24 de novembro de 2008

Imortalidade da alma e estado intermediário


Nossa alma (ou espírito) é imortal· 

 Eclesiastes 3:11 “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”.

· Mateus 10:28 “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”.

Num sentido específico, somente Deus possui imortalidade, porque Ele é eterno (1 Tm 6:16), mas Ele nos dotou e nos revestiu de imortalidade também. Passamos a ser imortal depois que viemos a existir (1 Co 15:53-54; 2 Tm 1:10).

O que significa “dormir em Cristo”?
Os seguintes textos falam daqueles que morreram firmes na fé em Jesus. E Paulo diz que eles estão dormindo. Vejamos o que diz o comentarista William Hendriksen: “A morte dos crentes é com freqüência comparada ao dormir (Mt 27:52; Jo 11:11-13; At 7:60; 1 Co 7:39; 1 Co 15.6,18; confira também “descansar de seus labores”, Ap 14:13). A expressão tem por base a terminologia do Antigo Testamento com referência à morte (Gn 47:30; 2 Sm 7.12). A comparação que se faz da morte com o sono é especialmente apropriada ao subentender não somente o repouso do labor [trabalho], mas também o glorioso despertar que os crentes esperam ter no além. Este dormir não indica um estado intermediário de repouso inconsciente (sono da alma). Ainda que a alma esteja dormindo para o mundo que deixou (Jó 7.9; Is 7.15-17; 20:4), contudo ela está desperta [consciente] com respeito ao seu próprio mundo” (1 e 2 Tessalonicenses, Editora Cultura Cristã, p. 162, grifos meus). 

Veja os textos:
· Lucas 23:43 “Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”.
· João 14:3 “E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”.
· 2 Coríntios 5:1, 8 “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer [morte física], temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus”... “Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor”.
· Filipenses 1:23 “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”.
· Ver também a Parábola do rico e Lázaro, em Lucas 16:19-31, e Apocalipse 7:15-17; 20:4.

E quanto ao texto de João 3:13: “Ninguém subiu ao céu”?
  João 3.12-13 “Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais? Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem que está no céu”.

“Nenhum homem, portanto, está qualificado para falar das coisas celestiais (João 3.12). Falar dessas coisas requer conhecimento íntimo com elas – exige que as tenha VISTO; assim ninguém subiu ao céu e retornou, assim ninguém está qualificado para falar dessas coisas, exceto Aquele que desceu do céu. Isto não significa que ninguém tenha IDO ao céu e tenha sido salvo, porque Enoque e Elias subiram para lá (Gn 5:24; veja Hebreus 11:5; 2 Reis 2:11) e Abraão, Isaque e Jacó, e outros estão lá: porém significa que ninguém tenha subido e “retornado”, de forma que esteja qualificado para falar das coisas de lá” (A. Barnes).

· Gn 5:24 “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si”.
· Hb 11:5 “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara...”
· 2 Reis 2:11 “Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho”.

Moisés não subiu ao céu para receber a lei de Deus, mas no monte Sinai; ao passo que Jesus tinha vindo do céu para trazer a completa revelação para a salvação do homem:

· João 1:17-18 “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”.

Conclusão
Aquele que morre em Cristo já está desfrutando de uma felicidade consciente e temporária junto ao Pai no céu, enquanto espera o grande dia em que Cristo voltará segunda vez à terra para ressuscitar seus corpos e entrar na plenitude da bênção, nas características iniciais que Deus criou o homem: corpo e alma.

Os que morrem sem a verdadeira salvação por meio de Jesus já começa a cumprir o juízo de Deus, mesmo em espirito (ou alma) no inferno. Quando chegar o Dia do Juízo Final - na segunda vinda de Cristo - seus corpos serão ressuscitados e unidos à alma e passarão a eternidade sofrendo as agruras do inferno de fogo na unidade psicossomática
 original: corpo e alma.

Robson Rosa Santana
IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE MODA, JÓIAS E ADORNOS

O Pr. Ricardo Gondim disse que certa vez foi para um congresso de jovens e havia uma animação natural em estarem reunidos. Aconteceu o período de louvor de forma a se sentir uma unção de Deus, e se preparavam para um dos momentos esperados, a pregação da Palavra de Deus. Mas o que eles receberam foi um “banho de água fria”.
Desejoso de ir contra o mundanismo, o preletor desaprovou os jovens de se vestirem bem e usarem qualquer tipo de adorno no corpo: “Deus exige santidade de seus filhos”, dizia o pastor. E mais: “as moças crentes que se entregarem à ‘vaidade’ não subirão ao céu no dia do arrebatamento. Esmaltes, brincos e lábios pintados são vaidade, e só vão para o céu os que não entregam a sua alma à vaidade”.
     Em algumas igrejas já não se diferencia doutrina de Deus, da doutrina dos homens. Há quem diga que a igreja que não se ajuste a esses usos e costumes não tem doutrina.
     Certa denominação, no seu regulamento interno, no tópico sobre santificação - apenas em dois itens - diz o seguinte:
     “Item P18 – Santificação – Bijouterias 
     “É proibido a irmãs ou irmãos, usarem brincos, pulseiras, colares, anéis, jóias ou outras bijouterias, e anel de formatura. É permitido o uso de alianças de noivos, casados, bodas de prata ou ouro e relógio de pulso. 1Tm 2.9; 1Pe 3.3; Jd 12; Rm 1.28; 1Co11.16; 1Ts 5.23.
      “Punição: Membros, 30 dias. Obreiros, 60 dias.”
      “Item P21 – Santificação – Vestuários Mundanas
      “Não é permitido às irmãs usarem calça comprida, seja qual for o serviço a ser executado, na roça, no sítio, na lavoura, na fábrica, no comércio, mesmo que seja em baixo do vestido ou para cortar cana, ou mesmo para dormir, e também usarem cintos largos, que chamem a atenção, e também usarem sapatos ou calçados vaidosos, tipo salto alto, ou botas até os joelhos, ou botas de salto alto. Dt 22.5; Rm 1.26; 1 Tm 2.9-10; Gl 5.22; Is 3.16; Gl 5.19-21; Tg 4.4.
      “OBS.: é permitido usar botas comuns de trabalho e também perneira de pano ou de couro.
      “Punição: ficarão fora da comunhão até deixar de usar)”.
      Será que servir a Deus é estar debaixo de um verdadeiro Código Penal Eclesiástico Legalista conforme algumas igrejas pregam? Como diz Ricardo Gondim (É Proibido, p.57), “Deus inúmeras vezes se valeu de metáforas nas quais se inseriram jóias, roupas caras e adereços, a fim de simbolizar sua bênção para o seu povo”.
     Citemos alguns textos: Ezequiel 16.8-14; Gn 13.2; Gn 24.22; Gn 41.42; Ex 28.4-6; Jr 2.32; Dn 5.16, 29;p Zc 3.4; Lc 15.22.
     Observando esses textos, é preciso perguntar: Se Deus não condena o uso de objetos finos ou moda, que por si só não são pecado, por que doutrinas humanas proíbem as mulheres de usarem? A resposta é clara: legalismo! Tão combatido por Paulo em Colossenses 2.20-23.
    “Os valores estéticos da Bíblia não estão ligados sempre à moralidade. Uma mulher bem vestida e adornada nos tempos bíblicos não representava vulgaridade e ou falta de temor a Deus” (Gondim, É Proibido, p. 65).
    
     E OS TEXTOS DE 1 TIMÓTEO 2.9-10 E 1 PEDRO 3.3-6?
     

     A. Comparação com outros textos
     Lucas 14.12: “...não convides os teus amigos...”. Compare com Lc 7.36: "Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. jesus, entrando da casa do fariseu, tomou lugar à mesa". Veja também Jo 12.2: "Deram-lhe, pois, ali, uma ceia; Marta servia, sendo Lázaro ums dos que estavam com ele à mesa".
    João 6.27: “trabalhai, não pela comida que perece...” Compare com 2 Ts 3.10-12: "Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia.  A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão".
      Será a Biblia entra em contradição nesses textos? Vejamos a explicação a seguir.

      B. Expressões Idiomáticas nas Línguas Semíticas (semitismo)
     “Em muitas ocasiões, quando queriam comparar ou contrastar duas coisas, eles [judeus] deixavam de lado as palavras limitadoras e falavam coisas opostas para enfatizarem o que queriam dizer. Muitas vezes diziam ‘não... mas’ ou ‘não... sim’, quando o significado real era ‘nem tanto... mas muito mais’ ou ‘não primariamente (ou meramente ou apenas)... mas especialmente (ou muito mais ou também)” (Elizabeth Portela, O “Adorno”da Mulher Cristã: Proibição ou Privilégio, Fides Reformata, Julho-Dezembro de 1998, p.38).
     Uma tradução mais literal do texto bíblico original muitas vezes não comporta acréscimos que não estavam no texto, o que na tradução para outro idioma como o português leva a crer que há contradição com outros textos, que na verdade não existe, pois é apenas uma questão de expressão idiomática.

