A primeira
das três festas anuais em que todos os homens tinham a obrigação de comparecer
no santuário (Ex 23.14-17). O substantivo pesah
[transliteração da palavra hebraica] é derivado
do verbo pasah, "passar por
cima", no sentido de "poupar" (Ex 12.12-13). A páscoa é associada
com a festa dos pães asmos (hag hammassot),
a semana durante a qual a levedura era rigidamente excluída da dieta dos
hebreus (Ex 23.16).
A páscoa histórica relaciona-se com a décima praga - a morte dos
primogênitos no Egito. Israel recebeu a ordem de preparar um cordeiro para cada
lar. O sangue devia ser aplicado na verga e nas ombreiras das portas (Ex 12.7).
O sinal do sangue garantiria a segurança de cada casa assim indicada.
No
entardecer do dia 14 de Nisã (Abibe), os cordeiros da páscoa eram mortos.
Depois de assados, eram comidos com pões asmas e ervas amargas (Ex 12.8),
enfatizando a necessidade de uma saída apressada e relembrando a amarga
escravidão no Egito (Dt 16.3). A páscoa era uma observância familiar. No caso
de famílias pequenas, os vizinhos podiam ser convidados para compartilharem da
refeição pascal.
As
instruções iniciais diziam respeito à preparação para o Êxodo histórico (Ex
12.21 -23). As orientações subsequentes foram dadas para a observância dos sete
dias da festa dos pões asmas (Ex 13.3-10). A experiência da páscoa devia ser
repetida a cada ano, como forma de instrução para gerações futuras (Ex
12.24-27).
Nos anos
subsequentes, desenvolveu-se um ritual pascal que incorporou aspectos
adicionais. Quatro cálices sucessivos de vinho misturado com água eram usados.
Os Salmos 113-118 eram cantados em momentos apropriados. Frutas, misturadas com
vinagre na consistência de argamassa, serviam como lembrança da argamassa usada
durante a escravidão.
O primeiro e o sétimo dia dessa semana eram observados como sábados.
Todo o trabalho cessava e o povo se reunia em santa convocação (Ex 12.16; Nm
28.18, 25). No segundo dia da festa, um molho das primícias da cevada era
movido pelo sacerdote para comemorar o inicio da colheita (Lv 23.10-14). Além
dos sacrifícios regulares, dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros eram
oferecidos como holocausto, e um bode como oferta pelo pecado, todos os dias
(Nm 28.19-23; Lv 23.8).
As observâncias da páscoa eram frequentemente negligenciadas nos tempos
do AT. Depois do Sinai (Nm 9.1-14) nenhuma ocorreu, a não ser depois da entrada
em Canaã (Js 5.10). Os reis reformadores Ezequias (2 Cr 30) e Josias (2 Rs
23.21-23; 2 Cr 35) deram atenção à observância da páscoa. Depois da dedicação
do segundo templo, foi celebrada uma páscoa notável (Ed 6.19-22).
A morte de
Cristo na época da páscoa era considerada significativa pela igreja primitiva.
Paulo chama Cristo de “Nossa Páscoa” (1 Co 5.7). A ordem de não se quebrar
nenhum osso do cordeiro da páscoa (Ex 12.46) é aplicada por João à morte de
Cristo — “Nenhum dos seus ossos será quebrado" (Jo 19.36). O cristão deve
lançar fora o "velho fermento" da maldade e da malícia, e colocar no
lugar dele "os asmos da sinceridade e da verdade" (1 Co 5.8).
C.
F. Pfeiffer
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