24 de agosto de 2015

Como Tratar os Líderes da Igreja

Introdução
Paulo muitas vezes fala da Igreja como um organismo.
Um corpo vivo: um conjunto de membros formando um todo, a Igreja
1Co 12: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo”.
Ef 4.12: “...edificação do corpo de Cristo”;
Cl 1.24: “... e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja;”
Ou seja, cada um de nós é membro desse corpo e realizar a sua função. Cada um de nós é importante. É útil. E Deus quer nos usar para abençoar uns aos outros.
Mas aqui nesses dois versos, Paulo está falando de organização.
Especialmente de líderes delegados por Deus para conduzir a Igreja e orientar irmãos em particular.

COMO TRATAR OS LÍDERES DA IGREJA?
É sobre esse assunto que Paulo fala nesses dois versos.
Sobre como os irmãos devem tratar aqueles que são colocados como líderes sobre eles.
O texto diz no v.12: “Reconheçam”; “acateis com apreço”; “tenham consideração”; “tenham o respeito devido”.
“Tenham-nos na mais alta estima, com amor” (v.13 – NVI)
Quem são essas pessoas que a Bíblia diz para se ter esse tipo de tratamento dos irmãos:
Os que: um pronome relativo que se refere a três tipos de líderes. Quem são esses líderes?

1) obreiros ou trabalhadores
“se esforçam no trabalho”
São irmãos que se esforçam em explicar o evangelho, aplicando-o a situações do dia-a-dia, advertindo, admoestando, auxiliando, encorajando etc.
Não precisa ser oficial, ser ordenado, para ser um obreiro assim, basta ser um membro em alerta.
Aplicação: quantos desses irmãos são desvalorizados na igreja. Isso eu vejo em muitas igrejas. Os irmãos não aceitam a liderança nem a autoridade de outros irmãos sobre eles. Se o Pastor diz: “fulano é líder de tal grupo, alguns não aceitam isso”. Isso é rebeldia à Palavra de Deus. Deus diz: “tenham alta consideração por eles”.

2) superintendentes ou diretores
Aqueles “que os lideram” (“os presidem” – “no Senhor” – em Cristo).
Aqui fala de pessoas ordenadas para o trabalho: pastores, presbíteros, diáconos.
Em termos de valor somos todos iguais perante Deus. Ele não faz acepção de pessoas. Mas funcionalmente Deus coloca alguns acima dos outros:
Uma tradução poderia ser: “tenham consideração para com os que... têm autoridade sobre vocês”.
Aplicação: Você tem ouvido seus líderes? Você tem ouvido seu Pastor? Tem seguido suas orientações? Tem colocado em prática as mensagens que ele traz da parte de Deus? Tem ouvido os aconselhamentos em particular para a sua vida?
A. T. Robertson: “os preguiçosos de Tessalônica evidentemente tinham se recusado a seguir seus lideres nas atividades da igreja. Nós precisamos de líderes sábios hoje, porém ainda mais de seguidores sábios. Um exército de capitães e coronéis nunca vence uma batalha”.
Aplic.: convida irmãos para ajudar no trabalho: “não posso..”

3) Admoestadores
”Os aconselham” - nous (mente) + tithemi (despertar) a mente dos irmãos para os mandamentos de Deus.
São aqueles que instruem, ensinam, avisam.
A estes também lhes é devido que os tratem com respeito.
E não somente devemos honrar, respeitar, ter alta consideração pelos líderes somente por causa do cargo que têm, mas “por causa do trabalho deles”, por causa do que realizam no meio da igreja.
Ainda há outra atitude que os irmãos devem ter para com esses líderes, o imperativo: “Tende paz entre vós” (ARC), “vivam em paz entre vocês” (NVI).
Segundo William Hendriksen: “parem com as reclamações. Em lugar de criticar constantemente os líderes, segui suas instruções, de modo que a paz (ausência de dissensões) venha a reinar” (p.199).

Conclusão
Esse texto nos exorta acerca do tratamento que os liderados têm de ter para com os líderes.
Nós gostamos muito de buscar nossos direitos.
Ou até mesmo só cobrar dos que lideram e nos esquecemos de segui-los e de os tratarmos com a devida consideração, com todo respeito e amor.
Como você tem tratado os líderes que Deus colocou sobre a sua vida?
Que Deus nos ajude!

