
Paul David Tripp, em seu livro Vocação Perigosa,
dentre tantas questões importantes sobre a vida pastoral, trata de alguns
sinais de como um pastor pode se encontrar em perigo e até mesmo questionar sua
vocação pastoral.
1. Ele ignora a
evidência clara de problemas. Não vê ou encontra em si mesmo problemas.
Justifica dizendo que o que lhe ocorre é causado pelas circunstâncias ou mal
entendidos.
2. Vê e trata o problema dos outros, mas não os seus próprios, até porque não encontra problemas em si. É a questão do lado obscuro da liderança.
3. Falta de vida devocional. Ter capacidade de interpretar textos (hermenêutica), pregar bem (homilética) e conhecimento teológico não significa ter vida íntima com Deus. O que motiva, traz perseverança, humildade, amor, paixão e graça é a vida devocional. É ter um relacionamento com a Palavra, e com o Deus da Palavra.
4. Não pregar o Evangelho para si mesmo. É não descansar na graça salvadora e consoladora do Evangelho libertador de Cristo, e buscar realização e identidade nas coisas e pessoas, de forma messiânica. Isso gera autodefesa, autocomiseração e mágoas. Deve-se sempre term em mente que só Jesus é o Salvador, nosso e da igreja.
5. Não ouvir as pessoas mais próximas. Sempre há pessoas conversando com pastores sobre seu ministério, comportamento e de como trata os outros, e isso deve levar à ponderação e mudança de atitudes. É preciso humildade da parte dos pastores para isso. Pastores são humanos e falhos. Não adianta sublimar os erros.
6. O ministério começa a tornar-se pesado demais. "O impacto de todas essas coisas juntas é que você descobre que o seu ministério é cada vez menos privilégio e alegria e cada vez mais peso e dever" (Tripp, p.31).
7. Começar a viver em silêncio. O pastor começa a se isolar como um mecanismo de defesa. Porém, a vida cristã é comunitária e orgânica.
8. O pastor questiona sua vocação. Cogita que realmente não foi vocacionado para o pastorado, coisa essa que não pensava há tempos atrás.
9. Pensa em abandonar o ministério. Alimenta em seu coração exercer outra atividade à parte da vida pastoral.
Tripp reconhece que nem todos esses sinais se evidenciam na vida de uma pastor que está em crise e perdendo o rumo. Reconhece também que esse processo é mais comum do que parece. Sua preocupação é com a cultura das igrejas, que permite que essas coisas estejam acontecendo com seus pastores, sem que seja visto e tratado.
Pr. Robson Santana
Igreja Presbiteriana do Brasil
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