SOBERANIA DE DEUS E PREDESTINAÇÃO

Leitura inicial: At 4.28; Rm 8.29-30; 1 Co 2.7; Ef. 1.5, 14.

Predestinar: destinar, decretar, apontar ou estabelecer de antemão (Dicionário Webster:)

“O que a predestinação significa, em sua forma mais elementar, é que nossa destinação final, céu ou inferno, é decidida por Deus, não só antes de chegarmos lá, mas antes mesmo de havermos nascido. Ensina que nosso último destino está nas mãos de Deus. Outro modo de dizer isto é: Desde a eternidade, antes de vivermos, Deus decidiu salvar alguns membros da raça humana e deixar perecer alguns indivíduos para serem salvos em eternas bênçãos no céu, e outros ele escolheu deixar de fora, para permitir a eles que sigam as conseqüências de seus pecados em eterno tormento no inferno”.

Base bíblica: Mt 24.24; Ef 1.11; Rm 8.29-30, 33; At 13.48; 16.14; 1 Tm 1.4; 1 Pe 2.9; 2 Pe 1.10; Cl 3.12; 2 Tm 2.10; Tito1.1; 1 Pe 1.1; Ap 17.14, dentre outros.

1. A SOBERANIA DE DEUS. “A idéia de que Deus preordena tudo que acontece não é uma idéia exclusiva do calvinismo. Não é nem mesmo exclusiva do Cristianismo. É simplesmente uma crença do teísmo – uma crença necessária do teísmo. Que Deus, de alguma forma, preordena tudo que acontece é um resultado necessário de sua soberania”.

Se existe alguma parte da criação fora da soberania de Deus, então Deus simplesmente não é soberano. Se Deus não é soberano, Deus não é Deus.

2. A SOBERANIA DE DEUS E O PROBLEMA DO MAL (O PECADO). Na criação, foi dada ao homem uma capacidade para pecar e uma capacidade para não pecar. Ele escolheu pecar.

Dado o fato do pecado humano, como ele se relaciona com a soberania de Deus? Se é verdade que Deus preordena tudo o que acontece, então segue-se, sem dúvida, que Deus deve ter preordenado a entrada do pecado no mundo. A decisão de Deus de permitir que o pecado entrasse no mundo foi uma boa decisão. Isto não quer dizer que nosso pecado seja uma coisa boa, mas meramente que a permissão de Deus para que pequemos, o que é mau, é uma coisa boa. O envolvimento de Deus em tudo isto é perfeitamente justo. Nosso envolvimento nisto é mau. O fato de ter Deus decidido permitir que pecássemos não nos absolve de nossa responsabilidade pelo pecado.

O relacionamento de um Deus soberano com um mundo decaído enfrenta basicamente quatro opções:

• …Deus poderia decidir não prover nenhuma oportunidade para ninguém ser salvo.
• Deus poderia prover uma oportunidade para todos serem salvos.
• Deus poderia intervir diretamente e garantir a salvação de todas as pessoas.
• Deus poderia intervir diretamente e garantir a salvação de algumas pessoas.

A visão calvinista da predestinação ensina que Deus ativamente intervém nas vidas dos eleitos para ter certeza absoluta de que eles sejam salvos.

A regeneração precede a fé. O que há de errado em Deus criar a fé no coração do pecador? Não é requerido de Deus que busque a permissão do pecador para fazer com o pecador o que Ele quer. Se agrada a Deus salvar alguns e não todos, não há nada de errado com isso. Deus não está obrigado a salvar ninguém. Se ele escolhe salvar alguns, isso de modo algum o obriga a salvar o resto. De novo, a Bíblia insiste que é prerrogativa de Deus ter misericórdia de que quem Ele tiver misericórdia (Rm 9.14-16).

Justiça   * Não-Justiça  =   Misericórdia  - Injustiça

4. A SOBERANIA DE DEUS E A LIBERDADE HUMANA. Não são contraditórias. Não é a liberdade que é cancelada pela soberania (Ex.: da família: pais e filhos); é a autonomia que não pode coexistir com a soberania. Autonomia – ser autônomo significa ser uma lei para si mesmo. Uma criatura autônoma não deve satisfações a ninguém. Ela não tem governador, muito menos um governador autônomo. “A liberdade humana nunca pode restringir a soberania de Deus”.

Adaptado do livro Eleitos de Deus, de R. C. Sproul (Ed. Cultura Cristã).