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4 de agosto de 2015

Como lidar com pessoas difíceis - 1Ts 5.14-15

   Introdução
   Essa é uma carta do apostolo Paulo, juntamente com Silas e Timóteo, a uma igreja que eles haviam plantado na segunda viagem missionária.
   Foi uma das primeiras cartas do apóstolo escrita.
   Nela, Paulo destaca que era uma igreja muito abençoada, começada não somente através de palavras, mas em demonstração do Espírito e poder.
   Era uma igreja que vivia na dinâmica das três virtudes cristãs mais importantes: fé, amor e esperança (1.3). E finaliza a carta exortando a viverem vidas sóbrias, perseverando nessas três virtudes.
   O texto dessa mensagem faz parte das exortações finais aos irmãos. Especialmente o dever em relação uns aos outros.
   1° - 1Ts 5.12-13: como a igreja deve tratar os líderes.
   2° - 1Ts 5.14-15: Como devemos tratar com os irmãos difíceis ou problemáticos.

   Como lidar com esses cinco tipos de pessoas difíceis (problemáticas)

   1) INSUBMISSOS (INDÓCEIS)
   Por apatia ou rebeldia há algumas pessoas que querem andar na contra mão. São sempre oposição. São desleixados quanto à sua vida com Deus.
   Não têm interesse em aprender, nem de servir.
   É o primeiro a se levantar quando o culto termina.
   Não passam de ouvintes.
   “Deixem para lá”. Esta frase lhe cabe muito bem.
   Como lidar com irmãos insubmissos ou indóceis? Devemos admoestá-los. O termo original para “admoestar” (noutheteo) significa “chamar a razão levando em conta as consequências”.
   Se há pessoas na igreja que não participam, não usam os dons que Deus lhes deu, é necessário caminhar do seu lado e por algum senso em suas mentes.
   Temos de ser verdadeiros: “você não tem comparecido aos cultos, não se envolve com os trabalhos e ainda critica a igreja, se você continuar nesse caminho haverá conseqüências espirituais para a sua vida”.
   Ramo do aconselhamento cristão: noutético.
  Às vezes você conhece alguém assim. E como você o trata? Talvez assim: Deus vai castigar sua apatia ou rebeldia. É preciso amá-lo e falar com amor.
  O propósito de virmos à igreja não deve ser apenas assistirmos ao culto. Trata-se de comunhão. É se envolver com as dificuldades uns dos outros. Uns são fáceis de aprender, de assimilar a Palavra de Deus e obedecer. No entanto, outros não. E temos de “admoestá-lo em Cristo e com amor”.

   2) DESANIMADOS
  A etimologia da palavra grega Oligopsychos quer dizer pessoas de alma pequena. De baixa espiritualidade.
  São pessoas que desistem antes de começar a lutar. Têm medo de desafios. Das dificuldades.
   Têm medo de sonhar ou acham que não vale a pena, pois sua alma é pequena demais para alcançar algum objetivo na vida.
   Existe uma pequena poesia que diz: a vida vale a pena se a alma não é pequena.
   Ilustração: dos doze espias que olharam a terra de Canaã, dez disseram: “Somos como que gafanhotos em relação a eles”. Não podemos. Não vamos conseguir.
   São pessoas apegadas às tradições. E dizem: “deixa do jeito que está”. “Fazemos do jeito que sempre foi. É garantido”.
   São pessoas que temem a chacota dos amigos e por isso não evangeliza.
   Não consegue sobressair aos problemas e são engolidos por eles.
   Como lidar com os desanimados? Paulo diz para que os incentivemos. Não apenas um consolo, mas um encorajamento. O significado dessa palavra é “chegar ao lado de alguém e falar de modo amigável”.
   E se é você mesmo que se encontra nessa situação aumente sua amizade com pessoas que lhe possam ajudar, animar, revigorar e acalmar com a Palavra de Deus.
   Ilustração: Pv 30.28 fala da lição de sabedoria de animais simples: a lagartixa, que se pode apanhar com as mãos, contudo, encontra-se nos palácios dos reis. A lição é: 'Ande com pessoas mais maduras na fé!"

