17 de dezembro de 2015

O significado teológico do nascimento de Jesus, Parte 1 - Mark Driscoll

   Para descrever o significado teológico do nascimento de Jesus, os teólogos gostam de usar uma palavra: encarnação. Ela vem do latim e significa, "na carne." Encarnação se refere à doutrina cristã de que Deus, que é espírito, tomou sobre si carne humana e veio como o homem-Deus, o Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho de João descreve a encarnação bem: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus ... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:1, 14) . O Verbo - o único que estava eternamente face a face com Deus, o Pai como o segundo membro da Trindade - tornou-se um homem, o homem Jesus Cristo. Isso é a encarnação. O segundo membro da Trindade adentrou na história. O Criador adentrou na criação. Deus, que é espiritual, tomou sobre si o físico. É por isso que o chamamos Emanuel, "Deus conosco".
   Sei que isso levanta uma série de perguntas.
   1. Será que uma pessoa pode se tornar Deus?
   Não. Há uma diferença entre uma pessoa se tornar Deus, e Deus se tornar uma pessoa. Satanás mentiu para Adão e Eva, dizendo-lhes que eles poderiam, essencialmente, tornar-se Deus. Qualquer religião que afirma que as pessoas podem tornar-se Deus é falsa. Isso inclui o mormonismo e também muitas religiões orientais e as espiritualidades da Nova Era, que ensinam a unidade com o divino. Nós não subimos em direção a Deus através da moralidade, reencarnação, boas obras, pagando nosso débito cármico, tentando mais, fazendo-nos melhores - Deus desce para nós. A doutrina da encarnação não é sobre uma pessoa que se tornou Deus, a fim de mostrar-nos como podemos ser divino. É sobre como Deus se tornou uma pessoa humana, porque nos ama e veio para nos resgatar.
    2. Será que Jesus veio à existência em seu nascimento?
   Algumas religiões ensinam que Jesus não é Deus eternamente, mas que ele é um ser criado, que entrou em existência em um ponto no tempo. Em Miquéias 5.2 e João 1, as origens de Jesus estende-se à eternidade passada desde antes da Criação. Jesus não veio à existência em seu nascimento. O segundo membro da Trindade eterna entrou na história humana como o Deus-homem Jesus Cristo. A Bíblia é clara que Jesus é o nosso Criador e não foi criado, dizendo de Jesus em Colossenses 1.16: "Porque por ele todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou domínios ou governantes ou autoridades - Todas as coisas foram criadas por ele e para ele". O nascimento de Jesus não foi a sua criação, mas sim a sua entrada na sua criação.
    3. É a encarnação emprestada de pagãos?
Caso tenha feito um curso de religião no colégio, uma das coisas que provavelmente foi dito é que o cristianismo toma emprestado ideias como o nascimento virginal da mitologia pagã. Isso é falso. A Escritura antecede qualquer uma das mitologias em questão. Como vimos, a profecia de Isaías tem lugar 700 anos antes do nascimento virginal; mas a primeira alusão do nascimento virginal de Jesus regride até Gênesis 3.15 quando a Terra tinha apenas duas pessoas nela. Depois de nossos primeiros pais pecarem contra Deus, ele promete a vinda de um Salvador, nascido de uma mulher - nenhuma menção de um pai. Isto é notável, porque o resto do Gênesis é um livro patriarcal, traçando inúmeras histórias de família através da linha masculina.
    Além disso, os conceitos de mitologia pagã eram apenas isso: mitologia. Mesmo os gregos antigos não tratam as façanhas de Zeus, Atenas e os vários deuses e deusas como fato. Estas histórias estão mais para Homem-Aranha do que Nelson Mandela. A Bíblia, no entanto, apresenta-se como fato histórico comprovado por testemunhas oculares. Quando muito, os pagãos roubaram sua ficção dos fatos da Bíblia.
Mark Driscoll

Disponível em: www.markdriscoll.org
Acesso em: 17 dez. 2015.
Tradução Robson Rosa Santana

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