24 de dezembro de 2015

O significado teológico do nascimento de Jesus, Parte 2 - Mark Driscoll

  A devocional de hoje é uma continuação da anterior sobre o significado teológico do nascimento de Jesus.
  4. Será que Jesus deixou de ser Deus quando ele se tornou um homem?
Não, ele não deixou. Jesus proclama sua divindade ao longo dos evangelhos, e os oponentes de Jesus admitiram que eles queriam matá-lo ", porque você, um simples homem, a pretensão de ser Deus" (João 10:33, NVI). Jesus não só disse que ele era Deus, mas ele também fez coisas só Deus pode fazer, como perdoar pecados (Marcos 2: 5). A menos que ele fosse Deus, Jesus não tinha nada que perdoar os pecados de outras pessoas. Jesus não perdeu sua divindade, acrescentou a ele a humanidade. Jesus Cristo não é Deus-menor; ele é Deus-mais.
5. Jesus é Deus ou homem?
Sim. Ele é o Deus-homem. Ele é ambos. Teólogos liberais geralmente enfatizam a humanidade de Jesus e descrevem-no como um líder exemplar que ajudou os pobres, lutou por justiça, e cuidou de viúva e órfão. Eles vão colocá-lo em uma categoria semelhante a Gandhi, Martin Luther King e Madre Teresa.
Os teólogos conservadores, por outro lado, muitas vezes enfatizam a divindade de Jesus. Seu sofrimento e tentação não eram tão grandes de lidar, porque Jesus era Deus e, portanto, impermeável. Como Clark Kent, Jesus parecia um cara normal por fora, mas por baixo do traje camponês galileu ele era um homem de aço.
A verdade é que Jesus era plenamente homem e plenamente Deus. Ele viveu a vida perfeitamente como um homem, para servir como nosso exemplo e um sacrifício substituto impecável em nosso lugar. Ele não "enganou" por usar sua divindade, “mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se semelhante aos homens” (Fp 2.7). Ao mesmo tempo, Jesus nunca deixou de ser Deus. Jesus era uma pessoa com duas naturezas: totalmente Deus e totalmente homem. E ele viveu pelo poder do Espírito Santo.
6. Será que Deus tem relações íntimas com Maria?
Os mórmons acreditam que Deus, o Pai é um ser físico de carne e sangue que teve relações íntimas reais com Maria e a engravidou como resultado. A Bíblia não ensina isso de modo algum. O anjo Gabriel descreveu a concepção de Maria como um milagre do Espírito Santo. Maria diz repetidamente que ela é virgem. José, um  homem honrado e piedoso, teve de esperar para consumar seu casamento com sua esposa, e isso seria uma coisa horrível pensar que o próprio Deus violou Maria.
7. A encarnação de Jesus é uma questão secundária?
Algumas igrejas e líderes ao longo da história, incluindo os dias de hoje, têm argumentado que a encarnação não é crucial; podemos concordar em discordar e que ele não se importa se Maria era virgem. Há muitas razões, no entanto, a considerar a encarnação de um elemento essencial, inegociável da doutrina cristã fiel. Se Maria não era realmente uma virgem, as implicações seriam numerosas e vastas. Por exemplo:
Se Maria não era virgem, então a Bíblia não é verdade. Gabriel disse que Maria era virgem. Maria disse que ela era virgem. Se não confiarmos na palavra de Deus quanto a este ponto, não há nenhuma razão para confiar em sua palavra em outro lugar. Se Maria não era virgem, então a Escritura continua por se cumprir e os nossos pecados não estão perdoados. Se Maria não era virgem, então a mãe de Jesus era uma mulher ímpia e enganadora. Se Maria inventou uma história para esconder o fato de que ela estava traindo José ou brincando com José, então toda a história em torno do nascimento de Jesus é grandemente alterada. Se Maria não era virgem, isso significaria que Jesus era apenas uma pessoa normal. Se Jesus foi criado por uma mulher que estava cheia de mentiras religiosas absurdas para encobrir seu próprio comportamento ruim, por que devemos acreditar nas afirmações extraordinárias dela ou de seu filho?
Jesus é totalmente Deus e totalmente homem. Não podemos esperar para entender completamente este mistério aqui na terra, mas graças ao Deus-homem, vamos juntar-nos a ele no céu um dia, vê-lo face a face, e conhecê-lo plenamente como Paulo diz aos Coríntios (1 Coríntios 13:12).
O que você tende a apreciar mais: a humanidade de Jesus (suas obras e exemplo), ou a divindade de Jesus (seu poder e perfeição)? Como é que uma compreensão mais completa da encarnação muda a maneira de servir, seguir e se relacionar com Deus?

Mark Driscoll
Disponível em: www.markdriscoll.org
Acesso em: 24 de dez. 2015
Tradução: Robson Rosa Santana

