31 de agosto de 2012

Servindo a nossa própria geração


 Como alcançar as pessoas ao nosso derredor com o evangelho glorioso de Cristo? A Teologia Reformada nos dá o conhecimento correto da fé cristã. Compêndios de teologia atravessam séculos apontando a Verdade perene de Deus para nós. No entanto, os livros de Teologia normalmente não fazem uma ponte com as culturas com as quais devemos comunicar a verdade teológica, incluindo a nossa. Esse divórcio é aterrador.
Precisamos estudar a Teologia, mas precisamos estudar como as pessoas vivem em nosso tempo, e assim tentar evangelizá-las e integrá-las à Igreja.
Darrel L. Whiteman, no artigo Contextualization, nos diz: “a contextualização tenta comunicar o Evangelho em palavras e ações e estabelecer a igreja de maneira que faça sentido para as pessoas dentro de seu contexto cultural local, apresentando o cristianismo de tal forma que atenda às necessidades mais profundas das pessoas e penetre sua visão de mundo, permitindo-os seguir Cristo e permanecer dentro de sua própria cultura” (1997, p.2).
É um desafio contínuo da igreja de Cristo em todos os tempos e contextos culturais fazer essa ponte do contexto das Escrituras para o contexto dos seus ouvintes. Isso pode parecer evidente, mas não é o que sempre acontece. Normalmente os pastores e missionários se veem envoltos em suas próprias culturas e mantendo tradições humanas de seus antepassados (que não fazem parte da essência do evangelho de Cristo).
Podemos citar o exemplo contextualizado de Davi mencionado por Paulo na sinagoga de Antioquia da Pisídia, quando disse: “Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção” (At 13.36, grifo meu). Davi serviu a Deus na sua própria geração. Como diz Carlos del Pino, na Revisa Caminhos Missionários da Igreja (p.45), “o próprio Davi não pode servir nem à geração de seus pais e avós, nem à geração de seus filhos e netos. Ele morreu e o que pode fazer o fez nos seus próprios dias ou, de forma mais ampla, o fez no contexto dos seus contemporâneos”.
Muito do que foi pregado no passado foi o evangelho com a cultura do mensageiro. E se não se utilizar da contextualização continuará pregando da mesma forma. É preciso compreender o contexto dos ouvintes do evangelho, seja ele urbano, rural ou tribal, para que se faça a devida adaptação da mensagem.
Frisa isso de modo magistral Harry L. Reeder III, no livro A Revitalização da sua Igreja segundo Deus, quando afirma: “Muitos pastores estão plantando e liderando igrejas que seriam maravilhosas se vivêssemos em 1750. Porém, não estamos nessa época. A mensagem do evangelho e os objetivos ministeriais da igreja são sempre os mesmos. Todavia, o modo como comunicamos o evangelho e o modo como alcançamos nossos objetivos ministeriais têm de mudar para se encaixar na natureza de nosso tempo”. (2011, p.104).
 Além da contextualização da mensagem e de métodos atualizados, é preciso atentar para a estatística que comprova que em torno de 75% dos convertidos são alcançados pelos relacionamentos próximos: amigos e parentes. O conceito principal de Igreja é comunhão dos santos, por isso, no desenvolvimento dos trabalhos da igreja, incluindo os departamentos internos: crianças, adolescentes, jovens e adultos, é necessário priorizar relacionamentos sadios com os crentes e incrédulos para assim servir a nossa própria geração. Compreendendo a Palavra, os nossos tempos e a necessidade que as pessoas têm de aceitação e relacionamentos, podemos pensar e agir de forma relevante e bíblica para com aqueles que são como ovelhas que não tem pastor nesse mundo hostil.

Robson Rosa Santana


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