      Aplicação aos textos de 1 Timóteo e 1 Pedro
     “Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não [tanto] com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém [muito] mais com boas obras..." (1Tm 2.9-10).
     “Não seja o adorno da esposa [primeiramente] o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, [infinitamente mais] o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus” (1Pe 3:3-4)
     
       Conclusão
       A Bíblia não proíbe o uso de adornos, jóias e certas roupas proibidas por algumas denominações evangélicas, na verdade há muitos textos que descrevem a existência e o uso desses adereços entre o povo de Deus. Creio que o ponto central da cntrovérsia sobre o assunto, jaz na motivação da mulher ao vestir e se ornamentar, como já orientou Paulo a Timóteo: "em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso" (1Tm 2.9).

Pr. Robson Rosa Santana

12 de novembro de 2008

A SALVAÇÃO É DO SENHOR

Por Charles Spurgeon

...E se Deus exigisse do pecador – morto em pecado – que ele desse o primeiro passo, então Ele tornaria a salvação impossível sob o evangelho como sempre foi sob a lei. Vendo que o homem está tanto incapaz de crer quanto para obedecer, e está exatamente tanto sem poder para vir a Cristo quanto está sem poder para ir ao céu sem Cristo. O poder deve ser dado ao homem do Espírito. O homem jaz morto em pecado; o Espírito tem de reavivá-lo. Ele está com as mãos e os pés atados, aguilhoado pela transgressão; o Espírito Santo tem de cortar os grilhões e então o homem saltará para a liberdade. Deus tem de vir e destruir as trancas de ferro para fora de seus encaixes, e então ele pode escapar depois. A não ser que a primeira coisa seja feita por Deus, o homem pode perecer tão certamente sob o evangelho quanto teria sido sob a lei. Eu cessaria de pregar se eu acreditasse que Deus, em matéria de salvação, exigisse alguma coisa do homem que Ele próprio não tivesse igualmente comprometido a fornecer ...
Eu sou o mensageiro, eu lhes digo a mensagem do Mestre; se vocês não gostam da mensagem discutam com a Bíblia, não comigo. Enquanto eu tiver as Escrituras a meu favor, eu ousarei e desafiarei vocês a fazer algo contra mim. “A Salvação é do Senhor”. O Senhor tem de aplicá-la, tornando o insubmisso em submisso, tornando o não-devoto em devoto e trazendo o vil rebelde aos pés de Jesus.

Word Of Life Baptist Church Web Site – Frank Zaspel 1996
Tradução: Robson Rosa Santana

UNIÃO COM CRISTO

A união com Cristo (ou união mística) é uma doutrina que se deve estudar dentro da aplicação da obra de Cristo na vida dos eleitos, ou seja, da Soteriologia. John Murray diz que “a união com Cristo é a verdade central de toda a doutrina da salvação, não somente em sua aplicação, mas também de sua realização uma vez por todas na obra consumada de Cristo”.[i]

RAIZ DA UNIÃO COM CRISTO

A raiz desse ensino está explícita em vários textos do Novo Testamento. Podemos ver isso quando observamos textos que falam que os crentes estão em Cristo ou que nós estamos nele[ii]. A raiz, contudo, dessa união, jaz na eleição de Deus feita em Cristo. Efésios 1.3, 4 diz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo” (itálicos meus).

Nesse texto aprendemos que os cristãos foram eleitos antes da fundação do mundo, e essa eleição foi feita em Cristo. Deus nos escolheu para a salvação baseado unicamente na predeterminada união com Cristo. Desse modo, vemos que a união de Cristo com o seu povo tem sua raiz no decreto eterno.

1. Raiz no Conselho Eterno da Redenção

“No conselho de paz Cristo se incumbiu voluntariamente de ser a Cabeça e o Penhor dos eleitos, destinados a constituir a nova humanidade”[iii], e desse modo, Cristo estabeleceu a justiça desta perante o Pai. Assim, Ele cumpriu a pena pelo seu pecado, prestando obediência à lei, garantindo o direito à vida para os eleitos.

2. Raiz Estabelecida Idealmente no Conselho Eterno

“Como o primeiro Adão, Ele (Cristo) não representou uma aglomeração de indivíduos disjuntos, mas um corpo de homens e mulheres que deveriam derivar sua vida dele, estar unidos por laços espirituais, formando, assim, um organismo espiritual. Idealmente, este corpo, que é a igreja, já estava formando na aliança da redenção, e isto em união com Cristo, e esta união possibilitou que todas as bênçãos merecidas por Cristo pudessem passar de maneira orgânica para aqueles que Ele representou”.[iv]

A BASE DA UNIÃO COM CRISTO

A base dessa união foi concretizada objetivamente na encarnação e na obra redentora de Cristo. Uma vez que legalmente a união com Cristo foi decretada na eternidade, Cristo assumiu a natureza humana para ser o substituto pelo pecado de Seu povo, e, assim, alcançar as bênçãos da salvação para eles. Jesus alcançou a salvação para o Seu povo porque já estava em “relação com eles como seu Penhor e seu Mediador, sua Cabeça e seu Substituto”[v]. Quando Cristo morreu toda a igreja estava incluída nele como sua Cabeça. Desse modo, objetivamente, a igreja foi crucificada com Cristo, morreu com ele (Rm 6.5), ressuscitou e assentou-se com Ele nas regiões celestes (Ef 1.3).

REAL UNIÃO COM CRISTO
Essa união se torna real quando da operação do Espírito Santo. É Ele quem aplica esse aspecto da obra redentora de Cristo. Calvino ressalta que somente nos aproveitamos dessa obra quando ocorre uma ação secreta do Espírito Santo na vida pecador. Ele mesmo diz:
“Portanto, para que possa comunicar-nos os bens que recebeu do Pai, é preciso que Ele (Jesus) se faça nosso e habite em nós. Por esta razão é chamado “nossa Cabeça” e “primogênito entre muitos irmãos”; e de nós se afirma que somos “inxertados nEle” (Rm 8.29; 11.17; Gl 3.27); porque, segundo tem dito, nenhuma dessas coisas que possui nos pertencem, nem temos a ver com elas, enquanto não somos feitos uma só coisa com Ele”.[vi]

Então percebemos que a união com Cristo se dá quando o Espírito nos comunica uma nova vida. Assim compara Michael Horton: “a união com Cristo descreve a realidade sobre a qual Paulo escreveu em Romanos 6. Como um marido e sua esposa estão unidos por meio do casamento e os pais e seus filhos estão unidos por meio do nascimento, assim estamos unidos com Cristo por meio do batismo do Espírito”[vii].

Antes de adentrarmos nas conseqüências da união com Cristo, vejamos sua definição de acordo com Louis Berkhof. Segundo ele, “a união mística é uma união íntima, vital e espiritual entre Cristo e o Seu povo, em virtude da qual Ele é a fonte de sua vida e poder, da sua bendita ventura e salvação”.[viii] Ela é mística porque é efetuada pelo Espírito Santo de modo misterioso e sobrenatural, e “porque transcende, e muito, todas as analogias das relações terrenais, na intimidade da sua conexão, no poder transformador da sua influência, e na excelência das suas conseqüências”.[ix]

Gostaria de acrescentar que nem todos os reformados (calvinistas) vêem a união mística do modo como expomos, separando em raiz (aspecto legal), base (aspecto objetivo), e real (aspecto subjetivo), mas incluindo todos esses aspectos como a união com Cristo. Berkhof é um dos teólogos reformados que pensa assim. No entanto, ele mesmo enfatizou que “geralmente ela indica unicamente o aspecto máximo dessa união, a saber, a sua realização subjetiva pela operação do Espírito Santo, e, naturalmente, é esse aspecto que está no primeiro plano da soteriologia”[x].

Anthony Hoekema discorda das quatro fases que fala Berkhof, pois reserva às três primeiras fases como raiz e base da união mística projetada, mas não ocorrida.[xi] Pois, efetivamente a união mística com Cristo só ocorre com um grupo humano existente no tempo e no espaço. Como diz Murray, “embora tivessem sido eleitos em Cristo antes dos tempos eternos, todavia estavam sem Cristo até que foram eficazmente chamados à comunhão do Filho de Deus (1 Co 1.9)”.[xii]

AS CONSEQUENCIAS DA UNIÃO MÍSTICA

Sabemos que as conseqüências da união que os crentes têm com Cristo são maravilhosas, e gostaríamos de mostrar o que as Escrituras nos ensinam:

1. Um Corpo em Cristo

É em Cristo que ocorre uma união orgânica, não somente individual, mas de todos os eleitos, formando, assim, um corpo, do qual Cristo é a cabeça. O caráter orgânico é ensinado em passagens como Jo 15.5; 1 Co 6.15-19; Ef 1.22, 23, entre outras. Essa união destaca que “Cristo atende aos crentes, e os crentes atendem a Cristo”.[xiii] Cada parte do corpo serve umas às outras, e todas juntas servem ao corpo todo numa união indissolúvel. Isso resulta na comunhão com Cristo e na comunhão dos santos. Comunhão vertical e horizontal, se assim podemos dizer.