17 de dezembro de 2015

O significado teológico do nascimento de Jesus, Parte 1 - Mark Driscoll

   Para descrever o significado teológico do nascimento de Jesus, os teólogos gostam de usar uma palavra: encarnação. Ela vem do latim e significa, "na carne." Encarnação se refere à doutrina cristã de que Deus, que é espírito, tomou sobre si carne humana e veio como o homem-Deus, o Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho de João descreve a encarnação bem: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus ... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:1, 14) . O Verbo - o único que estava eternamente face a face com Deus, o Pai como o segundo membro da Trindade - tornou-se um homem, o homem Jesus Cristo. Isso é a encarnação. O segundo membro da Trindade adentrou na história. O Criador adentrou na criação. Deus, que é espiritual, tomou sobre si o físico. É por isso que o chamamos Emanuel, "Deus conosco".
   Sei que isso levanta uma série de perguntas.
   1. Será que uma pessoa pode se tornar Deus?
   Não. Há uma diferença entre uma pessoa se tornar Deus, e Deus se tornar uma pessoa. Satanás mentiu para Adão e Eva, dizendo-lhes que eles poderiam, essencialmente, tornar-se Deus. Qualquer religião que afirma que as pessoas podem tornar-se Deus é falsa. Isso inclui o mormonismo e também muitas religiões orientais e as espiritualidades da Nova Era, que ensinam a unidade com o divino. Nós não subimos em direção a Deus através da moralidade, reencarnação, boas obras, pagando nosso débito cármico, tentando mais, fazendo-nos melhores - Deus desce para nós. A doutrina da encarnação não é sobre uma pessoa que se tornou Deus, a fim de mostrar-nos como podemos ser divino. É sobre como Deus se tornou uma pessoa humana, porque nos ama e veio para nos resgatar.
    2. Será que Jesus veio à existência em seu nascimento?
   Algumas religiões ensinam que Jesus não é Deus eternamente, mas que ele é um ser criado, que entrou em existência em um ponto no tempo. Em Miquéias 5.2 e João 1, as origens de Jesus estende-se à eternidade passada desde antes da Criação. Jesus não veio à existência em seu nascimento. O segundo membro da Trindade eterna entrou na história humana como o Deus-homem Jesus Cristo. A Bíblia é clara que Jesus é o nosso Criador e não foi criado, dizendo de Jesus em Colossenses 1.16: "Porque por ele todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou domínios ou governantes ou autoridades - Todas as coisas foram criadas por ele e para ele". O nascimento de Jesus não foi a sua criação, mas sim a sua entrada na sua criação.
    3. É a encarnação emprestada de pagãos?
Caso tenha feito um curso de religião no colégio, uma das coisas que provavelmente foi dito é que o cristianismo toma emprestado ideias como o nascimento virginal da mitologia pagã. Isso é falso. A Escritura antecede qualquer uma das mitologias em questão. Como vimos, a profecia de Isaías tem lugar 700 anos antes do nascimento virginal; mas a primeira alusão do nascimento virginal de Jesus regride até Gênesis 3.15 quando a Terra tinha apenas duas pessoas nela. Depois de nossos primeiros pais pecarem contra Deus, ele promete a vinda de um Salvador, nascido de uma mulher - nenhuma menção de um pai. Isto é notável, porque o resto do Gênesis é um livro patriarcal, traçando inúmeras histórias de família através da linha masculina.
    Além disso, os conceitos de mitologia pagã eram apenas isso: mitologia. Mesmo os gregos antigos não tratam as façanhas de Zeus, Atenas e os vários deuses e deusas como fato. Estas histórias estão mais para Homem-Aranha do que Nelson Mandela. A Bíblia, no entanto, apresenta-se como fato histórico comprovado por testemunhas oculares. Quando muito, os pagãos roubaram sua ficção dos fatos da Bíblia.
Mark Driscoll

Disponível em: www.markdriscoll.org
Acesso em: 17 dez. 2015.
Tradução Robson Rosa Santana

