6 de abril de 2016

Páscoa

A primeira das três festas anuais em que todos os homens tinham a obrigação de comparecer no santuário (Ex 23.14-17). O substantivo pesah [transliteração da palavra hebraica] é derivado do verbo pasah, "passar por cima", no sentido de "poupar" (Ex 12.12-13). A páscoa é associada com a festa dos pães asmos (hag hammassot), a semana durante a qual a levedura era rigidamente excluída da dieta dos hebreus (Ex 23.16).
A páscoa histórica relaciona-se com a décima praga - a morte dos primogênitos no Egito. Israel recebeu a ordem de preparar um cordeiro para cada lar. O sangue devia ser aplicado na verga e nas ombreiras das portas (Ex 12.7). O sinal do sangue garantiria a segurança de cada casa assim indicada.
No entardecer do dia 14 de Nisã (Abibe), os cordeiros da páscoa eram mortos. Depois de assados, eram comidos com pões asmas e ervas amargas (Ex 12.8), enfatizando a necessidade de uma saída apressada e relembrando a amarga escravidão no Egito (Dt 16.3). A páscoa era uma observância familiar. No caso de famílias pequenas, os vizinhos podiam ser convidados para compartilharem da refeição pascal.
As instruções iniciais diziam respeito à preparação para o Êxodo histórico (Ex 12.21 -23). As orientações subsequentes foram dadas para a observância dos sete dias da festa dos pões asmas (Ex 13.3-10). A experiência da páscoa devia ser repetida a cada ano, como forma de instrução para gerações futuras (Ex 12.24-27).
Nos anos subsequentes, desenvolveu-se um ritual pascal que incorporou aspectos adicionais. Quatro cálices sucessivos de vinho misturado com água eram usados. Os Salmos 113-118 eram cantados em momentos apropriados. Frutas, misturadas com vinagre na consistência de argamassa, serviam como lembrança da argamassa usada durante a escravidão.
O primeiro e o sétimo dia dessa semana eram observados como sábados. Todo o trabalho cessava e o povo se reunia em santa convocação (Ex 12.16; Nm 28.18, 25). No segundo dia da festa, um molho das primícias da cevada era movido pelo sacerdote para comemorar o inicio da colheita (Lv 23.10-14). Além dos sacrifícios regulares, dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros eram oferecidos como holocausto, e um bode como oferta pelo pecado, todos os dias (Nm 28.19-23; Lv 23.8).
As observâncias da páscoa eram frequentemente negligenciadas nos tempos do AT. Depois do Sinai (Nm 9.1-14) nenhuma ocorreu, a não ser depois da entrada em Canaã (Js 5.10). Os reis reformadores Ezequias (2 Cr 30) e Josias (2 Rs 23.21-23; 2 Cr 35) deram atenção à observância da páscoa. Depois da dedicação do segundo templo, foi celebrada uma páscoa notável (Ed 6.19-22).
A morte de Cristo na época da páscoa era considerada significativa pela igreja primitiva. Paulo chama Cristo de “Nossa Páscoa” (1 Co 5.7). A ordem de não se quebrar nenhum osso do cordeiro da páscoa (Ex 12.46) é aplicada por João à morte de Cristo — “Nenhum dos seus ossos será quebrado" (Jo 19.36). O cristão deve lançar fora o "velho fermento" da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele "os asmos da sinceridade e da verdade" (1 Co 5.8).                                   
C. F. Pfeiffer

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode comentar aqui se quiser