2. Nova Vida em Cristo

Cristo é a vida (Jo 10.10; 14.6). Em Cristo temos vida abundante, fora dele estamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1). Logo, Cristo é o “princípio vitalizador e dominante de todo o corpo de crentes”,[xiv] nos conduzindo em direção a Deus (Rm 8.10; 2 Co 13.5, Gl 4.19, 20).

3. Santificação em Cristo

Se temos nova vida com Cristo, devemos andar continuamente em novidade de vida. Essa novidade de vida é o processo do qual o Espírito Santo nos renova progressivamente e nos habilita a viver para a glória de Deus (Rm 11.36). E isso se dá porque estamos em Cristo. Desenvolvendo o assunto, Hoekema diz que “santificação através da união com Cristo (...) significa que nossos dons e habilidades são progressivamente burilados, desenvolvidos e purificados de forma que nos tornemos melhores ‘nós’”.[xv]

4. Justificação em Cristo

A Bíblia nos ensina que não podemos separar nossa justificação da união com Cristo (Fp 3.8-9). Paulo ilustra bem esse fato em 1 Co 1.30: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”. “Somos salvos porque estamos em Cristo, o qual se tornou nossa justiça (ou justificação) só porque estamos nele”.[xvi]

5. Perseverança em Cristo

A Bíblia diz que os crentes perseveram até a morte porque estão em união com Cristo (Jo 10.27, 28; Rm 8.30-39). Diz Hoekema: “Se estamos em Cristo perseveraremos até o fim, uma vez que nenhum poder criado nem possível futuro (‘nem as coisas do presente, nem do porvir...’) será capaz de alguma forma, de separar-nos de Cristo e do amor de Deus que está em Cristo”.[xvii]

6. Morte em Cristo

Mais uma vez aprendemos de Paulo esse ensinamento: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 13.8). Não só morremos para ele e nele, mas mesmo depois de mortos “somos do Senhor”. Desse modo, quando morremos, morremos em Cristo (1 Ts 4.16; Ap 14.13).

7. Ressurreição em Cristo

Em certo sentido já fomos ressuscitados em Cristo (Cl 3.1; Ef 1.20), mas há uma ressurreição de nossos corpos quando da sua volta. Assim, os que morreram em Cristo, ressuscitarão com ele também (1 Ts 4.16, 17).

8. Glorificação em Cristo

1 Ts 4.16 diz que os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. O verso 17 diz que depois os vivos serão arrebatados, “e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. Romanos 8.17 também afirma que “com ele seremos glorificados”. “A glória futura será, portanto, nada mais do que a continuação dos desdobramentos das riquezas de nossa união com Cristo”.[xviii]


Desse modo, finalizamos dizendo que a união com Cristo tem sua origem na eleição do Pai, em Cristo, antes da fundação do mundo, e culmina na glorificação dos crentes por toda a eternidade.

Conclusão

A conclusão a que chegamos é que o estudo da união com Cristo nos leva a sermos gratos imensamente ao Deus Triúno. Como diz o apóstolo Paulo: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente” (Rm 11.36). De Deus procede toda iniciativa de buscar e salvar o perdido. Por meio de Cristo nós nos chegamos até Ele, pois Cristo é o nosso mediador. Essa mediação é aplicada pelo Santo Espírito, e, assim, gozamos da comunhão com Ele. Por isso, tudo o que Deus fez em nós deve nos levar a louvar e a adorar ao Seu santo nome.

Essa gratidão deve ser demonstrada na proclamação das virtudes de Deus e através de uma vida de santificação. Como ato, a santificação ocorre quando nos unimos a Cristo por meio do Espírito Santo, nos separando para Ele. Esse é um ato soberano do Espírito. Mas, como um processo, que dura enquanto estivermos sobre a terra, é uma ação conjunta do Espírito com o crente, como dizem os teólogos é um processo sinergístico. Por isso, essa busca de santidade deve ser o reconhecimento de que estamos em Cristo e Ele está em nós, então vivamos pela fé nele.
Se realmente o crente entender o caráter de Deus demonstrado através de Cristo e da ação interna do Espírito, ele irá buscará viver para a glória de Deus, que com amor eterno o amou.
Notas

[i] John Murray, Redenção: consumada e aplicada, (São Paulo: Cultura Cristã, 1993), 179.
[ii] 2 Co 5.17; Jo 15.4,5,7; 1 Co 15.22; 2 Co 12.2; Gl 3.28; Ef 1.4; 2.10; Fp 3.9; 1 Ts 4.16, 1 Jo 4.13
[iii] Berkhof, Teologia Sistemática, (Campinas: Luz Para o Caminho, 1990), 450.
[iv] Ibid.
[v] Ibid.
[vi] Juan Calvino, Institución de la Religión Cristina, (Barcelona: FELIRE, 1994), III, i, 1.
[vii] Michael Horton, ed., Cristo o Senhor, (São Paulo: Cultura Cristã, 2000), 107.
[viii] Louis Berkhof, Teologia Sistemática, 451.
[ix] A. A. Hodge, Outlines of Theology, (Grand Rapids: Zondevan, 1979), 483.
[x] Berkhof, Teologia Sistemática, 452.
[xi] Diz ele: “Minha dificuldade com a apresentação de Berkhof é que as primeiras três fases da união com Cristo, como ele alista, são descrições de uma união projetada que ainda não ocorreu. Real união com Cristo só pode ocorrer com pessoas reais”. Anthony Hoekema, Salvos pela Graça, (São Paulo: Cultura Cristã, 1997), 62
[xii] John Murray, Redenção: consumada e aplicada, 183-184.
[xiii] Berkhof, Teologia Sistemática, 452.
[xiv] Ibid.
[xv] Salvos pela Graça, 69.
[xvi] Hoekema, Salvos pela Graça, 68.
[xvii] ibid., 70.
[xviii] ibid., 71.

REINO DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO

A proposta deste ensaio é tratar sobre o Reino de Deus numa perspectiva da Teologia Bíblica do Antigo Testamento. Estaremos expondo a respeito do termo “Reino” no Antigo Testamento, a compreensão do reinado de Deus nesse tempo e um vislumbre do cumprimento messiânico na pessoa de Cristo, o Reino escatológico.

O termo “reino” no hebraico é malkuth, tem o sentido de “poder soberano”. Tem por raiz %lm (mlk), que está relacionada com “rei”, “reino”, “domínio real”, “soberania”.[1] Esses usos ocorrem de acordo com as variações da raiz. Em linhas gerais, o termo tWkl.m é usado para denominar tanto reis humanos (e.g., Dn 9.1; Et 5.1; Ez 26.7; 1 Cr 12.23), como ídolos religiosos, tal como Molek, no português Moloque, um deus amonita ao qual até reis de Israel sacrificaram seus filhos no vale de Hinom (1 Rs 11.7; 2 Rs 23.10).

O que nos importa aqui é a relação entre Deus e Reino. No Antigo Testamento vários textos nos dão conta de que Deus é Rei. Gostaríamos de dar pelo menos três dimensões do reinado de Deus: (1) reinado sobre Israel e os que a compõe individualmente (Sl 5.3; 10.16; 44.5; 48.3); (2) reinado sobre toda a terra (Sl 47.3, 8; 97.1; 99.1); (3) reinado sobre Israel referindo-se ao Messias (Sl 2.6; 18.51).

Nas palavras de Gerard van Groningen, “Deus é o rei por virtude de quem e o que Ele é como Deus; porque Ele criou, sustenta, governa, controla e dirige todas as coisas na criação; porque Ele é o Senhor da redenção; e porque ele é o Consumador e o Juiz final e absoluto de toda a humanidade, coisas e eventos”.[2] Deus é Rei não por instituição, mas por Aquilo que Ele é por natureza, e não poderia deixar de ser.

Não se pode deixar de incluir um dentro do aspecto da criação, a idéia da vice-regência da humanidade nomeada e estabelecida por Deus, “criada à sua imagem e designada para servir sob e com o Criador”.[3] Vemos esse aspecto nos mandatos que Deus deu para o homem. Não podemos limitar a ordem que Deus deu a Adão e Eva somente a não comerem do fruto proibido. Pois há outros mandatos que demonstravam que o homem era vice regente no reinado de Deus sobre a criação. São estes os mandatos: cultural (Gn 2.15), social (Gn 2.24) e espiritual (2.3; 2.16).

Mas além dessa dimensão da vice regência sob a criação terrena, e de reinado de Deus sobre todo o universo, há um aspecto do Reino especificamente redendivo. Obviamente, isso se deu após a queda relatada em Gênesis 3. Geerhardus Vos diz que normalmente que este é chamado ‘a Teocracia’, e “a primeira referência explícita ao Reino redentivo aparece no tempo do êxodo, Ex 19.6, onde Jehovah promete ao povo, que, se obedecerem Sua lei, eles serão feito para Ele ‘um reino de sacerdotes’”.[4] Jehovah Deus fala isso na proximidade da doação da Lei no Sinai, registrado no capítulo vinte. Esse é o ponto de vista presente do Reino do Antigo Testamento.