2 de novembro de 2015

Entendendo a Ideologia de Gênero

Por Augustus Nicodemus Lopes

     O tema ganhou um espaço enorme nas mídias sociais depois da prova do ENEM onde foi feita uma citação da feminista Simone de Beauvoir, “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino (O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980). Em outras palavras, uma mulher é definida, não pelo sexo biológico com que nasce, mas pela construção social da civilização.
     De acordo com os defensores da ideologia de gênero, existe uma diferença entre sexo e gênero. Sexo aponta para as determinações naturais e diferenças biológicas entre homem e mulher. Entende-se por gênero, o papel que ambos, homem e mulher, têm e exercem na sociedade.
     Na literatura secular acerca da sexualidade humana, gênero tem gradualmente substituído sexo. Ao invés de falar de diferenças de sexo, as pessoas agora falam em diferenças de gênero. Mas, então, qual seria a origem do termo gênero e como chegou a ser utilizado como substituto para sexo? Aparentemente, foi o psicólogo e sexista John Money o pioneiro no uso de gênero com sentido de sexo. Em suas obras ele postula que “o gênero é certo tipo particular de conduta do homem e mulher”. Depois dele, o psicanalista Robert Stoler escreveu em “Sexo e Gênero”(1968) que sexo é biológico, gênero é o que cada sociedade a ele atribui.
     Decorre a seguinte questão: se o gênero de uma pessoa não é determinado biologicamente, como o é o sexo, quem, então, o determina? A resposta é: gênero é algo atribuído, não natural: é socialmente determinado. Masculino e feminino são papéis definidos por cada sociedade. Em outras palavras, uma pessoa pode nascer homem – isto é sexo – mas em termos de gênero, ele pode ser feminino, tanto por escolha como por determinação social.
     Pode-se também dizer que a ideologia de gênero tem seu ponto de partida na ideologia marxista, na qual é impossível haver qualquer conciliação entre classes. Como o marxismo, a ideologia de gênero reivindica a abolição de todas as diferenças de sexo e gênero, tanto na sociedade como na igreja. Para fazê-lo, é preciso desconstruir a influência da cosmovisão patriarcal perpetuada na cultura ocidental pela igreja cristã e sua Bíblia, subverter a dominação masculina presente e real na sociedade e igreja por meio da imposição de uma cosmovisão feminina, ou, no mínimo, a abolição de todas as distinções claras entre sexos e gêneros.
     Os apologistas da ideologia do gênero desenvolveram sistemas e métodos próprios para alcançar sua meta. Eles tem se mantido bastante ativos, influenciando e mudando as políticas governamentais, a educação pública (vide prova do ENEM), a mídia e a opinião pública, a fim de abolir tudo o que eles entendem que perpetua a dominação masculina e as distinções sexuais, e lhes impor a agenda homoafetiva.
     As questões de gênero têm causado um impacto global. Elas alcançaram as igrejas ao redor do mundo, não somente no contexto ocidental. Como cristãos, podemos perceber os diversos perigos sociais e consequências do crescimento contínuo da ideologia de gênero e sua influência social e cultural em todos os continentes. Primeiro: todas as diferenças sexuais naturais, criadas por Deus de acordo com a Bíblia, são abolidas. Você pode se reinventar. Segundo, não é difícil de perceber que a instituição familiar e valores são desafiados. Da mesma forma, não existe mais certo e errado nestes assuntos. A ideologia do gênero representa, no fim das contas, um ataque severo à cosmovisão bíblica pela cosmovisão pagã.
     Não há dúvida sobre o fato de que, em muitos países, as mulheres têm sido abusadas, oprimidas, humilhadas e escravizadas. Mesmo nas culturas mais civilizadas, as mulheres continuam a ser abusadas e espancadas por seus maridos. A ideologia de gênero, contudo, não se contenta apenas em fazer justiça aos direitos das mulheres; ela deseja a subversão e reversão dos papéis tradicionais e a abolição de todas as distinções entre homem e mulher, até mesmo a sua identidade biológica.
     Qual deve ser a resposta bíblica a ser oferecida aos desafios da ideologia do gênero? Para responder, nós deveríamos compreender, antes de qualquer coisa, o que realmente está em jogo aqui. Eu creio que as questões do gênero não são de natureza secundária; elas são temas que lidam com pontos fundamentais da fé cristã, tais como a criação, família e igreja.
     Também precisamos compreender a relação entre a cultura e as Escrituras. As Escrituras, e não a cultura, devem ser o referencial nas igrejas evangélicas no tratamento das questões de gênero. Embora existam elementos culturais no texto bíblico, a compreensão cristã histórica é que a Escritura se encontra sempre acima da cultura e representa a verdade universal. Isto se também se aplica aos contextos do sexo e gênero.
     Assim sendo, uma resposta bíblica às questões de gênero começa com o fato de que Deus criou apenas dois sexos e gêneros. Nós podemos falar de sexo como algo determinado biologicamente da mesma forma que também dizemos que o gênero é a decorrência natural desta determinação. Aqueles que, por natureza, são homens, são machos (masculinos) conforme contempla o seu gênero. O mesmo se aplica às mulheres. Também podemos afirmar que o gênero, compreendido como a autoconsciência sexual de uma pessoa e o comportamento social dele ou dela, é bíblica, e não socialmente determinado, embora as culturas possam diferir acerca dos papeis tradicionais do homem e da mulher.
     Como forma estratégica de tratar com essas questões, as igrejas deveriam procurar e preparar liderança masculina sólida e bíblica, fortalecer o ministério feminino, apoiar grupos para que homens e mulheres cristãos aprendam sobre a masculinidade e a feminilidade bíblicas, e criar e sustentar grupos para aqueles que são tentados ou têm caído na homossexualidade. Além disso, os púlpitos das igrejas cristãs eventualmente deveriam ministrar ensino bíblico sólido e compassivo abordando o tema. Também deveriam promover eventos regulares, com palestrantes convidados para falar sobre família e questões de gênero.
     Tenho consciência de que é normal e compreensível haver certa resistência por parte da liderança da igreja em tocar no assunto. O resultado da omissão, contudo, é o crescimento do engano e do erro. Ensinos equivocados tendem a ocupar cada pequena brecha que possa existir na vida da igreja local. Se os membros da igreja não aprendem de seus pastores e líderes, eles aprenderão dos defensores da ideologia do gênero e ativistas. Um plano claro e definido para preparar os membros da igreja nestas áreas é uma necessidade. Eles precisam ser ensinados como enfrentar estas questões, tanto os jovens como os adultos. E o único modo de isso ocorrer é pelo ensino bíblico consistente.


