Tiago diz que quem quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus. O apóstolo João, por sua vez, afirma quem ama o mundo, o amor de Deus não está nele (cf. Tg 4.4; 1Jo 2.15). A ideia nesses versos não é do planeta como um todo ou das pessoas em geral, mas de um sistema de pensamentos e práticas contrários aos mandamentos de Deus. Ou seja, a rebeldia contra Deus. Jerry Bridges diz que mundanismo é “estar apegado às coisas, monopolizando ou preocupado com o que é passageiro neste mundo” (1Co 7.31).
Podemos e devemos usar as coisas do mundo. A questão é tomar cuidado para que essas coisas não se tornem importantes demais para nós. São várias as áreas que poderíamos abranger sobre o alerta de Deus contra o mundanismo, mas vamos focar em três áreas.
Dinheiro. A Bíblia deixa claro que o amor ao dinheiro é idolatria e a raiz de todos os males. Na nossa era consumista, somos motivados a ter, em detrimento do ser. Além do mais, no afã de querer ter as coisas, muitos cristãos têm se atolado em dívidas. Nas últimas décadas as pessoas têm ganhado mais, querem mais ainda e têm ficado endividados. Como devemos administrar nossa renda? Primeiro, temos de lembrar que somos mordomos de tudo temos. Segundo, não gastando além do que ganhamos. Terceiro, priorizando as coisas essenciais: (1) dízimos e ofertas; (2) cuidado da família; (3) socorro aos irmãos necessitados; (4) ajuda ao próximo; e (5) pagamentos de impostos, etc. Enfim, o modo que administramos nosso dinheiro deve glorificar a Deus e abençoar as pessoas próximas a nós.
Imoralidade. Uma das guerras culturais de nossos tempos é a tentativa de incutir na sociedade a aceitação ou celebração de todo tipo de expressão sexual. A indústria do entretenimento, como cinema, música, programas de TV, tenta massificar condutas sexuais proibidas por Deus. De acordo com a Bíblia, o sexo deve ser praticado após o casamento e dentro do casamento. Mas há pecados sutis ou tolerados pelos crentes que vão além do adultério e homossexualismo. A impureza sexual não se resume à prática em si, mas aos prazeres dos olhos e à sensualidade. Precisamos tomar cuidado com os que vemos em revistas, TV, filmes, romances, que apelam à sensualidade ou pornografia. As mulheres crentes devem tomar cuidado com o que vestem, em termos de comprimento, decote e justeza das roupas (1Tm 2.9). Os homens, no que lhe diz respeito, devem vigiar a cobiça de seus olhares (Mt 5.28).
Idolatria. Segundo Bridges, “ídolo é qualquer coisa que valorizamos tanto que acaba drenando nossa energia emocional e mental, ou nossos recursos e tempo. Qualquer coisa que fique acima de Deus ou da família”. É claro que os crentes não adoram ídolos feitos pelas mãos dos homens, mas há os “ídolos do coração”. Três áreas em que podemos estar sendo idólatras: (1) Trabalho ou profissão. Vivemos num mundo competitivo, mas devemos estar vigilantes para não transformar nossa profissão em ídolo. “Depois que me converti, larguei mão de tentar vender carros e passei a ajudar os clientes a comprar carros”, disse um irmão. Quando ele passou a servir de coração aos clientes, sua carreira deixou de ser ídolo e transformou-se em serviço a Deus. (2) Assuntos políticos e sociais. Há questões como aborto, ideologia de gênero, homossexualismo que são contrários aos padrões morais de Deus. A preocupação exagerada com questões políticas e sociais podem se tornar ídolos. A prioridade maior da igreja como um todo é a proclamação do evangelho. (3) Paixão consumidora por esportes. Sem dúvida, alguns esportes se tornaram ídolos. Não deixe sua equipe ou time se tornar um ídolo. Torça, se você gosta, mas não seja consumido por causa de vitórias e derrotas. É só um jogo!
Estejamos vigilantes e consagrados a Deus. Pois “o mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2:17 - NVI).
Robson Rosa Santana
Adaptado de Pecados Intocáveis, de Jerry Bridges
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