Numa perspectiva futura vemos uma relação do Reinado de Deus com o trono de Israel. Referindo-se a Davi e sua linhagem, Deus diz: “mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será estabelecido para sempre” (1 Cr 17.14; ver também 1 Cr 28.5; 1 Rs 2.12; 2 Cr 9.8). Quando Salomão estava prestes a subir ao trono, o Cronista relata: “Pela segunda vez fizeram rei a Salomão, filho de Davi, e o ungiram ao Senhor por príncipe, e Zadoque por sacerdote. Salomão assentou-se no trono do Senhor, rei, em lugar de Davi seu pai” (1 Cr 29.22-23). Desse modo, percebe-se que o Cronista não se restringe a dizer que Salomão, da linhagem de Davi, ‘assentou-se no trono de Israel, povo do Senhor’. Não, ele foi mais longe e específico. Salomão assentou-se “no trono de Jehovah como rei”. Nas palavras de O. Palmer Robertson, “o trono dos descendentes de Davi não era nada menos do que o trono do próprio Deus”.[5]

O Antigo Testamento também aponta para um Reino escatológico. É o reino messiânico. Vários textos proféticos apontam para um Rei-Messias. Enquanto os reis da linhagem de Davi estão se desvanecendo em sua desobediência à Lei de Deus, os profetas anunciam a promessa do “Ungido” de Deus. Pois “virá um ocupante maior do trono de Davi. Irá assentar-se para sempre no trono de Davi, seu pai. Reinará com justiça sobre toda a terra. Fundirá o trono de Deus com o seu, porque será Emanuel, Deus-poderoso, Deus mesmo”.[6]

Chegamos à conclusão que o tema é abrangente e cativante. É difícil conceituar o Reino de Deus, mas como vimos, envolve domínio sobre tudo e todos. Primeiro, Deus reina como Criador sobre a Sua criação. Segundo, envolve Seu povo, Israel, como sacerdotes perante Ele, ou seja, a Teocracia. Em terceiro, quando Israel torna-se uma monarquia, o trono do Senhor passa a associar-se com aquele. E, por último, o Antigo Testamento aponta para o reino messiânico, personificado na pessoa do Senhor Jesus. Segundo W. T. Conner, em seu livro O Evangelho da Redenção (p.90), “Jesus mesmo era a personificação do reino. O reino não é inseparável de sua pessoa… Sua vinda e obra eram a iniciação do reino. Sua presença e obra que agora faz na história são o progresso do reino. Sua manifestação final será a culminação do reino e a iniciação do reino eterno”.[7] Desse modo, o Reino em todas as suas dimensões se cumprem em Cristo, “todo o reino universal de Deus converge para Jesus”.[8]

BIBLIOGRAFIA
Brown, Colin, ed. ger., Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998.
Padilla, René, e Carlos del Pino, Reino, Igreja, Missão, 1a edição, Goiânia: SPBC, 1998.
Robertson, O. Palmer, Cristo dos Pactos, 1a edição, trad. Américo J. Ribeiro, Campinas: Luz Para o Caminho, 1997.
van Groningen, Gerard, Revelação Messiânica no Velho Testamento, Campinas: LPC, 1995.
Vos, Geerhadus, Theological Biblical: Old and New Testament , Edinburgh: The Banner of Truth, 1975.

CITAÇÕES
[1] Ver esses conceitos em R. D. C, “Melek”, Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento (São Paulo: Vida Nova, 1998), 840-841.
[2] Gerard van Groningen, Revelação Messiânica no Velho Testamento (Campinas: LPC, 1995), 56.
[3] Ibid.
[4] Geerhadus Vos, Theological Biblical: Old and New Testament, (Edinburgh: The Banner of Truth, 1975), 373. Minha tradução.
[5] O. Palmer Robertson, Cristo dos Pactos (Campinas: LPC, 1997), 225.
[6] Ibid. Ver, e.g., Am 9.11ss.; Os 1.11; 3.4ss.; Mq 4.1-3; 5.2; Is 7.14; 9.6; 11.1-10; Jr 23.5, 6; 33.15-26; Ez 34; 37.24, entre outras passagens.
[7] Citado por Carlos del Pino, em Reino, Igreja, Missão, (Goiânia: SPBC, 1998), 20.
[8] Ibid., 21.

ENSAIO INTRODUTÓRIO AO ESTUDO DO PACTO

O objetivo desse ensaio é fazer uma breve introdução acerca do Pacto numa perspectiva da Teologia Bíblica. Estaremos discutindo o assunto tratando exegeticamente do termo “Pacto”, qual o seu significado e bases bíblicas. Estaremos discutindo também as Alianças da Criação e da Redenção. Esta última feita por Deus com Adão, Noé, Abraão, Moisés, Davi e Cristo, onde mostraremos que é somente uma que se consuma na obra de Cristo, o mediador da nova aliança. A proposta desse ensaio é dar apenas uma introdução, logo, estaremos trazendo o resultado de uma pesquisa que se adequa ao conceito reformado, e, não, uma discussão de posições, salvo rara exceção.

O primeiro passo é analisar a palavra hebraica berît - pacto, aliança. Ela aparece cerca de 290 vezes no Antigo Testamento. Quanto ao significado, a mais aceita pelos estudiosos é que ela está relacionada com a palavra acadiana birtu, que significa “laço”, “vínculo”, ou seja, “estabelecer uma situação legal por meio de um testemunho acompanhado de juramento”.[1] Do mesmo modo que há dificuldades para estabelecer a origem e o significado da palavra berît, surge também uma dificuldade quanto ao que se quer dizer com pacto ou aliança. Será que quer dizer que esse acordo é “bilateral”? No próprio texto bíblico e na história antiga o termo pode significar aliança entre nações, entre indivíduos e entre Deus e o homem. Nos dois primeiros casos essa aliança podia ser de igual para igual, mas quando partimos para a aliança feita entre Deus e o homem, o conceito bilateral é abandonado. “A bilateralidade, no contexto do pacto entre Deus e homens, implica tão somente em que duas partes estão envolvidas, mas não que exista igualdade entre as partes. (…) Nesse sentido a aliança divino-humana é unilateral”.[2] Desse modo a Aliança é um compromisso de iniciativa de Deus para com a sua criação, especialmente com aqueles que foram criados a sua imagem e semelhança.

Essa iniciativa se torna evidente em Gn 17.2, cuja tradução na ARA é: “farei uma aliança entre mim e ti”. O verbo traduzido por “fazer” é derivado do hebraico nathan, que significa “dar”. Logo, a ênfase do verbo fazer no português recai sobre o fato de que é algo dado por Deus, que reflete a unilateralidade do pacto. Comentando Gn 15.17, Derek Kidner diz: “Simbolicamente, só Ele faz a aliança. Salientam-se a Sua iniciativa e a Sua dádiva, como esclareceu v.18, em contraste com a aliança do tipo contrato de, digamos, 31.44”.[3] Desse modo, podemos conceituar Aliança como vínculo de amor e vida iniciado e administrado soberanamente por Deus com os seres humanos[4].

Depois de analisado o termo berît e de seu conceito bíblico, gostaríamos de analisar brevemente o Pacto da Criação e Pacto da Redenção. A primeira questão que surge é se é justo falar de um Pacto da Criação, quando a palavra aliança só aparece em Gênesis 6. Apesar de não aparecer a palavra berît antes de Gn 6 pode-se concluir que intrinsecamente está inserida no relato da criação. Primeiro, ao criar Deus manteve um relacionamento, não só enquanto criava Ele mantinha a ordem das coisas que criava até que tivessem leis próprias, mas continua sendo o “sustentador de todas as coisas”. Segundo, quando criou o homem deu-lhe a capacidade de pensar, obedecer, discernir e optar. É justamente isso a “imagem e semelhança” de Deus no homem, que lhe dava a capacidade de se relacionar com Ele. Terceiro, Deus criou o homem como macho e fêmea e lhes deu responsabilidades como procriação, multiplicação e domínio (Gn 2.15,19). Por fim, todos esses tipos de relacionamentos deixam claro que poderiam advir bênçãos e maldições. Características estas de pactos do antigo Oriente Médio. Isso reflete três tipos de mandatos: cultural, social e espiritual. “Essas características (soberania, sustento, relacionamento, responsabilidade, bênçãos e maldições) formam o conjunto de elementos do chamado pacto da criação”.[5] Poderíamos analisar outros textos que falam do pacto da criação, como Os 6.7; Jr 33.20, 25; e Gn 6.18, mas não cabe na proposta desse ensaio.