Extraído do Facebook do autor. Usado com permissão

16 de outubro de 2015

Propósito

"O SENHOR fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade” (Pv 16.4)
Nada do que Deus criou foi sem sentido, sem razão, sem propósito. Às vezes nos perguntamos a respeito de determinados bichos e insetos: para que Deus fez isso? Pode ter certeza que há um propósito, algum objetivo. E se para os seres inferiores Deus tem propósito para cada um, imagine para nós seres humanos, criados a Sua imagem e semelhança!
    Assim como todas as coisas, Deus nos criou com o propósito principal de glorificá-lO e desfrutar da Sua presença, tanto nesta vida e como na por vir. O apóstolo Paulo entendeu isso claramente: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36). Embora façamos muitas coisas nesta vida que pareça não ter ligação com culto e adoração a Deus, na verdade tem. Pois essas coisas secundárias devem servir de meio para o nosso fim principal de glorificar a Deus.
Glorificamos a Deus através da nossa vida de consagração ao Senhor e comunitariamente como Igreja, Corpo vivo de Cristo. A grande questão é entender como usar os nossos dons para que a Igreja cumpra também o seu propósito, pois a Igreja cumpre a sua finalidade por meio da individualidade de cada membro da Igreja, ou seja, de mim e de você.
O propósito principal da Igreja é adorar a Deus. A Igreja adora em resposta a Sua revelação de quem Ele é e em gratidão ao que Ele fez por nós, por meio de Jesus Cristo. Adoração é estilo de vida. Não é simplesmente entendimento conceitual, mas, principalmente, experiência pessoal com o Deus Trino.
Outro propósito é a evangelização. Há um desejo genuíno de Deus de que pecadores do mundo inteiro sejam salvos por meio de Jesus. As últimas palavras de Cristo antes da sua ascensão aos céus enfatizam esse fim: “... Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15; leia também Mt 28.18-20; Lc 24.44-49; Jo 17.18; At 1.8). A Igreja foi enviada a pregar o evangelho a todas as pessoas (Jo 20.21).
A educação cristã é o objetivo que dá direção a tudo na Igreja, uma vez que a Palavra de Deus é luz para o caminho e lâmpada para os nossos pés (Sl 119.105). Educação significa o ensino da doutrina sadia da Bíblia (2 Tm 3.16-17; At 2.42).
A ação social é o serviço que a Igreja deve realizar como reflexo do amor e da misericórdia para com aqueles que necessitam da nossa ajuda material, primeiramente para com os irmãos da fé (Gl 6.10), mas também aos não crentes (Mt 4.23, 9.35).
Por fim, não em último lugar, pois todos os propósitos da Igreja devem ser realizados ao mesmo tempo, vem a comunhão. A comunhão tem origem na palavra comum. A igreja é a comunidade dos lavados e remidos no sangue de Cristo. Temos em comum Jesus, que nos faz filhos de Deus; e como filhos, devemos viver como família unida.
Pessoalmente Deus te fez com um propósito. Você não está aqui por acaso. Sua vida tem sentido. Jesus lhe deu vida abundante (Jo 10.10). Mas o que você tem feito para cumprir o propósito de Deus para sua vida, bem como cumprir os Seus propósitos para a Igreja? Deus quer que você participe e se envolva ativamente dos trabalhos da Igreja! Ele pode contar com você?
Pr. Robson Rosa Santana

10 de outubro de 2015

Educando Filhos no Caminho (Pv 22.6)


  INTRODUÇÃO

Que tipo de criação você tem dado a seus filhos?
Diante de uma atitude de desobediência ou rebeldia, o que você faz?
Quando a criança dá desculpas para não ir à igreja, qual a sua decisão?
Ou quando seu filho adquire o vício por jogos eletrônicos, por filmes, pela internet, etc.?
Quando assistindo a programas ou desenhos diabólicos ou pornográficos, qual a sua atitude quanto a isso?
Falo isso porque há pais que deixam os filhos fazerem o que querem. Todos os caprichos que eles têm são realizados.
Há pais que têm medo de desagradar o filho e se torna refém emocional dele.
É preciso entender que criança não nasce anjinho. Como diz a Bíblia: nascem pecadores (Sl 51.5).
Não tenho a intenção de abordar toda a questão da criação de filhos, mas dar uma introdução ao assunto e me deter no texto de Provérbios 22.6 e outros textos desse livro, uma vez que o tempo não nos permite abranger tudo sobre a questão.

1) O QUE É SER CRIANÇA?
Para os pais filhos são sempre crianças.
Quero me deter aos filhos especialmente nos seus primeiros anos de vida.
Poderíamos fechar com a faixa etária de 0 aos 17 anos. Período da infância e adolescência.
É o período principal na formação emocional e psicológica de uma pessoa.
É justamente a essa criança, a este filho que Deus exorta a ensinar, a instruir no caminho que deve andar.
Outra tradução traz “instrui o menino” (RC).
É tarefa principal dos pais ensinarem seus filhos a andar no caminho de Deus!
Os pais não podem se eximir dessa responsabilidade.
Ser pai e mãe no sentido pleno da palavra não é somente colocar um ser no mundo e deixá-lo à deriva, seguindo seus instintos.
Especialmente porque há uma pressão interna e externa que nos impulsiona para uma vida desregrada, perniciosa, promíscua, rebelde, em outras palavras, para uma vida pecaminosa, uma vida sem o padrão ou aprovação de Deus.
Quando falo de pressão interna, quero dizer que a semente do pecado habita em nós e é preciso ensinar aos filhos a ter uma vida regrada.
A pressão externa são as tentações mundanas com suas influências terríveis.
Por isso, digo e repito, a criança não pode ser deixada aos seus próprios desejos e vontades.
Os pais crentes precisam criar seus filhos no caminho de Deus.
O texto que lemos diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (RA)
O verbo “ensina” está no imperativo (verbo hebraico qal).
É mandamento do Senhor que os pais estejam atentos ao processo de desenvolvimento de seus filhos.
E não é no caminho que ele quer andar, mas no caminho que “deve andar”.
Isso quer dizer que os pais devem ter uma influência ativa e positiva para que seus filhos sejam abençoados e abençoadores.
ENSINAR O QUE?                                          
O livro de Provérbios nos dá algumas direções sábias:

