5 de março de 2016

Marcas Essenciais de um Avivamento Genuíno (Js 4.21-24)


   A história registrada Josué 4.21-24 traz muitas implicações para nós hoje, bem como para o assunto do avivamento. É um fato que Deus tem feito coisas maravilhosas no meio do Seu povo. Ele já havia mandado 10 pragas aos egípcios e depois dividiu o Mar Vermelho.  Após 40 anos peregrinando no deserto, estavam às portas da terra prometida. Vendo com seus próprios olhos a terra de Canaã. De um lugar desértico, agora contemplavam uma terra que manava leite e mel. Um grande contraste. Mas havia um problema: entre eles e a terra prometida havia o Rio Jordão.
Como atravessar todo esse povo, com crianças, animais e bens? Deus age e divide o Rio Jordão. Novamente atravessam como em terra seca. Então Deus dá o seguinte mandamento a Josué: tirem doze pedras e coloquem em Gilgal. Era um memorial. Um marco para não se esquecerem de quem é Deus e o que ele fez. O Senhor deixa claro o propósito no v.24: “Para que todos os povos da terra conheçam que a mão do SENHOR é forte, a fim de que temais ao SENHOR, vosso Deus, todos os dias”. Esse relato bíblico serve não apenas para olharmos para o passado, mas par renovar nossos corações para o que Deus pode fazer hoje!
Diante do assunto em tela, quais são as marcas essenciais dos avivamentos, os quais devemos buscar e identificar nos avivamentos de hoje?

 1) Senso da majestade de Deus
 Quando Deus desce, somos tomados pela consciência aguda da Sua majestade: Glória, Santidade e Poder. Passamos a ter uma percepção da presença de Deus. Avivamento fala de despertamento, derramamento, descida. É Deus descendo até nós. Foi assim na transfiguração testemunhada por Pedro, João e Tiago. Foi assim no Pentecostes. Foi assim em todos os avivamentos do passado. Deus deixa de ser um conceito, uma ideia, uma doutrina. Ele se torna real, presente, sensível! Os olhos se abrem para contemplar a sua glória. Assim foi com Isaías: “meus olhos viram o Rei!”.

 2) Senso de pecaminosidade pessoal
 Somos levados a uma terrível culpa pelo pecado. Deixamos de lado o moralismo, ao achar que somos melhor que os outros, mas batemos no peito como o publicano da parábola contada por Jesus: “Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. Não é um remorso, é um profundo arrependimento porque temos sido rebeldes, desobedientes. Por termos tido a arrogância de desobedecer às ordens do Santo Rei do Universo.

 3) Compreensão da maravilha da salvação por meio de Jesus
 A obra de Cristo se torna real. Não é apenas uma história distante. Passamos a compreender que o Filho de Deus nos ama e se deu por nós. Jesus se torna mais pessoal: “Ele morreu por mim, os meus pecados estão perdoados”. E assim somos levados a penetrar nesse amor de Deus e adorá-lo com todo nosso coração. A Santa Ceia passa a ter um significado mais profundo.

 4) Desejo ardente que outros conheçam a Cristo
 Como somos contagiados, entusiasmados (cheios de Deus), somos cheios também de amor pelos perdidos. Não conseguimos deixar de falar da obra graciosa de Jesus. Queremos que nossos familiares e amigos sejam convertidos. Começamos a orar por eles com intercessão profunda. Assim como Jesus orou por Jerusalém (Mt 23.37-39).

  Jonathan Edwards descreve os frutos do avivamento ocorrido em Northampton, no Estado de Massachussets (EUA, em 1735):
   A obra prontamente operou uma gloriosa alteração na cidade. De forma que, na primavera e verão que se seguiram, ela parecia (refiro-me à cidade) estar cheia da presença de Deus. Nunca tinha sido tão cheia de amor ou cheia de alegria, e ao mesmo tempo tão cheia de aflição, como então. Houve admiráveis indicações da presença de Deus em quase cada casa. Foi um tempo de alegria para famílias como resultado de salvação ter chegado a elas. Pais regozijando-se pelo novo nascimento de seus filhos, maridos a respeito das esposas e esposas a respeito dos maridos. As obras de Deus foram vistas em Seu santuário. O dia de Deus era um deleite, e Seus tabernáculos amáveis. Nossas assembleias públicas eram maravilhosas. A congregação estava ativa no serviço de Deus. Todos concentrando intensamente na adoração pública. Cada ouvinte estava ansioso por beber as palavras do ministro à medida que saiam de sua boca. A assembleia em geral, de tempos em tempos, dissolvia-se em lagrimas enquanto a Palavra era pregada. Alguns choravam de aflição e pesar, outros de alegria e amor, outros com compaixão e preocupação pelas almas de seus semelhantes.

Conclusão
 Isso é o que acontece em tempos de avivamento espiritual. Há uma mistura de convicção de pecado e alegria. Há um senso de temor, ações de graças e louvor. São dias de céu na terra. Você vê essas marcas na sua vida ou igreja? Se não, faça a oração de Isaías 64.

Pr. Robson Rosa Santana
Adaptado do livro Avivamento, de D. Martyn Lloyd-Jones (Ed. PES)