O Pacto da Redenção é uma conseqüência primeira da falha do homem em cumprir o Pacto da Criação. O pacto da Redenção é também chamado de “Pacto da Graça”, pois uma vez que o homem não cumpriu o primeiro e mereceria as maldições do pacto, Deus agiu com graça e misericórdia. Vemos nas Escrituras Deus fazendo alguns pactos com homens que representam o povo de Deus: Adão, Noé, Abraão, Moisés e Davi, por fim, o Seu próprio Filho. Cada uma dessas alianças não significa uma ruptura da aliança anterior, mas continuidade e desenvolvimento. Como diz Robertson, “quando Deus institui uma nova aliança com a nação de Israel, ordena a ocasião, de sorte que reflita especificamente a continuidade, e não a descontinuidade, com o passado”.[6] Conforme o próprio Robertson, cada aliança com os personagens bíblicos, que são tipos de Cristo, têm um significado primário.
Adão: aliança do começo.
Noé: aliança da preservação.
Abraão: aliança da promessa.
Moisés: aliança da Lei. Por fim,
Jesus Cristo: aliança da consumação ou nova aliança.
Desse modo, podemos concluir que se o Pacto da Redenção é um novo elemento dentro do Pacto da Criação, “seu princípio, suas estipulação, seus mandatos, assim como seu propósito original para a raça humana e, de maneira especial, para a semente escolhida da qual viria a redenção final”.[7] Em suma, “o mandado da redenção relembra e repete o que está contido no pacto da criação, a saber, que o redimido instrua e prepare seus filhos para o serviço”.[8]

A conclusão a que chegamos é que Deus é imutável em seus decretos. Ele fez uma aliança com o homem em Adão que foi quebrada, mas não mudou os Seus planos. Manifestou graça e misericórdia, continuou a aliança com o homem e constituiu um povo exclusivamente para Si. Apesar das sucessivas rebeliões e quebra das Suas sucessivas alianças, Deus desenvolve o propósito de redenção que encontra seu estágio final em Seu Filho Jesus Cristo. Por isso, é apropriado chamar a aliança em Cristo de “aliança da consumação”, uma vez que une as dimensões da promessa de aliança ao povo de Israel, suplantando, assim, as alianças anteriores.

BIBLIOGRAFIA
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, Lairds, Archer Jr e Waltke ed., ,1a ed., São Paulo: Vida Nova, 1998.
Kidner, Derek, Gênesis: introdução e comentário, São Paulo: Vida Nova, 1979.
Meister, Mauro F., “Uma Breve Introdução ao Estudo do Pacto”, em Fides Reformata, 3/1 (Janeiro-Junho 1998).
­­­­­­­­­­­­­­­­­­_______________ , Uma Breve Introdução ao Estudo do Pacto (II)”, em Fides Reformata, 4/1 (Janeiro-Junho 1999).
Robertson, O. Palmer, Cristo dos Pactos, 1a ed., trad. Américo J. Ribeiro, Campinas: LPC, 1997.
van Groningen, Harriet e Gerard, Família da Aliança, 1a ed, trad. Maria Priscila Barro, São Paulo: Cultura Cristã, 1997.
_____________, Gerard, Revelação Messiânica no Velho Testamento, 1a ed., trad. Cláudio Wagner, Campinas: Luz Para o Caminho, 1995.


CITAÇÕES
[1] CAD, baru, p.125, citado por Elmer B. Smick, “berît”, em Lairds, Archer Jr e Waltke ed., Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, 215.
[2] Mauro F. Meister, “Uma Breve Introdução ao Estudo do Pacto”, em Fides Reformata, 3/1 (Janeiro-Junho 1998), 117.
[3] Derek Kidner, Gênesis: introdução e comentário, (São Paulo: Vida Nova, 1979), 117.
[4] Esse é basicamente os conceitos de Meister, “Uma Breve Introdução ao Estudo do Pacto”, 119; e de Harriet e Gerhard van Groningen, Família da Aliança, 27. O. Palmer Robertson difere dos dois quando diz que “Aliança é um pacto de sangue soberanamente administrado”, ou seja, de vida e morte, Cristo dos Pactos, 18.
[5] Meister, “Uma Breve Introdução ao Estudo do Pacto”, 120.
[6] O. Palmer Robertson, Cristo dos Pactos, 31.
[7] Mauro F. Meister, “Uma Breve Introdução ao Estudo do Pacto (II)”, em Fides Reformata, 4/1 (janeiro-junho, 1999), 102.
[8] Gerard van Groninger, Revelação Messiânica no Velho Testamento (Campinas: Luz Para o Caminho, 1995), 57.

4 de novembro de 2008

MAÇONARIA

J. Dominguez, M.D.[1]

Uma ordem secreta fraterna de maçons livres e aceitos, espalhada pelo Império Britânico, com cerca de 5 milhões de membros; 3 milhões nos Estados Unidos, com 250 mil na maçonaria negra “Salão do Príncipe” ["Prince Hall"] (rejeitada pela maioria das lojas brancas).
- Alguns Maçons a definem como “um belo sistema de moralidade fundamentada em alegorias e ilustradas por símbolos”. Também como “a realização de Deus pela prática da Fraternidade”: Alcançar a Deus fazendo boas obras para seu próximo.
A Maçonaria tem sido descrita como “a maior, mais rica, mais secreta e mais poderosa força privada no mundo”... e certamente, “a mais enganadora”, essa é a concepção do publico em geral e pelos 3 primeiros graus de “iniciados”: Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom (o básico da “Loja Azul”).

Estes Iniciados são propositadamente recebidos!, crendo que sabem tudo, embora não saibam algo sobre a verdadeira Maçonaria. Nas palavras de Albert Pike, cuja obra “Moral e Dogma” (Morals and Dogma) é o monitor padrão da Maçonaria e cópias são freqüentemente presenteadas aos membros, “os primeiros três graus são a corte externa do Templo. Parte dos símbolos são apresentados lá ao Iniciado, mas ele é intencionalmente enganado por falsas interpretações. Não há a intenção de que eles venham a compreender; porém tem-se a intenção de que ele imagine que entenderam... é suficiente para a massa dos chamados Maçons imaginar que tudo está contido nos Graus Azuis” (“Morals and Dogma”, p. 819).

Maçonaria: (do francês “pedreiro”, “operário em pedra”,) iniciou-se no século 13 como uma “União de Operários” dos construtores de catedrais para ajudar uns aos outros; era o “trabalho” ou a “maçonaria de operários”, encontrando-se nas “lojas”.

Franco-Maçonaria: com o declínio da construção de catedrais, algumas lojas de maçons operários começaram a aceitar membros honorários para sustentar sua membresia declinante ... e daí nasceu a “Franco-Maçonaria”, não para construir “catedrais”, mas para construir “catedrais de homens”, e “a catedral do mundo inteiro”... é a “maçonaria especulativa”, adotando os ritos e ornamentos de antigas religiões, ordens, seitas, o oculto e irmandades de cavalheiros.

Oficialmente, a Franco-Maçonaria nasceu em 1717, quando 4 Lojas reuniram-se na Taverna Macieira (Apple Tree Tavern) em Londres e prepararam uma constituição de Franco-Maçons e Aceitos, escrita por Anderson. Mas eles dizem que suas origens remotam ao Egito, Síria, Babilônia... e os escultores em pedra do Templo de Salomão, especialmente “Hirão Abiff” (1 Rs 7.13-14; 2 Cr 2.3-4), uma figura famosa por causa de sua morte causada por se recusar a revelar os segredos aos intrusos... o “Jesus Cristo” para muitos maçons... embora seja uma “ironia”, porque o Templo de Salomão não foi construído com pedras, mas com madeiras, trazidas por outro “Hirão”, o Rei de tiro (1 Rs 5.1-12).

SÍMBOLOS MAÇÔNICOS:
Emblema

Compasso e o esquadro formam o triângulo de Deus, com a letra “G” no centro, ou o “olho” de Deus... ou sob o topo de uma Bíblia aberta.

Eles são as três jóias indispensáveis de uma Loja, representando “igualdade, liberdade e fraternidade”.
O “compasso” é o elemento masculino, representa solidariedade, por fazer um círculo; o “esquadro”, o elemento feminino, representa justiça (retidão).
Os cinco pontos da “sociedade”:
“pé a pé”: para ajudar seu irmão.
“joelho a joelho”: orar por seu irmão.
“peito a peito” :guardar os segredos.
“mão para trás”: dar assistência ao irmão caído, e justificar seu caráter na ausência, assim como perante seu presença.
“Boca ao ouvido”: para sussurrar bons conselhos.
LOJAS E RITOS:
Existem “3 ritos” principais, com mais de 1.000 graus, sobreposto sobre 3 divisões maiores, variando de pais a país, com nenhuma autoridade central (Encyclopedia Britannica).
Eles se encontram em “Lojas”, com pelos menos 7 membros; cada Loja é a unidade básica da Maçonaria, com uma paróquia e supostamente ninguém possui um nível superior ao Mestre de sua Loja, nem mesmo o Grande Mestre. Uma “Grande Loja” em cada estado, com pelos menos 4 Lojas, é como uma “diocese”. Um “Grande Mestre” pelo jeito possui um nível superior a algum maçom do 33º grau. Em muitos países, Grandes Lojas são corpos nacionais, mas isso não funcionou nos Estados Unidos.

O básico da “Loja Azul”:
As Lojas Azuis são aquelas em que os 3 primeiros graus são conferidos: Aprendiz, Companheiro e o Mestre Maçom. Os 3 Graus usam aventais “azuis”, a cor oficial da Franco-Maçonaria, e a única forma apropriada de dirigir-se ao Mestre da Loja é “Venerável Mestre”.