1) Ensine Os Filhos A Temerem A Deus
Pv 1.7: “O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino”.
Pv. 9.10: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência”.
O temor tem dois aspectos:
a) Reverência – é um temor sagrado diante da santidade de Deus. Ele é superior a nós. É o Deus todo-poderoso. O Criador. Diante dele devemos nos dobrar.
b) Receio de desagradar a Deus – é preciso temer a Deus porque Ele tem o direito de punir, castigar e julgar.
Esses dois aspectos devem nos levar a ensinar os filhos todos os atributos de Deus.
Às vezes, os pais, e até a Igreja, ensinam somente acerca de um Deus bondoso, amoroso.
Deus como um vovôzão. Isso parece mais com um Papai Noel do que com o Deus da Bíblia!
O livro de Provérbios mostra os resultados do temor do Senhor:
1º) Deus prolonga a vida:
Pv 10.27: “O temor do SENHOR prolonga os dias da vida, mas os anos dos perversos serão abreviados”.
Pv 14.27: “O temor do SENHOR é fonte de vida para evitar os laços da morte”.
2º) É mais lucrativo do que ter riquezas
Pv 15.16: “Melhor é o pouco, havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro onde há inquietação”.

2) Ensine Os Filhos A Guardarem Suas Mentes
Pv 4.23: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida”.
Coração à moradia das emoções e do intelecto = mente.
As forças do mal, mais do que nunca, está travando uma batalha pela mentes das pessoas, a começar pelas crianças.
Pais e mães são responsáveis, em parte, por guardar a mente dos seus filhos contra as influências do mal.
Como disse John McArthur Jr (2001, p.70): “O ataque contra os pensamentos justos vem de variadas fontes: televisão, rádio, cinema, música, internet, e atualmente até mesmo do currículo escolar. Por isso a tarefa dos pais é realmente difícil.”
Por causa dessas seduções mundanas e diabólicas, os pais precisam controlar os filhos naquilo que eles veem e escutam.
Deus lhe deu autoridade para isso.
Aplicação: Às vezes controlamos os filhos para não se machucarem fisicamente, para não cair, não se afogar num rio, mas deixamos suas mentes se encherem de tudo o que não presta, mesmo que isso seja pecado contra Deus.
Controlar não significa somente privar os filhos de fazerem determinadas escolhas, mas explicar o porquê de não fazê-las e as consequências ao fazê-las.
É preciso ensiná-los a terem escolhas sábias. Escolhas de acordo com a vontade de Deus.

3) Ensine Os Filhos A Obedecerem Aos Pais
Os pais têm o dever de ensinar a obediência a seus filhos.
Esta é uma das responsabilidades básicas de sua tarefa.
Se quisermos de fato criar filhos para serem de Deus, eles precisam aprender a obediência aos pais.
Pv 4.1-4: “Ouvi, filhos, a instrução do pai e estai atentos para conhecerdes o entendimento;  2 porque vos dou boa doutrina; não deixeis o meu ensino. 3 Quando eu era filho em companhia de meu pai, tenro e único diante de minha mãe, 4 então, ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos e vive;”.
Isso envolve disciplina e, quando necessário, castigo e correção.
Pv 13.24: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina”.
Em hebraico [TM] o verbo é “odeia” [KJV, NIV].
Pv 22.15: “A estultícia [tolice] está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela”.
Pv 23.13,14: “Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá. 14 Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno”.
Filhos sem limites em casa vão quebrar a cara lá fora!
Aplicação: hoje em dia alguns pais é que são obedientes aos filhos!
E pior, têm sido envergonhado por eles:
Pv 29.15: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe”.

4) Ensine Os Filhos A Escolherem As Amizades
Este talvez seja o ensino mais vital que os pais têm para orientar os seus filhos e talvez esse seja o mais negligenciado.
Os pais têm de ajudar os filhos a escolher as boas amizades, para que também eles possam aprender por si sós.
& 1Co 15.33: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”. Paulo cita aqui o escritor grego Menandro (342-292 a.C).
A conduta moral, a linguagem e as atividades que os filhos se envolvem normalmente são influenciadas pelos colegas. Para o bem ou para o mal.
Raramente a criança se impõe ao grupo. Pois quer ser aceita pelos colegas.
Por isso os pais precisam agir ativamente para que os filhos tenham boas companhias.
As más influências dos “amigos” representam um perigo fatal.
  1Co 5.6: “...Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?”
Como Salomão sabia que as más companhias provavelmente iriam querer influenciar seu filho para o mal, ele orienta-o:
   Pv 1.10: “Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas”.

5) Ensine Os Filhos A Amarem Ao Próximo
   Pv 3.27-29: “Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo. 28 Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; então, to darei, se o tens agora contigo.  29 Não maquines o mal contra o teu próximo, pois habita junto de ti confiadamente.”
Amar ao próximo é uma doutrina fundamental da lei de Deus:
   Lv 19.18: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”.
   Os rabinos diziam que “amar” se aplicava ao próximo, mas não ao inimigo (cf. Mt 5.43).
    Jesus, no entanto, reafirma o que Lv 19.18 quer dizer, que devemos amar a todos, inclusive os nossos inimigos.
    Os pais devem ensinar isso aos filhos.
    Amar não somente aos amigáveis, mas os que se opõem ao seu filho, exercitando assim o dom da misericórdia.
Outro texto de Provérbios ressalta esse ponto:
   Pv 25.21-22: “Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, 22 porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e o SENHOR te retribuirá.”

