma situação à mente, não o ignore. Clame pela força de Cristo. Decida perdoar, passo a passo, entregando o peso a Ele. 

A liberdade e a paz genuínas que brotam da obediência a este mandamento são frutos preciosos da mesma graça que já nos alcançou e nos sustenta. Que Deus nos conceda corações sensíveis e dispostos a perdoar, assim como fomos e continuamos a ser perdoados em Cristo. 

Em Cristo Jesus, 

Pr. Robson Santana

robsonsantana.teo@gmail.com