1 – Rito Escocês:
Tem 33 graus, eles podem falar sobre política e religião na Loja e as Lojas têm uma organização geral, para agir com um todo. Ateus não são admitidos, como não são admitidos negros, mulheres, crianças e pessoas pobres.
O Grau 18, da “Rosa Cruz”, é “anti-cristão: o candidato tem de passar uma cruz sem Cristo, através do Calvário, da Ascensão e do Inferno, e o INRI[2] da cruz quer dizer ‘a natureza inteira renovada pelo fogo’”.
Somente cristãos podem alcançar os graus 18 ao 33, e o grau 30, “Cavaleiro Kadosh[3]” é mais anti-católico; a “vingança” é o motivo desse grau.
Os primeiros 3 graus vestem “aventais azuis”; do 4 ao 18, “aventais vermelhos”; 19 a 30 “aventais pretos” e do 31 ao 33 “aventais brancos”.
Existem 2 Jurisdições nos Estados Unidos:
1 – A “Norte”, norte de Ohio, com sede em Lexington, Massachusetts.
2 – A “Sul”, com 35 estados e sede em Washington, D.C., a mais abertamente anti-católica, fundadora da Ku-Klux-Klan, e publicadora da revista “New Age” (“Nova Era”).

2 – O “Rito de York” ou “Rito Americano”:
Com 10 graus, aqui não é concedido falar sobre política e religião nas Lojas. Os ateus não são admitidos, e recusam-se a admitir qualquer um, exceto Maçons Cristãos. Mulheres, crianças, negros e pobres não são admitidos.
No 7º grau, o do Real Arco, o nome do Deus da Maçonaria é revelado: “Jah-Bul-On”, que aglutina “Yahweh”, o Deus da Bíblia; “Baal”, o deus dos Assírios, um falso deus na Bíblia; e “On”, o deus-sol dos egípcios, Osíris.[4]

3 – O “Grande Oriente da França”:
Aqui, os ateus são aceitos. Começou quando Napoleão tentou unir e controlar as Lojas e Ritos diferentes através de seu filho José. Ele falhou, mas um novo Rito brando nasceu para acomodar os Positivistas e Ateus.
Os “negros” não eram permitidos na Maçonaria, porém mais tarde o “Salão do Príncipe” (“Prince Hall”) para negros foi criado, com 250.000 membros. Mas as Lojas dos Estados Unidos rejeitam a legitimidade das Lojas Maçônicas Negras (Encyclopedia Britannica).
“Organizações associadas”, também foram criadas para cuidar das parentas femininas dos Mestres Maçons na “Ordem da Estrela do Oriente”; para rapazes, a “Ordem de DeMolay” e a “Ordem dos Construtores”. Para garotas, a “Ordem das Filhas de Jó” e a “Ordem do Arco-Íris”... E ainda mais o “Santuário Branco”, conhecida por suas obras de caridades.

OS MAÇONS E O CRISTIANISMO:
Muitos líderes cristãos e muçulmanos proíbem a Franco-Maçonaria... porque é a sociedade secreta mais enganadora, como veremos a seguir:

Católicos:
Os Maçons foram excomungados da Igreja Católica por 8 Papas: Em 1738 por Clemente XII "In Eminenti", a primeira das 29 bulas contra a Franco-maçonaria. Pio IX emitiu 6 bulas contra a Maçonaria. Leão XIII, em 1884, em "Humanum Genus", e endossou a visão de que o “objetivo supremo real” dos maçons é “perseguir o Cristianismo com ódio indomado e que eles nunca descansarão até verem lançado em terra todas as instituições religiosas estabelecidas pelo Papa”... e por último, João Paulo II em 1983... Você não pode ser um católico e um maçom!
Se você quiser ser um maçom, você está automaticamente fora da Igreja Católica, excomungado! Estas são as palavras do Cardeal Ratzinger[5], aprovadas e ordenadas por João Paulo II em novembro de 1983: “O julgamento negativo da Igreja com relação a associações maçônicas permanece inalterado uma vez que seus princípios têm sido sempre irreconciliáveis com a doutrina da Igreja, e, portanto, os membros delas continuam proibidos. Os católicos que se arrolam em associações maçônicas estão em um estado de grave pecado e não podem receber a Santa Comunhão. Autoridades Eclesiásticas Locais não têm a faculdade de pronunciar um julgamento sobre a natureza das associações maçônicas que possam incluir a diminuição do julgamento acima mencionado”.

Batistas
Líderes batistas têm se referido a ela como “uma irmandade pecaminosa das trevas satânica”; “há uma incompatibilidade inerente [própria] entre a Maçonaria e a fé cristã”; “existe um grande perigo de que o Maçom Cristão possa encontrar-se comprometendo sua fidelidade a Jesus” (União Batista da Escócia, 1965).

Luteranos
Os Luteranos dizem: “A Maçonaria resulta em idolatria” (Sínodo de Missouri, EUA, 1959).

Presbiterianos
“A Maçonaria é uma instituição religiosa e como tal é definitivamente anti-cristã” (Assembléia Geral, Rochester, EUA, 1942).

Igreja da Inglaterra (Anglicana)
“Há várias razões fundamentais à questão da compatibilidade da Franco-maçonaria com o Cristianismo (Sínodo Geral, Londres, 1987... e vários membros do comitê eram Maçons!).

Igreja Ortodoxa Russa
“Qualquer Ortodoxo que se junta a Maçonaria perde todos os direitos e privilégios de sua membresia na Igreja” (Acker, “Strange Altars” [“Altares Estranhos”], página 60).

Metodistas
“Existe um grande perigo de que o cristão que se torna um franco-maçom se encontrará comprometendo suas crenças cristãs. Os Metodistas não devem tornar-se maçons” (Assembléia Geral, Londres, 1985).
... No entanto, muitos maçons são Protestantes brancos, e alguns são Católicos e Ortodoxos!

BELOS “PRINCÍPIOS”... E O “ENGANO”:
Os aparentes “princípios” da Maçonaria são belos e muitos maçons são bons, honestos, enganados na superfície da Irmandade, especialmente nos três primeiros graus Maçons, que constitui a maioria deles!... que, nas palavras de Albert Pike, já citadas, “eles são intencionalmente iludidos por falsas interpretações” (p. 129).
Para ser aceito como um Maçom, você tem de crer na “paternidade de Deus, na irmandade dos homens e na imortalidade da alma”. E isto é belo, porém como um chocolate com veneno mortal dentro, porque terminará roubando suas crenças cristãs, muçulmanas ou judaicas.

Os “3 princípios” da Maçonaria são:
“Amor fraternal a todos tipos de pessoas,
Ajudar os aflitos,
E a verdade como atributo divino.”
Estes três princípios, mais “confie em Deus” são belos, mas muitos graus maçons elevados são guiados por ganância e interesse próprio, bem como social, político ou econômico, fazendo da Maçonaria nada menos do que a Máfia da Inglaterra, nas palavras de Knight e Short ("The Brotherhood" [“A Irmandade”], "Inside the Brotherhood [“Por Dentro da Irmandade”]).
Os “4 pontos perfeitos de entrada” são: “Gutta” (garganta), “pectora” (tórax ou peito), “manus” (mão) e “pedes” (pés), para ensinar cuidado e prudência naquilo que se come e bebe, no que se diz e pensa no coração, no que você faz e onde vai... belo! Mas enquanto muitas lojas são como clubes de irmãos dedicados a fazer caridade, alguns membros dos graus mais elevados são obstinados em destruir religiões e estruturas econômicas e sociais inteiras de nações inteiras.
“As 4 virtudes cardeais” também são belas: Temperança, Fortaleza, Prudência e Justiça. Mas enquanto muitas lojas sopram um espírito de filantropia em geral, alguns maçons mais elevados têm enchido o público, e a tarefa maior da Grande Loja hoje é convencer um público cínico crescente de que a Maçonaria não é uma conspiração padrão, nem uma sociedade secreta, nem mesmo uma “sociedade com segredos”, mas um clube privado inofensivo que beneficia toda a comunidade por inculcar valores morais e espirituais sublimes em seus membros. Mas não é isto! Porque a franco-maçonaria pode espiritualmente enriquecer uma existência, mas pode roubar-lhe seus valores cristãos. Ela pode ser conservadora, mas também uma força reacionária na política, religião ou economia, suficiente para criar uma revolução, de esquerda ou direita.


[1] Extraído do site: http://religion-cults.com/Secret/Freemasonry/Freemasonry.htm [acesso 10/05/2005]. Tradução: Pr. Robson Rosa Santana – rrsantana@hotmail.com. Para um estudo mais profundo acerca da Maçonaria ler o livro de William Schnoeleben (ex-maçom do 32º grau), Maçonaria: do outro lado da luz, , 1 Ed. CLC Editora: São José dos Campos, 1995.
[2] Jesus Nazareno Rei dos Judeus (originalmente colocado sob a cruz de Jesus, para indicar o seu crime).
[3] Kadosh, palavra hebraica que significa “santo” (Nota do Tradutor).
[4] Ver mais sobre o nome do Deus da Maçonaria do cap. 5 do livro de Schnoeleben, Maçonaria: do outro lado da luz. (N.T.).
[5] atual Papa Bento XVI (N.T.).