Conclusão
Pv 22.6 diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”.
Você terá uma recompensa maravilhosa quando você ensina seu filho a andar no caminho de Deus.
Será um filho abençoado.
E se por acaso ele/ela vier a se desviar do Senhor, a sua consciência estará limpa, porque você fez a sua parte.
Já imaginou a culpa que repousará sobre sua vida, se você vir seu filho numa vida desregrada, desvirtuada, sofrida, e você saber que foi por causa da sua negligencia. Porque você resolveu não usar a autoridade que Deus lhe deu para educar seu filho?
   Quero finalizar com as palavras de John McArthur Jr, citadas no livro Como Educar seus Filhos Segundo a Bíblia (pp .88-89):
(1) “Se vocês não ensinarem seus filhos a temer a Deus, o diabo os ensinará a odiar a Deus”.
(2) “Se você não os ensinarem a guardar sua mente, o diabo os ensinará a ter uma mente corrupta”.
(3) “Se vocês não os ensinarem a obedecer aos pais, o diabo os ensinará a serem rebeldes e a destruir o coração dos pais”.
(4) “Se não os ensinarem a escolher cuidadosamente as amizades, o diabo escolherá as companhias deles”.
(5) Se não os ensinarem a amar ao próximo, o diabo os ensinará a amar somente a si mesmos”.
Ao final da sua vida e após repetir a lei de Deus aos israelitas, disse Moisés:
   Dt 6.4-9: “4 Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor.
5 Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças.
6 Que todas estas palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração.
7 Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.
8 Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa.
9 Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões.”
                                    
Robson Rosa Santana

30 de setembro de 2015

10 Maneiras Simples de Ser Missional

... sem acrescentar nada à sua programação

Tim Chester 
1. Coma com outras pessoas
    Todos nós comemos 3 refeições por dia. Isso são 21 oportunidades da igreja e missão a cada semana, sem acrescentar nada de novo a sua programação. E as refeições são uma poderosa expressão de boas-vindas e comunidade.

2. Trabalhe em locais públicos
Realize reuniões, prepare palestras, leia em espaços públicos como cafés, bares e parques. Isso irá, naturalmente, ajudá-lo a se envolver com a cultura como trabalho ou plano. Por exemplo, quais perguntas que você quer abordar em seus estudos bíblicos - aquelas da exegese profissional ou as da cultura?

3. Seja regular
Adote um café local, bar, parque e lojas para que você visitar e conhecer como local regularmente. Imagine se todos da sua comunidade evangélica fizerem isso!

4. Junte-se ao que está acontecendo
As igrejas muitas vezes começam suas próprias coisas como um café ou programa de desabrigados. Em vez disso, junte-se às iniciativas existentes - você não tem o ônus de executá-las e você terá oportunidades com os colaboradores.

5. Deixe sua casa à noite
É tão fácil depois de um longo dia em uma noite escura ficar na frente da televisão ou navegar na internet. Saia! Visite um amigo. Leve um bolo para um vizinho. Participe de um grupo local. Vá ao cinema. Frequente um café. Vá para uma caminhada com um amigo. Não importa onde, desde que você vá com intencionalidade de evangelizar.

6. Sirva seus vizinhos
Remova as ervas daninhas do jardim de um vizinho. Ajudar alguém a jogada. Coloque uma prateleira. Seja voluntário em um grupo local. Pode ser uma noite por semana ou um dia por mês. Tente fazer isso com outros membros de sua comunidade evangélica para que se torne um projeto comum. Então as pessoas vão ver o seu amor uns pelos outros e vai ser mais fácil falar sobre Jesus.

7. Compartilhe a sua paixão
O que você gosta? Encontre um grupo local que compartilha sua paixão. Seja missional e se divirta ao mesmo tempo!

8. Saia com seus colegas de trabalho
Passe seu tempo de almoço com os colegas. Saia para uma bebida depois do trabalho. Compartilhe a viagem para o trabalho.

9. Caminhe
Andar permite que você se envolva com sua vizinhança ao nível da rua. Você percebe coisas que não dar para fazer em um carro. Você é visto e conhecido no bairro.

10. Caminhe e ore
Caminhe nas redondezas do seu bairro usando o que você vê como combustível para a oração. Ore pelas pessoas, casas, empresas, grupos comunitários e as necessidades da comunidade. Peça a Deus para abrir os olhos para onde Ele está trabalhando e para encher seu coração de amor pelo seu bairro.


Original em inglês: 10 simple ways to be missional
Disponível em: http://www.vergenetwork.org/2011/10/04/tim-chester-10-simple-ways-to-be-missional/
Acesso: 29 de Set. 2015.
Tradução: Robson Rosa Santana