   3) FRACOS
   Há dois tipos de fracos que a Bíblia nos mostra:
   (1) São aqueles que são hipersensíveis ao pecado, que veem o pecado em tudo, mesmo naquilo que não é.
   Em Romanos e 1 Coríntios, Paulo descreve essas pessoas como irmãos mais fracos. E devemos tomar cuidado para não os escandalizarmos.
Devemos ser mais sensíveis a eles.
   (2) São aqueles que continuam caindo sempre nos mesmos pecados.
São fracos moralmente e espiritualmente. Eles precisam de ajuda.
Paulo diz “ampareis os fracos”. É um sentimento de preocupação em ajudar os outros.
   Como ajudar os fracos na fé? É preciso intimidade na comunhão. Vivendo uma vida egoísta, sem interesse pelos outros, não ajudaremos os fracos na fé.
   A igreja cresce quando as ovelhas ajudam a tomar conta umas das outras – quando desejamos admoestar o insubmisso, encorajar o desanimado e ajudar o fraco. Isso requer envolvimento com a vida das pessoas.
   Gl 6.1-2: “irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. 2 Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo."

   4) ENFADONHOS
   ARA: “sejais longânimos para com todos”.
   NIV: “sejam pacientes para com todos”.
   Há certos irmãos que ficamos frustrados com ele. Você se dá muito e recebe pouco. Há muitas cobranças sobre você, mas pouco retorno daquele que cobra.
   Principalmente se você está discipulando, no sentido amplo da palavra, ou seja, desejando levar alguém a semelhança de Cristo. É bem provável que você esteja muito desapontado.
   Jesus passou cerca de 3 anos ensinando aos discípulos como eles deviam viver e o que deveriam fazer. Mas vez por outra Ele disse: “Ó homens de pequena fé”. “Até quando vos sofrereis, cure o doente, expulse esse demônio”.
   É como se Ele tivesse dizendo: “Quando vocês irão entender o que tenho tentado dizer todo esse tempo?”.
   No entanto Jesus foi muito paciente e depois Ele viu os frutos quando se sentou à direita do Pai.
   Como é que Deus quer que você trate com pessoas enfadonhas? Sendo paciente.        Quanto? Mais do que você tem sido até agora.
   A Bíblia diz que Deus é “compassivo, clemente e longânimo” (Ex 34.6).
  É um Atributo Comunicável. É uma virtude de Deus que Ele quer ver também em seus filhos.
 Pedro pergunta para Jesus: “Quantas vezes eu devo perdoar meu irmão? Sete vezes”. Jesus apresenta a sua multiplicação de longanimidade, paciência: “setenta vezes sete”.
   Esse tipo de compaixão e amor muda a vida das pessoas – até mesmo as enfadonhas.

   5) INÍQUOS
   Há um verso inteiro para falar desse tipo de pessoa. (v.15).
   O primeiro instinto do nosso coração para com alguém que nos faz algum tipo de mal é retribuir na mesma moeda. É nos vingarmos. É ficarmos muitas vezes na espreita para darmos o troco.
   E o pior é quando essa pessoa é um irmão em Cristo. Alguém lhe dirige a “paz do Senhor”. Que senta do seu lado. Que nos cânticos de comunhão diz que você é precioso para ele e essa pessoa lhe faz algum mal.
   É difícil irmãos! É dolorido! Mas a nossa fé deve operar num nível mais alto.
Prepare-se: irmãos poderão magoá-lo, ofender você, lhe dizer palavras más. Falarão indiretamente através de comentários maldosos e de fofocas, poderão lhe caluniar.
   Mateus 18.6: "Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar."
   É muito perigoso brincar “com” os filhos de Deus. Mas alguns poderão fazer isso com você.
   Paulo nos diz: “Evitai retribuir mal por mal”.
   A tradução de evitai é de um imperativo negativo que também se encontra em Ap 19.10. Este traduzido por : não faças isso!
   Não revide. Não retribua.
   Não tente retaliar. Não se vingue.
  Rm 12.17-21 diz: "Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; 18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; 19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem."
   Paulo finaliza dizendo: segui sempre o bem entre vós (igreja) e para com todos (não crentes).

   CONCLUSÃO
   A Igreja ganha e cresce quando lidamos com nossos irmãos que têm certos problemas na sua caminhada com Deus, quando fazemos o que a Palavra nos ordena:
   Admoestar os insubmissos (indóceis)
   Encorajar os desanimados
   Amparar os fracos
   Ser paciente com os enfadonhos
   Retribuir aos iníquos com amor, o mal com o bem.
   É isso que Deus requer de nós como irmãos em Cristo.
   Que o Senhor nos ajude!