DEUS RESISTE AO SOBERBO

“Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Dn 4.30). Essas são as palavras do grande rei da Babilônia, Nabuconosor, diante das suas grandes conquistas e das grandes obras que havia feito. É a revelação de como andava o ego daquele homem: “eu edifiquei”, “meu glorioso poder”, “para glória da minha majestade”. Esse sentimento da alma é o grande pecado que Deus chama de soberba, orgulho, arrogância, altivez.
A soberba da vida, como escreve João na sua primeira carta (1Jo 2.16), não vem de Deus, mas do mundo! As pessoas que não temem a Deus é que vivem numa atitude constante de orgulho. Vivem muitas vezes da aparência para mostrar aos outros a sua capacidade de conhecimento e as coisas que possuem.
Infelizmente há muitos cristãos que aninham no seu ser sentimentos de soberba. Acham-se mais capazes do que os outros para fazer alguma coisa. Alguns nem disfarçam o sorriso nos lábios diante de um elogio face o realizado ou da satisfação doentia ao exercer cargos de liderança. A crítica feroz de muitos irmãos ao trabalho realizado por outros é a incapacidade de reconhecer que outro possa fazer igual ou até mesmo melhor do que eles. Talvez não tenhamos um orgulho soberbo do tamanho do de Nabucodonosor, mas em escalas variadas alojamos em nosso espírito esse pecado devastador. O pior é que a nossa natureza é tão corrupta que muitos ainda não perceberam que são orgulhosos e talvez nem admitam que o seja se for exortado por algum irmão.
Esse estado de almao contraria frontalmente a vontade de Deus para os cristãos. Deus quer que sejamos humildes. Não devemos pensar a respeito de nós além do que convém. Se realizamos algo com os dons que Deus repartiu para cada um de nós, isso não é para nossa glória, pelo contrário, é para a glória dele mesmo (Rm 12.3). É verdade que devemos dar a excelência de nós mesmos para o reino de Deus, mas é preciso cuidar para não acharmos que somos alguma coisa se não fosse a graça de Deus (2 Co 3.5).
Jesus, o Filho de Deus, o Salvador do mundo, cheio de glória e majestade, ao encarnar demonstrou ser o maior exemplo de humildade (Mt 11.29). Ele veio habitar no meio de pecadores vis. Pessoas incrédulas, maliciosas, assassinas, adúlteras, hipócritas, etc. Antes da ceia da páscoa, ele toma a posição de um servo e lava os pés dos discípulos. No seu “julgamento” foi cuspido, esmurrado, blasfemado. Ainda na cruz foi chacoteado: “se és Filho de Deus, desça”; “salve-se a si mesmo”, “vamos ver se Elias vem salvá-lo”. Como um cordeiro mudo perante seus ímpios carrascos ele não se exaltou, mas cumpriu sua missão, nos amando até o fim, morrendo por nossa causa e para a nossa salvação.
Meus queridos irmãos, não se esqueçam das palavras contundentes que estão registradas em Provérbios 3.34, Tiago 4.6, 1 Pedro 5.5, que Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes. Deus é adversário dos arrogantes! Os orgulhosos têm Deus como inimigo. “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).
Vejamos o que Deus fez com Nabucodonosor? “Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou soberbo e arrogante, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória. Foi expulso dentre os filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele” (Dn 5.20-21). A Bíblia diz que “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16.18; veja também Jó 40.11-12; Sl 31.23; Is 2.12). Devemos lembrar que Deus concede graça aos que se humilham. Aleluia!


Pr. Robson Rosa Santana

17 de outubro de 2008

DECLARAÇÃO SOBRE MISSÃO

Declaração Adotada pelo Concílio Ecumênico Reformado – Atenas 1992*

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PREFÁCIO
A Igreja de Jesus Cristo tem o privilégio e a obrigação de participar na missão do Deus Triúno. Porém, vários pontos de vista existem em relação ao que esta missão é, mais especificamente, é a tarefa da Igreja em relação aos propósitos de Deus para a humanidade.

Alguns cristãos diriam que a missão é tudo que a Igreja é enviada ao mundo para fazer. Outros sentem que tal definição está por demais ampla e mantêm que a proclamação do Evangelho e a salvação das almas perdidas são a missão específica da Igreja. Ainda outros não vêem a necessidade de proclamar o Evangelho com vista à conversão de pessoas e sua incorporação na Igreja. Uns poucos estão começando a expressar dúvidas acerca da exclusividade de Cristo e a necessidade da fé Nele para a salvação.

Entre os cristãos Reformados também existe desentendimento acerca da natureza da missão, sua oportunidade e seus desafios. As Confissões Reformadas, sendo um produto do século 16, dizem pouco sobre missão de um modo explícito. Para a Igreja daqueles dias, as marcas da verdadeira Igreja não incluíam o executar da Grande Comissão.
Esta declaração é dirigida a todas as Igrejas Membro do REC[1], para dar direção à implementação da tarefa missionária.
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1. O foco central da Escritura é o interesse redentor de Deus pela humanidade e seu universo criado. Nas páginas das Escrituras nós somos confrontados com o fato impressionante de que Deus se recusa a abrir mão de um mundo rebelde. Ele está determinado a recriar o gênero humano caído, juntamente com toda a criação, a seu propósito inicial. O Antigo e o Novo Testamento mostram que nosso Deus é um Deus que envia. Ele enviou profetas, apóstolos e anjos, e finalmente Ele enviou Seu Filho unigênito (Hebreus 1.1-4). A própria existência da Escritura dá testemunho do fato que Deus estende a mão em amor a Seu mundo caído.

2. Missão é a obra do Deus Triúno, Pai, Filho e Espírito Santo. Esta missão de Deus (missio Dei) expressa o interesse de Deus pela salvação do mundo em todas as suas dimensões e culminará em Seu Reino de Paz.

O chamado de Abraão e de seus descendentes tinham um propósito a longo alcance em mente, ou seja, a salvação das nações (Gn 12.3). O povo de Deus do Antigo Testamento era para servir como testemunha do propósito de Deus para TODA a humanidade. Deus pretende, e em Seu Filho garante, a restauração de um mundo perdido para Si mesmo.

3. Essa missão de Deus é abrangente porque a totalidade da criação pertence a Ele (Sl 24.1). Todavia, nessa excelente criação, veio um Enganador, aquele que corrompe a humanidade, desfigura e procura destruir as obras de Suas mãos. Porém, nosso Deus é o Rei de toda a terra, e Ele não abandonou sua criação ao Diabo. Seu interesse é dirigido para a salvação de pessoas e para a redenção de toda a ordem criada da escravidão e da decadência. O conflito básico na criação é o contexto em que Deus enviou Seu Filho. O propósito sobressalente (overarching) da missão de Deus é a expressão de Sua glória (Sl 18.49; Rm 15.9).

4. A vitória do Reino de Deus foi alcançada na obra redentora de Jesus Cristo, que é a esperança do mundo. Deus Pai o enviou ao mundo para fazer revelar os pecados de Seu povo. Cristo voluntariamente esvaziou-se de Sua glória, tornou-se um ser humano, sofreu e morreu uma morte vergonhosa na cruz pela segurança de Seu povo. (Fp 2.6-11). Sua ressurreição dentre os mortos no terceiro dia foi tanto o testemunho da Filiação divina assim como evidência de Sua vitória sobre os poderes do pecado, da morte e do inferno (Rm 1.4). Visto que Deus graciosamente declara Seu povo justo e perdoado sobre a base da expiação de Cristo, que ele aceitou em lugar do castigo deles.

A despeito do fato de que o caráter único da fé cristã é questionado em alguns círculos, a igreja testifica claramente a exclusividade de Cristo. Ele é o único mediador entre Deus e a raça humana (I Tm 2.5; Jo 14.6). Jesus não é, então, para ser considerado como um mestre religioso entre muitos, mas como o Único que é para ser confiado e adorado. Ele é o único Salvador do mundo.

5. A Igreja é reunida por Deus através de Seu Espírito Santo dentre a raça humana inteira como uma comunidade escolhida para a vida eterna e unida pelo Espírito Santo na fé verdadeira. A Igreja no Novo Testamento é uma comunidade, que tem sua origem no Espírito Santo e conduzida ao ministério capacitada pelo mesmo Espírito (Fp 2.1). Os dons carismáticos mencionados em I Coríntios 12.7-11 e outras passagens têm como seu propósito essencial a capacitação do povo de Deus para ministrar a outros a graça de Deus em Cristo. A Igreja só pode ser tal agente de reconciliação quando ela vive obedientemente ao Senhor (I Pe 2.11, 12).

6. A missão da Igreja (missio ecclesiae) é derivada da missão de Deus (missio Dei). A Igreja é o Corpo de Cristo harmonizado e participa na missão do Deus Triúno. A vida da Igreja manifestada através de cada congregação local existe para ser adequada ao chamado e propósito de Deus, ativamente procurando estender as fronteiras de Seu Reino (Mt 28.18-20; II Co 5.20; Is 49.6). O fundamento, o objetivo, a tarefa e o conteúdo do ministério da Igreja deriva da comissão do Senhor ressurreto. Como o Pai enviou o Filho ao mundo assim Ele envia Seu povo ao mundo (Jo 20.21).