29 de setembro de 2015

Missões: um investimento de consequências eternas

Por Rev. Hernandes Dias Lopes
    
Jesus, o Filho de Deus, deixou a glória que tinha com o Pai, no céu, e veio ao mundo, encarnou-se e habitou entre nós. Veio como nosso representante e substituto. Veio para morrer em nosso lugar. Seu nascimento foi um milagre, sua vida foi um exemplo, sua morte foi um sacrifício vicário, sua ressurreição uma vitória retumbante. Jesus concluiu sua obra redentora e comissionou sua igreja a ir por todo o mundo, proclamando o evangelho a toda a criatura. Por essa razão, a obra missionária merece nossos melhores investimentos. Destacamos, aqui, dois investimentos que devemos fazer na obra missionária:
     Em primeiro lugar, o investimento de recursos financeiros. A Bíblia diz que aquele que ganha almas é sábio (Pv 11.30). Investir na obra missionária é fazer um investimento para a eternidade; é fazer um investimento de consequências eternas. Nada trouxemos para este mundo nem nada dele levaremos. Os recursos que Deus nos dá não são apenas para o nosso deleite. Devemos empregar, também, esses recursos para promover o reino de Deus, levando o evangelho até aos confins da terra. A contribuição cristã não é um peso, mas um privilégio; não é um fardo, mas uma graça. Deus nos dá a honra de sermos cooperadores com ele na implantação do seu reino. Não fazemos um favor para Deus contribuindo com sua obra; é Deus quem nos dá o favor imerecido de sermos seus parceiros. Estou convencido, portanto, de que a melhor dieta para uma igreja é a dieta missionária. Quando Oswald Smith chegou à Igreja do Povo, em Toronto, com vistas a assumir o pastorado daquela igreja, fez uma série de conferências de uma semana. Nos três primeiros dias pregou sobre missões. A liderança da igreja reuniu-se e disse ao pastor que a igreja estava com muitas dívidas e que aquele não era o momento oportuno de falar sobre missões. Smith continuou nessa mesma toada e no final da semana fez um grande levantamento de recursos para missões. O resultado é que aquela igreja, por longas décadas, jamais enfrentou crise financeira. Até hoje, ela investe mais de cinquenta por cento de seu orçamento em missões mundiais.
     Em segundo lugar, investimento de vida. A obra de Deus não é feita apenas com recursos financeiros, mas, sobretudo, com recursos humanos. Fazemos missões com as mãos dos que contribuem, com os joelhos dos que oram e com os pés dos que saem para levar as boas novas de salvação. Tanto os que ficam como os que vão são importantes nesse processo de proclamar o evangelho de Cristo às nações. Os missionários que vão aos campos e as igrejas enviadoras precisam estar aliançados. William Carey, o pai das missões modernas, disse que aqueles que seguram as cordas são tão importantes como aqueles que descem às profundezas para socorrer os aflitos. Os que guardam a bagagem e os que lutam no campo aberto recebem os mesmos despojos. Devemos fazer missões aqui, ali e além fronteiras concomitantemente. Devemos empregar o melhor dos nossos recursos, o melhor do nosso tempo e da nossa vida para que povos conheçam a Cristo e se alegrem em sua salvação.
    Alexandre Duff, missionário presbiteriano na Índia, retornou à Escócia, seu país de origem, depois de longos anos de trabalho. Seu propósito era desafiar os jovens presbiterianos a continuarem a obra missionária na Índia. Esse velho missionário, numa grande assembleia de jovens, desafiou-os a se levantarem para essa mais urgente tarefa. Nenhum jovem atendeu seu apelo. Sua tristeza foi tamanha, que ele desmaiou no púlpito. Os médicos levaram-no para uma sala anexa e massagearam-lhe o peito. Ao retornar à consciência, rogou-lhes que o levassem de volta ao púlpito, para concluir seu apelo. Eles disseram: “O senhor não pode”. Ele foi peremptório: “Eu preciso”. Dirigiu-se, então, aos moços nesses termos: “Jovens presbiterianos, se a rainha da Escócia vos convidasse para ir a qualquer lugar do mundo como embaixadores, iríeis com orgulho. O Rei dos reis vos convoca para ir à Índia e não quereis ir. Pois, irei eu, já velho e cansado. Não poderei fazer muita coisa, mas pelo menos morrerei às margens do Ganges e aquele povo saberá que alguém o amou e se dispôs a levar-lhe o evangelho”. Nesse instante, dezenas de jovens se levantaram e se colocaram nas mãos de Deus para a obra missionária!

Fonte: Facebook

Atitudes com relação a Deus (1 Ts 5.16-22)

Há várias exortações do Apostolo nessa parte final de 1 Tessalonicenses 5.12-22.
Nos versos 12-13 Paulo fala sobre Como Tratar os Líderes da Igreja (a relação líderes-liderados - organização)
Os versos 14-15 fala sobre Como Lidar com Pessoas Difíceis (Uns aos outros )
O texto da nossa mensagem nos vv. 16-22 tem a ver com nossa atitude com relação a Deus.
Vemos aqui sobre nosso relacionamento com Deus Pai e com o Espírito Santo.

Como deve ser nossa atitude com relação a Deus nesse texto?

1) ATITUDES COM RELAÇÃO AO PAI
1.1 - Regozijai-vos sempre.
NVI – alegrem-se sempre.
A vida dos irmãos daquela época não era fácil. Havia muita perseguição. Paulo temia que eles ficassem tristes e desanimados.

Por que a Bíblia nos exorta a ficar alegre num contexto desse?
A Bíblia está falando de alegria espiritual.
Mesmo com injúrias, difamações, perseguições, há dentro do crente a fonte da verdadeira alegria: JESUS CRISTO.
Paulo afirma esse paradoxo de forma resumida em 2 Co 6.10: “...entristecidos, mas sempre alegres;”
Essa alegria vem de uma profunda gratidão pelo que Deus já fez, está fazendo e fará, bem como por quem Deus é (soberano, misericordioso, fiel, onipotente, onisciente, onipresente, amoroso, etc.)
Nesta mesma epístola o apóstolo Paulo dá o exemplo pessoal em 3.7-9; 3.1; 4.4, 10.

1.2 - Orai sem cessar
Associado com a alegria vem a oração.
Pois só podemos encontrar alívio dos nossos problemas, e até mesmo se alegrar no tempo da dificuldade, quando apresentamos as nossas necessidades diante do Pai.
Essa ordem de orar incessantemente é justamente para nos ensinar a sempre estar colocando toda nossa vida perante o altar do Senhor.
Isso se dá através dos vários aspectos da oração: confissão, louvor, ações de graças, pedidos pelos outros ou para nós mesmos.
Somente através da oração contínua chegaremos ao momento que Deus colocará louvores em nossa boca.
Jesus já havia ensinado “sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 11.1).

1.3 – Em tudo graças dai
NVI- “Deem graças em todas as circunstâncias”
“Quando uma pessoa ora sem dar graças, ela está cortando as asas da oração, de forma que a mesma não pode voar” (William Hendriksen).
Esses três mandamentos é completado com ações de graças em qualquer circunstância da vida.
Assim como a alegria está relacionado com a oração, do mesmo modo a oração está relacionada com a gratidão.
Sei que é fácil dar graças a Deus quando tudo vai bem.
Mas como devemos ser gratos quando as situações que encaramos são dolorosas?
Em última análise, devemos compreender e confiar nas promessas da Escritura e como Deus usa o sofrimento como uma ferramenta na realização de Seus propósitos soberanos nesta vida (providência).
Em Romanos 8.35-37 está escrito que não somos apenas vencedores, mas mais que vencedores.
Qual a justificação para nos alegrarmos sempre, orarmos sempre e darmos graças em todas as circunstâncias?
“porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
Esta é a vontade do Senhor por causa da obra redentora e da revelação de Jesus.
Estar “em Cristo Jesus” é a nossa maior motivação para obedecer à vontade de Deus.
É por causa nossa união com Cristo que temos capacidade de cumprir a vontade de Deus.

2) ATITUDES EM RELAÇÃO AO ESPÍRITO E SEUS DONS
2.1. Não apagueis o Espírito
No sentido figurado que é usado aqui em relação ao Espírito, que dizer não abafar, não reprimir, não restringir.
Pois a obra do Espírito é como o fogo que ilumina, aviva e purifica a alma.
Jesus batizou sua igreja com Espírito e fogo (Mt 3.11 Lc 3.16 At 2.3, 33)
O cristão pode abafar ou limitar a ação do Espírito ao tolerar desejos e impulsos carnais ou nos dedicarmos apenas às coisas deste mundo.
O Espirito está agindo no coração do crente, mas quando ele cede ao pecado, ele está resistindo ao Espírito.
Até mesmo quando não se reconhece o pecado e o abandona, você está entristecendo o Espírito do Senhor e apagando-O no seu coração.
E também ao rejeitar indiscriminadamente pessoas usadas com o dom do Espírito, como o dom de profecias, que cremos seja o de pregar a Palavra de Deus.

2.2. Não desprezeis as profecias
 “O dom de profecia era a habilidade de receber e comunicar revelações diretas de Deus antes do Novo Testamento ser completado (1Co 13.8)” (Thomas L. Constable).
Na Igreja Primitiva havia pessoas com o dom de profecia.
Por exemplo, o profeta Ágabo profetizou que viria a fome nos dias do Imperador romano Cláudio (At 11.28) e em outro momento pegou um cinto amarrou Paulo nas mãos e pés profetizando sua prisão na Judéia (At 21.10-11).
Alguns de Tessalônica estavam rejeitando as profecias.
Como podemos aplica essa admoestação hoje? Quando alguém prega a Palavra e os crentes sabem que  mensageiro está expondo a verdade de Deus, e mesmo assim, despreza essa profecia. Resiste-se, desse modo, à ação do Espirito Santo.
Pois estamos negligenciando ou desdenhando dos meios de Deus derramar suas graças.
Ate mesmo quando, às vezes, a mensagem da Palavra é conhecida. Não aprendemos mais do que já sabíamos. Mesmo assim não devemos desprezar.

2.3. Julgai todas as coisas
Mesmo sendo ordenados por Deus para não desprezar profecias, devemos julgar, examinar ou por à prova todas as coisas que recebemos como mensagem da Palavra de Deus.
Pois sempre houve falsos profetas e profecias falsas, seja no tempo de Jeremias, seja no tempo de Jesus, durante toda a história da igreja e nos nossos dias.
O apostolo João disse para a gente provar os espíritos para vermos se eles procedem de Deus.
Temos o instrumento para provar as mensagens dos pregadores: a Bíblia. A Bíblia é infalível!
Quando os papas manifestam sua vontade eles são considerados infalíveis pela Igreja, mas a verdadeira ferramenta de aferição da verdade são as Escrituras do Antigo e Novo Testamentos.
Os verdadeiros cristãos devem ser como os da cidade de Beréia. “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.” (Atos 17.11)
Ao fazer esse julgamento ou exame dos pronunciamentos proféticos, devemos reter aquilo que é bom. Devemos tomar cuidado para não rejeitar tudo de uma mensagem por causa de algo errado que a pessoa falou. A Palavra aqui nos diz. “Examinem tudo, fiquem com o que é bom e evitem todo tipo de mal.”
Evitar toda forma de mal trazida por falsas mensagens de Deus, ou qualquer outra forma que vá de encontro ao que já está escrito na Palavra.

Conclusão
Essa parte de 1 Tessalonicenses contém várias exortações apostólicas de como devemos nos relacionar com os líderes, com irmãos mais difíceis, com todos, com Deus  e com o Espírito e a pregação da sua Palavra.
Que o Senhor nos ajude a não desprezar a profecia desta mensagem, para que obedeçamos em tudo, pois essa é a Sua vontade, em Cristo Jesus.

Robson Rosa Santana