7. Cristo já obteve a vitória sobre o pecado e a morte, mas a batalha ainda não está terminada. A Igreja, como instrumento de Cristo, continua a luta contra o reino de Satanás, onde as pessoas estão escravizadas na ignorância, avareza, auto-adoração e opressão. Como povo de Cristo, a Igreja deve demonstrar o poder de Deus sobre as forças do mal. Como a Igreja convoca pessoas à fé pela proclamação da Palavra de Deus, ela é chamada para atestar ministérios, mostrar o poder salvador de Deus e às vezes para participar no sofrimento.

8. A Igreja tem uma variedade de ministérios para os seus próprios membros e para as pessoas além de suas fronteiras. No pensamento e fala proféticos, em serviço sacerdotal e estilo de vida, e em sua promoção real da justiça, a Igreja deve demonstrar o que significa ser cidadãos do Reino.
É a tarefa da nova comunidade de Cristo:

a. Proclamar a Palavra de Deus a um mundo caído.
b. Erigir sinais do Reino presente e vindouro através de seu ministério ação.
c. Estabelecer a comunidade do povo de Deus.
d. Dar a Deus a adoração e a honra que Lhe é devida.
Todos esses quatro ministérios são essenciais e cada um é entrelaçado como os outros. Todavia, a salvação do mundo e seu povo é supremamente presente na primeira tarefa, e isto forma o coração e centro da missão da igreja.

9. Assim, a Igreja é uma presença missionária no mundo. Não existe outra Igreja que não seja a Igreja que é enviada ao mundo. A Igreja como um todo e cada membro individual tem uma obrigação em dependência da graça de Deus para orar pelo mundo, proclamar o Evangelho e ser bons mordomos de Sua criação.

10. A salvação que Deus tem preparado não é restrita à incorporação de indivíduos na Igreja. O alvo da salvação é a redenção do universo. Visto que a salvação é tão abrangente, a missão da igreja é igualmente abrangente. Inclui o chamamento de homens e mulheres da morte para a vida, mas também inclui combater o caos na ordem criada e nas estruturas sociais, e deve também revelar o Reino das Trevas e os ídolos de nosso tempo, denunciar o pecado de avareza e a busca singular de riqueza econômica, e confrontar os poderes que são responsáveis por várias formas de males estruturais e sistêmicos. A obra diaconal, humanitária é integral para a missão cristã, mas deveria diferir claramente daquela conduzida pelas agências seculares. A dimensão, o chamado, a salvação em palavra e obra, permeia a obra da missão cristã.

11. A transformação da sociedade engloba cada condição de transformação da existência humana de tal modo que as pessoas possam ter vida abundante de acordo com o propósito de Deus. Tal transformação acontece através da fé e da obediência a Cristo. Através da fé Nele vidas humanas são livres da escravidão do pecado e de si mesmos para a liberdade de servir a Deus e ao próximo (Rm 5.1; II Co 5.17).

12. Em cada país do mundo, a Igreja se encontra em uma situação missionária. O grande movimento de povos em nosso tempo tem intensificado o desafio missionário, e os enormes problemas sociais exigem atenção urgente e envolvimento profundo. Desse modo, as Igrejas Reformadas em qualquer lugar são chamadas para cumprir sua missão em amor e justiça, paz e verdade, será demonstrado e estendido como feridas sociais que são tratadas e curadas, e as pessoas serão atraídas a Cristo e à comunidade de Seu Corpo.

13. A missão da Igreja é focalizada sobre a promessa bíblica de um novo céu e uma nova terra, onde o amor, a paz e a justiça habitarão (Sl 85.7-13; Is 65.17-25; Ap 21.1,2). A nova criação que começou em Jesus finalmente virá à plenitude em Seu retorno. Naquele tempo tudo da vida será completamente libertado do poder do caos, do pecado e da morte e a Majestade do Senhor será perfeitamente manifestada (I Co 15.28).

14. O chamado missionário da Igreja e a unidade da Igreja são indivisíveis (Jo 17.21). A credibilidade da Igreja e a missão do Evangelho são comprometidas quando a Igreja falha em demonstrar sua unidade essencial em Cristo. É imperativo que a Igreja incorpore os princípios do Reino de Deus e se esforce para expressar a unidade do Espírito localmente e mundialmente.
Conclusão
Por esta declaração nós, Igrejas Reformadas, declaramos nossa disposição e ânsia de unir-se na missão de Deus dirigida à salvação dos seres humanos e à restauração da criação. Isso implica que nós nos colocamos com Deus contra todas as injustiças, que levam pessoas criadas à imagem de Deus a serem violentadas, e que causam paz como objetivo maior de Deus para a criação de ser destruída. Nós declaramos mutuamente nossa concordância de participar na obra com um espírito de harmonia e cooperação.

Nós, além disso, encorajamos outras igrejas que participem nesta visão, mas pode não ser em uma sociedade imediata conosco, a unir-se conosco em uma causa comum de trazer a salvação de Cristo a cada criatura de forma que todos e tudo em toda a criação possam regozijar-se na vinda do Reino de Deus, onde Ele reinará para sempre.




* REFORMED ECUMENICAL COUNCIL. Statement on Mission. Athens, 1992. www.gospelcom.net/rec/missionstatement.html, [acesso em 30 de mai. 2002]. Traduzido por Robson Rosa Santana, Jun-2002.
[1] Reformed Ecumenical Council (Concílio Ecumênico Reformado). Nota do tradutor.

ELEIÇÃO: INCENTIVO PARA A EVANGELIZAÇÃO

“Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18:9).

Na cidade de Corinto houve uma forte oposição ao evangelho, tanto por parte dos gentios, como dos judeus. Diante desta situação desmotivadora, Deus lhe fala em visão ao apóstolo Paulo para que não temesse, pois Ele tinha muitos escolhidos naquela cidade. A verdade doutrinária que aprendemos é que o fato do Senhor ter um povo naquela cidade, como tem em todas as tribos, povos, línguas e nações, deve ser o agente motivador para anunciar o evangelho de Cristo.

Qual, pois, a relação entre predestinação e evangelização? Ambas são decreto de Deus. Na eternidade Deus ordenou tanto um povo para Si, como os instrumentos que levariam Seu plano adiante. Se Ele quisesse, todos os eleitos seriam salvos pela poder da Sua voz ecoando dos céus, ou através da pregação dos anjos, ou de qualquer outra forma. Mas não é assim. Deus resolveu nos incluir na consecução do Seu decreto. Nós, os Seus servos, somos a instrumentalidade de Deus no plano da salvação por meio de Cristo Jesus. E não podemos, desse modo, fugir de nossa responsabilidade.

Há pelo menos três aspectos em Atos 18:9, 10 que é importante ressaltar:

1. Primeiro é o fato de que Deus nos encoraja na obra da evangelização - “não temas... fala... não te cales”. Isto mostra que o Senhor está no controle de todas as coisas e é o nosso Controlador. O próprio Jesus nos encoraja a pregar o evangelho até os confins da terra. Para isso devemos estar no poder do Espírito Santo e na Sua direção.

2. O segundo é a segurança que temos. Deus não estar alheio à Sua obra de redenção. Ele não estar de braços cruzados olhando distante para sua criação. Ele estar agindo eficazmente no coração do pecador, através de Seu Espírito, e atraindo os homens a Si mesmo. De modo algum Ele nos abandonaria. Ele, na verdade, nos dá segurança, “eu estou contigo e ninguém ousará fazer-te mal”.

3. O terceiro fato, como já disse, é a nossa maior motivação. Quantas vezes os apóstolos, como todos os cristãos genuínos, não sofreram oposição dos pecadores impenitentes e pensou em desistir de falar-lhe de Cristo, por causa da dureza de seus corações. Se não fosse a convicção de que Deus tem um povo para Si, e que esse povo há de confessar o bendito nome de Jesus, sucumbiríamos em nossas fraquezas. Mas, não. Deus está dizendo a mim e a você: “Eu tenho muito povo nesta cidade". Se fossemos depender do incrédulo e de nossos próprios recursos, desistiríamos facilmente do mandamento da evangelização.

Conclusão
Devemos pregar a evangelho sem esmorecer, pois teremos sucesso em nossa tarefa. Deus nos garante isso. Paulo tinha tanta convicção que havia sido chamado para promover a fé dos gentios que pensou que durante seu ministério ele haveria de ganhar todos os gentios eleitos para Cristo. Vemos esta pretensão quando ele fala da plenitude dos gentios. Para ele, ao se completar o número dos eleitos salvos, Jesus Cristo voltaria. Ele demonstra isto quando escreve aos tessalonicenses: “Ora ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor de modo algum precederemos os que dormem”. “ depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles...” (I Ts. 1:15, 17 - itálico meu). Desse modo, enquanto estivermos aqui neste mundo não devemos nos cansar de anunciar a Cristo e promover a fé dos eleitos, para glória de Deus Pai.

Para meditação e ação
“Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus com eterna glória” (2 Tm 2:10).

Robson Rosa Santana